Notícias
CETEM e Kinross desenvolvem rota de processo para recuperar ouro e enxofre do concentrado da flotação primária
Um processo de flotação desenvolvido pelo CETEM em parceria com a Kinross Paracatu mostrou ser uma tecnologia atraente, do ponto de vista técnico, econômico e ambiental.
A flotação é o processo de concentração de sulfetos e ouro empregado na planta industrial localizada em Paracatu-MG. A tecnologia desenvolvida possibilita recuperar ouro e pirita contidos no concentrado da flotação primária. O concentrado, após processo de lixiviação (C.I.L.), é direcionado a tanques de estocagem, nos quais ficam armazenados sem destinação econômica. O recurso armazenado é de aproximadamente 10 milhões de toneladas, com potencial de aumento de 15 milhões toneladas no LOM (life of mine). Os teores de ouro e enxofre no material estocado estão em torno de 1 ppm e 17%, respectivamente.
A rota de processo desenvolvida recupera, por meio de flotação de ultrafinos, cerca de 80% do ouro ainda contido no concentrado (resíduo) armazenado, alcançando, em alguns casos, um teor de cerca de 10 ppm no concentrado assim obtido. Além disso, consegue também recuperar no mesmo concentrado de flotação 80% do enxofre contido que está na forma de pirita. O potencial de utilização desse material pode ser principalmente para a produção de ácido sulfúrico. Os minerais de arsenopirita ficam no rejeito da flotação, a ser novamente confinado.
A Kinross Paracatu é a maior produtora de ouro no país, com cerca de 15 toneladas ao ano, enquanto o Brasil produz aproximadamente 60 toneladas. Os resultados obtidos na pesquisa aumentam o potencial de aproveitamento econômico da reserva de minério sulfetado e minimizam os passivos ambientais, mas representam apenas um passo do desenvolvimento, que dependeria ainda de um parceiro técnico comercial estratégico para a continuidade do projeto.