Transparência Fundiária - 1º oficina de cocriação
DADOS GERAIS
Transparência Fundiária - Tema priorizado pela Sociedade Civil
Descrição: Promover iniciativas que viabilizem o registro unificado, completo, atualizado e georreferenciado das propriedades de terra urbana e rural, com vistas a garantir a transparência das informações fundiárias
PRIMEIRA OFICINA DE COCRIAÇÃO
Na primeira etapa das oficinas de cocriação, os especialistas do governo e da sociedade civil escolhem em conjunto três desafios a serem enfrentados. Após essa definição, foi aberta consulta para priorização do desafio considerado mais relevante pela sociedade, entre os dias 08/06 a 23/06.
Desafio priorizado pela sociedade: Integrar as diversas bases cadastrais produzidas pelos órgãos da administração pública em um cadastro único, urbano e rural, garantindo à sociedade acesso aos dados.
Confira como foi a primeira etapa da oficina de cocriação sobre Transparência Fundiária.
Data: 07/06/2018
Participantes:
- Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra): Paulo Farinha
- Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead): José Dumont
- Ministério Público Federal: Marco Antônio Delfino de Almeida
- Ministério do Meio Ambiente (MMA): João Henrique Evangelista
- Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA): Joaci Medeiros
- Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA): José Vaz Parente
- Instituto Socioambiental (ISA): Juliana de Paula Batista
- Observatório do Código Florestal: Ana Paula Goveia Valdionef
- Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM): Laura Braga
- Imaflora: Renato Morgado
No primeiro momento, os convidados fizeram uma análise do cenário atual relacionado ao tema. A partir daí foi construído o cenário desejado. Posteriormente foi feita a identificação dos bloqueios que dificultam a transformação do cenário atual para o desejado. Por fim, foram selecionados três desafios, dos quais a sociedade poderá priorizar um que será enfrentado por meio de um compromisso que será definido na segunda oficina de cocriação.
Veja o resultado:
CENÁRIO ATUAL |
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Ausência de conceito de “conflitos fundiários’ |
Necessidade de disponibilizar informações sobre territórios de povos e comunidades tradicionais |
Dados geoespaciais – vários órgãos construindo seus cadastros com diversos níves / critérios técnicos impossibilitando a interação de dados |
Regularização de áreas públicas da União em favor de terceiros/indivíduos antes de mapear onde estão os territórios de povos e comunidades tradicionais |
Necessidade de evolução do sistema de gestão fundiárias |
Falta de disponibilização de dados cadastrais dos diferentes cadastros fundiários existentes |
Ausência de informações fundiárias sistematizadas |
Excesso de cadastros fundiários (-) |
Multiplicidade de cadastros – negativo para o ordenamento fundiário |
Inexistência de cadastro unificado: instrumento de planejamento setorial/global “desejado” |
Dificuldades/limitações de cadastro em nome de povos e comunidades tradicionais |
Dificuldade na implementação dos cadastros criados pela legislação |
Falta de transparência de informações sobre áreas públicas e privadas |
Ausência de transparência (controle social) e informações sobre a integridade de áreas de preservação permanente e reserva legal em propriedades privadas |
Estrutura fundiária deformada a exigir correções: ocupação/uso |
Dificuldade de reconhecimento do INCRA como órgão responsável pela informação fundiária |
Ausência do georreferenciamento de todos os imóveis rurais |
Cadastro Nacional de Imóvel Rural – CMRI – sistema em construção para receber e compartilhar em um mesmo ambiente informações rurais/fundiárias (+) |
Ausência de conhecimento sobre quem/quais comunidades vivem nos territórios |
Conceito de imóvel rural: divergência pelos órgãos que atuam no meio rural |
Cada cadastro possui objetivo específico (se precisa de uma informação, cria-se um cadastro) |
Limitações tecnológicas impedem/dificultam a integração de cadastro |
Excesso de cadastros fundiários sem a devida integração |
Estímulo à ocupação de novas áreas (grilagem) pela alteração de marcos legislativos |
Baixa efetividade na titulação na titulação dos imóveis |
SIGEF – Sistema e Gestão Fundiária / Georreferenciamento aproximadamente 65% da área rural – georreferenciada/certificada (+) |
Cadastro unificado como reflexo das demandas: fundiárias, sociais, ambientais, econômicas, trabalhistas, etc |
Ausência de dados sobre conflitos fundiários, além dos produzidos pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) |
Morosidade no reconhecimento e regularização fundiária de territórios coletivos (indígenas, quilombolas, etc.) gerando conflitos e apropriação indevida por terceiros |
Não há clareza sobre os níveis de sigilo das informações fundiárias |
Necessário garantir sigilo de determinados dados fundiários |
Não abertura integral das bases/cadastros existentes |
CENÁRIO DESEJADO |
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Efetivo conhecimento da situação fundiária |
Compartilhamento dos sistemas cadastrais produzidos pelos diversos órgãos em um mesmo ambiente. Redução de custos e nivelamento das informações (cadastros temáticos) |
Dados disponibilizados garantindo segurança jurídica e pessoal |
Disponibilização dos dados completos e espaciais dos cadastros fundiários (SINTER, SIGEF, ETC.) |
Disponibilização dos dados sobre conflitos fundiários |
Segurança jurídica garantida para os imóveis rurais |
Cadastro unificado que atenda a diversos órgãos |
Visibilidade e reconhecimento dos territórios de povos e comunidades tradicionais |
Base com dados fundiários e ambientais unificada integralmente aberta |
Uso dos dados para controle social |
Fortalecimento e reconhecimento do SIGEF como sistema oficial para recepcionar, tratar e produzir informações espaciais |
Ferramentas adequadas para armazenamento das informações |
Cadastro(s) (unificados/não) que deem conta da diversidade de casos no meio rural criado(s) |
Legislação agrária e ambiental ajustada ao princípio da função social (Constituição) e aos direitos fundamentais da pessoa humana |
Segurança jurídica com a interação dos cadastros (literal e gráfico) com os serviços notariais e registrais |
Acesso aberto às informações fundiárias |
Total especialização dos territórios dos povos e comunidades tradicionais |
Reconhecimento direto das demandas das comunidades e povos tradicionais |
Órgãos fundiários federais e estaduais fortalecidos |
Informações de terras públicas e tituladas disponíveis ativamente por órgãos federais e estaduais |
Ampla divulgação/acesso ao estoque de terras públicas não destinadas |
Criação ou designação de órgão que atua no meio rural como gestor e normatizador dos cadastros fundiários |
BLOQUEIOS |
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Resistência pelos órgãos da administração pública na implementação de cadastro multifinalitário em base única |
Falta definição de periodicidade que determine os prazos para atualização dos cadastros existentes |
Política fundiária não retratada como política de Estado |
Falta de incentivo (legal, tributário) em manter as informações cadastrais atualizadas |
Falta de estrutura dos órgãos fundiários nos três níveis, além de falta de articulação |
Não há clareza sobre o sigilo de informações relacionadas aos cadastros fundiários |
DESAFIOS |
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Assegurar espaços participativos e permanentes para discussão e proposição sobre cadastro único, urbano e rural |
Promover ações voltadas à permanente atualização cadastral, rural e urbana |
Integrar as diversas bases cadastrais produzidas pelos órgãos da administração pública em um cadastro único, urbano e rural, garantindo à sociedade acesso aos dados |
RESULTADO DA PRIORIZAÇÃO DOS DESAFIOS | VOTOS |
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Assegurar espaços participativos e permanentes para discussão e proposição sobre cadastro único, urbano e rural | 2 |
Promover ações voltadas à permanente atualização cadastral, rural e urbana | 4 |
Integrar as diversas bases cadastrais produzidas pelos órgãos da administração pública em um cadastro único, urbano e rural, garantindo à sociedade acesso aos dados | 53 |
Veja as fotos dos painéis:
Veja as fotos da oficina:
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