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Carta a Eduardo Almeida Reis
Em sua coluna no Jornal Hoje em Dia, edição de 09/08/2001, sob o título "Epistoleira da União", Eduardo Almeida Reis diz recear que a Ministra Anadyr de Mendonça Rodrigues, diante da montanha de serviço que tem pela frente, tenha optado pela epistolografia. "Baixou nela o espírito de um Mário de Andrade, de um Sobral Pinto - dois notáveis epistoleiros - e resolveu sair pela tangente, que os serviços da Corregedoria-Geral da União pedem um batalhão de advogados e procuradores para enfrentar um exército que vive a facaltruar.
A Ministra Anadyr enviou a seguinte resposta ao colunista:
Caro Dr. Eduardo,
Li com muito prazer a sua espirituosa crônica "Epistoleira da União". Aliás, confesso que, depois do susto inicial que o título me trouxe, fiquei até de certo modo vaidosa, ao compreender o exato significado. De fato, tomara pudesse eu, mesmo, com os meus escritos, fazer jus à sua qualificação de "epistoleira de mão cheia"... Poderia, então, usar essa "arma", para conseguir resultados mais rápidos, no desempenho do cargo público que ora ocupo.
Bom. Vamos ao que interessa a seus muitos leitores.
Primeiro, uma explicação. De fato, tenho procurado, sim, responder, pessoalmente, a todas as crônicas que versem sobre a Corregedoria-Geral da União. Faço-o, porém - consigne-se -, não "Por dá-cá-aquela-palha, e até na falta da haste seca das gramíneas", mas em puro respeito à opinião pública. É que, na ótica do Governo Federal, uma das funções institucionais da sua Corregedoria-Geral é manter-se em permanente exposição à crítica da população. Cabe-lhe o nobre papel de constituir um canal de efetiva comunicação entre o Poder Executivo Federal e os cidadãos em geral, a quem prestará contas, permanentemente, de todos os procedimentos em curso, para apuração de irregularidades. Por isso, não pode o órgão se eximir de prestar contas a quem quer que seja.
É exatamente por essas razões que, agora, devo pedir-lhe, caro Dr. Eduardo, vênia para dizer que não procede o seu temor assim expresso: "Receio que a dra. Anadyr, diante da montanha de serviço que tem pela frente, sem o recurso ao palavrão, educada que é, tenha optado pela epistolografia. Baixou nela o espírito de um Mário de Andrade, de um Sobral Pinto - ambos de dois notáveis epistoleiros - e resolveu sair pela tangente, que os serviços da Corregedoria-Geral da União pedem um batalhão de advogados e procuradores para enfrentar um exército que vive de falcatruar".
Não procede, porque: 1) embora a Corregedoria-Geral da União não disponha de "um batalhão", conta com o concurso de um grupo expressivo e suficiente de denodados e competentes profissionais do Direito, que estão diariamente dedicados ao desempenho das árduas funções que cabem ao órgão; e 2) o resultado dos trabalhos executados nos 4 meses de vida da CGU está espelhado - para consulta por qualquer cidadão deste País - na página eletrônica http://www.gov.br/cgu/pt-br, onde constam opções que, acessadas, indicam as suas muitas atividades, tais como "Notícias" e "Notas Oficiais", a par de ser possível, na opção "Processos", a consulta a Banco de Dados contendo a relação de todas as denúncias chegadas, com indicação das providências já adotadas.
Peço-lhe, por sinal, o especial obséquio de colaborar com a Corregedoria-Geral da União, divulgando, junto a seus leitores, o aludido endereço eletrônico.
Receba, caro Dr. Eduardo, a minha especial gratidão, por me haver enviado cópia de sua crônica, assim ensejando-me conhecer o brilho de sua pena. Agradeço, ainda, penhoradamente, os votos de sucesso.
Retribuo, de modo efusivo, o cordial abraço.
Anadyr de Mendonça Rodrigues