Auditoria e Fiscalização
Ações Investigativas
CGU combate fraudes em hospitais no Mato Grosso do Sul
Esquema fraudava licitações causando sobrepreço nos produtos adquiridos
Nesta quinta-feira (25), o Ministério da Transparência e Controladoria Geral da União (CGU) participa da Operação Again no Mato Grosso do Sul. A ação, deflagrada em parceria com a Polícia Federal (PF), visa desarticular organização criminosa responsável por fraudes a licitações e desvios de recursos públicos no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS) e no Hospital Regional, ambos na capital Campo Grande.
De acordo com as investigações, o esquema fraudava licitações causando sobrepreço nos produtos adquiridos. A apuração constatou ainda o recebimento de produtos com prazo de validade e qualidade inferiores ao previsto nos contratos. Além disso, há indícios de que os integrantes da organização criminosa desviavam os materiais hospitalares - comprados com a finalidade pública de atender à população - para serem utilizados em clínicas particulares.
A organização criminosa também é investigada por tentar dificultar as fiscalizações da CGU. Até o momento, os desvios ocasionaram um prejuízo de aproximadamente R$ 3,2 milhões, num universo de R$ 6 milhões em contratos analisados.
O esquema contava com o envolvimento de servidores públicos que recebiam vantagens ilícitas das empresas envolvidas nas fraudes a licitações, com ênfase no setor de hemodinâmica (método diagnóstico e terapêutico que usa técnicas invasivas, como o cateterismo, para obtenção de dados acerca de cardiopatias). As propinas pagas eram dissimuladas de diversas formas, tais como pagamentos de viagens e transferências de veículos de alto valor.
Estão sendo cumpridos 20 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande (MS), Dourados (MS) e Belém (PA), com a participação de aproximadamente 100 policiais federais e 16 auditores da CGU. Dos investigados, dois tiveram decretada medida cautelar de uso de tornozeleira eletrônica. A operação recebeu o nome de “Again” em alusão ao fato de se tratar de esquema semelhante ao desarticulado pela Operação Sangue Frio, em março de 2013, dessa vez com novos integrantes.