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Lula diz que levará luta contra a corrupção “até as últimas conseqüências”
Na abertura do IV Fórum Global de Combate à Corrupção, presidente garantiu que governo “cortará na própria carne e sem prejudicar ninguém”
O presidente Luiz Inácio da Silva disse nesta terça-feira, dia 7, que seu governo levará as investigações de denúncias de corrupção até as últimas conseqüências, após anunciar a exoneração das diretorias dos Correios e do Instituto de Resseguros do Brasil. Em discurso pronunciado na abertura do IV Fórum Global de Combate à Corrupção, o presidente disse que seu governo estimulará as investigações no âmbito do Poder Legislativo: “Esse Congresso não pode estar sujeito a compra”, afirmou.
Diante de autoridades de mais de cem países e na presença de parlamentares e ministros do governo, o presidente lembrou seu juramento como principal defensor da Constituição e das leis. “Não esqueci os compromissos com mais de 50 milhões de brasileiros que votaram em mim e também com todo o povo brasileiro”, disse Lula, arrancando aplausos das 1.200 pessoas que lotavam o auditório do hotel Blue Tree, em Brasília.
O presidente deixou clara a sua determinação para levar as investigações até as últimas conseqüências ao afirmar: “cortaremos na própria carne e sem prejulgar ninguém”.
A necessidade de uma reforma institucional foi mencionada pelo presidente para assegurar mais transparência à atividade política. Lula adiantou que a partir do próximo dia primeiro de julho todas as compras do governo serão feitas através de pregão eletrônico.
Anteriormente, o subsecretário-geral e diretor-executivo do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime, Antonio Maria Costa, disse que “toda crise oferece a oportunidade para se envolver com reformas e ações para remediar o problema”, em referência ao momento político que vive o Brasil. Entretanto, o representante do secretário-geral da ONU disse que o país está encarando o desafio por ter criado a Controladoria-Geral da União, como órgão de controle interno e da promoção da transparência do Executivo.
Costa anunciou também que a ONU está preparando uma publicação inédita, o primeiro Relatório Mundial sobre Crime. Ele leu um discurso do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, no qual conclamou a comunidade internacional a ratificar a Convenção da ONU contra a Corrupção para garantir a sua entrada em vigor no prazo mais breve possível. Até o momento 25 países, entre os quais o Brasil, já ratificaram a Convenção, que estabelece compromissos na luta contra a corrupção. O presidente Lula assinou, na solenidade de abertura do fórum, a carta que conclui o processo brasileiro de ratificação.
No início da cerimônia, o ministro do Controle e da Transparência, Waldir Pires, destacou o papel da participação da sociedade civil no combate à corrupção. “Creio que há um ambiente propício para a promoção de mudanças, de transformações que podem fazer a diferença na luta contra a corrupção”, disse.
O IV Fórum Global de Combate à Corrupção prossegue nesta quarta-feira a análise dos temas mais importantes relacionados com o esforço internacional para melhor enfrentar os desafios como o do financiamento político, licitações públicas, conflitos de interesses e a questão da lavagem de dinheiro.
IV Fórum Global de Combate à Corrupção
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