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Pesquisadores brasileiros e japoneses discutem sobre alertas de desastres naturais
Aprimorar as técnicas sobre previsão e alertas de desastres por deslizamento de encostas foi o objetivo central da 5ª reunião entre pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Cemaden-MCTI) e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica, sigla em inglês).
Os debates ocorreram no Auditório da Área de Eventos do Parque Tecnológico, em São José dos Campos, na segunda quinzena de outubro (21.10), com a participação dos técnicos da Defesa Civil dos municípios de Petrópolis e Nova Friburgo (RJ), de Blumenau (SC), do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres do Ministério da Integração Nacional (Cenad-MI), além de especialistas da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais do Ministério de Minas e Energia (CPRM-MME), entre outros técnicos.
Durante todo o dia, foram discutidas as metodologias de pesquisa, entre elas a coleta e organização de dados para o monitoramento das chuvas, especialmente, nas áreas de riscos de deslizamentos, bem como para a definição de chuva padrão para emissão de alertas. Os resultados da aplicabilidade dessas pesquisas visam oferecer maior eficácia nas análises para agilizar o tempo dos alertas. Dessa forma, fortalece a estrutura nacional da Defesa Civil nas ações de prevenção, alertas e evacuação da população nas áreas de risco. Ao final da reunião, foram feitas recomendações e propostas para definição de protocolos e manuais.
“Nesta última reunião do ano, pudemos concluir sobre a metodologia ideal a ser aplicada no Brasil com relação ao monitoramento e emissão de alertas de riscos de desastres naturais por deslizamento de encostas”, afirmou o coordenador do evento e gerente operacional em Geociências do Cemaden, Celso Aluísio Graminha.
O intercâmbio entre Brasil e Japão faz parte do Projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos em Desastres Naturais, envolvendo o Cemaden-MCTI e a Jica. O projeto visa melhorar a capacidade brasileira de avaliar e reduzir riscos, aperfeiçoando o monitoramento, além de conduzir e organizar a pesquisa e desenvolvimento (P&D) sobre desastres naturais.
O Termo de Cooperação entre os dois países foi firmado em 2013, envolvendo as Agências Brasileira de Cooperação (ABC) e a de Cooperação Internacional do Japão (Jica), os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, das Cidades, da Integração Nacional e das Minas e Energia do Brasil, para o fortalecimento da capacidade brasileira na gestão de riscos de desastres naturais.
O Cemaden, criado por Decreto Presidencial nº 7.513, em julho de 2011, no âmbito do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, adota uma estrutura técnico-científica organizada, desenvolvendo capacidade científica, tecnológica e de inovação para continuamente aperfeiçoar os alertas de desastres naturais. Entre outras competências, emite alertas para o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres – Cenad, do Ministério da Integração Nacional, auxiliando o Sistema Nacional de Defesa Civil. O Cemaden opera 24 horas por dia, sem interrupção, monitorando as áreas de risco em 795 municípios em todo território nacional.
Reunião entre Cemaden e Jica visa aperfeiçoar o monitoramento, além de conduzir e organizar a pesquisa e desenvolvimento (P&D) sobre desastres naturais. (Fotos Cristina Matayoshi, da JICA)
Radar em Maceió vai monitorar fenômenos naturais em quatro estados
Foi inaugurado nesta quarta-feira (4), em Maceió, o sexto equipamento para monitoramento de fenômenos naturais do projeto Radares Meteorológicos, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI).
O radar, com capacidade técnica de monitorar o território de quatro estados do Nordeste – Alagoas, Sergipe, Pernambuco e a região do norte da Bahia – vai auxiliar especialistas nos estudos do clima, antecipando as previsões de chuvas e estiagens, e consequentemente, as informações que envolvem questões de desastres ambientais. Fica no campus universitário da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
A cerimônia teve a presença de gestores dos governos federal, estadual e municipal, e a participação de pesquisadores e estudantes da UFAL, e representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
“O equipamento que foi implantado em Alagoas é um dos mais modernos do país”, expôs o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Carlos Nobre.
“Ele integra o Plano de Gestão de Riscos [e Resposta a Desastres Naturais] do governo federal e faz parte de uma rede de monitoramento meteorológica que tem como objetivo reduzir os impactos dos desastres naturais.”
Nobre acrescentou que, com o instrumento, será possível antecipar informações sobre o volume de chuvas ou estiagens, e assim, programar ações e estratégias para mobilizar a retirada de famílias das áreas de risco. “O objetivo do governo federal é diminuir a exposição da população diante dos desastres, ao se antecipar aos fatos, e agilizar o sinal de alerta ao compor informações precisas para auxiliar a defesa civil”, disse.
Antecipação
O coordenador do projeto Radares Meteorológicos, Carlos Frederico de Angelis, explicou que a unidade implantada em Alagoas possui tecnologia e sensibilidade para levantar dados elaborados sobre chuvas ao longo de um raio de 400 quilômetros (km), com abrangência de 800 km de diâmetro. Segundo Angelis, o equipamento, avaliado em R$ 8 milhões, tem a capacidade de antecipar os fatos provocados por fenômenos naturais entre seis e duas horas.
“O projeto prevê no Brasil a implantação de nove radares deste porte, formando uma rede com profissionais especializados que serão capazes de monitorar o deslocamento das nuvens e antecipar dados que contribuirão tanto para salvaguarda da população como para o planejamento da agricultura”, pontuou o representante do Cemaden.
“Se o impacto de um desastre natural para o agronegócio é prejudicial, para a população e os pequenos produtores ele é ainda maior. Por isso, a função desta rede é absorver e repassar informações para prevenir e evitar perdas, tanto na produção da atividade rural como de vidas.”
Pesquisa e capacitação
O reitor da UFAL, Eurico Lobo, destacou a oportunidade para toca de experiências. “Se para os especialistas e a população o radar é uma ferramenta operacional de grande importância para estratégias e planejamentos futuros, para a universidade ele também é um instrumento de formação e pesquisa. Estamos honrados porque com ele ganhamos conhecimento, ou seja, mais uma oportunidade para fortalecer nosso Centro de Capacitação de Recursos Humanos, algo que já é referência no país”, comentou. O secretário estadual da Ciência, da Tecnologia e da Inovação, Eduardo Setton, também participou da inauguração.
Com o equipamento já em funcionamento dentro do campus universitário, um dos primeiros desafios dos especialistas é monitorar e enviar informações sobre a situação climática dos próximos dias para os organizadores da Copa do Mundo de Futebol, com trabalho focado no levantamento de informações da cidade-sede de Recife, em Pernambuco.
Texto: Waldson Costa – Ascom do MCTI
Conferência de Sendai : Cemaden discute sobre a redução de riscos de desastres naturais
Considerado o novo marco para reduzir riscos de desastres naturais e das mortes no mundo provocadas por esses eventos, a Declaração de Sendai – divulgada pelo grupo de trabalho durante a Terceira Conferência Mundial da ONU para Redução de Riscos de Desastres – teve a participação do Cemaden para elaborar o documento de acordo comum de cooperação internacional e do estabelecimento de metas a serem alcançadas nos próximos 15 anos
Durante a Terceira Conferência Mundial da ONU para Redução de Riscos de Desastres, realizada em Sendai, no Japão, entre 14 e 18 de março, o climatologista Carlos Afonso Nobre, diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apresentou a experiência brasileira sobre o tema da conferência. Mostrou o histórico, as tipologias e as diferentes intensidades das ocorrências de desastres naturais por região no Brasil, destacando as estratégias do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, implantado desde 2012, que incluem prevenção, mapeamento das áreas de risco, monitoramento, alerta e resposta.
Na conferência, o diretor do Cemaden mostrou que o impacto das secas intensas sobre a agricultura, abastecimento de água, irrigação e navegação afetam a maioria das pessoas no Brasil. No entanto, o movimento de massa, em especial, os deslizamentos de terra, junto às enchentes são mais letais, respondendo por mais de 90% das mortalidades provocadas pelos desastres naturais no Brasil.
Foi lembrado que o evento extremo ocorrido na região serrana do Rio de Janeiro – em janeiro de 2011, resultando em mais de 900 mortes – foi decisivo para as mudanças nas estratégias do governo, que aplica 80% dos investimentos a longo prazo, voltados para a prevenção de desastres e na construção de resiliência das comunidades, incluindo a criação do próprio Cemaden para o monitoramento e alerta dos desastres naturais em todo o território brasileiro.
O diretor do Cemaden também apresentou o Projeto de Pluviômetros Comunitários – mais de 1 mil instalados em comunidades expostas a alto risco de desastres – e o Projeto Piloto Educacional, todos voltados para melhorar a percepção de risco e educação para a sustentabilidade.
Novo marco global para a redução de risco de desastres
A Declaração de Sendai, elaborada durante a Terceira Conferência Mundial da ONU para Redução de Riscos de Desastres, realizada no Japão, define o Quadro para a Redução de Risco de Desastre e as metas a serem alcançadas, no período entre 2015 e 2030. Foram determinadas sete metas mundiais para a redução substancial: da mortalidade mundial produzida pelos desastres, do número de pessoas afetadas, das perdas econômicas em relação ao produto interno bruto nacional, dos danos à infraestrutura fundamental e da interrupção dos serviços básicos (incluídos os de saúde e educação), bem como o aumento no número de países com estratégias nacionais e locais para a redução do risco de desastre. Foram inclusas, nessas metas, a maior cooperação internacional e maior acesso aos sistemas de alerta, além de mais informação e avaliações sobre o risco de desastres.
O acordo global aponta quatro prioridades de ação para a redução de risco de desastre: a melhor compreensão do risco, mais investimento para a gestão desse risco, preparação mais eficaz diante dos desastres e incorporação do princípio de “reconstrução aprimorada” à recuperação, reabilitação e reconstrução.
Segundo o Relatório preparado pelas Nações Unidas para a Redução de Risco de Desastres (UNISDR), calcula-se que investimentos de US$ 6 bilhões- o equivalente a R$ 18,7 bilhões – no setor de redução de risco de desastres, resultam numa economia de US$ 360 bilhões até 2030, quantia calculada por perdas econômicas mundiais causadas pelos desastres.
A Declaração de Sendai traz uma atualização do acordo firmado há 10 anos, em Hyogo, também no Japão, visando melhor preparação para diminuir os impactos causados por desastres. O compromisso dos países inclui avaliar as metas de desenvolvimento sustentável e como lidar com a adaptação climática, acordo que deve estar alinhado e coerente às agendas de desenvolvimento e climática.
CEMADEN inaugura radar meteorológico em Natal, RN
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) inaugurou nesta segunda-feira (02) em Natal, RN, o radar meteorológico, cuja cobertura abrange 80% do Estado.
O equipamento, instalado na Base Aérea de Natal, cobrirá a maior parte da região semiárida e a faixa litorânea do Rio Grande do Norte, e os dados transmitidos subsidiará o trabalho da operação do CEMADEN no monitoramento das áreas de riscos de deslizamento e inundação.
A ação do Centro atende a uma das metas do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Alertas de Desastres Naturais, lançado em agosto de 2012, e conta com a instalação de mais 8 radares no país.
Os demais radares a ser instalados serão implantados em regiões que ainda não são monitoradas, como Maceió, AL; Salvador, BA; Petrolina, PE; Almenara, São Francisco e Três Marias, MG; Santa Tereza, ES e Jaraguari, MS. Os investimentos são de mais de R$ 72 milhões.
A partir dos radares será possível para o CEMADEN aprimorar a qualidade da quantificação de chuvas sobre os municípios cobertos pelos radares; melhorar a previsão de tempo de curtíssimo prazo e, também, antecipar a emissão de alertas de desastres naturais.
Ainda como parte do Plano de Gestão de Riscos e Alertas de Desastres, o CEMADEN já instalou oito pluviômetros (equipamentos os que medem a quantidade de chuva) em áreas de risco de desastres no município de Natal, somando à rede de pluviômetros do CEMADEN um total de 772 unidades instaladas em todo o país. Estes equipamentos, juntos com os radares, também servirão para calibração de modelos hidrológicos e meteorológicos em desenvolvimento no Centro.
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