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FNO Itinerante em Marajó - mais crédito para o desenvolvimento regional
Segundo dados da gerência local do Banco da Amazônia chegam a R$ 6 milhões os recursos comprometidos este ano com tomadores de Salvaterra, Cachoeira do Arari e Soure
A reunião do programa de divulgação do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO Itinerante) levou cerca de 120 pessoas ao auditório da Câmara de Vereadores de Salvaterra (PA) na noite desta quinta-feira (28). Segundo os organizadores, a expectativa era de que houvesse no máximo 100 participantes no evento, o primeiro a ser realizado em uma cidade da Ilha de Marajó. Salvaterra tem população pequena (20 mil habitantes), com boa parte dela espalhada por diversos núcleos rurais, muitos deles afastados e de difícil acesso à sede do município.
"Para nós foi uma agradável surpresa ver tanta gente interessada em conhecer o FNO e tirar dúvidas sobre este importante instrumento de políticas públicas do governo federal, concebido para ser uma ferramenta de redução das desigualdades regionais", afirmou o coordenador-geral da Secretaria de Fundos Regionais e Incentivos Fiscais (SFRI) do Ministério da Integração Nacional, Carlos Henrique Rosa.
Na abertura da reunião, o coordenador citou as diversas linhas de crédito do Fundo que se ajustam ao fomento de atividades dentro da vocação econômica da região, quais sejam a produção de abacaxi, mandioca, pescados, pupunha e açaí, entre outros. Todas típicas de pequenos produtores e da agricultura familiar, predominantes em Salvaterra e nos outros 15 municípios do Arquipélago de Marajó. Segundo ele, até por imposição legal, o FNO é prioritariamente destinado a atender mini, micro e pequenos produtores e empreendedores individuais, para os quais o Fundo reserva uma parcela de 51% do seu orçamento total, que este ano é de R$ 5,4 bilhões.
"O FNO, assim como os demais fundos constitucionais de financiamento (FCO e FNE) foram criados especialmente para atender pessoas que buscam o crédito para investir em atividades que já desenvolvem, mas que muitas vezes não conseguem crescer e chegar ao mercado. O recurso, barato e fácil de acessar, pode ser o meio para isso", declarou ainda Carlos Henrique Rosa, lembrando que o fundo opera com taxas de juros a partir de 4,5% e prazos de pagamento que podem chegar a 20 anos.
Presidente de uma cooperativa local de agricultura familiar na comunidade do Caldeirão, a Cooparuãs, dona Leonor Mendes Campos, foi uma das primeiras pessoas a chegar para a reunião, acompanhada de alguns dos 20 associados da entidade, que segundo ela, tem no nome uma homenagem à tribo dos índios Aruãs, que teriam sido os primeiros habitantes de Salvaterra. "A gente veio aqui pra saber como conseguir recurso, como fazer pra caminhar com os nossos projetos, que são a esperança de ocupação e de vida melhor para quem acreditou na cooperativa", afirmou.
Depois das explicações dos vários palestrantes do evento, a agricultora, de 73 anos, que também é doceira de profissão, se declarou plenamente esclarecida. "Agora sei como buscar o dinheiro que a gente precisa pra tocar nossos os nossos projetos". Ela diz que a cooperativa, constituída em um sistema de grupos, estimula as culturas de mandioca e açaí, e também artesanato em cerâmica de argila marajoara e em tecidos. Outro sonho de dona Leonor é estruturar uma criação de galinha caipira, que ela acredita ter mercado certo na ilha.
Vários outros presentes também disseram ter esclarecidos suas dúvidas sobre como conseguir recursos do FNO, principalmente depois da sessão de perguntas e respostas. Em duas horas e meia de reunião se revezaram nos esclarecimentos, além do coordenador Carlos Henrique Rosa, o coordenador da área no Banco da Amazônia (agente financeiro do FNO), em Belém, Jorge Paredes e o gerente da agência do banco na cidade de Soure (vizinha a Salvaterra), Antônio Alves.
O FNO em Salvaterra e região - O histórico mais recente do FNO mostra que vem crescendo o volume de utilização dos recursos do fundo nesta região do Pará. Segundo dados da gerência local do Banco da Amazônia chegam a R$ 6 milhões os recursos comprometidos este ano com tomadores de Salvaterra, Cachoeira do Arari e Soure (sede regional). Em todo o ano passado foram aplicados R$ 4,5 milhões. Os três municípios contam atualmente com cerca de 600 tomadores beneficiados com empréstimos deste fundo constitucional, entre agricultores e empreendedores individuais urbanos.
Realização - Juntamente com o Ministério da Integração Nacional (administrador dos Fundos Constitucionais de Financiamento) e o Banco da Amazônia, que coordenaram a reunião, também contribuíram para a realização do evento em Salvaterra a Câmara de Vereadores do município, que foi representada no evento pelo presidente Domingos Vasconcelos, e o Serviço de Apoio à Pequena e Micro Empresa (Sebrae).