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63ª Reunião Anual da SBPC expõe objetos pré-históricos resgatados do Projeto São Francisco
Vasilhas de 2000 anos. Machadinhas de 5.000. Pontas de lança de 10.000. Estes são alguns dos objetos pré-históricos encontrados na área do Projeto São Fracisco e que estão em exposição no estande do MI na 63ª Reunião Anual da SBPC.
Parte integrante do Projeto Básico Ambiental, o Programa de Identificação e Salvamento de Bens Arqueológicos tem como objetivo não só o resgate de achados antigos na área de abrangência do projeto, mas o conhecimento de aspectos sócioculturais dos povos que habitaram a região.
"Através desses achados podemos conhecer melhor os grupos que ocupavam a região, tanto os seus rituais como seus hábitos de caça, tecnologia na construção das moradias e fabricação de ferramentas", explica Daniela Cineiros, arqueóloga do Instituto Nacional de Arqueologia, Paleontologia e Ambiente do Semi-Árido - Inapas, parceiro do MI no Projeto São Francisco e que participa da exposição.
Aloísio Medeiros, professor de história do Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, classificou como importantíssimo o trabalho arqueológico realizado no local : "é fundamental para o conhecimento da nossa herança cultural". Ele ressaltou ainda a relevância dos estudos para "a ampliação do que sabemos sobre a pré-história e a história do Brasil".
As peças históricas e pré-históricas expostas no estande tem causado muita curiosidade nos visitantes. Vão desde moedas portuguesas do século 18, passando por vasilhas cerâmicas tupiguarani com mais de 2000 anos de idade, até pontas de lança em quartzo ou silex que podem alcançar datação de 10.000 anos.
Isak de Castro, funcionário da Secretária de Educação de Pernambuco, ficou impressionado com os artefatos e aprovou as atividades de arqueologia realizadas no Projeto São Francisco: "não é só fazer obras, já que tem que mexer na terra, que se aproveite o patrimônio encontrado".
A presença dos objetos e de arqueológas do Inapas no estande do MI, mostrou-se de grande importância para a divulgação das atividades arqueológicas na área do São Fracisco. "Eu nem imaginava que este tipo de atividade era feita no projeto", contou Naguiza Thoanne, da Secretaria de Educação de Pernambuco, "acho que falta divulgação", completou. Maycon Bevilaqua, que também não sabia das ações, disse achá-las importantes "para que os próprios povos mantenham a identidade conhecendo o seu patrimônio histórico".