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Dia Mundial da Água - Cisternas melhoram a vida da população do semiárido
Publicado em
23/03/2015 14h30
Atualizado em
03/11/2022 09h34
Com capacidade pra armazenar 16 mil litros, reservatórios do programa Água para Todos ajudam moradores da região a se prevenir da estiagem e garantir a produção
Desde que foi contemplado com umacisterna peloprograma Água para Todos, em 2013, o produtor rural Moacir Silva (foto) não precisou mais percorrer, a pé, cinco quilômetros diários para ter acesso a água. Com capacidade para armazenar 16 mil litros, o reservatório de polietileno instalado em seu quintal é suficiente para atender sua família por até seis meses.
O alagoano é um dos mais de quatro milhões de brasileiros beneficiados peloprograma coordenado pelo Ministério da Integração Nacional (MI), por meio da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR). Agora prevenido para enfrentar longos períodos de estiagem e com a produção garantida, Moacir tem motivos para celebrar o Dia Mundial da Água, que ocorreu domingo (22/3).
"Antes das cisternas, tínhamos que carregar água no ombro. A quantidade era insuficiente para o consumo diário", lembra o produtor rural. "Além disso, as condições eram precárias: nem sempre a água era de qualidade e minha família vivia doente", conta Moacir.
Fabricada para resistir às altas temperaturas do semiárido brasileiro, a cisterna é mais uma tecnologia utilizada pelo MI para ampliar a oferta hídrica no país. O secretário de Desenvolvimento Regional a pasta, Irani Ramos, explica que o reservatório é bastante eficiente e complementa as grandes obras de abastecimento hídrico que estão sendo estruturadas para superar a escassez de água no semiárido brasileiro.
"As cisternas são produzidas e instaladas com rapidez para atender às necessidades mínimas da população rural, reduzindo as doenças de veiculação hídrica e ampliando os meios para a permanência das pessoas no território", explica Ramos.
O aposentado Odilon dos Santos (foto), 86 anos, morador de Bom Jesus (AL), 86 anos, garante que a qualidade de vida da população mudou bastante depois da instalação das cisternas na região e muitos retornaram para suas terras. "Hoje não tem mais sede, não existe ninguém mais chorando por conta da falta de água. Podemos cozinhar sem medo de a água acabar. Não existe mais quem saia daqui por esse motivo. Sinto-me morando na beira do rio São Francisco", brinca.
800 mil cisternas
Lançado em 2011, o Água para Todos distribuiu e instalou 804,6 mil cisternas até fevereiro deste ano. O próximo passo é dar sequência à implementação dos sistemas coletivos de abastecimento, que têm capacidade para atender até 40 famílias por tecnologia implantada. Mais de 1,8 mil já foram instalados, contemplando mais de 250 mil pessoas até fevereiro deste ano.
O programa conta com diversos parceiros executores, como os ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Meio Ambiente, das Cidades e da Saúde; Fundação do Banco do Brasil; Fundação Nacional da Saúde, Agência Nacional de Águas, Companhia dos Vales do Parnaíba e do São Francisco (Codevasf), Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Qualidade da água
O Água para Todos integra o Plano Brasil Sem Miséria e foi criado para universalizar o acesso à água pelas populações carentes residentes em comunidades rurais e torná-la disponível para o consumo animal por meio de tecnologias diferenciadas.
Para garantir a eficácia da tecnologia de abastecimento, os futuros beneficiários são submetidos a capacitações, para aprender a cuidar das cisternas, da água que será consumida e também a usá-la de forma consciente.
O programa já investiu mais de R$ 4 bilhões, na implementação de cisternas de consumo e produção, sistemas coletivos de abastecimento, pequenas barragens, kits de irrigação e poços.