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Em bate-papo on-line, Defesa Civil Nacional debate atendimento psicossocial em desastres
Brasília (DF) – O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) promoveu, nesta quinta-feira (8), um debate sobre o atendimento psicossocial em desastres. Transmitido on-line, o evento abordou, com especialistas, como trabalhar com as consequências de desastres naturais, traumas, perdas e mudanças comunitárias da população afetada e de quem atua nas ações de resposta.
O debate foi o sexto da série Bate-papo com a Defesa Civil, que é realizada uma vez por mês, com transmissão pelo canal do MDR no YouTube. A discussão foi mediada pelo coordenador-geral de articulação da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, Reinaldo Estelles.
“Este é um tema extremamente importante. Relembrei várias coisas que ocorreram comigo em desastres que estive presente. Fico pensando que esse atendimento que as pessoas afetadas recebem é importante, também, para quem cuida. Quem cuida precisa ser cuidado. É assim que começa a resposta a um desastre. E isso tem a ver com a saúde mental daquele momento”, destaca Reinaldo Estelles.
A doutora em psicologia Débora Noal reforçou a importância do atendimento psicossocial no momento do desastre. Ela ressaltou que o agente de proteção e defesa civil não precisa, necessariamente, ter formação na área.
“Quando falamos do atendimento psicossocial, não falamos do atendimento em hospital. É fundamental que todo o agente, seja ele qual for, tenha noções do tema. É como num caso de aplicação de primeiros-socorros, todo mundo precisa conhecer um pouco. Fazer estabilização em alguém por meio da voz, da expressão corporal. Um tipo de cuidado pragmático, não invasivo, porque a cabeça da pessoa já está muito tomada por informações”, afirmou Débora.
Psicóloga e assistente social especialista em psicodinâmica do trabalho e gestão do estresse, Daniela Lopes explicou como as primeiras medidas psicossociais podem ser tomadas. Ela ressaltou que o trabalho com a população tem que começar antes do desastre.
“No caso de um abrigo que recebe pessoas afetadas, por exemplo, a conversa de organização desses locais precisa ser elaborada a partir da fase de preparação de um desastre. Uma conversa com as equipes do município vocacionadas para essas atividades, com assistentes sociais, psicólogos. Planejar a ação antes do impacto. Já no desastre, fazer um atendimento das necessidades básicas da pessoa, saber onde vai dormir, comer, se os filhos estão protegidos”, explicou Daniela.
Nas próximas edições do Bate-Papo com a Defesa Civil, serão debatidos temas como planos municipais de redução de riscos e barreiras Sabo.
Confira abaixo a íntegra do evento: