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Em seminário, MI reforça importância do manejo e da redução da demanda de água
Realizado no Rio, evento discutiu as principais ações voltadas para a segurança hídrica e alimentar do planeta
A importância do manejo eficiente da água foi destaque da participação da secretária de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional (MI), Adriana Alves, hoje (8/12) no "Seminário sobre a Relação entre Políticas de Energia, Água e Alimentação", no Rio. O evento reuniu autoridades nacionais e internacionais e discutiu as principais ações e demandas voltadas à segurança hídrica e alimentar no planeta.
O seminário foi coordenado pela Embaixada da Austrália no Brasil, em parceria com o International Energy Centre - centro formado em parceria por universidades australianas e indústria - e o Programa de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Em sua participação, Adriana Alves afirmou que a implementação de tecnologias e a conscientização sobre o uso da água são fundamentais para alcançar a segurança hídrica. A secretária também apresentou as diretrizes do Programa Água para Todos, coordenado pelo MI.
"Temos grandes obras hídricas em execução no Brasil. Elas devem atuar de forma sinérgica com tecnologias mais adequadas às populações rurais dispersas, como no semiárido. Nessas localidades, implantamos diversas tecnologias, como cisternas, sistemas, kits de irrigação e barreiros, financiados pelo Governo Federal para atender comunidades rurais e municípios de baixa renda. Um trabalho integrado a outras políticas de desenvolvimento, que tem favorecido a permanência do homem no campo", explica Adriana.
A secretária conta que mais de 5 milhões de pessoas tiveram acesso à água, no Brasil, em razão das ações estruturantes do Água para Todos, implementado nos últimos quatro anos - os investimentos chegam a R$ 6 bilhões, em um esforço conjunto de diversos órgãos.
"A água está vinculada à condição básica para o desenvolvimento. É preciso tratar sua gestão como prioridade em todos os âmbitos, seja na esfera alimentar ou elétrica, construir arranjos federativos e planos de segurança hídrica para garantir a eficiência dos programas implementados em médio e longo prazos", disse.
Brasil e Austrália: integração
O ministro de Comércio e Investimentos da Austrália, Andrew Robb, destacou a semelhança dos desafios enfrentados pelo Brasil e pelo país da Oceania com relação a energia, água e alimentação.
"Temos uma demanda muito grande, sobretudo vinda da classe média, com mais de 600 milhões de pessoas, o que deve quintuplicar nos próximos três ou quatro anos, visto que estamos superando a linha de pobreza. Com isso, a demanda hídrica, elétrica e alimentar precisa ser cada vez mais planejada. Nos próximos 50 anos, teremos de produzir mais alimentos que nos últimos 10 mil anos e para isso precisamos aproveitar as oportunidades e superar os desafios", afirma Robb.
O ministro australiano alerta que o século 21 é o século da água, e que mudanças na gestão hídrica são fundamentais para atender a essa expectativa. "O mundo vem se transformando drasticamente. O clima oscila entre severas secas e períodos com grande ascendência de chuvas. Não há meio termo. Portanto, é necessário definir os direcionadores para lidarmos com os limites do crescimento e das condições climáticas", ressaltou Robb.
O Ministério da Integração Nacional passou a utilizar cisternas de polietileno, implantadas pelo Água para Todos no semiárido, em razão da experiência positiva da Austrália no uso do material. "Esperamos ampliar essa troca e juntos traçarmos iniciativas que reduzam os impactos gerados pela falta de água no mundo", afirmou a secretária.