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Contenção de margens do São Francisco é discutida na
Representantes dos Ministérios da Integração Nacional e dos Transportes, da Codevasf, do Exército Brasileiro e do Corpo de Engenharia do Exército Americano (Usace) reuniram-se, nessa quinta-feira (09/06), na sede da Codevasf em Brasília para discutir técnicas relativas à contenção de margens de rios. O foco do encontro foi o aperfeiçoamento do trabalho que vem sendo realizado para viabilização da hidrovia do São Francisco, a qual será um vetor de desenvolvimento para a região Nordeste. Também participaram do evento representantes da Agência Nacional de Águas (ANA), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outros órgãos e empresas ligados à área.
Na abertura dos trabalhos, o presidente interino da Codevasf, Clementino Coelho, ao dar as boas-vindas aos participantes, ressaltou a expectativa quanto às discussões que iriam ocorrer, em especial, em torno da apresentação dos trabalhos desenvolvidos pelos norte-americanos e a recuperação e a contenção de margens degradadas. "Já tivemos a oportunidade de conhecer a experiência do exército norte-americano no rio Mississipi. Queremos aprender com eles outras experiências, pois consideramos que a hidrovia é um vetor importante tanto do ponto de vista econômico, quanto na geração de emprego e renda", ressaltou. Em seu pronunciamento, salientou também a importante parceria que a Codevasf firmou com o Exército Brasileiro na revitalização das margens do São Francisco, com o projeto do campo de provas de Barra, na Bahia.
Em seguida, o general Jorge Fraxe, do Exército Brasileiro, em seu discurso, destacou o potencial econômico do São Francisco e ressaltou a importância de se procurar investimentos em prol da navegabilidade no rio. "A Codevasf tem aptidão para fazer isso, mas para realizá-lo, juntamente com o Exército Brasileiro, é importante essa aproximação com o Exército Norte-americano", explicou.
Durante a apresentação institucional do USACE, o general Semonite, do Corpo de Engenharia do Exército Americano, apresentou a navegação fluvial norte-americana, explicando o trabalho de gerenciamento de recursos hídricos dos Estados Unidos. "A nossa intenção é auxiliar o Exército Brasileiro no desenvolvimento da hidrovia do rio São Francisco. Estamos comprometidos com a ideia de estabelecer essa parceria. Estamos nos colocando à disposição nesse processo de transferência de tecnologia", afirmou.
APRESENTAÇÕES E DEBATES
O encontro prosseguiu com explanações e discussões sobre diversos aspectos ligados a recuperação de margens degradadas. A importância estratégica da navegação fluvial do rio São Francisco foi o tema apresentado pelo engenheiro naval Joaquim Carlos Riva. Em sua apresentação, ressaltou a importância estratégica da navegação do Velho Chico e a necessidade de investimentos nessa área. "É urgente a necessidade de elaboração de um plano de resgate e gestão física, hídrica, ambiental e socioeconômica da calha do rio, corrigindo o processo de degradação que atinge o caudal fluvial e criando condições e normas que viabilizem seu aproveitamento estratégico", salientou.
Na sequência, o gerente de Empreendimentos Socioambientais da Codevasf, Fabrício Líbano, falou dos projeto de contenção de margens desenvolvido pela Companhia. O objetivo geral é atuar nas áreas degradadas ao longo do São Francisco, abordando a ocupação urbana nas áreas próximas à sua margem bem como as políticas públicas e práticas sócio-ambientais desenvolvidas na região. A partir da análise de dados, levantamento de campo e estudos hidrológicos específicos, o estudo propõe soluções para mitigar os impactos ambientais. Os estudos abordam o caso específico da área localizada no estado da Bahia, no trecho conhecido como médio São Francisco entre os municípios de Barra e Ibotirama.
Em seguida, Marcello Salles e Wade Ross, integrantes do Corpo de Engenheiros da USACE, apresentaram o trabalho de contenção de erosão de margens desenvolvido nos Estados Unidos. Foram explicados conceitos e metodologias aplicados, como uso de espigões, defletores de fluxo, colchão de fibras vegetais, sacos de solo-cimento, pneus e outros materiais, além de procedimentos de manutenção de taludes dos rios após o controle da erosão e tipos de gramíneas ou espécies arbustivas usadas, bem como outros procedimentos usuais. Outros temas discorridos foram os trabalhos de dragagem e os procedimentos para licenciamento ambiental de intervenções na via fluvial.
Para finalizar as apresentações, o Exército Brasileiro apresentou os trabalhos executados no Campo de Provas, em Barra (BA). Num trecho de 12 km, foram executados 3.800 m. Um vídeo mostrou a situação antes e depois das intervenções, explicando todas as etapas, desde a análise do solo, levantamento topográfico até o trabalho de conformação de margens, com a confecção de trincheiras e defletores.
Encerrando o evento, o diretor interino da Área de Revitalização de Bacias Hidrográficas da Codevasf, Guilherme Almeida, agradeceu a presença de todos e salientou a importância do evento. "Tudo é um aprendizado, pois o rio é como um ser vivo, mutável. É preciso lembrar sempre disso. Temos que trabalhar para buscar soluções que sejam econômicas, viáveis e que ofereçam proteção ao rio. O futuro desse trabalho depende muito das parcerias que estamos buscando", concluiu.
Fonte: Codevasf/Assessoria de Comunicação e Promoção Institucional