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Comunidades quilombolas participam de oficinas de desenvolvimento social do Projeto São Francisco
Além de receber a capacitação, 221 famílias trocaram as antigas casas de taipa por outras de alvenaria. Essas são algumas das ações ambientais promovidas no sertão nordestino
O Ministério da Integração Nacional concluiu, nesta semana, na comunidade quilombola de Conceição das Crioulas, localizada no município pernambucano de Salgueiro (PE), mais uma oficina temática sobre desenvolvimento social. Ao todo, 12 comunidades quilombolas participaram de ações como esta desde 2012. Essa é uma das frentes de trabalho do Programa de Desenvolvimento das Comunidades Quilombolas, uma das 38 estratégias ambientais do Projeto de Integração do Rio São Francisco.
Durante as oficinas são abordados diversos assuntos relacionados ao desenvolvimento dos quilombos, entre eles: noções de associativismo e empreendedorismo; gestão de resíduos sólidos; agricultura orgânica e agrofloresta; criação de animais de pequeno e médio porte; implantação de viveiros; apicultura; planejamento estratégico; e comercialização e divulgação de produtos. "Estes encontros favorecem o desenvolvimento da comunidade e são um estímulo para que os moradores participem", avalia Osmando de Souza, líder da comunidade de Queimadas, em Mirandiba (PE).
As oficinas de desenvolvimento social já percorreram três municípios pernambucanos. Em Cabrobó, foram capacitados moradores das comunidades de Jatobá II, Cruz dos Riachos e Fazenda Santana. Além de Queimadas, outras seis comunidades localizadas na cidade de Mirandiba participaram da ação: Araçá, Juazeiro Grande, Feijão/Posse, Pedra Branca e Serra do Talhado. Em Salgueiro, a capacitação foi realizada nas comunidades de Conceição das Crioulas, Sítio Santana e Contendas.
Em outra frente, o Ministério da Integração Nacional, em parceria com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) investe na melhoria das condições de moradia dos quilombolas. Até o momento, 221 famílias trocaram as antigas casas de taipa por outras de alvenaria. Dessas, 66 estão em Salgueiro, 47 em Mirandiba, 44 em Custódia e 24 em Cabrobó. Outras 107 casas estão em construção. "Estas ações mostram a importância deste programa para o desenvolvimento das comunidades quilombolas, a exemplo de outras iniciativas em execução, tais como construção de banheiros e implantação de sistemas de abastecimento de água", explica Elianeiva Odísio, coordenadora-geral de Programas Ambientais da Secretaria de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional.
Para conciliar desenvolvimento econômico e uso sustentável dos recursos naturais, o Ministério da Integração Nacional promove uma série de ações socioambientais dentro do Programa de Integração do Rio São Francisco. Uma delas é o Programa de Apoio Técnico às Prefeituras que promove, entre outras ações, a realização de audiências públicas para discutir o Plano Diretor Municipal das localidades de abrangência do projeto. Ao todo, os recursos para ações de compensação ambiental somam R$ 1 bilhão e vão trazer benefícios econômicos, sociais e ecológicos para as localidades na área de abrangência do empreendimento.
Frentes de trabalho - Atualmente, as obras da Integração do Rio São Francisco mobilizam 4 mil trabalhadores e 1,3 mil equipamentos. Até junho a força de trabalho vai dobrar. Em alguns pontos, como o lote 8, em Salgueiro (PE), e o lote 14, em São José de Piranhas (PB), as equipes se revezam 24 horas por dia.
A partir de dezembro de 2012, duas novas frentes de serviço foram abertas, em Jati (CE) e nos municípios pernambucanos de Salgueiro e Cabrobó. São mais de 2,1 mil pessoas trabalhando nesses trechos.
A Integração do São Francisco é a maior obra de infraestrutura hídrica já realizada no Brasil e está entre as maiores do mundo. Após estudar várias alternativas, constatou-se que este projeto é o mais eficiente para garantir o fornecimento adequado de água para região. O empreendimento vai levar água para mais de 12 milhões de pessoas em Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.