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Avaliação
Relatório da CGU aponta falhas na aplicação de recursos pela Secretaria de Educação do DF
Foram analisadas as chamadas públicas, bem como os contratos de maior materialidade delas decorrentes referente aos anos de 2020 e 2021
A Controladoria-Geral da União (CGU) realizou auditoria para acompanhar o processo de aquisição dos gêneros alimentícios da agricultura familiar pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEE/DF). Foram analisadas as chamadas públicas, bem como os contratos de maior materialidade delas decorrentes referente aos anos de 2020 e 2021. O relatório está publicado no site da CGU.
Foram avaliadas questões como o processo de definição dos preços, a composição dos editais, a divulgação das informações, a escolha e habilitação dos fornecedores, o cumprimento das exigências existentes, entre outros aspectos, com a aplicação dos exames pertinentes.
Confira o relatório na íntegra
Os trabalhos de campo foram realizados no período compreendido entre os meses de novembro de 2021 e janeiro de 2022, por meio de testes, análises, entrevistas e consolidação de informações coletadas pela equipe de auditoria, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal.
Por meio da Lei n° 11.947, de 16/6/09, foi estabelecido que 30% do valor repassado ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) deve ser aplicado na compra direta de produtos da agricultura familiar, buscando estimular o desenvolvimento econômico e sustentável das comunidades e promover uma alimentação saudável aos estudantes.
Dos cerca de R$ 44 milhões repassados por exercício ao Distrito Federal em 2020 e 2021, aproximadamente R$ 13 milhões deveriam ser aplicados em cada ano na aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar.
Constatações
Os resultados dos exames apontaram para a falta de critérios na seleção das fontes a serem utilizadas para composição do mapa de preços elaborado para definição dos valores da chamada pública, podendo refletir em preços mais elevados de aquisição.
Além disso, o relatório constatou também a manipulação de nomes de agricultores, com possível relacionamento entre cooperativas visando obter condições de atender aos projetos de venda apresentados pela SEE/DF, ocasionando prejuízo aos objetivos da política de aquisição de alimentos da agricultura familiar.
Recomendações
Por meio das análises realizadas durante o trabalho, verificou-se que a SEE/DF tem realizado chamadas públicas para aquisição dos gêneros alimentícios da agricultura familiar em percentuais superiores aos 30% mínimos estabelecidos.
No entanto, foram identificados alguns aspectos que necessitam de aprimoramento, como o processo de mapeamento dos preços dos itens a serem adquiridos, de forma a garantir uma maior proximidade entre o preço estimado e o valor de mercado local dos gêneros alimentícios, buscando a diversidade e a proporcionalidade das fontes utilizadas.
Outro aspecto que exige maior atenção está relacionado à participação das cooperativas/associações de agricultores, especificamente no que se refere ao controle do atendimento do limite individual de venda dos agricultores associados às cooperativas que apresentarem projetos de venda.
O trabalho entende como importante maior envolvimento da gestão local no processo de aquisição de itens da alimentação escolar junto aos produtores rurais, desde a definição dos preços de aquisição, passando pela seleção das cooperativas e verificação criteriosa do cumprimento das exigências estabelecidas para sua participação, bem como da real participação dos agricultores no fornecimento dos gêneros alimentícios pela cooperativa.