Institucional
Novo Comando
Solenidade marca transmissão de cargo na Controladoria-Geral da União
Para o novo ministro da CGU, Valdir Simão, o fortalecimento e a modernização dos mecanismos de controle interno serão indispensáveis.
Foi realizada nesta sexta-feira (2) a cerimônia de transmissão de cargo do ex-ministro Jorge Hage Sobrinho para o novo Ministro-Chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Moysés Simão. A solenidade aconteceu no auditório da sede da CGU, em Brasília, e foi prestigiada pelo novo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pelo Advogado-Geral da União, Luiz Inácio Adams, pelo Ministro da Micro e Pequena Empresa, Afif Domingos, pelo Ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Thomas Traumman, e pelo Diretor-Geral da Abin, Wilson Roberto Trezza.
Ao assumir a pasta, o novo ministro lembrou trecho do discurso de posse proferido ontem pela presidenta Dilma Rousseff, ressaltando que a corrupção “deve ser extirpada” da sociedade brasileira. “Temos que punir, sem trégua, a corrupção que rouba o poder legítimo do povo; a corrupção que ofende e humilha os trabalhadores, os empresários e os brasileiros honestos e de bem”, repetiu.
Valdir Simão agradeceu a confiança depositada pela presidenta e declarou-se honrado em assumir o comando da CGU, que angariou a credibilidade e o respeito do povo brasileiro em doze anos de atuação, tendo inserido o tema “Prevenção e Combate à Corrupção” na agenda pública do País de forma irreversível.
“Um dos meus objetivos é aprofundar a institucionalização deste órgão e de suas funções. Para fazer jus à importância e ao reconhecimento público que a CGU ganhou nesse período é necessário seguir avançando no desenvolvimento de mecanismos e processos efetivos de controle de atuação do Estado brasileiro e do bom uso dos recursos públicos”, afirmou.
Em seu discurso, Valdir Simão ainda fez uma breve homenagem ao antecessor, o ex-ministro Jorge Hage, agradecendo-lhe pelo trabalho desenvolvido na instituição. “Um grande país se faz com o trabalho de grandes mulheres e grandes homens, e o ministro Jorge Hage é um deles", disse.
Após oito anos à frente da CGU como ministro, Jorge Hage Sobrinho, fez um relato da evolução do órgão na última década, destacando o trabalho de Controle Interno, Correição, promoção da Transparência e Ouvidoria que juntos permitiram a fiscalização de mais de R$ 20 bilhões. Hage destacou os benefícios do trabalho da CGU são “infinitamente superiores” ao seu custo para a União. “Somente nos últimos três anos, a parcela contabilizável do que se evitou pagar indevidamente atingiu cerca de R$ 6 bilhões. E o montante certificado entre 2003 e 2014 para possível recuperação, dependendo ainda de julgamento pelo Tribunal de Contas da União, é superior a R$ 12 bilhões”, afirmou.
Desafio
Assim como o seu antecessor, Valdir Simão também destacou a importância do trabalho dos servidores para o alcance dos resultados registrados pela CGU na última década. “O que se viu até hoje do trabalho da CGU é a busca da inovação e da excelência no acompanhamento da execução das atividades do Estado”. Para o ministro, chefiar a Controladoria-Geral da União é uma “honra” e um “desafio” que assumirá contando com “a capacidade técnica de altíssimo nível dos auditores e dos técnicos desta instituição”.
Para ele, o fortalecimento e a modernização dos mecanismos de controle interno serão indispensáveis. “Pretendo intensificar o uso da Tecnologia da Informação para incrementar e ampliar o alcance das ações desta Controladoria. Em um mundo cada vez mais digital, é mandatória a aplicação de ferramentas de TI no monitoramento, na fiscalização e na avaliação das políticas públicas”.
Valdir Simão ressaltou, ainda, a importância da estruturação de áreas de compliance. “Os acontecimentos recentes comprovam a necessidade do aperfeiçoamento da gestão de riscos nos órgãos e nas empresas públicas. Como disse ontem a nossa Presidenta, temos que defender nossas empresas, patrimônio do povo brasileiro, de predadores e inimigos”, lembrou.
DNA
Lembrando o apoio que recebeu da CGU em sua gestão como presidente do INSS, Valdir Simão relatou que foi preciso superar problemas estruturais e operacionais para reformular a instituição, tornando-a mais moderna, ágil e eficiente. Ele propôs que a Controladoria intensifique sua atuação nesse aspecto. “É papel da CGU estimular a internalização de princípios de boa gestão no DNA de todas as organizações públicas e na conduta de gestores e servidores”, asseverou.
Ao reforçar que a boa gestão é pautada tanto pela ética e responsabilidade quanto pela eficiência e o foco em resultados que contribuam para a melhoria da qualidade de vida do cidadão, Simão esclareceu que essa frente preventiva contribui para o combate à corrupção por disseminar uma cultura responsável de uso de recursos públicos e inibir a prática de ilícitos. “Por outro lado, também é tarefa da CGU ser implacável com aqueles que não andarem na linha”, avisou.
Perfil
De perfil técnico, o novo ministro é auditor fiscal da Receita Federal há 27 anos e já ocupou a presidência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de 2005 a 2007, e novamente de 2008 a 2010.
Valdir Moysés Simão exerceu a função de secretário-executivo da Casa Civil de fevereiro a dezembro de 2014 e, nos sete meses anteriores, coordenou o Gabinete Digital da Presidência da República. De 2011 a 2013, Valdir Simão foi secretário-executivo do Ministério do Turismo.
Graduado em Direito, Simão tem especializações em Gestão de Arrecadação da Seguridade Social, Direito Empresarial e em Direção e Gestão de Sistemas de Seguridade Social. Ainda possui cursos nas áreas de direito, gestão pública e privada, planejamento estratégico e inteligência, e gerenciamento de crises.