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As mulheres do Projeto de Integração do Rio São Francisco
Conheça um pouco da história de três profissionais que trabalham no maior empreendimento de infraestrutura hídrica do país.
Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, o Ministério da Integração Nacional (MI) ouviu histórias das mulheres que trabalham no Projeto de Integração do Rio São Francisco. O maior empreendimento hídrico do país conta com a força de trabalho de engenheiras civis, agrônomas, assistentes sociais, veterinárias, biólogas, arqueólogas e outras profissionais. Algumas delas compartilham a experiência de exercer suas profissões em meio a mudanças de cidade, de rotina e de cultura.
A agrônoma Mariana Pacheco, nascida em Ipameri (GO) e ex-moradora de Taiobeiras (MG), chegou à obra em 2008 ao mudar-se para Salgueiro (PE), no Eixo Norte do projeto. Ela vive na cidade com o marido engenheiro e dois filhos. Além de acompanhar de perto a superação dos sertanejos na convivência com a seca, a profissional testemunhou o desenvolvimento do município, com o surgimento de academias, mercados, restaurantes e a evolução da gastronomia local.
Aos 36 anos, a coordenadora setorial de uma das empresas responsáveis pela obra conta como foi ingressar em um universo no qual a presença dos homens é mais comum que a das mulheres. "Acho que é um desafio. Tive que mostrar minha competência para ter respeito da equipe. Depois fui reconhecida e subi de cargo. A mulher está ganhando mais espaço no mercado de trabalho, muito em função da capacidade de negociar, dialogar e liderar pessoas", opina a agrônoma.
A engenheira Márcia Gondim, 49 anos, também enfrentou desafios semelhantes. Supervisora ambiental e de segurança do trabalho, ela comanda uma equipe de 89 homens no Trecho I do Projeto São Francisco. "Foi difícil trabalhar com um monte de homens e se impor", lembra a profissional nascida Rio de Janeiro (RJ), mas que morava em Recife (PE) antes de se mudar para Salgueiro. "No entanto, consigo desenvolver bem meu trabalho", completa.
Márcia trabalha desde 2007 no empreendimento hídrico. Ela afirma que, desde então, passou a entender melhor os problemas e dificuldades da região do semiárido. "Minha expectativa é que a obra cumpra sua finalidade principal e leve água a esse povo tão sofrido", finaliza.
Uma das principais profissionais envolvidas com o Projeto São Francisco trabalha pela segurança hídrica do Nordeste Setentrional desde 2004, três anos antes do início das obras. A engenheira Elianeiva Odisio, 57 anos, natural de Quixadá (CE) e moradora de Fortaleza (CE), é coordenadora de Programas Ambientais. A sala onde trabalha fica em Brasília (DF), na sede do MI, mas ela viaja pelo menos uma vez por mês para acompanhamento das atividades.
"Passei a vida toda trabalhando em obras, sempre viajando. Isso me deixou pouco tempo com meus filhos, mas eles sempre entenderam. No projeto, trabalho com famílias reassentadas em razão das obras", explica. "Sobre o papel da mulher, acredito que estamos no mercado de trabalho sem problemas. Já tive dificuldades em reuniões onde sou a única. Mas acredito que o único desafio é esse: estar em menor número em relação aos homens", explica Elianeiva.
Veja depoimentos da mulheres que trabalham no Projeto São Francisco .