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Waldir e Tarso discutem controle, no Piauí
O trabalho integrado, não apenas entre órgãos de diversas áreas do governo, mas, sobretudo, desses com a sociedade civil, foi a receita mais indicada para o efetivo combate à corrupção no Brasil, durante a Conferência Regional de Concertação sobre "Ética e Controle na Aplicação de Recursos Públicos", que a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social realizaram ontem (16/12), em Teresina, Piauí.
O evento reuniu mais de 500 representantes de entidades da sociedade civil no Centro de Convenções do Estado, para identificar as falhas e deficiências dos atuais mecanismos de controle de recursos públicos e discutir as linhas de um novo modelo de controle que possa ser reproduzido em outras regiões do país. As discussões tiveram como base as quatro áreas da administração federal que vêm apresentando maior fragilidade em relação ao controle sobre a aplicação de recursos: saúde, educação, assistência social e integração nacional.
Rede fiscalizadora
Para o governador do Estado, Wellington Dias, ninguém, isoladamente, conseguirá vencer o crime organizado e a corrupção. Ele propôs a criação de uma “rede fiscalizadora”, integrada pelos organismos de que o país já dispõe - como a CGU, o TCU, os TCEs, o Ministério Público, além de entidades da sociedade civil - para um combate mais eficaz a esses males. “Dessa forma, poderemos não obter cem por cento de êxito, mas, com certeza, daremos passos muito largos nessa direção”, disse o governador.
O Ministro do Controle e da Transparência, Waldir Pires, sustentou que não se extingue a corrupção - e todas as suas conseqüências, como as desigualdades e a exclusão social - por decreto ou pela vontade unilateral de alguém, “mas sim pela vontade conjunta da sociedade, com o Estado agindo como condutor desse processo”.
É exatamente isso que se busca, nesse processo de concertação, segundo explicou o Ministro Tarso Genro, da Secretaria Especial do Conselho do Desenvolvimento Econômico e Social. “Discutir com a sociedade e amadurecer ações a serem implementadas em cada área, como aconteceu, esta semana, como encaminhamento de 21 sugestões visando o fomento das exportações, após um sério trabalho de discussão concertada”.
Reconhecimento e incentivo
Representando as entidades da sociedade civil do Piauí, Arimatéia Dantas, um dos dirigentes da Força Tarefa Popular - movimento piauiense criado para combater a corrupção no Estado - disse que o corrupto é pior do que o sequestrador e outros criminosos, porque “com uma simples caneta e no conforto do ar-condicionado de seu gabinete, dispara sua metralhadora contra o povo humilde, negando-lhe melhores condições de vida”.
Em seguida, Dantas entregou ao Ministro Waldir Pires uma placa com a seguinte frase: “A sociedade piauiense reconhece e incentiva o trabalho da Controladoria-Geral da União no combate à corrupção”. “Com isso, queremos dizer que o povo não está sozinho nesta luta”, disse Arimatéia ao entregar a placa, ao lado de Ângela Vitória, uma garota de sete anos que, segundo ele, é a mais jovem participante das caminhadas contra a corrupção promovidas, no Piauí, pela Força Tarefa Popular.
As sugestões recolhidas durante o evento serão examinadas por técnicos da CGU, da SEDES e dos quatro ministérios participantes do evento (Saúde, Educação, Assistência Social e Integração Nacional) para serem transformadas em ações concretas de controle sobre a aplicação dos recursos públicos.