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Senado lança Índice de Transparência do Legislativo
O Índice de Transparência do Poder Legislativo vai de zero a um — em que zero indica nenhuma transparência e um, transparência máxima — e pode ser aplicado ao Senado, Câmara dos Deputados, assembleias estaduais, Câmara Legislativa do Distrito Federal e câmaras municipais.
De acordo com a diretora da Secretaria de Transparência do Senado, Elga Lopes, a criação do índice foi aprovada pelo Conselho de Transparência e Controle Social do Senado. Órgão consultivo da Presidência da Casa, o conselho é integrado pelos diretores da Secretaria de Gestão da Informação e Documentação, da Coordenação de Pesquisa e Opinião e da Secretaria de Comunicação Social do Senado. Conta também com três representantes da sociedade civil organizada: Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Instituto Ethos e Transparência Brasil.
Elga ressalta que a proposta utilizou a experiência do índice Cidade Transparente, desenvolvido pelo Ethos para avaliar a gestão dos municípios. O Cidade Transparente deu continuidade ao projeto Jogos Limpos, aplicado pelo instituto para acompanhar as informações de prefeituras e governos estaduais sobre a preparação da Copa do Mundo.
Para o diretor-executivo do Instituto Ethos, Caio Magri, avaliar o nível transparência é importante para fortalecer o diálogo entre o poder público e a sociedade civil.
— O Índice de Transparência do Poder Legislativo é uma iniciativa fundamental para instrumentalizar o controle social — afirma.
O coordenador de Controle Social da Secretaria de Transparência do Senado, Marcos Ruben de Oliveira, explica que o índice apresenta 68 indicadores, distribuídos em quatro dimensões: transparência legislativa; transparência administrativa; aderência à Lei de Acesso à Informação (LAI); e participação popular e controle social.
— A análise de transparência legislativa vai avaliar quão transparente é o órgão em relação às atividades de legislar e fiscalizar o Executivo. A transparência administrativa mede a transparência da instituição quanto aos aspectos administrativos e financeiros — diz.
Já quanto à participação e ao controle social, segundo Marcos Ruben, deve-se verificar o quanto o órgão é aberto para que a sociedade possa participar e dar sugestões sobre sua atividade-fim. Por último, a aderência à LAI aponta o grau de cumprimento dos dispositivos da lei pelos órgãos avaliados.
Cada indicador vai ser analisado sobre quatro pontos de vista: atualidade, totalidade, prontidão e série histórica. Se não atender ao indicador, a nota será zero; se parcialmente, 0,5; e se atender completamente, 1. Ao final, será calculada uma média para formar o Índice Geral de Transparência.
Conforme o coordenador, qualquer cidadão de posse do manual poderá reproduzir o cálculo do índice. Clique aqui para conferir o material.
Consulta pública
Para chegar à versão final, os indicadores foram submetidos a consulta pública em outubro deste ano. Sugestões foram incorporadas ao índice após homologação pelo Conselho de Transparência do Senado. Contribuições genéricas e sem relação com a proposta não foram incorporadas.
— Foram acolhidas duas sugestões. Uma delas foi a de disponibilizar ao público a normatização interna de aplicação da LAI. A outra sugere a presença de mecanismos para que o cidadão acompanhe o seu pedido de acesso à informação — afirmou Marcos Ruben.
O coordenador enfatiza que o objetivo do índice é oferecer uma metodologia sistematizada à sociedade. Além disso, a ferramenta permite que as próprias Casas legislativas avaliem a sua transparência e definam metas de aperfeiçoamento dos serviços oferecidos.
— O Índice de Transparência foi criado pelo Senado, mas o Senado não vai avaliar ninguém — ressalta Marcos Ruben.
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