Notícias
Operação Tolueno II
Covid-19: CGU e PF seguem com Operação Tolueno em Pirenópolis (GO)
Objetivo é apurar irregularidades na aquisição de insumos destinados ao combate a pandemia de Covid-19
A Controladoria-Geral da União (CGU) participa, nesta quarta-feira (16/12), em Pirenópolis (GO), da continuidade à Operação Tolueno, deflagrada ontem (15/12). O trabalho é realizado em parceria com a Polícia Federal (PF). O objetivo é apurar irregularidades na aquisição de insumos destinados ao combate a pandemia de Covid-19.
Investigação
Após a deflagração da Operação Tolueno, novas denúncias indicavam que as máscaras cirúrgicas e o álcool em gel 70%, adquiridos pelo Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (HEELJ), em Pirenópolis (GO) e inservíveis para os fins que se destinavam, por serem de péssima qualidade, foram doados para abrigos de idosos da cidade.
Os exames periciais, realizados pela PF, confirmaram que os produtos adquiridos pelo HEEJL, por meio do Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH), não atendiam as especificações técnicas. No caso do álcool, foi verificado que ele continha vários hidrocarbonetos comumente encontrados no etanol (álcool de posto), dentre eles a substâncias química Tolueno.
O Tolueno pode afetar o sistema nervoso, sendo facilmente absorvido pelos pulmões (40 a 60% do inalado). Níveis baixos ou moderados podem produzir cansaço, confusão mental, debilidade, perda da memória, náusea, perda do apetite e perda da visão e audição. Estes sintomas geralmente desaparecem quando a exposição termina. Inalar níveis altos de tolueno por um período pode produzir sonolência e até mesmo a inconsciência.
Impacto financeiro e social
Para além da má qualidade dos insumos e dos riscos deles decorrentes à saúde de pacientes e dos profissionais de saúde, a análise da contratação feita pela CGU demonstrou indicativos de favorecimento e conluio entre empresas, assim como superfaturamento na contratação. O prejuízo apurado até o momento, de cerca de R$ 2 milhões, pode chegar a 100% do valor da aquisição, dado que os produtos são adulterados e inservíveis para os fins que se destinavam.
Diligências
A continuidade da Operação Tolueno consiste no cumprimento de 2 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara da Justiça Federal em Anápolis (GO). O trabalho conta com a participação de 2 policiais federais, 1 auditor da CGU e de promotor de Justiça da Comarca de Pirenópolis (GO).
Os investigados, se condenados, podem pegar penas que, somadas, podem chegar a 30 anos de reclusão, pelos seguintes crimes: falsificação de produto destinado a fins medicinais; fraude a licitação; e organização criminosa.
A CGU, por meio da Ouvidoria-Geral da União (OGU), mantém o canal Fala.BR para o recebimento de denúncias. Quem tiver informações sobre esta operação ou sobre quaisquer outras irregularidades, pode enviá-las por meio de formulário eletrônico. A denúncia pode ser anônima, para isso, basta escolher a opção “Não identificado”.