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Yolanda Pires morre em São Paulo
Morreu hoje (9/11), por volta do meio-dia, Yolanda Avena Pires, esposa do ministro do Controle e da Transparência e ex-Governador da Bahia, Waldir Pires. D. Yolanda não resistiu a complicações que decorreram de uma cirurgia cardíaca a que se submetera ontem, no Instituto do Coração, em São Paulo. A cirurgia consistiu na troca de duas válvulas cardíacas (mitral e aórtica) e colocação de três pontes (duas mamárias e uma safena).
O corpo de D. Yolanda será transportado ainda hoje (9/11) para Salvador, para ser velado na Câmara Municipal, onde acontece também a missa de despedida, às 15 horas. A cerimônia de cremação será às 17 horas, no Cemitério Jardim da Saudade.
Nascida em Salvador, Bahia , a 5 de maio de 1929, dona Yolanda teve cinco filhos e nove netos. Era formada em Serviço Social e tinha, também, diploma em Literatura, Civilização e Cultura Francesa, pela Universidade de Nancy, França, da Aliança Francesa. Acompanhou o marido e os filhos no exílio – Uruguai e França.
Durante o governo de Waldir Pires (1987-1989), D. Yolanda foi presidente do Movimento e Ação Integrada Social – MAIS – e, nesse mesmo período, coordenadora estadual do Progama Nacional do Voluntariado, da LBA. Em 1992, foi eleita vereadora de Salvador, sendo a única mulher naquela legislatura e, entre todos os eleitos, a mais votada.
Entre os títulos recebidos, era Cidadã Benemérita do Estado do Rio de Janeiro, outorgado por unanimidade pela Assembléia Legislativa daquele Estado; e Benemérita de Brasília, outorgado pelo Governo do Distrito Federal. Recebeu também a “Comenda Maria Quitéria”, outorgada por unanimidade pela Câmara Municipal de Salvador em 1988.
D. Yolanda escreveu três livros: “Caminhada em Defesa da Vida”, uma coletânea de artigos nos quais descreve a experiência e as ações desenvolvidas como vereadora em Salvador; “Exílio, Testemunho de Vida”, narrando o período que passou exilada com a família, no Uruguai e na França; e “Fio da Meada”, uma incursão pelo romance.
Foi ainda uma das fundadoras da Casa do Candango, em Brasília, e sua presidente no período 1963/1964. Militou no Movimento Feminino pela Anistia, até a promulgação da Lei da Anistia em 1979. Em 1980, juntamente com os integrantes da Comissão dos Direitos Humanos do Movimento Feminino pela Anistia, fundou a Liga Brasileira de Defesa dos Direitos Humanos, com sede no Rio de Janeiro, e foi sua Presidente durante 12 anos.
Em 1982, fundou e coordenou o grupo misto de Ação Política Renovadora e Partidária – PMDB Força Total. Em 1986 foi selecionada como uma das dez personalidades femininas que se destacaram no desenvolvimento social, político e econômico do Brasil, ao lado da economista Maria da Conceição Tavares e outras.