Ciência de Dados para Vigilância Sanitária - Primeira etapa das Oficinas de Cocriação
DADOS GERAIS
Ciência de Dados para Vigilância Sanitária - Tema priorizado pelo Governo
Datas dos 3 encontros (via plataforma Teams): 16, 17 e 20 de setembro de 2021.
Participantes:
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Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): Arthur Iuri Alves de Sousa, Anderson da Mota Ribeiro, Claudio Nishizawa, Lucia de Fátima Texeira e Ronan Gabriel Pereira dos Santos
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Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD): Arthur Pereira Sabbat e Revailton de Souza Castro
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Fiocruz: Marcelo Ferreira da Costa Gomes
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Open Knowledge: Danielle Bello
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Ceweb.br: Ana Eliza Duarte e Caroline Burle
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Rede de Pesquisa Solidaria em Políticas Públicas e Sociedade: Lorena G Barberia e Luciana Santana UFAL
PRIMEIRA ETAPA DE OFICINAS DE COCRIAÇÃO
A primeira etapa das Oficinas de Cocriação consistiu na realização de três encontros virtuais, organizados pela Controladoria-Geral da União (CGU), com a participação de especialistas do governo e da sociedade sobre a temática.
Durante os encontros os especialistas fizeram a análise do cenário atual relacionado ao tema e a partir daí construíram o cenário desejado. Posteriormente identificaram os bloqueios que dificultam a transformação do cenário atual para o desejado e, em seguida, definiram o desafio que desejam superar.
Antes das oficinas foi realizado consulta ao público para o recebimento de contribuições que foram analisadas de forma a qualificar os debates e possibilitar a construção de compromissos relevantes para a sociedade. Conheça as contribuições recebidas.
O desafio escolhido: Implementar padrões e diretrizes que visem à uniformidade e convergência entre sistemas operantes e dados produzidos pelos diferentes entes do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária para viabilizar a interoperabilidade e melhorar a comunicação com o cidadão.
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Veja o resultado desse processo:
RESULTADO DO 1º ENCONTRO – CENÁRIO ATUAL
Data: 16/09 de 9h a 12h
CENÁRIO ATUAL |
Pontos positivos |
Atualmente a ANVISA já possui dados das Vigilâncias Sanitárias Estaduais e Municipais |
Pandemia expandiu o interesse e discussão sobre dados relacionados a epidemiologia |
O Sistema Nacional é de extrema valia para avaliações de política pública, para estudos científicos e para transparência à sociedade. |
Pontos neutros |
Quem se serve do Sistema Nacional de VISA possui interesses e finalidades distintos. |
Dados epidemiológicos são diversos e servem a vários fins; merecem atenção especial os dados pessoais, quando se planeja a divulgação. |
Potencial de controle social dos dados de vigilância a ser explorado |
O Sistema seria muito importante para dar, à ANVISA, consciência situacional. |
Anvisa tem o papel de coordenação e articulação, enquanto os entes têm um grau de autonomia quanto à execução |
Pontos negativos |
O Sistema Nacional de Informações de Vigilância Sanitária (Sinavisa) possui informações limitadas de Estados e Muncípios, uma vez que a adesão ao Sistema é voluntária. |
As informações que chegam à ANVISA, pelo Sistema Nacional, não chegam em formato de fácil manuseio. |
A multiplicidade de informações e de formatos torna difícil a apresentação dos dados à sociedade. |
Relatos de dificuldade no manuseio das bases para reúso dos dados |
Dados (publicados) ainda são pouco utilizados |
Atuação da Anvisa ainda é, majoritariamente, reativa e pouco proativa |
Dados são pouco explorados para uma atuação proativa em descobertas (relações, inferências, agrupamento etc). |
Análises de dados não são automatizadas (dificuldade para geração de alertas locais à Anvisa) |
Alertas dependem de análises de grandes massas de dados e várias etapas de validação |
Falta de uso dos padrões da Web para a publicação de dados abertos. Ex. https://w3c.br/traducoes/DWBP-pt-br/index.html |
Legislação atual, RDC hospitais não controlam antimicrobianos no sngpc |
Ausência de um sistema (informatizado) nacional integrado para todas as vigilâncias do país |
Problema de subnotificação de alertas e notificações |
Nem todos os alertas que chegam à Anvisa são inseridos no Sistema Nacional de Informações de Vigilância Sanitária (Sinavisa): alguns chegam por email, por telefone. |
Estados e municípios têm autonomia para usar o sistema central da Anvisa ou desenvolver sistemas próprios |
Baixa/ausência interoperabilidade dos sistemas dos entes subnacionais e da Anvisa |
Desafio de interoperabilidade entre sistemas de informação |
Variedade de sistemas impactam no formato dos dados - bases apresentam campos muito diferentes |
Ausência de instrução/normativa sobre formato e conjunto de dados mínimos para notificações |
Print do Painel:
RESULTADO DO SEGUNDO ENCONTRO – CENÁRIO DESEJADO
Data: 17/09 de 9h a 12h
CENÁRIO DESEJADO |
INFRAESTRUTURA, QUALIDADE E OFERTA DE DADOS |
Atualização frequente dos bancos de dados pelas fontes de dados nos niveis federal, estadual e municipal |
Boas práticas de produção e abertura de dados identificadas e replicadas para as diferentes áreas de vigilância |
Catálogo de dados produzidos pelo sistema nacional de vigilância sanitária atualizado periodicamente |
Convergência entre os catálogo de dados e a política de abertura de dados |
Dados disponibilizados em diferentes formatos (bases de dados, paineis de visualziação, etc.) |
Dados padronizados |
Implantar o conjunto mínimo de dados com foco na gestão |
Implantar o conjunto mínimo de dados com foco no cidadão |
Mapeamento atualizado periodicamente de sistemas de gestão e de informação em uso |
Os dados possibilitem identificar riscos rapidamente |
Relação atualizada periodicamente de dados disponíveis em cada um dos sistemas |
Sistema central (informatizado) robusto e confiável, com maior adesão de uso pelos entes |
Sistemas interoperáveis |
Tabelas com estimativas de fluxo origem-destino aéreo que ofereça ranking dos principais destinos a partir de origens específicas para facilitar ações de vigilância de fronteira aérea frente a surtos emergentes (contribuição de entes que não estão presentes seria interessante. excluir caso não valha a pena inserir por conta disso) |
Usar os padrões da Web para disponibilizar dados abertos. Por exemplo, a Recomendação das Boas Práticas para Dados na Web (DWBP) https://w3c.br/traducoes/DWBP-pt-br/index.html |
RELAÇÃO COM OS ENTES DO SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (SNVS) |
Ampliação da participação de entes que compõem o Sistema de Vigilância Sanitária. |
Fluxo de notificações à Anvisa padronizado, evitando que casos fiquem fora do sistema e subnotificação |
Normatizar e harmonizar dados e informações no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária |
Orientação/normativa a estados e municípios sobre padrões mínimos de dados e sistemas |
FOCO NO CIDADÃO |
Comunicacao de risco: alertas sanitários sejam amplamente diivulgados , mensagem no celular |
Dados da Anvisa em uso pela sociedade e fomentando projetos de inovação cívica |
Definição das categorias de dados que interessam apenas ao cidadão |
Disponibilizar aplicativo para o cidadão ter acesso a requisitos da Vigilância Sanitária |
Disponibilizar cartilhas de ações de prevenção no nível do cidadão; com diferentes focos como leitura solo, e material de apoio para uso em escolas |
Disponibilizar dados de forma que qualquer cidadão consiga entender |
Implantar um Observatório Nacional de Segurança Sanitária |
Pessoas apropriadas das informações e do conhecimento produzido pela Anvisa, exercendo o controle social |
Sociedade empoderada de conhecimento para prevenir comportamentos que a colocam em risco |
GESTÃO DA POLÍTICA |
Análise dos dados para novas descobertas |
Anvisa com alta capacidade analítica em ciência de dados |
Anvisa seja capaz de antecipar mais ações com base em dados |
Dados em uso estratégico pela Anvisa para antecipar riscos e possibilitar ação proativa |
Indicadores "mínimos" de acompanhamento identificados e formatos de dados definidos |
Painel com indicadores epidemiológicos provenientes da atenção primária ou de agravos contemplados no sistema nacional de agravos de notificação (SINAN) para alertas de possíveis focos de risco sanitário, no nível de regionais de saúde. Exemplo: excesso de eventos gástricos (atenção primária); excesso de notificações de colera, chagas, intoxicação exógena (SINAN) |
Utilização de um processo de descoberta de conhecimento em bancos de dados. Por exemplo: Knowledge Discovery in Databases – KDD. |
Print do Painel:
RESULTADO DO TERCEIRO ENCONTRO – DEFININDO O DESAFIO
Data: 20/09 de 9h a 12h
Antes da definição de desafio, foram identificados os bloqueios (problemas) que dificultam a transformação do cenário atual para o cenário desejado (um bloqueio para cada grupo temático).
BLOQUEIOS DOS GRUPOS TEMÁTICOS |
Baixa uniformidade e convergência entre sistemas operantes e dados produzidos pelos diferentes entes do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (4 votos) |
Ausência de gestão estratégica de dados e informações que possibilite mitigação de riscos. (dois votos) |
Cultura organizacional no nível local resistente a mudanças de padrões conforme definições dos integrantes do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária |
Ausência de mecanismos e ferramentas efetivas para acesso à informação, diálogo e participação cidadã |
Print do Painel:
Desafio definido: Implementar padrões e diretrizes que visem à uniformidade e convergência entre sistemas operantes e dados produzidos pelos diferentes entes do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária para viabilizar a interoperabilidade e melhorar a comunicação com o cidadão.
.Print do Painel:
FOTOS DOS ENCONTROS: