Auditoria e Fiscalização
Iniciativa Acadêmica
Servidor do Ministério da Transparência escreve dissertação sobre relação gestor-auditor
O servidor do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU), Rodrigo Eloy Arantes, produziu dissertação de mestrado sobre controle interno e a relação gestor-auditor. O trabalho foi realizado para conclusão de pós-graduação no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O estudo, intitulado “O controle interno como apoio à gestão dos órgãos públicos? Uma análise sob a perspectiva dos gestores federais” (confira a dissertação), foi estruturado a partir de pesquisa qualitativa sobre o relacionamento entre gestores públicos e servidores do Ministério da Transparência. O trabalho buscou perceber as situações práticas que contribuem para que o órgão de controle interno atue de forma efetiva no aprimoramento da gestão.
A pesquisa identifica como os gestores entendem que o órgão de controle interno deve atuar para contribuir no aperfeiçoamento da gestão pública. Segundo o autor, “essas contribuições podem ser prejudicadas pelo desalinhamento ou pelo distanciamento existente entre a gestão e o controle”. Além disso, entrevistas realizadas para o estudo indicaram que as recomendações decorrentes de auditorias sobre atos e processos de responsabilidade tendem a ser mais úteis do que aquelas relacionadas à fiscalização da execução de recursos federais.
A dissertação utiliza, ainda, percepções dos gestores para estruturar um modelo analítico que busca sintetizar os principais fatores que permeiam a relação gestor-auditor. Segundo o modelo, a forma como o gestor interpreta a atuação do órgão de controle varia de acordo com o contexto onde se desenvolve essa relação, as características do gestor (experiência e posição hierárquica) e a atuação do auditor.
O estudo se faz necessário não apenas para a reflexão de gestores sobre seu relacionamento com o Ministério da Transparência, como também para contribuição das ações do órgão. “É necessário que o gestor absorva a atuação da CGU como controladoria de fato, e não como um órgão meramente punitivo ou de vigilância. Essa mudança de paradigma institucional pode fortalecer a parceria e contribuir para o aperfeiçoamento e a transparência da gestão pública”, avalia Rodrigo Arantes.