Ética e Integridade
Empresa Limpa
Integridade também é diferencial nas relações de comércio exterior
Para Francisco Bessa (centro), é preciso estar atento a todo o ciclo de produção na relação entre governos e empresas - Foto: Crédito: João Pedro Vaz/CGU
A terceira e última mesa da 2ª Conferência Lei Empresa Limpa trouxe à luz o tema Integridade em Licitações e Exportações, no âmbito da Lei Anticorrupção, regulamentada com a promulgação do Decreto nº 8.420/2015. A discussão, na tarde desta segunda-feira (9), no Rio de Janeiro, versou sobre as possibilidades de instituir o comportamento empresarial íntegro, ético e responsável, baseado nas boas práticas e na cultura da prevenção, como já tratado nas outras mesas do evento, que citaram os programas de compliance.
Para o secretário Federal de Controle Interno da CGU, Francisco Bessa, a corrupção ainda é um fenômeno que ocorre também no ciclo entre o ente governamental e a empresa contratada ainda na execução dos serviços. "Não basta estarmos atentos apenas a documentações que podem ter sido fraudadas como certidões negativas, é preciso observar o ciclo de relações contaminadas às vezes por atos primários,como as pequenas e médias corrupções que nos levam aos grandes atos dessa natureza", pontua Bessa.
"No ambiente globalizado em que vivemos, é importante que o Brasil seja visto como um ambiente seguro para negócios", conta João Marcos Castro, gerente de Auditoria da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). "A Apex vive um ambiente altamente competitivo, uma vez que o comprador que visita o Brasil também vai a outros países em busca de um melhor negócio. Hoje, um investidor busca muito além do que a rentabilidade, ele quer investir em um país que tenha um ordenamento forte, um marco regulatório confiável, em instituições que tenham um ambiente íntegro de negócios, daí a importância do compliance", ressalta João Marcos.
Para Paula Helena Suarez, gerente de Relações Governamentais da 3M do Brasil, a cultura de compliance é fundamental na busca de pessoas abalizadas para desempenhar as funções das empresas e para a avaliação e mitigação de riscos. "Embora tenhamos uma continuidade de treinamento aos funcionários, é preciso também ter política de ações e controle internos. Os mercados emergentes são grandes oportunidades de negócios, mas podem também conter fatores de risco para as empresas quando falamos de cultura contra a corrupção. As empresas precisam estar capacitadas para lidar com essas situações", explica Paula.
Pró-Ética
A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou, nesta segunda-feira (9), durante a 2ª Conferência Lei Empresa Limpa, empresas aprovadas para o Pró-Ética 2015, iniciativa que reconhece entidades comprometidas com a integridade, a transparência, a prevenção e o combate à corrupção no ambiente corporativo. Foram 19 empresas dos mais diversos ramos, como energia, finanças, tecnologia, entre outros.
As entidades são: 3M do Brasil; ABB; AES Eletropaulo; AES Sul; AES Tietê; AES Uruguaiana; Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE); Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC); DUDALINA; Duratex; EDP Energias do Brasil; ELEKTRO Eletricidade e Serviços; Ernst & Young; GranBio; ICTS; OSRAM do Brasil Lâmpadas Elétricas; Santander Brasil; SIEMENS; SNC-Lavalin Meio Ambiente.