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Bolsa Família: o caminho para a transformação social
Um trabalho de formigas: conjunto, articulado, árduo, em prol de todos. A missão de reconstruir as políticas públicas brasileiras se assemelha a essa imagem. Se hoje elas guiam o caminho da doutora em ciências biológicas Isamara Mendes da Silva, especialista na pesquisa desses insetos, é porque, durante 18 anos, o país teve o Bolsa Família e um escopo de iniciativas que possibilitaram tirar o Brasil do mapa da fome e promoveram a inclusão e a ascensão social.
O programa só vai dar certo se o cadastro permitir que o benefício chegue exatamente às mulheres, homens e crianças que precisam desse dinheiro”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
Após ter seus princípios interrompidos, o Governo Federal relançou o Bolsa Família em cerimônia no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (02.03). O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou a Medida Provisória (MP 1.164/23) que estabelece as diretrizes e o desenho do novo programa, que começa a ser pago em 20 de março.
“Gostaria que vocês levassem em conta que este não é um programa de um governo, de um presidente da República. Ele é um programa da sociedade brasileira e que só vai dar certo se a sociedade brasileira assumir a responsabilidade de fiscalizar o Cadastro Único”, destacou o presidente Lula. “O programa só vai dar certo se o cadastro permitir que o benefício chegue exatamente às mulheres, homens e crianças que precisam desse dinheiro”, prosseguiu.
Durante o evento, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, explicou as novas diretrizes do programa (veja aqui o detalhamento) , ressaltando o conjunto de medidas que visam promover a erradicação da pobreza por meio da integração de políticas públicas.
“É um programa que, desde 2003, durou 18 anos. O Fome Zero, em seguida o Bolsa Família, ajudou a retirar milhares de crianças do trabalho infantil, tornou-se uma referência para o mundo, ajudou na saúde, mas ajudou, de modo especial, a matrícula, a escolaridade, e isso é fundamental”, pontuou Wellington Dias.
Emancipação
Foi exatamente chegando a quem mais necessitava, a exemplo da família de Isamara, que o Programa Bolsa Família transformou a vida de milhões de pessoas que tiveram acesso a direitos básicos como saúde, educação, assistência social e moradia, permitindo a superação da pobreza.
Filha de feirantes na pequena Cândido Sales, no interior da Bahia, Isamara e os outros quatro irmãos – um deles morreu logo após o parto – nasceram em casa, sem acesso a hospital. Ela recordou do início do programa em 2003, quando a mãe foi incluída no Bolsa Família.
“Lembro que fiz até pedido na fitinha do Senhor do Bonfim para que ‘mainha’ recebesse o Bolsa Família. Guardo com carinho na memória o dia em que ela chegou em casa com os olhos brilhando de alegria, trazendo a notícia de que havíamos conseguido o benefício”, disse Isamara, no palco montado no salão do Palácio do Planalto.
Fotos: Ricardo Stuckert/ PR |
Graças ao Bolsa Família, pude comprar meu primeiro livro de ficção. Desde então, a literatura se tornou parte importante da minha vida. Também graças ao Bolsa Família, passamos a comer pão todos os dias antes de ir para escola”
Isamara Mendes, doutora em ciências biológicas
O pagamento do benefício é feito prioritariamente em nome da chefe familiar. “Pela primeira vez na vida, mainha conquistou o direito de administrar uma renda.” O investimento foi feito na educação dos filhos, que pela primeira vez puderam ter um caderno para estudar. “Esse foi um dos dias mais felizes da minha vida!”
A partir desse momento, quando Isamara tinha 10 anos, ela começou a nutrir o desejo de fazer curso superior. “Graças ao Bolsa Família, pude comprar meu primeiro livro de ficção. Desde então, a literatura se tornou parte importante da minha vida. Também graças ao Bolsa Família, passamos a comer pão todos os dias antes de ir para escola.”
Com o incentivo, a irmã mais velha passou na universidade pública: “Naquele dia, sem precisar dizer uma palavra, cada um de nós, lá em casa, soube que estávamos mudando o rumo da nossa história”, continuou Isamara, que tempos depois ingressou na Universidade Estadual da Bahia, em Vitória da Conquista.
Ela conseguiu morar em outra cidade e concluir a graduação também por ter recebido bolsas de iniciação científica. Mesmo caminho para o mestrado e o doutorado, ambos na Universidade de São Paulo (USP). Uma frase dita pelo seu pai a estimulou a seguir nessa trajetória: “Lula disse que até filho de pobre vai ser doutor”, recordou Isamara.
“Hoje sou bióloga, sou cientista, estudo a ecologia de insetos e tenho um interesse especial pelas formigas. Hoje são elas que guiam o meu caminho. ‘Painho’, Lula estava certo, eu me tornei doutora”, concluiu o discurso, arrancando palmas emocionadas no Salão Nobre do Palácio do Planalto.
Busca ativa
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome identificou, graças ao trabalho de busca ativa do Governo Federal, cerca de 700 mil famílias que têm direito ao Bolsa Família e não estavam recebendo o mínimo de R$ 600. A partir de março, elas entrarão no programa com a esperança de transformar suas vidas.
“Isamara, que nos fez chorar, quero dizer que a sua história é representativa, porque ao contrário do que se tentou, com a destruição do que havia, o Bolsa Família não é só transferência de renda. O programa é uma política de vida, para uma vida melhor. O seu depoimento diz muito sobre o alicerce da educação, integrado com tantas políticas”, definiu o ministro Wellington Dias.
» Cartilha sobre o Bolsa Família
Assessoria de Comunicação – MDS