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Debate sobre ampliação de rotas aéreas no Nordeste pode potencializar o desenvolvimento regional
O plano apresentado pela Sudene pretende criar 12 novas rotas para incrementar as atividades econômicas na região, além de intensificar a atuação dos aeroportos regionais como pontos estratégicos para a integração entre diversos meios de transporte (Foto: Sudene)
Brasília (DF) – A quantidade de rotas aéreas disponíveis à Região Nordeste pode aumentar. Nesta semana, representantes da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), instituição vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), apresentaram ao Ministério da Infraestrutura uma proposta para fortalecer a malha aérea regional em sua área de atuação, que compreende os nove estados nordestinos e as porções norte do Espírito Santo e de Minas Gerais. O MDR atuou no apoio à gestão e na articulação da proposta.
“A ideia é atendermos a demanda suprimida que hoje existe na região, especialmente relativa ao turismo, que representa uma porção importante do PIB da área de atuação da Sudene. Além disso, também vamos poder estimular o desenvolvimento das regiões, que poderão passar a contar com mais oportunidades de investimentos e de movimentação da economia”, destaca o diretor de Desenvolvimento Regional e Urbano do MDR, Francisco Soares.
O plano pretende criar 12 novas rotas para incrementar as atividades econômicas na região, além de intensificar a atuação dos aeroportos regionais como pontos estratégicos para a integração entre diversos meios de transporte. Foi proposta a criação de 12 novas rotas: Sobral e Iguatu, no Ceará; Balsas, no Maranhão; São Raimundo Nonato, Picos, Bom Jesus e Corrente, no Piauí; Cajazeiras, na Paraíba; Arapiraca, em Alagoas; Feira de Santana e Paulo Afonso, na Bahia; e São Mateus, no Espírito Santo.
As demandas, segundo o superintendente da Sudene, general Carlos César Araújo Lima, surgiram a partir de ações já implementadas no âmbito da Superintendência, como o G52 e o Projeto de Desenvolvimento Federativo. “Partimos do desafio de identificar se os voos não existem porque a economia local não os sustenta ou se é a própria atividade econômica que não cresce em virtude da inexistência da oferta de rotas”, ponderou.
Planejamento
Uma das propostas da Sudene é ampliar a oferta de voos para as cidades intermediárias a partir do mapeamento de aeroportos que podem viabilizar a estratégia de implementação e interiorização das ações do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE). A análise dos terminais aeroportuários regionais utilizou a base de dados do IBGE Cidades, do Plano Aeroviário Nacional (PAN) 2018 - 2038, da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, além de informações de sites oficiais sobre operações de voos comerciais.
Na avaliação da Sudene, os terminais aéreos nas cidades selecionadas possuem localização estratégica junto aos principais corredores logísticos do Nordeste e integram região de influência de grandes atividades econômicas, como a produção de grãos e mineração, além de os arranjos produtivos locais próximos aos ramais do Projeto de Integração do Rio São Francisco.
“A aviação apresenta uma grande contribuição para o desenvolvimento regional. Ela traz mais capilaridade e tráfego a destinos importantes para a economia do Nordeste, viabilizando a ligação de cidades e ampliando as oportunidades de negócios”, avaliou o coordenador-geral de Cooperação e Articulação de Políticas da Sudene, Renato Vaz.
O secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Saggioro Glanzmann, elogiou a iniciativa e destacou que a articulação entre as empresas aéreas e a iniciativa pública pode criar as condições necessárias para viabilizar as propostas apresentadas. “Podemos unir os aspectos econômicos e sociais às razões econômicas e operacionais das empresas aéreas. É fundamental ouvi-las, assim como os governos estaduais, na busca por incentivos competitivos ao setor. Queremos chegar a 200 cidades atendidas pela aviação regular. E boa parte destes territórios está no Nordeste. Por isso, estamos alinhados a esta ação da Sudene”, concluiu.
A próxima etapa do projeto inclui a apresentação das ações às empresas do setor que operam no Nordeste. Os encontros devem acontecer a partir de setembro.
*Com informações da Sudene