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Empresas não denunciam cobrança de propina, constata CGU
A Controladoria-Geral da União (CGU) e o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social lançam, nas próximas semanas, o Cadastro Pró-Ética, que vai expor na internet a relação de empresas comprometidas com iniciativas de integridade, prevenção e combate à corrupção, sobretudo em suas relações com o setor público.
O anúncio foi feito pelo secretário-executivo da CGU, Luiz Navarro, ao abrir hoje (22), pela manhã, o primeiro painel da Conferência Latino-americana sobre Responsabilidade Corporativa na Promoção da Integridade e no Combate à Corrupção, que a CGU e a OCDE realizam em São Paulo, com apoio do Instituto Ethos. Trata-se do primeiro grande evento sobre o assunto no âmbito da América Latina.
Navarro informou que os critérios para avaliação das empresas que poderão integrar o cadastro foram recentemente submetidos a consulta pública e as sugestões recebidas estão em fase final de análise.
Segundo Navarro, a CGU tem apostado na intensificação do diálogo entre os setores público e privado como um dos caminhos para prevenir e combater a corrupção. Ele disse que, historicamente, essa relação tem sido de muita desconfiança e revelou que, das mais de 35 mil denúncias de corrupção recebidas pela CGU desde 2003, apenas 115 vieram de empresas do setor privado, e, entre essas, a maior parte vinha de empresas que se sentiram prejudicadas em processos de licitação.
“Nenhuma dessas denúncias se referia a pedidos de propina por parte de servidores públicos”, acrescentou o secretário-executivo da CGU, sustentando que isso demonstra o grau de desconfiança na relação entre o setor público e o privado e a grande necessidade de estreitar essa relação.
A criação do Cadastro Pró-Ética, segundo ele, é mais um passo que o Governo Federal, através da Controladoria, dá na busca do estreitamento dessa relação. Conjuntamente, a CGU e o Instituto Ethos já desenvolvem atividades como a publicação de manuais sobre responsabilidade das empresas no combate à corrupção; workshops regionais com empresas; cursos a distância; seminários; manutenção de website conjunto intitulado “Integridade no Setor Privado”; divulgação entre as empresas das convenções internacional de combate à corrupção e divulgação do Cadastro de Empresas Punidas, para estimular outras empresas a se absterem de tê-las como fornecedoras em suas cadeias de negócios.
O painel teve como moderador o jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de S.Paulo, e, como participantes, além de Luiz Navarro, Salvador Veja-Casillas, ministro da Administração Pública do México; Juan Sebastián Roldán, secretário Federal de Transparência do Equador; Paolla CallieriLarrañaga, superintendente de Valores e Seguros do Chile; e Luis Arocena, da Oficina Anticorrupção da Argentina.
Assessoria de Comunicação Social