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Dia Mundial da Água: Codevasf recupera estoques pesqueiros e gera renda para produtores
Peixamentos realizados pela empresa vinculada ao MI contribuem para a revitalização da bacia hidrográfica do rio São Francisco
Ações que contribuem para a melhoria da qualidade da água de rios, lagoas e grandes reservatórios hídricos da bacia do São Francisco e geram renda para produtores familiares são os destaques da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) nesta terça-feira (22/3), Dia Mundial da Água.
Uma das ações realizadas nos sete Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura que a empresa pública vinculada ao Ministério da Integração Nacional (MI) possui em sua área de atuação é a produção de alevinos voltados para recomposição da ictiofauna (população de peixes) de rios, lagoas e grandes reservatórios hídricos, como também para inclusão produtiva de pequenos produtores.
"Desde os anos 70, a Codevasf produz alevinos de forma pioneira nesses Centros Integrados. O objetivo é restabelecer a biodiversidade de peixes na bacia para manter os estoques pesqueiros, contribuindo para sobrevivência de pescadores ribeirinhos. Além disso, temos o compromisso de manter as espécies nativas do São Francisco, investindo em novas tecnologias, principalmente no que se refere ao ciclo biológico dessas espécies. Em alguns trechos, muitas espécies, como pirá, matrinxã, surubim e pacamã estão em extinção. Estamos empenhados num verdadeiro mutirão para que essas espécies voltem a aparecer", ressalta o diretor da Área de Revitalização de Bacias Hidrográficas da Companhia, Eduardo Motta.
Dos mais de 17 milhões de alevinos produzidos no ano passado, cerca de 7,9 milhões foram direcionados para as ações de peixamentos. A atividade tem contribuído para a revitalização da bacia hidrográfica do rio São Francisco. Nessas ações, são utilizadas espécies nativas do São Francisco, como pacamã, curimatã, matrinxã, cascudo, piau, dourado e surubim.
Em Pernambuco, a Codevasf, por meio do Centro Integrado de Bebedouro, tem promovido peixamentos voltados para revitalização do São Francisco, como também para oferecer outra fonte de alimento e renda para a população do entorno dos açudes, rios e barragens diversos mananciais do sertão do estado. Um dos parceiros da Codevasf na ação é o Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), que no ano passado, acompanhou uma ação realizada no açude Tamboril, na zona rural de Ouricuri (PE).
"Esses peixamentos são muito importantes porque contribuem para ecologia aquática e para obtenção da alimentação humana, uma vez que, as pessoas que vivem próximas ao açude tamboril pescam e usam a água do reservatório para uso doméstico e para obtenção de alimento", ressalta Rafael Aquino, professor de zootecnia do Campus de Ouricuri. "O envolvimento da comunidade num processo de peixamento também é muito importante para a conscientização da população e para preservação ambiental", conclui.
Inclusão produtiva
Além de produzirem alevinos para ações de peixamentos, os Centros Integrados da Codevasf também produzem alevinos de espécies exóticas que são utilizadas em ações de inclusão produtiva, apoiando projetos de piscicultura voltados para o complemento de renda de famílias. Em 2015, cerca de 9,1 milhões alevinos de tambaqui e tilápia foram destinados para essas ações. Esse apoio tem incentivado produtores a ingressaram na atividade, impulsionado o aumento da produção e promovido a geração de emprego e renda em diversas regiões.
Um exemplo bem-sucedido do apoio da Codevasf para o incremento da piscicultura está no distrito de Ibó, em Belém do São Francisco, situado na divisa da Bahia com Pernambuco. Na localidade, a Associação dos Piscicultores do Ibó conta hoje com 64 tanques-rede, sendo que em torno de 50 foram fornecidos pela Companhia por meio do Plano Brasil Sem Miséria.
"A Codevasf ajuda o pequeno produtor com assistência técnica e com o fornecimento de alevinos. Nós pegamos os alevinos ainda pequenos e colocamos nos tanques para depois vendermos em feiras locais. Aqui na região de Ibó, o quilo de tilápia custa, em média, entre R$ 6 e R$ 7. Toda a renda adquirida com a venda da tilápia é utilizada para compra de ração e depois é dividida com os membros da associação", explica o aquicultor Paulo Vanderlei Gomes, presidente da entidade.
Em Morpará, no oeste baiano, cerca de 30 famílias estão iniciando um projeto para criação de tilápias em tanques-rede. O grupo conta com 80 tanques-rede para a produção dos peixes. Na opinião do piscicultor Gonçalves Farias Macedo, o trabalho da Codevasf tem sido fundamental.
"Nós tivemos o apoio da Codevasf para a implantação do nosso projeto, com o fornecimento de tanques-rede e alevinos. Hoje, nós produzindo tilápia para piscicultura familiar. Essa atividade é uma grande ajuda para nossa sobrevivência. Nosso plano é ampliar cada vez mais o nosso projeto", afirma o piscicultor.
Atualmente, a Codevasf apoia cerca de 50 unidades demonstrativas de piscicultura em tanques-rede, canais de irrigação e viveiros escavados espalhados nos estados onde atua. São fornecidos tanques-rede, rações e alevinos para os primeiros ciclos de cultivo. A empresa também realiza assistência técnica aos produtores, incentivando o associativismo e o cooperativismo.
Da assessoria de imprensa da Codevasf