Institucional
Dia da Mulher
Roda de Conversa celebra conquistas e discute desafios da mulher na gestão pública
Esse foi o primeiro evento de uma série de três que estão programados para ocorrer no mês de março, sob o tema Visibilidade Feminina - Foto: Ascom/CGU
O Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) promoveu, nesta sexta-feira (9), em Brasília, evento interno para debater a participação feminina na gestão pública, em alusão ao Dia Internacional da Mulher. A Roda de Conversa: Visibilidade Feminina na Gestão Pública foi realizada pelo Programa de Bem com a Vida e faz parte do Projeto de Valorização e Respeito à Diversidade na CGU.
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Esse foi o primeiro evento de uma série de três que estão programados para ocorrer no mês de março, sob o tema Visibilidade Feminina. Durante a conversa, foram abordadas questões como participação e representatividade feminina na gestão pública; desafios passados, presentes e futuros para a atuação da mulher na posição de liderança de uma equipe; experiências vivenciadas; e olhar feminino para a gestão.
Na abertura do evento, o ministro substituto da Transparência, Wagner Rosário, destacou a importância de discutir os desafios enfrentados cotidiana pelas mulheres e a necessidade de o avanço nessa área ser contínuo. Wagner Rosário afirmou que a CGU, por ser um órgão de transparência e que busca acabar com as desigualdades sociais, precisa também contribuir para o fim da desigualdade de gênero, começando pela nossa instituição.
Wagner Rosário salientou a presença de mulheres nos cargos de direção da CGU, entre os quais a da secretária Transparência e Prevenção da Corrupção, Cláudia Taya, que participou da Roda de Conversa. Além dela, o ministro citou a superintende regional da CGU no Maranhão, que tomou posse ontem (8), se tornando a primeira mulher a assumir o cargo naquele estado.
Superação e desafios
Cláudia Taya foi a primeira a falar, dentre as convidadas. E relembrou sua origem nipônica (ela é neta de japoneses) para constatar como a sociedade mudou nos últimos anos e o quanto as mulheres já conseguiram avançar na luta por igualdade de direitos. Taya afirmou que sua experiência prévia ao serviço público, tendo sido mãe aos 19 anos e empresária por 15 anos, foi importantíssimo para que ela desenvolvesse habilidades hoje necessárias à função que desempenha: proatividade, capacidade de tomar decisões rápidas e sensibilidade no trato com as pessoas. A mensagem deixada pela secretária é de perseverança: “é possível conciliar, é possível ser ter família e uma carreira”.
Já a superintendente da Regional no Amazonas, Mona Liza Ruffeil, falou da inquietude que sente por querer ver um mundo melhor, onde as mulheres possam ter liberdade e voz. Ela deu exemplos de situações pelas quais apenas as mulheres passam, principalmente no mundo do trabalho. “Tomada por uma mulher, qualquer tomada de decisão, se for errada, é como um elefante; é ilegítima, é desproporcional. Mas, se for um homem, é como um mosquito”, afirmou. Segundo ela, é preciso ter “engajamento, firmez e resiliência para seguir em frente”.
A procuradora do Ministério Público do Trabalho, Renata Coelho, que se dedica há muitos anos ao tema da igualdade de gênero, apresentou um quadro ainda pouco conhecido sobre as diferenças qualitativas da inserção da mulher no mercado de trabalho em relação aos homens. Segundo ela, é uma verdade parcial a de que as mulheres hoje estão em todas as áreas e tipos de atividades. “Existe um espaço de qualidade ainda a ser conquistado, pois mesmo dentro de uma mesma profissão as mulheres ainda são pior remuneradas”, sustentou a procuradora.
Iara Alves, diretora de Formação Profissional e Especialização e coordenadora do Comitê de Gênero da Escola de Administração Pública (Enap), também reforçou a importância da maior participação das mulheres na vida pública, especialmente nas funções de gestão.
Segundo ela, a participação de servidoras em cargos comissionados ainda é muito desproporcional. Iara afirmou que, quando se fala de cargos DAS 1, 2 e 3, há mais mulheres do que homens, pois são cargos mais técnicos. Mas quando se consideram os DAS 4, 5 e 6 isso muda consideravelmente. No nível DAS 6, a razão é de 2 mulheres para 100 homens. “É importante que mulheres estejam em cargo de comissão, para que as decisões considerem também os interesses das mulheres”, concluiu.
A coordenadora do Grupo de Estudos em Psicodinâmica do Trabalho Feminino na Universidade de Brasília, Carla Sabrina Antloga, que mediou a Roda de Conversa, sustentou que é preciso abrir espaços para que a mulher possa desenvolver todo seu potencial. “Não adianta ser capacitada, se não houver a disponibilidade masculina para que possamos ocupar esse espaço”, argumentou.
Visibilidade
O Mês da Visibilidade Feminina contará, ainda, com a exposição “Artistas Mulheres da CGU”, a fim de homenagear e valorizar os talentos femininos para além do trabalho; e com o “Café com Elas”, para integração e debate sobre temas ligados à visibilidade feminina nas relações de trabalho.