Mobilização Social
Mobilização centrada em quatro eixos estruturais
A mobilização social proposta pelo COM+ÁGUA tem como eixos estruturais quatro áreas que mantêm interdependência entre si: organização, educação, comunicação e cultura. A partir do mapeamento de cada uma delas, apresentado no Diagnóstico Situacional de Mobilização Social I, cada comitê gestor desenvolve planos de ação para os subprojetos 7 – Instâncias Participativas, 8 – Comunicação Social e 9 – Educação e Cultura. Todo projeto deve ter seu Plano de Mobilização Interna e Externa elaborados. O plano é o guia das ações e importante ferramenta de planejamento da área social para o envolvimento de todos na conservação de água.
A mobilização social que se apresenta é um processo dinâmico e permanente de envolvimento, comprometimento e mudança de valores e comportamentos, tanto dos funcionários quanto da população usuária dos serviços. O COM+ÁGUA inclusive adota uma matriz conceitual e metodológica desenvolvida pelo coordenador de mobilização, Rodolfo Inácio Cascão, e colaboradores a qual sintetizada no que denomina os dez elementos da mobilização social. “É um jogo social cuja tática é o 4-3-2-1. A base são os quatro eixos da mobilização social: organização, comunicação, educação e cultura. A participação social se expande em três ondas: um núcleo gestor, os multiplicadores e um trabalho de massa. As ferramentas de uma boa mobilização social são duas: o planejamento estratégico e a educação popular. Tudo isso traduzido em um jeito brasileiro de mobilizar: a linguagem lúdica e festiva”, explica Cascão.
O COM+ÁGUA parte do pressuposto de que a reduzida eficácia dos programas que têm só ações técnico-operacionais ou campanhas educativas esporádicas necessariamente não efetivam uma mudança cultural nas pessoas que atuam nas operadoras e na população em geral. Por isso se baseia na experiência de mobilização social em resíduos sólidos urbanos e na metodologia desenvolvida pelo PMSS no SAAE Guarulhos para o desenvolvimento de estratégias de comunicação, cultura, capacitação, educação ambiental, construção de instâncias participativas que tenham como ponto central tanto o público interno como o externo na construção da rede participativa. O objetivo é fortalecer uma nova forma de gestão da água em sistemas de abastecimento, caracterizada pela gestão eficiente e focada na demanda. “Reduzir as perdas é muito mais do que um desafio técnico, é uma necessidade ética, um compromisso do setor saneamento com a sociedade, o meio ambiente e as futuras gerações”, esclarece a consultora Mara Rosa.
Os quatro eixos estruturais da mobilização social
INSTITUCIONALIDADE | MUDANÇA CULTURAL INTERNA | MUDANÇA CULTURAL EXTERNA | |
ORGANIZAÇÃO |
Existência de setor comunitário; existência de comitê de conservação com boa intersetorialidade, com planos operacionais e de mobilização, planos internos e externos e ACD’s – Agentes de Combate ao Desperdício. |
Reuniões periódicas da diretoria, do comitê, ACD’s e funcionários. | Constituição de cooperação com órgãos públicos; parcerias com entidades da sociedade civil; participação em redes, comitê de bacia. |
COMUNICAÇÃO |
Atendimento ao usuário: Assessoria de Comunicação Social. com jornalista, equipe e logística com espaço de trabalho e contrato com agência: presença na mídia.
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Murais; intranet; boletins periódicos; folheterias variadas e específicas; vídeos; eventos de integração. | Eventos de visibilidade; produções cooperadas. |
EDUCAÇÃO |
Existência de departamento pessoal/RH; setor de educação ambiental. | Cursos de capacitação; seminários; eventos internos; espaços para reuniões e treinamentos; equipamentos e recursos pedagógicos; materiais educativos. | Cooperações com instituições escolares; visitas monitoradas. |
CULTURA |
Grupos artísticos contratados e/ou próprios; envolvimento de talentos da casa em eventos. | Produção de artigos e sistematização; participação nas produções de comunicação, organização e de educação. | Solicitação dos grupos artísticos em eventos públicos |
Indicadores de mobilização social
O COM+ÁGUA, em sua fase de monitoramento e avaliação, trabalha com os seguintes indicadores de mobilização social:
1. índices de mudança cultural (Imud) - visam acompanhar as mudanças de valores e atitudes:
1.a) entre os funcionários diretos e indiretos do prestador de serviço:
Índice de mudança cultural interna (Imin);
1.b) entre a comunidade e a sociedade organizada:
Índice de mudança cultural externa (Imex);
2. Índice de gestão da mobilização (Iges) - visa identificar o grau de institucionalidade:
2.a) das instâncias organizativas;
2.b) das áreas de comunicação, educação e cultura.