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Minerais estratégicos e terras-raras são tema de seminário na Câmara dos Deputados
O Congresso retomou recentemente os debates sobre minerais estratégicos, e as terras-raras têm sido o centro das discussões. Neste mês de maio, as duas casas legislativas sediaram reuniões. A primeira ocorreu no dia 13, no Senado, quando o CETEM foi representado por seu Diretor.
No dia 21, o Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados realizou o Seminário Minerais Estratégicos e Terras-Raras, que reuniu deputados, consultores legislativos, entidades ministeriais, representantes de instituições de pesquisa públicas e privadas, além de representantes de órgãos públicos para debater a elaboração de uma política para terras-raras e minerais estratégicos, pesquisa e lavra, bem como a construção de cadeias produtivas. O pesquisador Ronaldo Santos representou o CETEM no evento.
Em sua apresentação, Santos enfatizou a necessidade de criação de grupos de trabalho dotados de recursos humanos qualificados, rede de informação e conhecimento para que se possa implementar a manutenção de programas contínuos de prospecção; inventário, caracterização e avaliação das ocorrências e depósitos; PD&I orientada para tecnologia mineral e para produtos, segundo prioridades estabelecidas pelos grupos de trabalho.
Aplicação das TRs І As terras-raras representam um conjunto de 17 elementos químicos contidos em jazidas minerais. Não são raros na natureza, mas as pequenas concentrações em que se encontram e o difícil processo de separação dos elementos dão a eles a denominação de raros. São empregados na produção de aparelhos de alta tecnologia, como laptops, iPods e até mísseis, nas indústrias petrolífera e aeroespacial, entre outras aplicações, sendo, portanto, elementos estratégicos para o país.
Investimentos do MCTI І O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou recentemente o aporte de R$ 11 milhões em pesquisa e desenvolvimento com terras-raras até 2016. Do montante, R$ 2 milhões são destinados ao CETEM, para apoiar a retomada dos trabalhos com TRs, enfraquecidos na década de 90. Os trabalhos estão inseridos no escopo do projeto Proterraras do CETEM, iniciado este ano, e compreendem as etapas de caracterização tecnológica e análises químicas; beneficiamento mineral, metalurgia extrativa, incluindo a separação dos elementos de TRs; e a avaliação das alternativas de reciclagem desses elementos a partir de fontes secundárias.
Mercado mundial І Atualmente, a China lidera a produção mundial, com 87% do mercado. O Brasil, que já foi líder global neste setor, produz apenas 0,28%. Diante da hegemonia chinesa e dos entraves à exportação impostos pelo país no ano passado, outras nações, como Estados Unidos, Austrália e Índia, voltaram a investir na exploração desses elementos.