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Imprensa é fundamental no combate à corrupção
A imprensa exerce papel fundamental no combate à corrupção, segundo avaliação do diretor da Associação Mundial de Jornais, Larry Kilman, um dos participantes do painel que discutiu o papel dos meios de comunicação na luta anticorrupção, durante o segundo dia do IV Fórum Global de Combate à Corrupção. “Os benefícios da imprensa livre são evidentes, principalmente no combate à corrupção. Quanto mais liberdade de imprensa, menos corrupção”, afirmou.
Kilman lembrou que este trabalho é mais difícil em países onde não há democracia, como a China e a Índia, mas ressaltou que, mesmo em países com regime fechado, o trabalho dos jornalistas é imprescindível no combate à corrupção. Segundo ele, existem atualmente 119 países onde existem restrições ao trabalho na imprensa e a maioria é considerada pobre.
O diretor do Instituto da Imprensa Internacional, Johann Fritz, destacou o órgão está empenhado em tentar aprimorar o nível do jornalismo investigativo, principalmente nos países da América Latina.
O ombudsman do jornal Folha de S.Paulo, Marcelo Beraba, destacou que é difícil o trabalho do jornalista que investiga casos de corrupção porque a imprensa não tem os mesmos instrumentos que a Polícia Federal e o Ministério Público. “É fundamental o trabalho de investigação da imprensa, que tem que seguir acompanhando e cobrando medidas para o combate à corrupção”, disse.
Beraba destacou algumas características da imprensa brasileira que dificultam a expansão do jornalismo investigativo em todo o país. Entre eles, o ombudsman citou a concentração dos meios de comunicação nas mãos de grandes grupos e a desigualdade na distribuição da publicidade. “A cobertura é desigual. Juntos, os jornais de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília são responsáveis por 1/3 do volume nacional de reportagens relacionadas à corrupção”, informou.