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Brasil é referência em controle para auditores moçambicanos
Quatro auditores da República de Moçambique estão visitando, nesta semana, a Controladoria-Geral da União para colher experiências sobre o controle interno realizado no Brasil e conhecer os sistemas informatizados empregados pela Administração Federal brasileira. Chefiada pelo Inspetor Geral de Finanças, Jorge Marcelino, a delegação moçambicana permanece por 12 dias no Brasil, onde também visita outros órgãos que atuam no controle dos gastos públicos.
Na tarde desta quarta-feira, a delegação fez uma visita de cortesia ao ministro do Controle e da Transparência, Waldir Pires, que expressou satisfação em poder colaborar com aquele país para o aprimoramento do sistema de controle interno. Questionando o Inspetor Geral sobre a forma como os gastos públicos são controlados em Moçambique, o ministro advertiu que "o grande perigo é que o controle se faça apenas na linha documental, pois isso dá margem a todo tipo de fraudes e manipulações". Segundo Pires, "é exatamente o que estamos combatendo no Brasil, buscando uma fiscalização que acompanhe sempre os resultados".
Jorge Marcelino agradeceu ao ministro a oportunidade de realizar esse intercâmbio com técnicos brasileiros, informando que a República de Moçambique está em fase de implantação de um sistema informatizado de controle dos gastos, que permita mais agilidade e eficácia às atividades dos auditores. Daí a escolha do Brasil como referência, pois além da facilidade da língua, a tecnologia de informação utilizada aqui é bastante estruturada. Segundo ele, a manipulação de dados em seu país ainda é feita de forma manual e "o grande desafio é montar um sistema de administração que facilite o controle".
Marcelino explicou, ainda, que uma profunda preocupação de Moçambique é evoluir no sentido de aumentar o envolvimento da sociedade civil no controle dos gastos públicos, além dos meios de comunicação, por terem muita influência persuasiva.
A República de Moçambique tem 18 milhões de habitantes e viveu por mais de 15 anos em guerra civil. Somente em 2002, o país implantou um sistema de administração financeira, composto de cinco subsistemas, dentre os quais está incluído o subsistema de controle interno. A delegação moçambicana, pretende trocar experiências com os auditores brasileiros em termos técnicos, de comunicação e de envolvimento com a população.