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Centro apoiado pelo MI recupera aves de rapina da Caatinga
Animais são resgatados na região do Projeto São Francisco e podem retornar à vida selvagem após recuperação
O Centro de Conservação e Manejo da Fauna da Caatinga (Cemafauna) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) abriga 30 aves de rapina do bioma. Os gaviões, corujas, falcões e águias foram encontrados por profissionais do Ibama ou resgatados em áreas próximas ao Projeto de Integração do Rio São Francisco, executado pelo Ministério da Integração Nacional. Aqueles que estiverem aptos para retornar à natureza serão reintegrados à vida selvagem.
Os animais chegam ao Cemafauna debilitados, algumas vezes com fraturas, e são tratados por veterinários e biólogos nos viveiros do centro. Um estagiário, estudante de Medicina Veterinária, também contribui com o processo utilizando técnicas de falcoaria (arte de criar, cuidar e treinar falcões e outras aves para a caça).
O Cemafauna liberou três bichos em agosto, em Salgueiro, no sertão central de Pernambuco: um carcará jovem e dois gaviões carijó (um jovem e um adulto). Resgatado ainda filhote, perto da obra do Projeto São Francisco, o carcará chegou ao centro magro e sem condições de voo. Foram oito meses de recuperação.
Nem todos os animais são reintegrados diretamente à natureza. As espécies cujas habilidades de sobrevivência ficam comprometidas são encaminhadas para zoológicos ou criadores científicos credenciados junto a órgãos ambientais. "A estrutura do Cemafauna é um ambiente de passagem, para recuperação e reintrodução à natureza ou transferência para um local mais adequado", detalha o veterinário Fabrício Silva, analista ambiental do Cemafauna.
Cemafauna
Construído com recursos do Projeto São Francisco e localizado em Petrolina (PE), o Cemafauna possui laboratórios sofisticados com aparelhos para fazer sequenciamento de DNA, clínica veterinária completa, ultrassom e UTI, corredor de vento para aves em recuperação, serpentário e espaço para outros répteis. O local possui um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), referência regional na recuperação de animais selvagens vítimas do tráfico e de acidentes nas estradas.
O resgate e a reintegração de animais à vida selvagem é uma das atividades de destaque do Cemafauna. Esse trabalho foi reconhecido, por exemplo, pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) no início deste ano. O livro "Velho Chico - A experiência da Fiscalização Preventiva Integrada na Bahia", organizado pelo órgão, cita o Centro como parceiro no acolhimento de bichos resgatados do tráfico e de cativeiros.