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Conheça a história do agente de defesa civil homenageado pelo Ministério da Integração Nacional
Ricardo Correa foi soterrado quando resgatava famílias de áreas de risco em Petrópolis (RJ) e passou 120 dias no hospital, mas voltou a exercer a profissão
Superação e esperança. São essas as palavras que definem Ricardo Correa, agente da Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Em 17 de março de 2013, ele foi soterrado quando resgatava famílias de áreas de risco após um temporal. Foram algumas horas debaixo de escombros e 120 dias em um hospital da cidade. Recuperado das várias fraturas e do quadro de insuficiência respiratória, o agente voltou a exercer a profissão para salvar outras vidas.
O Ministério da Integração Nacional reconheceu formalmente o ato heroico de Correa na terça-feira (04), durante a abertura da 2ª Conferência Nacional de Proteção e Defesa Civil (CNPDC), em Brasília. O agente foi agraciado com a Medalha Defesa Civil Nacional, entregue a 39 personalidades que se destacaram por relevantes serviços prestados ao país e à comunidade nacional, em assuntos de defesa civil. Entre os homenageados estão dois colegas do agente, mortos durante a ação. Familiares receberam a honraria.
Além de Petrópolis, Correa esteve presente em ocorrências de desastres naturais na cidade de Niterói (RJ), no estado Santa Catarina e em outras localidades. Ele acredita que as pessoas precisam se informar melhor sobre assuntos relacionados a segurança e a defesa civil. "O desastre pode estar na casa de cada um. Preze o seu vizinho, não converse com ele apenas sobre futebol ou sobre a novela. Converse sobre segurança, sobre defesa civil, se eduque, conheça. O poder público está a seu favor, não tenha medo dele", aconselha.
Ministério da Integração Nacional
-O que representa, para o senhor, a homenagem do Ministério da Integração Nacional?
Ricardo Correa
-Essa medalha tem uma representação muito grande, principalmente quando se trata dos valores humanos que se interpretam nas ações da defesa civil. Eu tenho orgulho de recebê-la, mas dois companheiros que estavam comigo faleceram e as famílias deles quem receberam. A medalha, em si, é apenas um símbolo, mas a força de vontade, a questão de você melhorar a cada dia o teu município, a tua cidade, o teu país, é uma questão involuntária. Acredito que o trabalho da Defesa Civil está em crescimento e deve ser reconhecido, não importa que seja por uma medalha, pelo reconhecimento da pessoa civil ou por qualquer momento.
MI
-Qual a importância da 2ª Conferência Nacional de Proteção e Defesa Civil, que vai selecionar propostas para o aprimoramento da política nacional para o setor?
Ricardo -Acredito que qualquer evento que passe mais conhecimento, que dê uma doutrina, um linguajar e avance para dentro do nosso Brasil - aquele Brasil que tem uma deficiência, que tem uma vulnerabilidade - é de grande porte. A defesa civil não é o ato de salvar um desastre, é não deixar que um desastre aconteça. É um gesto muito bonito e torço para que os ministérios e as secretarias continuem se desenvolvendo mais nesta união em prol do setor.
MI
-Você já trabalhou em diversas ocorrências de desastres naturais e quase perdeu a vida em um desses episódios. O que pode dizer às pessoas sobre sua experiência?
Ricardo -A vida é muito curta pra viver de fingimentos. O desastre pode estar na casa de cada um. Preze o seu vizinho, não converse com ele apenas sobre futebol ou sobre a novela. Converse sobre segurança, sobre defesa civil, se eduque, conheça. O poder público está a seu favor, não tenha medo dele. Procure a Defesa Civil do seu município, procure o agente do seu bairro, faça a sua Defesa Civil cada vez mais forte: só juntos poderemos reduzir os desastres. Este é o exemplo que eu levo para todos.