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Comentários do Ministro Waldir Pires sobre a divulgação da pesquisa da Transparência Internacional
Primeiro, é preciso deixar claro que as pesquisas utilizadas para a formação desses índices não especificam as esferas de governo a que se referem (União, Estados ou Municípios) nem os diferentes poderes da República (Executivo, Legislativo ou Judiciário); em segundo lugar, elas levam em conta, principalmente, a percepção sobre a corrupção. Em meio a toda essa saraivada de denúncias e das investigações em curso sobre cada uma delas, é natural que cresça a percepção sobre a corrupção, o que não significa que ela seja um problema novo ou que tenha aumentado de intensidade.
Ainda assim, com todas as críticas que temos à metodologia de fixação desses índices, o Brasil permanece em posição superior à de todos os países da América do Sul, exceto Chile e Uruguai, e desceu três posições no “ranking” geral, mesmo com a entrada de 18 novos países que não integravam a relação de avaliados no ano passado. Assim, em 2004, com 140 países avaliados, tínhamos 58 melhor classificados que o Brasil e 81 com classificação inferior à nossa; este ano, com 158 avaliados, temos 61 com melhor classificação que a nossa e 96 pior classificados.
O Governo vem fazendo sua parte. Nunca, efetivamente, se combateu tanto a corrupção no Brasil como agora. Mas temos consciência, também, de que a luta contra a corrupção, um fenômeno antigo e global, não produz resultados imediatos, muito menos no espaço de um mandato. Há toda uma secular cultura de patrimonialismo e coronelismo a ser demolida. As dificuldades são muitas, mas temos a convicção de que estamos no caminho certo.