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FAO e MI discutem sustentabilidade da agricultura irrigada
Oficina de trabalho encerrada nesta quarta-feira (19) é parte de acordo de cooperação em elaboração pelos dois órgãos
Representantes do Ministério da Integração Nacional (MI) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) discutiram, nesta semana, estratégias para viabilizar a expansão da agricultura irrigada no país. A oficina de trabalho, que começou na segunda-feira e terminou nesta quarta-feira (19/8), integra a construção de um acordo de cooperação entre os órgãos.
Durante o encontro, o diretor da Secretaria Nacional de Irrigação (Senir) do MI, Antônio Carvalho, apresentou ações que estão sendo executadas, como a conversão da irrigação por sulcos por tecnologias localizadas, para reduzir o consumo de água e energia nos perímetros brasileiros e ampliar a produtividade de forma sustentável. "A modernização dos perímetros irrigados é um importante passo para garantir a disponibilidade e qualidade dos recursos hídricos, sobretudo em tempos de seca, e uma das apostas do MI para ampliar a produtividade e preservar o meio ambiente", destacou.
O gestor citou a instalação de sistemas de gotejamento e microaspersão no Perímetro de Mandacaru, em Juazeiro (BA). A área irrigada foi o primeiro projeto público totalmente convertido e já apresenta resultados promissores, segundo Carvalho. "Os resultados gerados no Mandacaru repercutiram no aumento dos índices de produtividade, competitividade e lucratividade, gerando empregos e renda para os agricultores locais. Atenderam, também, aos interesses do Estado, que consegue manter um equilíbrio em relação aos preços dos alimentos nos diversos períodos do ano", destacou.
Carvalho acrescentou que as tecnologias reduziram os custos fixos de produção. "A conversão gerou uma grande economia de energia (30%) e água (50%) no âmbito da agricultura irrigada, além de aumentar substancialmente a produtividade (100%) e o valor bruto da produção (200%) nas áreas aplicadas", afirmou.
Análise Territorial
Outro tema debatido foi a conclusão da Análise Territorial para o Desenvolvimento da Agricultura Irrigada no Brasil. O estudo aponta que o Brasil tem potencial para expandir as terras irrigadas em até 61 milhões de hectares - o equivalente a dez vezes o tamanho atual. De acordo com o analista da Senir, Caio Leite, o trabalho apresenta uma nova metodologia para a formulação e monitoramento de políticas públicas voltadas ao setor. "A nova abordagem considera as particularidades do território nacional, identificando estratégias específicas, coerentes com o planejamento e desenvolvimento de cada região", afirma.
"Boa parte deste trabalho é pautada na preservação ambiental e considerou a legislação ambiental vigente, os critérios de outorga do uso da água e as áreas prioritárias para a conservação e utilização sustentável. O objetivo é criar condições para o desenvolvimento regional sustentável da agricultura irrigada no Brasil". O estudo é fruto da parceria entre o Ministério da Integração Nacional (MI), a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP) e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).