Balanço Hídrico
Seguindo o caminho da água para descobrir as perdas.
Uma das bases do COM+ÁGUA para o combate às perdas é a formatação do balanço hídrico. “Trata-se de uma poderosa ferramenta de gestão, pois dela podem ser gerados diversos indicadores de desempenho para o acompanhamento das ações técnicas, operacionais e empresariais”, descreve a consultora Milene Aguiar, especialista em perdas que atuou junto com Julian Thornton na capacitação teórica e em processo do pessoal dos prestadores de serviço do COM+ÁGUA.
Com estrutura desenvolvida pela IWA, o balanço hídrico apresenta as variáveis mais importantes para a composição dos fluxos e usos da água nas empresas de saneamento. “Quanto mais detalhados esses fluxos, mais confiabilidade se tem nos indicadores de perdas de água, mais se conhece onde elas estão: se o problema está na rede, em vazamentos, em infra-estrutura, em pressões, ou nas fraudes e submedições dos hidrômetros”, ressalta o consultor Julian Thornton.
A dupla de consultores atuou nos projetos demonstrativos, tanto nos cursos teóricos quanto na capacitação em processo, junto ao pessoal técnico dos parceiros orientando quanto a aplicação da planilha de cálculoWB-EasyCalc, para a formatação da ferramenta de gestão. “O cálculo do balanço hídrico requer medições ou estimativas criteriosas em cada ponto de controle definido no sistema. O período de avaliação das grandezas envolvidas geralmente é de 12 meses, o que faz com que os valores apresentados representem uma média anualizada dos componentes, absorvendo as sazonalidades”, explica Milene Aguiar.
O balanço hídrico e seus componentes
Com base nas considerações da IWA, os componentes do balanço hídrico podem ser assim definidos:
Água fornecido ao sistema: volume anual de água introduzido na parte do sistema de abastecimento que é objeto do cálculo do balanço hídrico.
Consumo autorizado: volume anual medido e/ou não medido fornecido a consumidores cadastrados, à própria companhia de saneamento (usos administrativos ou operacionais) e a outros que estejam implícita ou explicitamente autorizados a fazê-lo, para usos domésticos, comerciais ou industriais.
Perdas de água: volume referente à diferença entre a água que entra no sistema e o consumo autorizado.
Consumo autorizado faturado: volume que gera receita potencial para a companhia de saneamento, correspondente à somatória dos volumes constantes nas contas emitidas aos consumidores. É composto pelos volumes medidos nos hidrômetros e volumes estimados nos locais onde não há hidrômetros instalados e volumes previstos, segundo critérios da política de cobrança.
Consumo autorizado não faturado: volume que não gera receita para a companhia de saneamento, oriundo de usos legítimos da água no sistema de distribuição. É composto de volumes medidos (como uso administrativo da própria companhia) e volumes não medidos, a estimar, tais como a água utilizada no combate a incêndios, lavagem de ruas, rega de espaços públicos e a água empregada em algumas atividades operacionais da companhia de saneamento (lavagem de redes e de reservatórios, por exemplo).
Perdas aparentes: correspondem aos volumes consumidos, porém não contabilizados, associados aos erros de medição, fraudes e falhas no cadastro comercial da companhia de saneamento.
Perdas reais: correspondem aos volumes que escoam através de vazamentos nas tubulações ou reservatórios e extravasamentos nos reservatórios.
Águas faturadas: representam a parcela de água comercializada, traduzida no faturamento.
Águas não faturadas: representam a diferença entre o total anual da água que entra no sistema e o consumo autorizado faturado. Esses volumes incorporam as perdas reais e aparentes, bem como o consumo autorizado não faturado.
Fluxograma do Balanço Hídrico