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2º Simpósio Brasileiro de Saúde & Ambiente: CETEM participa com a apresentação de quatro trabalhos
O CETEM estará presente no 2º Simpósio Brasileiro de Saúde & Ambiente (2ºSIBSA), que acontece de 19 a 22 de outubro, em Belo Horizonte (MG). Durante o evento, colaboradores do CETEM apresentarão cinco trabalhos.
O pesquisador do CETEM, Francisco Rego Chaves Fernandes, abre as apresentações, no dia 20 de outubro, às 8h, com a exposição de trabalho escrito intitulado Recursos Minerais e Comunidade – impactos humanos, socioambientais e econômicos. A apresentação contará com a participação da bolsista do Programa de Capacitação Institucional (PCI) do MCTI, Eliane Rocha Araujo.
Durante a explanação, Fernandes apresentará o banco de dados elaborado por ele e sua equipe. Com lançamento previsto para o segundo semestre de 2014, a ferramenta reúne mais de uma centena de estudos de casos que abordam impactos de diversas naturezas — humanos, socioambientais, econômicos — gerados pela atividade mineral nas comunidades locais em todo o território nacional. Também está previsto o lançamento de um livro com 105 dos casos estudados, além de seis artigos técnicos que foram redigidos com base numa análise semiquantitativa, de forma que todos os estudos pudessem ser classificados de acordo com critérios preestabelecidos, tais como: fase, tipo, tempo de funcionamento e abrangência do empreendimento; população envolvida; número de habitantes do município-sede; impactos socioeconômicos; impactos ambientais; problemas de contaminação; e interferência do Ministério Público.
No dia 21 de outubro, às 8 horas, a pesquisadora do CETEM, Zuleica Castilhos, fará apresentação sobre o tema Avaliação da exposição ambiental ao arsênio e ferramentas para a comunicação dos resultados à população de Paracatu-MG, junto com outros participantes da pesquisa: Eduardo Mello de Capitani (Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp), Frèdéric Adelin Georges Mertens (Universidade de Brasília), Iracina Maura de Jesus (Instituto Evandro Chagas) e Kleber Raimundo Freitas Faial (Instituto Evandro Chagas).
O estudo, coordenado pelo CETEM e financiado pela Prefeitura Municipal de Paracatu, revelou que mais de 75% da população amostrada apresentaram baixos teores de arsênio em urina, abaixo de 5 µg/L, o que pode ser considerado como valor referencial, ou o valor esperado em pessoas que não trabalham na mineração de ouro.
As outras três apresentações de pôsteres digitais acontecerão no dia 20 de outubro, às 13h30. Na ocasião, o bolsista PCI Rodrigo Braga da Rocha Villa Verde participará da roda de conversa Conflitos territoriais que incidem fortemente na determinação do processo saúde-doença ou estudos que avaliam danos nesse contexto, apresentando o pôster eletrônico Grande Carajás em Conflito. Já a bolsista Eliane Araujo participará da roda de conversa Vulnerabilidades políticas sobre grupos sociais ou ecossistemas, apresentando o pôster eletrônico Fechamento de minas no Brasil não tem legislação federal específica e coloca em risco saúde ambiental e de populações locais. Os dois bolsistas são orientados pelo pesquisador Francisco Fernandes. Por fim, a colaboradora do CETEM, Maria Inês Almeida Ribeiro, apresentará o pôster Mineração e garimpo: conflitos em terras indígenas e a invisibilidade dos seus direitos.
Sobre o 2º SIBSA
O Simpósio é promovido pelo Grupo de Trabalho Saúde & Ambiente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e terá como tema central Desenvolvimento, Conflitos Territoriais e Saúde: Ciência e Movimentos Sociais para a Justiça Ambiental nas Políticas Públicas.
O evento está sendo organizado em parceria com outros Grupos Temáticos e Comissões da Abrasco, Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais e Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Fiocruz, Programas de Pós-graduação em Saúde Coletiva de diversas universidades públicas e movimentos sociais atuantes.
O presidente do Simpósio é o professor Hermano Castro, diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) e a presidente da Comissão Científica é a professora Lia Giraldo, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco (UFPE).
Redação: Eliane Araújo e Thatyana Freitas