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“Não se pode combater o crime organizado só com prisões”
Combater a cultura da corrupção e impedir que o criminoso usufrua o produto do crime foram os temas centrais da oficina Lavagem de Dinheiro – Lições Aprendidas, realizado hoje, entre 9h30 e 12h30, no Complexo Blue Tree Alvorada, em Brasília, sede do IV Fórum Global de Combate à Corrupção. De acordo com a secretária nacional de Justiça do Ministério da Justiça, Cláudia Chagas, “não se pode combater o crime organizado só com prisões, através do método tradicional. É preciso tirar dos bandidos o produto do crime”, salientou. Na função de presidente da mesa da oficina, a secretária também frisou o papel do governo no combate à lavagem de dinheiro e a importância de que se adotem métodos eficazes na luta contra esse tipo de delito.
Paulo Márcio Neves Rodrigues, chefe de gabinete do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), lembrou que a lei que tipifica a lavagem de dinheiro como crime ainda é recente no País – data de 1998 –, mas que os esforços brasileiros vêm crescendo ano a ano. “Impedimos, por exemplo, o saque de R$ 16 milhões no caso do propinoduto, da fraude do INSS. É preciso, além de combater, desestimular o crime”, lembrou.
Um dos objetivos do combate à lavagem de dinheiro é fazer com que o produto dessa atividade criminosa não retorne ao seu ciclo, pois o capital que vem do crime é investido novamente no crime. Mas combater a cultura da corrupção é tão essencial quanto lutar contra o mal em si, diz o promotor público Marcelo Mendroni, do Estado de São Paulo. “Não devemos só correr atrás dos prejuízos, precisamos voltar às origens da corrupção e tentar desmontá-la em sua raiz. As pessoas têm de passar a ter vergonha da corrupção” concluiu.