Notícias
Defesa Civil Nacional terá força tarefa para analisar projetos de prevenção a desastres
Brasília - Uma força tarefa deverá analisar nos próximos 30 dias todos os pedidos de recursos federais para obras de prevenção a desastres em tramitação na Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional. O objetivo é acelerar a tramitação das propostas de convênios e iniciar o mais rapidamente possível a execução dos projetos.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (31/01), em Brasília, pelo Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, em pronunciamento na abertura da primeira reunião do reformulado Conselho Nacional de Defesa Civil (Condec), convocada para informar as ações do governo federal em apoio às vítimas das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro e em outros Estados.
Participaram do evento representantes do Acre, Amazonas, Maranhão, Bahia, Pernambuco, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.
O Ministro declarou que por determinação da Presidenta Dilma Rousseff serão realizados estudos para modelar a nova estrutura do Sistema Nacional de Defesa Civil, com a adoção de políticas mais efetivas de prevenção a desastres.
Fernando Bezerra informou ainda que será criada uma linha de financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no valor de R$ 600 milhões, para custear a estruturação dos órgãos de defesa civil, especialmente nos Estados e municípios, com mapeamento de áreas de riscos e áreas vulneráveis, além da contratação de projetos. Nos próximos dias o banco divulgará uma circular com os requisitos e as condições da linha de crédito.
Outra iniciativa anunciada foi a realização de um seminário internacional sobre defesa civil, com presença de representantes do setor de diversos países, com o objetivo de compartilhar e difundir políticas e práticas de sucesso adotadas na prevenção de desastres, além de subsidiar o planejamento de ações a serem estruturadas no Brasil.
Também será criada uma comissão especial que terá prazo de 60 dias para apresentar um relatório com foco no diagnóstico das recentes tragédias naturais ocorridas no País e apresentar propostas indicando medidas de prevenção, pronta resposta e recuperação de áreas atingidas, com o propósito de reduzir os efeitos dos desastres. A comissão será presidida pelo assessor especial do Ministério da Integração Nacional, José Machado e terá como integrantes o professor e urbanista José Luiz Alqueres (relator), Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Júlio Falcão, da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, e o presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), Marcos Túlio de Melo, e membros do Condec.
Foram feitas ainda apresentações de Carlos Nobre, José Luiz Alqueres, Ricardo Ramos (BNDES) e Maurício Muniz, do Ministério do Planejamento, que falou sobre as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no âmbito da prevenção a desastres. Segundo ele a previsão é aplicar R$ 11 bilhões em projetos de prevenção de riscos e contenção de encostas em localidades com histórico de deslizamentos, e na redução de áreas vulneráveis.
Ao final do encontro foi realizado um debate coordenado pelo secretário Nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, em que os membros do Condec se manifestaram fazendo um relato da estrutura dos órgãos de defesa civil em suas respectivas regiões, bem como do risco potencial das áreas mais vulneráveis aos desastres.
Humberto Viana ressaltou o empenho da Sedec em se reaproximar dos órgãos de defesa civil dos Estados e municípios para definir estratégias conjuntas de prevenção e minimização dos efeitos de desastres.
O Conselho Nacional de Defesa Civil é composto por 15 membros efetivos, e tem representação do governo federal, Estados, municípios e entidades da sociedade civil. A próxima reunião do Condec ficou pré-agendada para a primeira quinzena de março.