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Defesa Civil Nacional visita abrigo em bairro atingido por chuvas intensas em Petrópolis (RJ)
Secretário Alexandre Lucas destaca a iniciativa do abrigo de transformar a biblioteca do colégio em uma brinquedoteca. “Essa é uma ideia simples, organizada por voluntários, mas que faz toda a diferença e torna o momento de crise menos difícil para as crianças", avalia (Foto: Manuela Rolim/MDR)
Brasília (DF) – A Defesa Civil Nacional visitou, nessa terça-feira (22), um abrigo em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, como parte das ações de apoio do Governo Federal ao município atingido, mais uma vez, por chuvas intensas. Com a presença do secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas, a visita ocorreu na Escola Municipal Papa João Paulo ll, no bairro São Sebastião.
Atualmente, o local abriga 192 pessoas (70 famílias) instaladas em salas de aula equipadas com colchões e cobertores. Todos os abrigados são moradores da região e, de alguma forma, foram afetados pelas chuvas de fevereiro e do último domingo (20).
A escola já recebeu uma grande quantidade de doações e, neste momento, está com lotação máxima. “O que podemos verificar aqui é uma dedicação extraordinária dos servidores da prefeitura, dos assistentes sociais e dos profissionais em geral que têm se dedicado ao socorro, à assistência e ao acolhimento das pessoas que sofreram com os desastres”, observou o coronel Alexandre Lucas.
O secretário destacou ainda a iniciativa do abrigo de transformar a biblioteca do colégio em uma brinquedoteca. “Essa é uma ideia simples, organizada por voluntários, mas que faz toda a diferença e torna o momento de crise menos difícil para as crianças. Algumas delas, inclusive, querem permanecer na escola, apesar de toda angústia e sofrimento que existem ao viver em um abrigo. O acolhimento da população é de extrema importância após um desastre”, completou.
Moradora do bairro São Sebastião, a diarista Adriana de Oliveira Ferreira, 43 anos (
foto à esquerda
), se mudou para o abrigo com os três filhos por causa das chuvas mais recentes que atingiram Petrópolis. Segundo ela, neste momento, a escola é o único lugar seguro para ficar.
“Eu e meus filhos estamos salvos por causa da escola. É um grande alívio ter esse espaço. Eu não tenho mais coragem de voltar para casa. Apesar de ela não ter sido atingida, as casas vizinhas foram e meu medo é não ter tempo de correr se houver outra chuva intensa. Também não tenho coragem de sair para trabalhar e deixar meus filhos lá”, desabafou a diarista, que divide uma sala com mais sete famílias.
Nessa terça-feira,
o coronel Alexandre Lucas também se reuniu, na Prefeitura de Petrópolis, com integrantes do Grupo de Apoio a Desastres (Gade) e agentes de defesa civil estaduais e municipais
.
"O nosso objetivo é prestar todo o apoio que a cidade precisa para restabelecer os seus serviços essenciais e diminuir o sofrimento das pessoas. Precisamos restabelecer a mobilidade, as vias danificadas, que impedem o tráfego de ônibus e de transporte escolar. Esse é o principal objetivo. Temos os recursos e queremos liberá-los com rapidez, porque estamos verificando pessoalmente o sofrimento das pessoas afetadas pelo desastre", destacou Alexandre Lucas.
Apoio federal
Em fevereiro e início de março deste ano, o MDR já havia disponibilizado cerca de R$ 6,3 milhões para ações de defesa civil em Petrópolis, que já sofria com as consequências das fortes chuvas. Por mais de uma semana, uma equipe da Defesa Civil Nacional esteve na cidade para dar assistência à população e apoiar o município nas solicitações de recursos. À época, foi reconhecido estado de calamidade pública, vigente por 180 dias.
Os recursos repassados à cidade fluminense foram destinados à aquisição de cestas básicas, kits de higiene pessoal, colchões, materiais de limpeza e kits de dormitório, com cobertor e lençol, além de limpeza em mais de 10 áreas da cidade, locação de veículos para ações de socorro e assistência e recuperação de pontes e guarda-corpos em diversas áreas do município.
Também foram aplicados recursos na recomposição e recuperação de vias públicas e de margens de rios que cortam a cidade, beneficiando mais de 120 mil moradores da região.