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Kaufmann defende ações preventivas de combate à corrupção
O diretor de Programas Globais e Governança do Instituto do Banco Mundial (Bird), Daniel Kaufmann, defendeu, nesta quinta-feira (08/06), que os países invistam mais em programas de prevenção à corrupção em vez de tomar apenas medidas corretivas, quase sempre, quando ocorre algum escândalo. “Estamos adotando muito mais medidas corretivas, sem nos preocupar tanto com as preventivas”, advertiu Kaufmann durante palestra no IV Fórum Global de Combate à Corrupção.
Ao discursar para os delegados de mais de cem países que participam do Fórum, Kaufmann questionou se não seria a hora de ter um pouco mais de impaciência e cobrar dos governos medidas mais efetivas no controle da corrupção. Para ele, não se pode mais ficar justificando a existência da corrupção com os chamados “falsos argumentos”. Como exemplo, ele citou a noção popular de que a corrupção seria uma “herança histórica” em alguns países. “Os nossos estudos demonstram que isso é falso”, afirmou.
O diretor do Bird criticou duramente os países que se recusam em fazer a reforma política, tanto países desenvolvidos como em vias de desenvolvimento. “Este é um dos fatores principais da existência da corrupção e a reforma política não está ocorrendo em todo o mundo”, afirmou. Entre os principais fatores que deveriam ser modificados, Kaufmann citou a mudança nas regras do financiamento das campanhas políticas.
Kaufmann aconselhou os países a adotarem meios próprios para tentar identificar a corrupção com o objetivo de facilitar o combate ao desvio de recursos públicos. Como exemplo, ele citou o México, que criou um sistema de monitoramento dos níveis de corrupção nos estados. “Esta é uma boa idéia, que poderia ser copiada por outros países”, afirmou.
O diretor do Bird concluiu sua palestra dizendo que é muito importante que os países façam a mensuração da governança. Segundo ele, a melhoria da governança de uma nação pode melhorar a qualidade de vida de um país em 300% a longo prazo.