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Ministro da CGU aborda integridade em palestra no Seminário do Ministério da Defesa
O ministro também ressaltou a relevância do programa Pró-Ética, da Controladoria, uma iniciativa que promove a adoção voluntária de medidas de integridade por empresas do setor privado.
Nesta terça-feira (13), o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, participou como palestrante da cerimônia de abertura do “Seminário de Integridade do Ministério da Defesa”, realizada no auditório do Ministério da Defesa. O evento contou também com a presença do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e abordou temas fundamentais como a integridade, o combate à corrupção, e o papel das instituições públicas e privadas na promoção de uma cultura ética.
Durante a palestra, Vinícius Marques de Carvalho ressaltou a importância da integridade, frequentemente associada ao combate à corrupção, destacando a evolução das teorias que guiam esse enfrentamento desde a década de 1970. "A discussão sobre corrupção começou a ganhar forma no final dos anos 70 e início dos anos 80, com três grandes teorias. A primeira, a teoria da modernização, sustentava que, à medida que os países se desenvolvem e o Estado se burocratiza, o controle sobre a corrupção tende a aumentar. Outra teoria é baseada no culturalismo, que sugere que a corrupção faz parte da cultura de certos países e não deve ser julgada de forma absolutista. E, por fim, a teoria econômica, que vê a corrupção como resultado da maximização de interesses individuais quando as oportunidades são grandes e a punição, rara", explicou Carvalho.
O ministro também ressaltou a relevância do programa Pró-Ética, da Controladoria-Geral da União, uma iniciativa que promove a adoção voluntária de medidas de integridade por empresas do setor privado. "O problema da corrupção não se restringe ao setor público, e nenhuma solução será eficaz sem a participação ativa do setor privado. O Pró-Ética reconhece publicamente as empresas que se comprometem a prevenir, detectar e remediar atos de corrupção e fraude", afirmou Carvalho. Ele destacou que em 2023, 84 empresas receberam o selo Pró-Ética.
Além disso, Vinícius Marques de Carvalho abordou a importância de uma visão mais ampla de integridade, que vai além do combate à corrupção. "Falar de governança e integridade inclui discutir as relações de trabalho, a criação de mecanismos para enfrentar o assédio e outras questões éticas dentro das empresas. A integridade deve ser vista como um conceito holístico, abrangendo várias dimensões, e não apenas como um instrumento de repressão à corrupção", pontuou.
O ministro também destacou a necessidade de aprimorar a capacidade de detecção e repressão da corrupção, reconhecendo as limitações dos mecanismos atuais. "Precisamos avançar na nossa capacidade de repressão, mas também buscar formas de reduzir as oportunidades para a corrupção. No Brasil, temos feito progressos nesse sentido, mas ainda há muito a ser discutido e aprimorado", finalizou.