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Crise climática no Nordeste: CETENE debate com especialistas desafios e soluções
As temperaturas médias têm aumentado, com projeções de elevação de até 4°C até o final do século - foto: Ascom CETENE
O Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), realizou na sexta-feira (19) o seminário "Mudanças climáticas e seus impactos no Nordeste: desafios e perspectivas para a região", no auditório Profº Ivon Fittipaldi, em colaboração com a Academia Pernambucana de Ciências (APC).
O seminário reuniu especialistas de diversas áreas, estudantes e pesquisadores com o objetivo de fornecer subsídios para a formulação de estratégias de mitigação dos impactos das mudanças climáticas na região.
"A mudança climática não é apenas uma questão ambiental, mas também social e econômica. É crucial que todos os setores da sociedade se unam para enfrentar esse desafio", ressaltou a diretora do CETENE, Dra. Giovanna Machado, durante o evento.
Já o professor Ricardo Araújo, especialista em transparência climática do MCTI, destacou a importância da Agenda Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (ANA-MCC) como instrumento fundamental para o planejamento e implementação de ações de adaptação.
O presidente da APC, professora André Gomes, destacou a importância da educação ambiental para assegurar um futuro sustentável: “Nós temos recursos, ciência e tecnologia suficientes para mitigar os impactos negativos das mudanças climáticas. Mas nada disso será possível sem educação”, afirmou.
INOVAÇÃO - Empenhado em contribuir para um futuro mais sustentável no Nordeste, o CETENE está desenvolvendo pesquisas e tecnologias para mitigar os efeitos da mudança climática na região. Entre suas iniciativas estão projetos focados em energias renováveis, como métodos sustentáveis para estocagem de energia e o desenvolvimento de mudas para reflorestamento de espécies ameaçadas, utilizando biotecnologia para a preservação da biodiversidade regional na Mata Atlântica.
DESAFIOS - O Nordeste brasileiro enfrenta um cenário desafiador com o aumento da frequência de secas, elevação das temperaturas, e eventos climáticos extremos como chuvas intensas e elevação do nível do mar. Esses fenômenos têm impactos socioeconômicos e ambientais significativos na região.
Dados do Ministério da Integração Nacional mostram que mais de 465 municípios estão em situação de emergência devido à seca em 2024, resultando em perdas agrícolas, escassez de alimentos e êxodo rural. Além disso, eventos como chuvas torrenciais têm causado inundações e deslizamentos, com impactos devastadores, conforme relatórios do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden).
Já o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) destaca que as temperaturas médias têm aumentado, com projeções de elevação de até 4°C até o final do século, afetando a saúde pública, economia e ecossistemas. Estudo da Universidade Federal de Pernambuco também aponta um aumento do nível do mar na costa nordestina, com consequências como inundações que ameaçam cidades como Recife, Fortaleza e Salvador.
Juntos, podemos enfrentar os desafios da mudança do clima e construir um futuro mais resiliente para o Nordeste.
Sobre o CETENE
O Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE) é uma unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O CETENE tem como missão gerar e difundir conhecimento científico e tecnológico para o desenvolvimento socioeconômico do Nordeste.
Sobre a APC
A Academia Pernambucana de Ciências (APC) é uma sociedade científica que reúne cientistas e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento. A APC tem como objetivo promover o desenvolvimento da ciência e da tecnologia em Pernambuco.