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Dez anos sem o economista Celso Furtado
Falecido em 20 de novembro de 2004, intelectual ajudou a estimular o desenvolvimento regional e contribuiu para a redução das desigualdades no País
Há exatos dez anos, o Brasil perdeu um dos intelectuais que mais contribuiu para a compreensão do país. Nascido em Pombal (PB), em 26 de julho de 1920, o economista Celso Furtado faleceu em 20 de novembro de 2004, no Rio de Janeiro (RJ). Ele publicou mais de 30 títulos e dezenas de ensaios e artigos que enriqueceram a história do pensamento econômico moderno brasileiro e latino-americano - dentre eles, o livro consagrado "Formação Econômica do Brasil".
Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutor em Economia pela Universidade de Paris e dono de sólida trajetória acadêmica, Furtado também se destacou na carreira pública. Foi, por exemplo, diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e autor de um estudo que resultou na criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) - do qual foi superintendente -, além de ter sido o primeiro ministro do Planejamento (1962-1963) e ministro da Cultura (1986-1988).
"Celso Furtado produziu o melhor diagnóstico sobre a realidade socioeconômica brasileira e, a partir dele, formulou teorias valiosas para superação do subdesenvolvimento e dos desequilíbrios regionais do país", diz o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira. "O Brasil deve a ele um conjunto de ações concretas para estímulo ao desenvolvimento regional e redução das desigualdades."
A história de Furtado rendeu-lhe homenagem do Ministério da Integração Nacional (MI). Por meio da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), a pasta lançou o "Prêmio Nacional de Desenvolvimento Regional 2010: Homenagem a Celso Furtado", criado com o objetivo de promover a reflexão sobre o tema. A partir da segunda edição, o nome do economista foi incorporado permanentemente à denominação do evento: "Prêmio Celso Furtado de Desenvolvimento Regional".
A secretária nacional de Desenvolvimento Regional do MI, Adriana Melo Alves, coloca o economista como um ícone para o setor. "Celso Furtado foi muito importante pra duas frentes: trouxe o tema do desenvolvimento regional para o centro da agenda política a partir dos anos 50 e contribuiu para o fortalecimento das nossas instituições regionais", afirma Adriana. "Hoje temos as superintendências do Nordeste, do Norte, do Centro-Oeste, mas ele foi o impulsionador do papel estratégico dessas instituições regionais."