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Defesa Civil e outros órgãos buscam integração de sistemas para desastres
Reunião realizada em Brasília visa a melhor atuação no atendimento a populações atingidas
A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) realizou na quarta-feira (22), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), workshop sobre a integração dos sistemas nacionais usados no atendimento à população atingida por desastres naturais. O objetivo foi trocar experiências entre o Sistema Único de Saúde (SUS), o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) para aperfeiçoar o Sistema Nacional de Proteção de Defesa Civil (Sinpdec).
Durante seu discurso de abertura, o secretário de Proteção e Defesa Civil, Adriano Pereira, disse que a ideia é integrar cada vez mais os órgãos que atuam nos desastres para ajudar a população atingida. O Sindpdec tem ações transversais entre vários ministérios.
O representante residente do PNUD, Jorge Chediek, elogiou o sistema brasileiro. Destacou que, depois da tragédia na região serrana do Rio de Janeiro, uma legislação específica foi criada, e ela está em constante aprimoramento.
O Brasil registra grande ocorrência de desastres naturais, e o número tem crescido nos últimos anos. De acordo com o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais, entre 1991 e julho de 2012 foram registrados, em média, 1.363 eventos por ano. Ao todo foram 31.909 eventos, dos quais 73% ocorreram na última década.
O maior número de casos está ligado à seca, cuja frequência é maior no Nordeste e representa 50,34% dos registros. As inundações bruscas foram as que deixaram mais mortos nos últimos anos. Os deslizamentos registraram a maior taxa de crescimento: entre 1990 e 2000 houve uma alta de 21,7 vezes no número de ocorrências.
Segundo a oficial de programas da área de políticas sociais do Pnud, Moema Freire, vários fatores contribuíram para o aumento e a intensidade dos desastres, como mudanças climáticas, que afetam a intensidade das secas e enchentes, ocupação desordenada do solo e aumento da urbanização. "Muitas vezes a população se fixa em áreas não apropriadas à urbanização. Isso aumenta a vulnerabilidade dessa população quando ocorrem os fenômenos climáticos."