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Olimpíada Brasileira de Geografia para estudantes tem a participação do Cemaden
As duas provas competitivas da Olimpíada – direcionadas aos alunos de escolas públicas e particulares – incluirão temas ligados às atividades do Cemaden, como a de gestão e prevenção de riscos de desastres naturais, monitoramento e alertas, mudanças climáticas, entre outros. Inscrições estão abertas até 11 de maio.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, firmou parceria com a organização da Olimpíada Brasileira de Geografia, contribuindo na elaboração de questões das provas competitivas. Por meio do Projeto Cemaden Educação, foram elaboradas questões referentes aos temas sobre gestão e prevenção de desastres naturais, monitoramento e alertas, mudanças climáticas, entre outros assuntos relacionados às atividades da instituição.
A Olimpíada Brasileira de Geografia é direcionada a todos os estudantes das escolas públicas e particulares do Brasil, desde o 9° ano do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio. A participação dos estudantes é voluntária e gratuita.
Entre os objetivos do evento, está o de despertar nos jovens estudantes o interesse pela geografia e geociências, estimulando-os a pesquisar e questionar sua curiosidade científica, além do seu crescimento intelectual e emocional.
Coordenada pelo Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com apoio de diversos parceiros, a Olimpíada de Geografia se desdobra em duas partes : a prova competitiva e a prova cooperativa.
A realização da prova competitiva está prevista para ocorrer na 1ª fase no próximo dia 20 de maio e a 2ª fase no dia 10 de junho. A prova colaborativa está prevista para ocorrer no dia 10 de novembro.
Os estudantes e professores envolvidos na olimpíada receberão Certificados de Participação no dia 10 de dezembro.
Critérios de Avaliação e inscrições
Conforme o regulamento da Olimpíada Brasileira de Geografia, não há número mínimo ou máximo de participantes para cada escola. Nas escolas, todos os estudantes podem e devem ser igualmente convidados a participar.
Os estudantes participantes da olimpíada deverão demonstrar a sua capacidade de análise e interpretação dos fenômenos geográficos e geocientíficos de modo integrado.
As inscrições são gratuitas e estão abertas até o dia 11 de maio. Mais informações e inscrições estão disponibilizadas no site http://www.obg.net.br/
Cemaden realiza oficina para preparar escolas a reduzirem o risco de desastres naturais no município de Lorena (SP)
A capacitação foi destinada aos gestores e professores das escolas municipais, visando disseminar ações para a conscientização e percepção dos alunos e da comunidade sobre os riscos de desastres naturais nas áreas vulneráveis a inundações e deslizamentos.
Tornar as escolas sustentáveis e resilientes foi o objetivo da 1ª Oficina de Formação de Redução de Desastres Sociambientais no município de Lorena (SP), apresentada pelos pesquisadores e tecnologistas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Com o apoio da Secretaria Municipal de Educação e da Defesa Civil de Lorena, a capacitação foi destinada aos gestores e professores de sete escolas municipais, situadas em áreas vulneráveis a inundações, onde foram instalados os pluviômetros semiautomáticos. A oficina também contou com a participação de voluntários e de representantes de instituições não governamentais, como o Movimento Nascente do Paraíba, que contribuíram com experiência socioambiental da região.
Essa capacitação faz parte do Acordo de Cooperação Técnica entre o Cemaden e a Prefeitura, dentro do Projeto Lorena Resiliente. A coordenação da oficina foi feita pela equipe do Projeto Cemaden Educação, com o objetivo de contribuir para a formulação de atividades didático-pedagógicas, voltadas para o Ensino Fundamental sobre a preservação de riscos de desastres naturais. A oficina se dividiu em duas etapas : a teórica e a das atividades em campo.
Na parte teórica, pesquisadores das áreas de meteorologia, hidrologia e geografia do Cemaden, apresentaram conceitos relevantes sobre desastres naturais, riscos, vulnerabilidade, perigo, danos e a relação dos fenômenos meteorológicos e riscos de inundação. Mostrou, também, a atuação do Projeto Pluviômetros nas Comunidades, com orientações básicas para coleta e interpretação do registro de dados para o monitoramento do nível de chuvas.
Na parte prática, os participantes vivenciaram atividades em campo, nas áreas inundáveis do Rio Mandi, com fichas de questionários direcionando a percepção e a observação das áreas de risco.
A coordenadora do Projeto Cemaden Educação, antropóloga Rachel Trajber, contextualizou o trabalho na escola sustentável e resiliente, com base em três dimensões : espaço físico da escola, o currículo educacional (incluindo saberes científico e tradicional, a trans e interdisciplinaridade) e a gestão (que inclui a comissão integrada pela comunidade e Defesa Civil). “O objetivo é contribuir para a geração de uma cultura de prevenção de riscos de desastres naturais, com seus impactos socioambientais, por meio da construção de uma escola sustentável e resiliente.”, afirma a coordenadora.
Residindo em Lorena há mais de 26 anos, Robson Fernando Dias entrou na equipe da Defesa Civil do município desde janeiro deste ano, no período chuvoso mais crítico. Participante ativo do projeto, considera importante o desenvolvimento de atividades de informação sobre prevenção de riscos de desastres nas escolas. “As crianças são curiosas em saber como funcionam os pluviômetros, sempre atentas e abertas a novos conhecimentos. Elas podem disseminar as informações sobre prevenção para os riscos de desastres junto à família.”
“É importante a união de várias entidades em prol da ação ambiental, utilizando a Educação como parte da mudança de atitude.”, afirma a professora Jamile Bonfim Siqueira, gestora da Escola Municipal Governador Mário Covas. “Esse trabalho gera uma estrutura psicológica e humana para o trabalho coletivo, voltado ao futuro melhor da comunidade.”
A coordenadora do Projeto Lorena Resiliente, da Secretaria Municipal de Educação, professora Analice de Oliveira Barbosa, considera o projeto inovador e, ao mesmo tempo, desafiador. “A parceria do município com o Cemaden e o intercâmbio de informações contribuem para transcender nossa capacidade de conhecimento. Podemos repassar esse conhecimento aos alunos, visando a mudança de atitudes e prevenção de riscos.”, afirma a professora.
Nas propostas pedagógicas apresentadas às escolas municipais de Lorena, ficou agendada uma 2ª oficina, nos dias 3 e 4 de agosto. Nessa etapa, serão discutidos dois temas: o primeiro, sobre as ações para melhoria do lugar, com base na cartografia social. O segundo, sobre Comunidade Sustentável Resiliente, na formação do Comitê participativo denominada Com-VidAção.
Escolas sustentáveis e resilientes – O Projeto Cemaden Educação foi reconhecido como prática inspiradora pela Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, sigla em inglês). Implantado, em 2014, é um projeto piloto voltado para as escolas de ensino médio, localizadas em municípios vulneráveis a desastres socioambientais, com o objetivo de desenvolver pesquisas de prevenção de desastres – com monitoramento e alertas – produção de conhecimento, bem como a gestão participativa de intervenções nas comunidades locais.
Fazem parte do Projeto Cemaden Educação escolas piloto das cidades paulistas de São Luiz do Paraitinga, Cunha e Ubatuba. Em 2015, ampliou o trabalho em conjunto com o Projeto Pluviômetros nas Comunidades, em uma proposta inovadora de criar o programa Cemaden Resiliência. Atualmente, esses projetos atuam no estado do Acre.
Criado a partir do acordo de cooperação técnica entre Cemaden e a Prefeitura Municipal de Lorena, no ano passado, o Projeto Lorena Resiliente prevê a instalação de pluviômetros, trocas de experiências, capacitação e pesquisa, com o objetivo de redução de riscos de desastres no município e promover ações para tornar a cidade mais resiliente. Nesse município, considerado piloto, o projeto conta com três Grupos de Trabalho : o GT Defesa Civil, o GT Saúde e Meio Ambiente e o GT Educação. Este último desenvolve ações com as sete escolas municipais, onde estão instalados os pluviômetros comunitários.
Teresópolis vai receber sensores geotécnicos do Cemaden para monitorar áreas de risco de deslizamentos
A instalação em Teresópolis – região serrana do Rio de Janeiro – dos sensores geotécnicos, dentro do Projeto de Monitoramento dos Morros para Prevenção de Deslizamentos, foi o tema de reunião nesta terça-feira, dia 19, entre o diretor Osvaldo Moraes, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o prefeito Mario Tricano.
O foco principal da reunião foi o acerto dos trabalhos do município para coletar as autorizações de algumas famílias da Comunidade do Rosário, nas áreas de riscos de deslizamento, onde serão instalados os equipamentos, além das parcerias entre o Cemaden e a Defesa Civil de Teresópolis. Após a autorização dos moradores, será feita a agenda do período de instalação dos prismas pelos técnicos.
A Estação Total Robotizada (ETR) será instalada na Paróquia de São Pedro, no Bairro São Pedro e os 100 prismas na Comunidade do Rosário. Esses sensores geotécnicos irão acompanhar, com maior precisão, a movimentação de terra em morros e encostas nas áreas de riscos de deslizamentos.
“Nós já definimos, em fevereiro, junto à Defesa Civil Municipal, os melhores locais para instalação desses prismas de reflexão. É imprescindível que a comunidade abrace essa causa no sentido de autorizar a instalação do equipamento e também em sua preservação.”, reforçou o pesquisador do Cemaden, Rodolfo Mendes, responsável pelo projeto, durante a reunião.
Destacando a importância das parcerias entre os governos federal, estadual e municipal, com os objetivos de ampliar os trabalhos de prevenção e monitoramento das áreas de risco de desastres naturais, o diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes, considerou o encontro positivo. “A reunião com o prefeito e os secretários foi extremamente produtiva. Saímos daqui satisfeitos e com a expectativa de estarmos prontos para dar prosseguimento ao projeto.”, afirmou o diretor no final da reunião.
“Vamos intensificar o contato com os moradores do Rosário para sensibilizá-los sobre a importância de autorizarem a instalação desses equipamentos de prevenção. Nada dá certo se a comunidade não participar.”, destacou o Prefeito Mario Tricano.
No encontro ocorrido em Teresópolis, participaram, também, os secretários municipais José Ricardo Leal, de Defesa Civil, Carlos Dias, de Governo e Coordenação, e Raphael Teixeira, interino de Ciência e Tecnologia
Projeto de Monitoramento de Morros do Cemaden
Os sensores geotécnicos fazem parte do projeto do Cemaden/MCTI sobre Monitoramento de Morros para Prevenção de Deslizamentos para acompanhar, com maior precisão, a movimentação de terra em morros e encostas nas áreas de riscos de deslizamentos. São equipamentos de alta tecnologia que estão sendo instalados nas áreas vulneráveis a deslizamentos em nove municípios, de várias regiões do País.
Já foram instaladas as Estações Totais Robotizadas (ETRs) e prismas nos municípios de Mauá e Santos, no estado de São Paulo, Blumenau, em Santa Catarina, nos municípios serranos de Petrópolis, Nova Friburgo e em Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro, em Salvador, na Bahia e em fase de instalação em Recife, Pernambuco. Dentro do projeto, o próximo e último município a receber os sensores geotécnicos será Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro.
Os dados coletados pelos equipamentos serão enviados, via internet, ao Cemaden, possibilitando acompanhar e monitorar qualquer risco de deslizamentos das encostas. A partir das pesquisas, as informações e dados obtidos darão subsídios para aprimorar a emissão de alertas prévios de movimentos de massa com maior confiabilidade.
Ascom Cemaden com Ascom Prefeitura de Teresópolis
Foto crédito – Marcelo Roza/Ascom Teresópolis
Instituições relacionadas à Matemática Aplicada e a Desastres Naturais se unem para discutir novas técnicas de modelagem e monitoramento
Pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, convidaram cerca de vinte estudiosos de Matemática Aplicada de diferentes instituições acadêmicas, de pesquisas e de tecnologia, com a finalidade de debater sobre perspectivas de aplicações das técnicas matemáticas em estudos relacionados a desastres naturais.
As instituições definiram se reunir em uma rede colaborativa para intercâmbio e trabalhos integrados, visando o desenvolvimento de inovações na área da matemática aplicada para modelagem e monitoramento de desastres naturais.
Dentre as perspectivas de aplicações de técnicas matemáticas em desastres naturais, estão a assimilação de dados e nowcasting (em tempo real) de radar em malhas adaptativas e a modelagem de processos de propagação – como escoamento de água, incêndios florestais e epidemias.
Organizador do encontro e pesquisador do Cemaden, Leonardo Bacelar L. Santos destaca a importância desse intercâmbio, envolvendo tanto os experientes como os jovens pesquisadores das instituições. “O encontro das técnicas desses pesquisadores com os dados e análises do Cemaden fortalecerá a interação de diversas áreas científicas. Isso permitirá o desenvolvimento de técnicas inovadoras para modelagem matemática de desastres naturais no Brasil.”
O diretor do Parque Tecnológico de São José dos Campos, ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, também participou das discussões. Matemático de formação, Raupp comentou sobre o diferencial do Cemaden em trabalhar com monitoramento e pesquisas das áreas de risco de desastres naturais em todo o território nacional. Afirmou que, mesmo com as dimensões continentais do País, o Cemaden trabalha com alta resolução temporal e espacial no monitoramento dessas áreas.
Também houve a participação do presidente da Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional e pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Antônio Silva Neto, além de professores e pesquisadores de Matemática Aplicada da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”(Unesp), do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), do Laboratório Associado de Matemática e Computação Aplicada (LAC) que faz parte do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), estes dois últimos institutos ligados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Os participantes finalizaram as discussões, concordando em realizar um planejamento conjunto relativo à formação de recursos humanos, busca por financiamento de pesquisas e sistematizar uma rede de colaboração entre as instituições.
Recife terá sensores geotécnicos instalados pelo Cemaden para monitorar riscos de deslizamentos
Os equipamentos permitirão estudar e identificar os momentos preliminares e críticos que antecedem o deslizamento, de forma a obter dados com maior confiabilidade para a emissão de alertas de riscos de deslizamentos.
Pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, estarão em Recife, na próxima semana (25 a 29 de abril), para iniciar as atividades preparatórias para a instalação dos sensores geotécnicos nas áreas de riscos de deslizamentos, complementando os dados e informações da rede observacional de monitoramento.
Os sensores geotécnicos fazem parte do projeto do Cemaden/MCTI sobre Monitoramento de Morros para Prevenção de Deslizamentos para acompanhar, com maior precisão, a movimentação de terra em morros e encostas nas áreas de riscos de deslizamentos. São equipamentos de alta tecnologia que estão sendo instalados nas áreas vulneráveis a deslizamentos em nove municípios, de várias regiões do País.
Em Recife, a Estação Total Robotizada (ETR) será instalada na Escola Estadual Lagoa Encantada, no bairro de Ibura. Também serão instalados 100 prismas nos morros e encostas nas áreas vulneráveis a deslizamentos da Comunidade Lagoa Encantada.
Já foram instaladas as Estações Totais Robotizadas (ETRs) nos municípios de Mauá e Santos, no estado de São Paulo, Blumenau, em Santa Catarina, nos municípios serranos de Petrópolis, Nova Friburgo e em Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro e em Salvador, na Bahia. O próximo e último município a receber os sensores geotécnicos será Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro.
A seleção dos municípios vulneráveis a riscos de deslizamentos para a instalação dos sensores geotécnicos foi feita com bases no histórico de desastres naturais e de seus impactos sociais e econômicos da região. A escolha da ordem de instalação dos equipamentos nos municípios foi dada pelo fator climático de cada região ( período chuvoso – iniciando pelo Sudeste, Sul e Nordeste).
Os pesquisadores do Cemaden, engenheiro Rodolfo Mendes e o hidrólogo Márcio Moraes visitarão as áreas vulneráveis da Comunidade Lagoa Encantada, definindo os locais onde serão instalados os prismas, em parceria com a Defesa Civil de Recife, para em seguida serem instalados os equipamentos. Após a instalação dos sensores geotécnicos, há a etapa de configuração e ajustes técnicos dos equipamentos para que ocorra a transmissão de dados ao Cemaden de São José dos Campos (SP).
A convite da Universidade Federal de Pernambuco, no dia 28 de abril, às 14 horas, o pesquisador do Cemaden, Rodolfo Mendes também estará ministrando uma palestra para o Grupo de Engenharia Geotécnica de Encostas e Planícies (GEGEP), do programa de pós-graduação da universidade. Será abordado o tema “Estabilidade de Encostas e Modelagem”, além de apresentar, também, o Projeto de Monitoramento de Morros para Prevenção de Deslizamentos do Cemaden.
Projeto de Monitoramento dos Morros para Prevenção de Deslizamentos
A Estação Total Robotizada (ETR) é um sensor geotécnico que emite sinal infravermelho, o qual é refletido nos 100 prismas ( ou espelhos) instalados nos morros e encostas do município. Esses sinais emitidos permitem captar até pequenas movimentações de terra dos morros, abrangendo uma área circundada de encostas em 360 graus, cobrindo até 2,5 km de extensão.
Os dados coletados pelos equipamentos serão enviados, via internet, ao Cemaden, possibilitando acompanhar e monitorar qualquer risco de deslizamentos das encostas. A partir das pesquisas, as informações e dados obtidos darão subsídios para aprimorar a emissão de alertas prévios de movimentos de massa com maior confiabilidade.
Os moradores das áreas de riscos de deslizamentos de Recife estão sendo informados e esclarecidos sobre as instalações desses aparelhos próximos às moradias. Esses equipamentos não causam quaisquer interferências em outros equipamentos e nem impactos às áreas onde serão instalados.
Recife já tem parceria com o Cemaden, com 20 pluviômetros automáticos instalados em locais próximos a áreas de risco de desastres naturais, além de 24 pluviômetros semiautomáticos instalados pelo Projeto Pluviômetros nas Comunidades. Os pluviômetros têm a função de medir, em milímetros, a quantidade de chuva precipitada, durante um determinado tempo e local, para monitoramento do município.
Dentro do projeto de Monitoramento de Morros para Prevenção de Riscos de Deslizamentos do Cemaden, cada um dos nove municípios – que faz parte do projeto – na primeira etapa receberá uma Estação Total Robotizada, acompanhada de 100 prismas. Na segunda etapa do projeto, serão instalados mais um conjunto de equipamentos de monitoramento, composto por 15 plataformas de coleta de dados. Cada plataforma é integrada por um pluviômetro e seis sensores de umidade do solo, que coletam dados sobre quantidade de chuvas acumuladas e de água no solo, complementando as informações sobre possíveis riscos de deslizamentos.
Experiências na análise de risco de desastres naturais são apresentadas pelo Cemaden em congresso latino-americano
Pesquisadores do Cemaden abordaram sobre a gestão de riscos de desastres, a comunicação participativa, a vulnerabilidade da mobilidade urbana e transporte rodoviário. O evento possibilitou o intercâmbio de conhecimentos entre os pesquisadores, profissionais, estudantes, indústrias, instituições privadas e governamentais de vários países da América Latina.
Divulgar os avanços em caracterização, avaliação, gerenciamento e comunicação de riscos – além dos métodos e processos de resposta à emergência nas comunidades vulneráveis a riscos de desastres naturais – foram alguns dos temas discutidos no III Congresso da Sociedade de Análise de Risco Latino-Americana, que teve a participação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, representado por pesquisadores que apresentaram quatro linhas de estudos.
O evento envolveu cientistas, profissionais e instituições de vários países da América Latina. O objetivo foi o de promover intercâmbio das metodologias da análise de riscos para auxiliar as decisões técnicas e políticas nas ações de comunicação, atendimento e prevenção de riscos de desastres.
A organização do congresso foi feita pela Sociedade de Análise de Risco Latino-Americana (SRA-LA), em parceria com a Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental, apoiado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
A análise do risco a desastres naturais
Pesquisadores e tecnologistas da Sala de Situação do Cemaden mostraram a importância da análise de múltiplas ameaças que compõem o cenário de risco, possibilitando a quantificação do grau de risco com maior precisão.
Com experiência feita nos estudos da bacia do Córrego Dantas, em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, os pesquisadores realizaram mapeamentos de suscetibilidade dos processos mais recorrentes e catastróficos: o de inundação brusca e o de deslizamento planar. Sobrepondo dois mapas da área de estudo- um que considerava os níveis críticos de instabilidade de encostas dos bairros, e o outro mapa que indicava a vulnerabilidade socioeconômica – foi possível distinguir os bairros com maiores níveis de suscetibilidade às inundações e aos deslizamentos.
“A modelagem e metodologia sugeridas neste estudo, mostraram-se eficazes para o dimensionamento em menor escala de ameaças naturais. O detalhamento permitirá melhor planejamento territorial intermunicipal, considerando os cenários de multirriscos.”, enfatiza Carlos Frederico de Angelis, chefe de Divisão de Operação e Modelagem do Cemaden, um dos membros do grupo de pesquisas.
Vulnerabilidade e a comunicação de risco
Com referência ao planejamento das ações para redução das vulnerabilidades aos desastres, o pesquisador e sociólogo do Cemaden, Victor Marchezini mostrou no painel “Vulnerabilidade das cidades e populações” que a eficácia das políticas públicas depende da maior reflexão e da construção de novas abordagens. ”A resolução e/ou mitigação de problemas requer uma maneira diferente de interpretar a gestão do risco como um processo institucional, plural e participativo. Com essa postura, pode-se identificar e reduzir os riscos e as vulnerabilidades atuais, bem como incluir no planejamento os procedimentos necessários para a diminuição dos riscos e dos impactos sociais nos desastres.”, afirma o sociólogo.
Ainda sobre comunicação de risco, outra equipe de pesquisadores do Cemaden analisou, com base nos conteúdos divulgados pela Mídia, a comunicação ocorrida depois do rompimento da barragem de Mariana (MG). Foi identificada a diferença das informações e dos discursos referentes à comunicação dos riscos para a população. Levantou-se, pelos relatos dos moradores, que a lama atingiu as casas durante a madrugada e o rompimento da barragem havia ocorrido às 16 horas do dia anterior. “O processo de comunicação de crise foi ineficaz, resultando em perdas humanas e materiais.”, afirma a pesquisadora Luciana Londe, explicando que o processo ideal na elaboração do plano de segurança deveria contar com a participação de trabalhadores e moradores da região. “A comunicação de risco deve considerar a abordagem “first mile”, em que as comunidades determinam suas necessidades no processo de comunicação.”, enfatiza a pesquisadora.
Infraestrutura de transporte e desastres naturais
O Cemaden mostrou o panorama dos fortes impactos dos desastres naturais na economia local e regional, quando afetam diretamente a mobilidade urbana e a infraestrutura de transporte rodoviário. Abordou-se o aspecto das bacias hidrográficas e os cálculos de drenagem e dos cursos d’água, além da análise dos documentos e relatórios oficiais que tratam sobre o gerenciamento dos riscos de desastres naturais na infraestrutura de transporte. “A vulnerabilidade deve ser estudada considerando a tríplice pessoas-veículos-vias. Diversos relatórios tratam do assunto, mas focam em uma perspectiva de alterações climáticas, não especificamente de desastres naturais”, afirma o pesquisador Leonardo Bacelar L. Santos, do grupo de pesquisa do Cemaden sobre impactos dos desastres, AmbientEMobilidade(ambientemobilidade.wix.com/site).
A equipe multidisciplinar do Cemaden adota sublinhas de trabalho de pesquisa na gestão de risco, como vulnerabilidade socioambiental e saúde pública, dimensões socioculturais no sistema de alerta, educação e redução do risco de desastres naturais, além de outras linhas de pesquisas multidisciplinares nas áreas geodinâmicas, meteorológicas, hidrológicas e de desastres naturais.
Defesas Civis do Grande ABC fazem intercâmbio de informações no Cemaden
Durante toda a segunda semana do mês de abril (dias 4 a 8), coordenadores e membros das equipes das Defesas Civis paulistas dos municípios de Santo André, São Bernardo dos Campos e de Mauá realizaram uma visita técnica ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – com a finalidade de intercambiar informações relacionadas ao monitoramento e ao envio de alertas para as áreas de riscos desses municípios.
Na abertura da capacitação, os coordenadores das Defesas Civis fizeram um balanço das atividades de prevenção, socorro e assistência às populações das áreas de risco, realizadas nos três últimos anos. Na oportunidade, debateram com os tecnologistas e pesquisadores do Cemaden sobre a interpretação e os procedimentos adotados a partir do recebimento dos alertas de riscos de desastres naturais emitidos pelo centro.
Tanto a equipe de pesquisadores – como a dos tecnologistas da Sala de Situação do Cemaden – repassaram informações e discutiram, junto às Defesas Civis, temas relacionados a desastres naturais, incluindo os impactos das variações climáticas, aplicações da previsão hidrometeorológica, utilidade dos modelos meteorológicos, o sistema de monitoramento e alerta de deslizamentos e o uso do “Mapa Interativo”.
Também, durante a capacitação, foram abordados temas sobre Cartografia Social na prevenção de desastres e sobre a Logística de Operações Humanitárias, este último com a participação do pesquisador Irineu Brito, da Faculdade de Tecnologia de São José dos Campos (Fatec-SJC). As equipes das Defesas Civis tiveram atividades práticas em campo, receberam treinamento sobre manutenção de Pluviômetros Automáticos e experimentaram a vivência na Sala de Operações do Cemaden de São José dos Campos e de Cachoeira Paulista, no estado de São Paulo.
A coordenadora da Defesa Civil de Santo André e também coordenadora do Grupo de Trabalho das Defesas Civis do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Débora Diogo, considera importante esse intercâmbio de informações técnicas e operacionais, na parte de monitoramento e alertas, para um melhor planejamento sistêmico das ações integradas das Defesas Civis do Grande ABC nas áreas de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação.
“Nossa iniciativa em ter solicitado essa capacitação técnica ao Cemaden visa fortalecer o trabalho integrado das Defesas Civis dos sete municípios do Grande ABC, os quais integram o consórcio intermunicipal ,focando, principalmente, a prevenção do risco de desastres naturais.”, afirma Débora Diogo. “Investir na prevenção, estimulando a capacidade da população em lidar com a mudança climática e a percepção dos riscos, é um novo paradigma que temos adotado, com resultados positivos, obtidos pela diminuição dos impactos sociais e materiais nos últimos anos.”, complementa a coordenadora.
O coordenador-geral de Operações e Modelagem, Marcelo Seluchi recepcionou as equipes das Defesas Civis no Cemaden de Cachoeira Paulista e considerou fundamental essa integração e parceria, para o aprimoramento dos trabalhos de emissão de alertas. “O intercâmbio de informações e o retorno das ações em campo das Defesas Civis permitem uma constante avaliação dos trabalhos de emissão dos alertas, visando sua melhoria.”, enfatiza Seluchi.
As Defesas Civis que integram o Consórcio Intermunicipal Grande ABC englobam os municípios paulistas de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. A região concentra uma população de 2,7 milhões de habitantes e é considerada estratégica pela localização de reservatórios hídricos, das reservas naturais e da Mata Atlântica.
Além da coordenadora Débora Cristina Diogo e membros da Defesa Civil de Santo André, participaram da capacitação membros da Defesa Civil de Mauá e da diretora de departamento Eliete Gebara, e o coordenador da Defesa Civil de São Bernardo do Campo, Luiz Antonio Neves Costa e membros da equipe.
Cemaden instala sensores geotécnicos para monitorar riscos de deslizamentos em Salvador
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação irá instalar, na próxima semana, em Salvador, na Bahia, os sensores geotécnicos – denominados de ETR- Estação Total Robotizada, para monitorar áreas de riscos de deslizamentos, complementando os dados e informações da rede observacional de monitoramento.
Os sensores geotécnicos fazem parte do projeto do Cemaden/MCTI sobre Monitoramento de Morros para Prevenção de Deslizamentos para acompanhar, com maior precisão, a movimentação de terra em morros e encostas nas áreas de riscos de deslizamentos. São equipamentos de alta tecnologia que estão sendo instalados nas áreas vulneráveis a deslizamentos em nove municípios, de várias regiões do País.
A Estação Total Robotizada (ETR) em Salvador será instalada na sede do Hospital do Segundo Distrito Naval, no Bairro do Comércio. Também serão instalados 100 prismas nos morros e encostas nas áreas vulneráveis a deslizamentos da Comunidade Santo Antonio Além do Carmo, localizada na parte posterior ao hospital.
Os equipamentos permitirão estudar e identificar os momentos preliminares e críticos que antecedem o deslizamento, de forma a obter dados com maior confiabilidade para a emissão de alertas de riscos de deslizamentos.
Já foram instaladas as Estações Totais Robotizadas (ETRs) nos municípios de Mauá e Santos, no estado de São Paulo, Blumenau, em Santa Catarina, nos municípios serranos de Petrópolis, Nova Friburgo e em Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro. Os próximos municípios a receberem os sensores geotécnicos são Recife, Pernambuco e Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro.
A seleção dos municípios vulneráveis a riscos de deslizamentos para a instalação dos sensores geotécnicos foi feita com bases no histórico de desastres naturais e de seus impactos sociais e econômicos da região. A escolha da ordem de instalação dos equipamentos nos municípios foi dada pelo fator climático de cada região ( período chuvoso – iniciando pelo Sudeste, Sul e Nordeste).
Em Salvador, o pesquisador do Cemaden, engenheiro Rodolfo Mendes visitará as áreas vulneráveis da Comunidade Santo Antonio, definindo os locais onde serão instalados os prismas, em parceria com a Defesa Civil da capital baiana.
Após a instalação dos sensores geotécnicos, há um tempo para a configuração e ajustes técnicos dos equipamentos para que ocorra a transmissão de dados ao Cemaden de São José dos Campos (SP).
Projeto de Monitoramento dos Morros para Prevenção de Deslizamentos
A Estação Total Robotizada (ETR) é um sensor geotécnico que emite sinal infravermelho, o qual é refletido nos 100 prismas ( ou espelhos) instalados nos morros e encostas do município. Esses sinais emitidos permitem captar até pequenas movimentações de terra dos morros, abrangendo uma área circundada de encostas em 360 graus, cobrindo até 2,5 km de extensão.
Os dados coletados pelos equipamentos serão enviados, via internet, ao Cemaden, possibilitando acompanhar e monitorar qualquer risco de deslizamentos das encostas. A partir das pesquisas, as informações e dados obtidos darão subsídios para aprimorar a emissão de alertas prévios de movimentos de massa com maior confiabilidade.
Os moradores das áreas de riscos de deslizamentos de Salvador estão sendo informados e esclarecidos sobre as instalações desses aparelhos próximos às moradias. Esses equipamentos não causam quaisquer interferências em outros equipamentos e nem impactos às áreas onde serão instalados.
Salvador já tem parceria com o Cemaden, com 15 pluviômetros automáticos instalados em locais próximos a áreas de risco de desastres naturais, além de 10 pluviômetros semiautomáticos instalados pelo Projeto Pluviômetros nas Comunidades. Os pluviômetros têm a função de medir, em milímetros, a quantidade de chuva precipitada, durante um determinado tempo e local, para monitoramento do município.
Dentro do projeto de Monitoramento de Morros para Prevenção de Riscos de Deslizamentos do Cemaden, cada um dos nove municípios – que faz parte do projeto – na primeira etapa receberá uma Estação Total Robotizada, acompanhada de 100 prismas. Na segunda etapa do projeto, serão instalados mais um conjunto de equipamentos de monitoramento, composto por 15 plataformas de coleta de dados. Cada plataforma é integrada por um pluviômetro e seis sensores de umidade do solo, que coletam dados sobre quantidade de chuvas acumuladas e de água no solo, complementando as informações sobre possíveis riscos de deslizamentos.
Cemaden apresenta estudos sobre impactos do aquecimento global no Brasil
No cenário de alta emissão de gases de efeito estufa, com 70% de probabilidade do Brasil sofrer um aquecimento superior a 4ºC antes do fim deste século, ocorrerá resultados catastróficos e impactos no país para a saúde humana, agricultura, biodiversidade e energia. A pesquisa foi coordenada pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com a Embaixada do Reino Unido no Brasil. Os coordenadores da pesquisa foram os pesquisadores e climatologistas, José Marengo do Cemaden/MCTI e Carlos Afonso Nobre, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Os estudos foram apresentados durante o Workshop do lançamento do Relatório final do Projeto Riscos de Mudanças Climáticas Extremas no Brasil e Limites à Adaptação, ocorrido na Embaixada Britânica, em Brasília, no último dia 2 de março. Nos estudos, são apontados que o aquecimento no país afetará a saúde humana, causará aumento de eventos extremos, redução de água e energia para a população, além dos impactos sobre a produção de alimentos.
Para este projeto, os pesquisadores avaliaram estudos já publicados recentemente sobre impactos do aquecimento no Brasil, seguindo metodologia do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Em geral todos os setores apontam a reduzida literatura existente acerca do impacto de um aumento igual ou superior a 4ºC de temperatura média no Brasil. Maiores riscos e impactos são normalmente observados em cenários climáticos mais pessimistas, como as projeções do cenário mais extremo usado pelo IPCC no seu quinto relatório. Este cenário é chamado de RCP 8.5, que mostra aquecimento global de até quase 6º C até o ano de 2100.
“As mudanças climáticas precisam ser compreendidas pelos formuladores de políticas como uma questão de gestão de riscos.”, afirma o pesquisador José Marengo. Para ele, minimizar os riscos significa influenciar de forma rígida e urgente a formulação de políticas que priorizem a mitigação. ”O estudo empresta conceitos de análise de risco para estudar cenários de aumentos de temperatura acima de 4ºC.”
Impactos no Brasil com o aumento da temperatura em 4ºC
Na agricultura- Um aquecimento igual ou superior a 4°C significa uma maior evapotranspiração e uma maior demanda do que temos no sistema de água. Com um aumento de fenômenos extremos como as inundações e secas em lugares e momentos diferentes. Sendo importante reduzir a nossa vulnerabilidade e cultivar alimentos com menos água.
Em uma análise do risco de perda de produtividade com possibilidade maior de 20%, para diferentes culturas (algodão, arroz, café, cana-de-açúcar, feijão, girassol, milho e soja) para um cenário atual (base 1976-2005), em 2020, 2050 e 2070 em uma situação de aquecimento igual ou superior a 4°C para todos os municípios do Brasil.
Setor saúde humana – Evidência sobre doenças transmitidas por água e alimentos contaminados com ênfase na leptospirose e diarreia: Leptospirose: os municípios do estado do RS e SC poderão experimentar um aumento de mais de 150% nos casos de leptospirose decorrentes do aumento da precipitação. Municípios com alto risco e vulnerabilidade para inundações poderão apresentar aumento dos casos da doença.
Nas condições sociodemográficas, com problemas de saneamento e serviços de atenção básica à saúde, cerca de 34% dos municípios e 64% da população infantil da região Norte poderão apresentar aumento de 50% dos casos de diarreia até 2099.
Na região Norte e Nordeste, aproximadamente 80% dos municípios apresentam vulnerabilidade muito alta para condições de saúde, representando cerca de 40% da população infantil e idosa da região que poderão estar expostas a um aumento médio de 5°C na região Nordeste e 7°C na região Norte no cenário RCP 8.5 no período de 2071-2099.
Setor biodiversidade- Impacto de um aumento igual ou superior a 4 °C na temperatura média pode levar a:
-savanização e empobrecimento de florestas se verifica para aumento superior a 2oC em 2070 e que se agrava com o aumento da temperatura;
-aumento no percentual de risco de extinção de espécies de ate 15,7%, e América do Sul é o continente mais suscetível à extinção de espécies;
-extinção e mudanças no padrão de distribuição de espécies nativas de valor comestível e cultural no cerrado, causariam problemas socioeconômicos em 2080.
-impacto socioeconômico também se daria pela redução nas populações de espécie de abelha nativa da Mata Atlântica, essencial à polinização tanto de espécies agrícolas como de espécies nativas, que já se verificaria em 2030 e se agravaria até à extinção em 2050 e 2080,
-em 2100, o Brasil perderia 200 dias por ano para o crescimento de plantas, causando impactos de grande magnitude tanto para a biodiversidade, a produtividade de ecossistemas e a economia. Para espécies florestais na Amazônia e Mata Atlântica, o cenário seria particularmente grave.
-Em 2100, a perda de biodiversidade nas costas tropicais, inclusive brasileira, será significativa gerando impactos sobre a alimentação e economia.
Setor Energia – A vulnerabilidade do setor elétrico brasileiro a cenários de temperaturas extremas dependerá da própria trajetória de evolução deste sistema no futuro. A demanda por eletricidade pode mais do que dobrar no país até 2050, e pra atender essa demanda adicional, na ausência de esforços de mitigação o sistema energético brasileiro poderia se tornar mais carbono intensivo devido à penetração de carvão e gás natural na geração elétrica.
Em cenários de mitigação, fontes renováveis, como eólica e solar, tornam-se mais importantes, além de fontes fósseis acopladas com captura e armazenamento de carbono.
Do ponto de vista qualitativo e partindo de um impacto negativo quantificado sobre as hidrelétricas brasileiras para um cenário RCP 8.5 (aquecimento maior do que 4 °C para o ano de 2100 ), o déficit no atendimento da demanda elétrica no país se torna praticamente inevitável em um cenário de clima extremo até 2040. Temperaturas maiores podem, também, estressar o sistema elétrico pelo lado da demanda, dada a maior demanda por eletricidade para lidar com temperaturas ambientes mais elevadas.
O Relatório final do Projeto Riscos de Mudanças Climáticas Extremas no Brasil e Limites à Adaptação será transformado em livro. Participaram da pesquisa o Instituto Alberto Luiz Coimbra (COPPE-UFRJ), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS).
Pesquisa do Cemaden sobre o tema Desastres e Antropologia é divulgada em publicação internacional
Abordando a temática “antropologia dos riscos e desastres”, pesquisador do Cemaden divulgou resultados de estudo que integrou o dossiê especial da Sociedade para Antropologia Aplicada. O dossiê contou com contribuições de pesquisadores de diferentes partes do mundo, incluindo estudos focando experiências em prevenção e mitigação de riscos e o processo de reconstrução e recuperação frente aos desastres que ocorreram em diversos países.
Pesquisa focando a análise sobre alguns aspectos de governança ao longo do processo de resposta, reconstrução e recuperação frente ao desastre de São Luiz do Paraitinga (SP) – município brasileiro atingido por inundações em janeiro de 2010 – foi tema da contribuição do pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, sociólogo Victor Marchezini, cujo artigo intitulado “Biopolitics of disaster: power, discourses and practices” foi publicado recentemente na Revista Human Organization, da Sociedade para a Antropologia Aplicada (Society for Applied Anthropology).
O volume especial sobre “antropologia dos riscos e desastres” foi também divulgado na PreventionWeb, uma plataforma virtual à serviço do Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR) e disponibilizada à comunidade que atua na redução do risco de desastres.
O volume especial – que reuniu uma coleção de documentos, levantamento de dados e informações detalhadas sobre desastres –inclui abordagens adotadas em diferentes contextos culturais associados ao pós-impacto de ameaças naturais – como do tufão Morakot em Taiwan no ano de 2009, do tornado de 2011 em Joplin (EUA), assim como das inundações de 2010 em São Luiz do Paraitinga (Brasil), entre outros. Pesquisadores de diferentes países analisaram como os governos e as sociedades adotaram estratégias para prevenir e mitigar os riscos, quais as vulnerabilidades vivenciadas e os modos como respondem e lidam com o processo de reconstrução e recuperação frente a desastres.
“É preciso reconhecer que desastres apresentam impactos de curto, médio e longo prazo, os quais demandam o desenvolvimento de estratégias de recuperação para os diferentes setores da economia. Faz-se necessário ainda reduzir os danos socioeconômicos e psicossociais vivenciados, promover a geração de trabalho e renda, além de avaliar as lições aprendidas, com o objetivo de reduzir os riscos de um novo desastre”, destaca o pesquisador e sociólogo do Cemaden.
Na abordagem adotada, Marchezini fez uma reflexão sobre o planejamento das ações de reconstrução, sugerindo a aplicação de consulta aos atingidos, por meio de audiências públicas deliberativas. Nesse contexto, destacou a demanda por levantamento de informações sobre as necessidades de reconstrução e recuperação dos sobreviventes, além da incorporação do princípio da transparência no decorrer do processo de recuperação, o que possibilitaria, também, o acompanhamento do cronograma das ações e da prestação de contas dos investimentos realizados. A participação dos afetados e sobreviventes na formulação de planos de reconstrução é essencial para que os mesmos possam ser sujeitos de seu próprio processo de recuperação. A reconstrução não deve contemplar somente as infraestruturas, mas deve incluir também as dimensões sociais e culturais, de modo que as pessoas afetadas não sejam abandonadas nos desastres.
Maiores informações sobre as publicações especificas abordando questões referentes à antropologia e desastres estão disponibilizadas nos links:
Society for Applied Anthropology: http://sfaajournals.net/
Revista Human Organization: http://sfaajournals.net/toc/humo/74/4
PreventionWeb (UNISDR)
http://www.preventionweb.net/publications/view/47092?&a=email&utm_source=pw_email
Cemaden participa do Encontro Global das Academias de Ciências para discutir redução de riscos de desastres naturais
Convidado pelo Conselho de Ciências do Japão e indicado pela Academia Brasileira de Ciências, o pesquisador e climatologista, José Marengo, do Cemaden/MCTI, participou do Encontro Global das Academias de Ciências 2016, no Japão, que debateu as quatro prioridades do Protocolo de Sendai para a redução de riscos de desastres e a construção de cidades resilientes. O documento final do Encontro (englobando vários temas científicos) será entregue pelas academias científicas aos líderes mundiais, no mês de maio, no Japão, durante a reunião dos países do G-8.
Apresentando as experiências do Brasil sobre a gestão de risco de desastres naturais, o pesquisador e climatologista José Marengo – Chefe da Divisão de Pesquisas e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – participou em Tóquio (Japão), entre os dias 17 e 19 de fevereiro, do Encontro Global das Academias de Ciências 2016.
Marengo participou do Grupo de Trabalho sobre Risco de Desastres, apresentando as experiências do Cemaden nas áreas de monitoramento, alertas e pesquisas sobre gestão de risco de desastres no Brasil. Foram discutidas as quatro prioridades definidas pelo Protocolo de Sendai para 2015-2020, abordando a situação atual e as metas para a redução do risco de desastres naturais e para a construção de sociedades resilientes.
Encontro Global das Academias de Ciências em 2016
Organizado pelo Conselho de Ciências do Japão, sigla em inglês- SCJ (Science Council of Japan), o evento deste ano teve a participação das academias de ciências de sete países: Brasil, Índia, China, Estados Unidos, Indonésia, Coreia, África do Sul e Turquia, além de representantes de vários setores da ciência e tecnologia do Japão.
Além do pesquisador José Marengo, Robert Lent, membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), também participou do referido Encontro Global das Academias de Ciências 2016.
Em 2016, os temas abordados foram: “Ciência do cérebro e saúde mental”; “Redução do risco de desastres naturais para o desenvolvimento sustentável” e “Desenvolvimento científico para todos – nutrindo bons cientistas para o futuro”. É a segunda vez que o Japão sedia o evento, que reúne cientistas e especialistas do mundo inteiro no Encontro Global das Academias de Ciências. Esse evento já foi realizado no Japão em 2008.
“Esta foi uma oportunidade de colaborar e interagir com especialistas em vários temas, entre eles o de desastres naturais.”, afirma José Marengo. Como resultado do encontro, elaborou-se uma declaração conjunta, a ser assinada pelos presidentes das academias de ciências que participaram do evento.
Os representantes das academias foram convocados para finalizarem, nos dias 19 e 22 de fevereiro, o texto a ser entregue aos representantes de seus países.
O documento que será firmado, em conjunto, pelas academias científicas, será entregue aos líderes mundiais, durante a reunião dos países do G8, que ocorrerá no Japão, em maio deste ano. A sigla G-8 corresponde ao grupo dos 8 países mais industrializados e influentes do mundo. Fazem parte: os Estados Unidos, Japão, Alemanha, Canadá, França, Itália, Reino Unido e Rússia.
Desde 2005, as academias de ciências do G8 e de outros países se reúnem, anualmente, para discutir desafios globais e propor recomendações políticas aos líderes de suas nações.
Protocolo de Sendai 2015-2020
Aprovada na Terceira Conferência Mundial sobre a Redução do Risco de Desastres, realizado em março de 2015, em Sendai, Japão, os países firmaram o Protocolo de Sendai, para ações no período de 2015 a 2020, definindo as quatro prioridades de ação focada nos âmbitos intra – e intersetorial, promovida pelos países em níveis local, nacional, regional e global. Foram definidas as seguintes prioridades de ações :
Prioridade 1: Compreensão sobre a redução de risco de desastres
Prioridade 2: Fortalecimento da governança e gerenciamento do risco de desastres
Prioridade 3: Investir na redução de risco de desastres visando sociedades mais resilientes aos desastres
Prioridade 4: Melhoria na preparação com vistas à respostas mais efetivas para reconstrução, recuperação (Build Back Better) e reabilitação de áreas afetadas por desastres
Cemaden é homenageado pela Defesa Civil do Estado de SP
Pelo terceiro ano consecutivo, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – recebeu a Medalha de Defesa Civil, da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de São Paulo, do Gabinete da Casa Militar, homenagem destinada às pessoas físicas e jurídicas que comprovadamente colaboraram de forma expressiva com as ações de Defesa Civil.
Neste ano, durante o aniversário de 40 anos da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil de São Paulo, o homenageado foi o coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento, Eduardo Mário Mendiondo, que vem desenvolvendo – junto à equipe de pesquisadores do Cemaden e em parceria com instituições de pesquisas nacionais e internacionais – pesquisas voltadas para o monitoramento e prevenção de desastres naturais, principalmente na área de enchentes, enxurradas, cheias nas áreas urbanas vulneráveis a esses desastres naturais e monitoramento de bacias hidrográficas.
Em 2014, a homenageada foi a pesquisadora e coordenadora de Relações Institucionais do Cemaden, Regina Alvalá, que há anos vem desenvolvendo trabalhos e pesquisas na área de desastres naturais e faz parte do grupo de servidores envolvidos na criação do Centro.
No ano passado (2015), a homenagem foi para o Cel. João Batista Monteiro Júnior e para Demerval Gonçalves, ambos vinculados ao Cemaden com atuação voltada para as ações de instalação e desenvolvimento do gerenciamento de dados dos pluviômetros automáticos, nos municípios classificados como prioritários para o monitoramento das áreas de riscos de desastres naturais.
A condecoração- representada por medalha e diploma – entregue aos homenageados pelos serviços prestados à comunidade nas atividades de Defesa Civil – foi instituída pelo Decreto Estadual n° 26.856, de 6 de março de 1.987, no Estado de São Paulo.
O Cemaden, criado em julho de 2011 pelo Decreto Presidencial nº 7.513, conta com um quadro de recursos humanos técnico-científicos especializados e interdisciplinares, que atuam num Centro inovador com foco no desenvolvimento do sistema organizado e aprimorado de monitoramento, alerta, prevenção e redução dos impactos ambientais, sociais e econômicos decorrentes de eventos extremos que deflagram desastres naturais. Operando 24 horas por dia, sem interrupção, a instituição monitora, em todo o território nacional, as áreas de risco de 957 municípios classificados como vulneráveis a desastres naturais. Entre outras competências, envia os alertas de desastres ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), do Ministério da Integração Nacional (MI), auxiliando o Sistema Nacional de Defesa Civil.
Homenageados pela Defesa Civil do Estado de SP: Regina Alvalá, Cel. João Batista Monteiro Júnior, Demerval Gonçalves e Mario Mendiondo,(2014,2015 e 2016, respectivamente) representando o Cemaden.
Cemaden instala equipamentos para monitoramento de deslizamentos em Angra dos Reis (RJ)
Angra dos Reis é o próximo município da região serrana do estado do Rio de Janeiro a receber os sensores geotécnicos – denominados de ETR – Estação Total Robotizada – que serão instalados, na próxima semana, pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Os sensores geotécnicos fazem parte do projeto de Monitoramento de Morros para Prevenção de Riscos de Deslizamentos do Cemaden/MCTI para acompanhar, com maior precisão, a movimentação de terra em morros e encostas nas áreas de riscos de deslizamentos. São equipamentos de alta tecnologia que estão sendo instalados nas áreas vulneráveis a deslizamentos de nove municípios, em várias regiões do País.
Já foram instaladas as Estações Totais Robotizadas(ETR) nos municípios de Mauá e Santos, no estado de São Paulo, e Blumenau, em Santa Catarina. Nos municípios serranos de Petrópolis e Nova Friburgo, está finalizando a instalação do equipamento. Os próximos municípios a receberem os sensores geotécnicos são Teresópolis, também na região serrana do Rio de Janeiro, Salvador, Bahia e Recife, Pernambuco.
Além do equipamento que registra qualquer movimentação de terra das encostas, também são instalados 100 prismas nos morros e encostas nas áreas vulneráveis a deslizamentos.
O pesquisador e geólogo do Cemaden, Márcio Andrade visitará as áreas vulneráveis próximas ao centro da cidade, definindo, juntamente a Defesa Civil de Angra dos Reis, os locais onde serão instalados os prismas.
Após a instalação dos sensores geotécnicos, há um tempo para a configuração e ajustes técnicos dos equipamentos para que ocorra a transmissão de dados ao Cemaden de São José dos Campos (SP).
Projeto de Monitoramento dos Morros para Prevenção de Deslizamentos
A Estação Total Robotizada (ETR) é um sensor geotécnico que emite sinal infravermelho, o qual é refletido nos 100 prismas ( ou espelhos) instalados nos morros e encostas do município. Esses sinais emitidos permitem captar até pequenas movimentações de terra dos morros, abrangendo uma área circundada de encostas em 360 graus, cobrindo até 2,5 km de extensão.
Os dados coletados pelos equipamentos serão enviados, via internet, ao Cemaden, possibilitando acompanhar e monitorar qualquer risco de deslizamentos das encostas. A partir das pesquisas, as informações e dados obtidos darão subsídios para aprimorar a emissão de alertas prévios de movimentos de massa com maior confiabilidade.
Os moradores das áreas de riscos de deslizamentos de Angra dos Reis estão sendo informados e esclarecidos sobre as instalações desses aparelhos próximos às moradias. Esses equipamentos não causam quaisquer interferências em outros equipamentos e nem impactos às áreas onde serão instalados.
O município de Angra dos Reis já tem parceria com o Cemaden, com 30 pluviômetros automáticos instalados em locais próximos a áreas de risco de desastres, além de 16 pluviômetros semiautomáticos, do Projeto Pluviômetros nas Comunidades. Os pluviômetros têm a função de medir, em milímetros, a quantidade de chuva precipitada, durante um determinado tempo e local, para monitoramento do município.
Dentro do projeto de Monitoramento de Morros para Prevenção de Riscos de Deslizamentos, na primeira etapa, cada um dos nove municípios, que faz parte do projeto, receberá uma Estação Total Robotizada, acompanhada de 100 prismas. Na segunda etapa do projeto, serão instalados mais um conjunto de equipamentos de monitoramento, composto por 15 plataformas de coleta de dados. Cada plataforma é integrada por um pluviômetro e seis sensores de umidade do solo, que coletam dados sobre quantidade de chuvas acumuladas e de água no solo, complementando as informações sobre possíveis riscos de deslizamentos.
Pesquisa do Cemaden sobre o tema Desastres e Antropologia é divulgada em publicação internacional
Abordando a temática “antropologia dos riscos e desastres”, pesquisador do Cemaden divulgou resultados de estudo que integrou o dossiê especial da Sociedade para Antropologia Aplicada. O dossiê contou com contribuições de pesquisadores de diferentes partes do mundo, incluindo estudos focando experiências em prevenção e mitigação de riscos e o processo de reconstrução e recuperação frente aos desastres que ocorreram em diversos países.
Pesquisa focando a análise sobre alguns aspectos de governança ao longo do processo de resposta, reconstrução e recuperação frente ao desastre de São Luiz do Paraitinga (SP) – município brasileiro atingido por inundações em janeiro de 2010 – foi tema da contribuição do pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, sociólogo Victor Marchezini, cujo artigo intitulado “Biopolitics of disaster: power, discourses and practices” foi publicado recentemente na Revista Human Organization, da Sociedade para a Antropologia Aplicada (Society for Applied Anthropology).
O volume especial sobre “antropologia dos riscos e desastres” foi também divulgado na PreventionWeb, uma plataforma virtual à serviço do Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR) e disponibilizada à comunidade que atua na redução do risco de desastres.
O volume especial – que reuniu uma coleção de documentos, levantamento de dados e informações detalhadas sobre desastres –inclui abordagens adotadas em diferentes contextos culturais associados ao pós-impacto de ameaças naturais – como do tufão Morakot em Taiwan no ano de 2009, do tornado de 2011 em Joplin (EUA), assim como das inundações de 2010 em São Luiz do Paraitinga (Brasil), entre outros. Pesquisadores de diferentes países analisaram como os governos e as sociedades adotaram estratégias para prevenir e mitigar os riscos, quais as vulnerabilidades vivenciadas e os modos como respondem e lidam com o processo de reconstrução e recuperação frente a desastres.
“É preciso reconhecer que desastres apresentam impactos de curto, médio e longo prazo, os quais demandam o desenvolvimento de estratégias de recuperação para os diferentes setores da economia. Faz-se necessário ainda reduzir os danos socioeconômicos e psicossociais vivenciados, promover a geração de trabalho e renda, além de avaliar as lições aprendidas, com o objetivo de reduzir os riscos de um novo desastre”, destaca o pesquisador e sociólogo do Cemaden.
Na abordagem adotada, Marchezini fez uma reflexão sobre o planejamento das ações de reconstrução, sugerindo a aplicação de consulta aos atingidos, por meio de audiências públicas deliberativas. Nesse contexto, destacou a demanda por levantamento de informações sobre as necessidades de reconstrução e recuperação dos sobreviventes, além da incorporação do princípio da transparência no decorrer do processo de recuperação, o que possibilitaria, também, o acompanhamento do cronograma das ações e da prestação de contas dos investimentos realizados. A participação dos afetados e sobreviventes na formulação de planos de reconstrução é essencial para que os mesmos possam ser sujeitos de seu próprio processo de recuperação. A reconstrução não deve contemplar somente as infraestruturas, mas deve incluir também as dimensões sociais e culturais, de modo que as pessoas afetadas não sejam abandonadas nos desastres.
Maiores informações sobre as publicações especificas abordando questões referentes à antropologia e desastres estão disponibilizadas nos links:
Society for Applied Anthropology: http://sfaajournals.net/
Revista Human Organization: http://sfaajournals.net/toc/humo/74/4
PreventionWeb (UNISDR)
http://www.preventionweb.net/publications/view/47092?&a=email&utm_source=pw_email
Cemaden participa do Encontro Global das Academias de Ciências para discutir redução de riscos de desastres naturais
Convidado pelo Conselho de Ciências do Japão e indicado pela Academia Brasileira de Ciências, o pesquisador e climatologista, José Marengo, do Cemaden/MCTI, participou do Encontro Global das Academias de Ciências 2016, no Japão, que debateu as quatro prioridades do Protocolo de Sendai para a redução de riscos de desastres e a construção de cidades resilientes. O documento final do Encontro (englobando vários temas científicos) será entregue pelas academias científicas aos líderes mundiais, no mês de maio, no Japão, durante a reunião dos países do G-8.
Apresentando as experiências do Brasil sobre a gestão de risco de desastres naturais, o pesquisador e climatologista José Marengo – Chefe da Divisão de Pesquisas e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – participou em Tóquio (Japão), entre os dias 17 e 19 de fevereiro, do Encontro Global das Academias de Ciências 2016.
Marengo participou do Grupo de Trabalho sobre Risco de Desastres, apresentando as experiências do Cemaden nas áreas de monitoramento, alertas e pesquisas sobre gestão de risco de desastres no Brasil. Foram discutidas as quatro prioridades definidas pelo Protocolo de Sendai para 2015-2020, abordando a situação atual e as metas para a redução do risco de desastres naturais e para a construção de sociedades resilientes.
Encontro Global das Academias de Ciências em 2016
Organizado pelo Conselho de Ciências do Japão, sigla em inglês- SCJ (Science Council of Japan), o evento deste ano teve a participação das academias de ciências de sete países: Brasil, Índia, China, Estados Unidos, Indonésia, Coreia, África do Sul e Turquia, além de representantes de vários setores da ciência e tecnologia do Japão.
Além do pesquisador José Marengo, Robert Lent, membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), também participou do referido Encontro Global das Academias de Ciências 2016.
Em 2016, os temas abordados foram: “Ciência do cérebro e saúde mental”; “Redução do risco de desastres naturais para o desenvolvimento sustentável” e “Desenvolvimento científico para todos – nutrindo bons cientistas para o futuro”. É a segunda vez que o Japão sedia o evento, que reúne cientistas e especialistas do mundo inteiro no Encontro Global das Academias de Ciências. Esse evento já foi realizado no Japão em 2008.
“Esta foi uma oportunidade de colaborar e interagir com especialistas em vários temas, entre eles o de desastres naturais.”, afirma José Marengo. Como resultado do encontro, elaborou-se uma declaração conjunta, a ser assinada pelos presidentes das academias de ciências que participaram do evento.
Os representantes das academias foram convocados para finalizarem, nos dias 19 e 22 de fevereiro, o texto a ser entregue aos representantes de seus países.
O documento que será firmado, em conjunto, pelas academias científicas, será entregue aos líderes mundiais, durante a reunião dos países do G8, que ocorrerá no Japão, em maio deste ano. A sigla G-8 corresponde ao grupo dos 8 países mais industrializados e influentes do mundo. Fazem parte: os Estados Unidos, Japão, Alemanha, Canadá, França, Itália, Reino Unido e Rússia.
Desde 2005, as academias de ciências do G8 e de outros países se reúnem, anualmente, para discutir desafios globais e propor recomendações políticas aos líderes de suas nações.
Protocolo de Sendai 2015-2020
Aprovada na Terceira Conferência Mundial sobre a Redução do Risco de Desastres, realizado em março de 2015, em Sendai, Japão, os países firmaram o Protocolo de Sendai, para ações no período de 2015 a 2020, definindo as quatro prioridades de ação focada nos âmbitos intra – e intersetorial, promovida pelos países em níveis local, nacional, regional e global. Foram definidas as seguintes prioridades de ações :
Prioridade 1: Compreensão sobre a redução de risco de desastres
Prioridade 2: Fortalecimento da governança e gerenciamento do risco de desastres
Prioridade 3: Investir na redução de risco de desastres visando sociedades mais resilientes aos desastres
Prioridade 4: Melhoria na preparação com vistas à respostas mais efetivas para reconstrução, recuperação (Build Back Better) e reabilitação de áreas afetadas por desastres.
Série de Debates promove discussões científicas sobre monitoramento e redução de risco de desastres
Os debates abordam temas interdisciplinares, associados às áreas de geologia, hidrologia, meteorologia, desastres naturais, e outras áreas afins, como, por exemplo, educação e sociologia, os quais focam a prevenção dos riscos de desastres naturais. Nessas discussões, também são convidados pesquisadores de outras instituições científicas e de universidades, tanto nacionais como internacionais, além de representantes dos três níveis de governo. O objetivo é fortalecer a interface entre ciência e formulação de políticas públicas.
Os temas abordados incluem a gestão de riscos ambientais e de desastres naturais, monitoramento das áreas de riscos, tecnologias e inovações para prevenção de desastres, educação para redução do risco de desastres, incêndios florestais e opções de mitigação, vulnerabilidade a desastres, impactos socioeconômicos de desastres, entre outros.
O primeiro tema discutido, na série de 2016, foi “Análise da participação social no contexto da gestão de riscos ambientais”. Débora Olivato, pesquisadora do Cemaden, abordou a dimensão da participação da população no processo de gerenciamento de riscos ambientais e a percepção dos moradores sobre elementos de vulnerabilidade e perigo. Os dados, informações e conhecimentos levantados na bacia hidrográfica do rio Indaiá – Ubatuba, São Paulo, podem subsidiar diretrizes e ações do poder público na prevenção de riscos ambientais da localidade.
Nas áreas de modelagem e sistemas de monitoramento, também em janeiro de 2016, os pesquisadores Flávio Horita e Werner Leyh, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, da Universidade de São Paulo (USP), abordaram os Sistemas de Informação, os desafios de monitoramento de riscos de desastres e a necessidade de integração de dados e serviços de parceiros.
A Programação Completa da Série Debates do 1º Semestre de 2016 incluem os seguintes temas:
15/01 – “Análise da participação social no contexto da gestão de riscos ambientais na bacia hidrográfica do rio Indaiá, Ubatuba-SP”
20/01 – “Uma abordagem para qualificar e apoiar o processo de decisão na gestão de desastres”
02/02 – “Monitoramento de riscos atuais e futuros: aprendizados e potencialidades da parceria Brasil – JRC/União Europeia”
18/02 – “Tecnologias e inovações para prevenção de desastres”
09/03 – “Impactos de desastres socioambientais em saúde pública: estudos dos casos dos Estados de Santa Catarina em 2008 e Pernambuco em 2010”
20/04 – “Cenários de risco de desastres na Região Nordeste (Parte I)”
03/05 – “Cenários de risco de desastres na Região Nordeste (Parte II)”
29/06 – Simulado operacional de monitoramento e emissão de alertas
Maiores informações sobre as palestras da Série Debates do Cemaden podem ser encaminhadas para o e-mail: assessoriadeimprensa@cemaden.gov.br
Cemaden desenvolve intercâmbio científico sobre desastres naturais no Projeto Diálogos Setoriais Brasil-UE
Com o objetivo de realizar o intercâmbio internacional de informações para o desenvolvimento de pesquisas estratégicas, as quais contribuam para minimizar os impactos dos desastres naturais, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação- vem dando prosseguimento ao cronograma do Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil, na ação “Colaboração em Desastres Naturais Brasil-Europa”, com atividades previstas até junho de 2016.
Neste mês de fevereiro, pesquisadores, tecnologistas/operadores da Sala de Situação e analistas do Cemaden estiveram reunidos para discutir as estratégias do intercâmbio técnico-científico, de forma a ampliar as pesquisas envolvendo as áreas interdisciplinares de meteorologia, geologia, hidrologia e desastres naturais.
Entre as atividades previstas, receberam a visita do pesquisador André Paquier, Chefe de Unidade de Pesquisa do IRSTEA (National Research Institute of Science and Technology), sediado em Lyon, França. O pesquisador também é o especialista europeu convidado da ação RISC0002 dos Diálogos Setoriais, União Europeia-Brasil. Durante dois dias, na segunda semana de fevereiro, o pesquisador proferiu palestra aos pesquisadores e tecnologistas do Cemaden, em São José dos Campos(SP), transmitido por videoconferência ao Cemaden de Cachoeira Paulista.
Especialista em hidráulica fluvial, com ênfase em vulnerabilidade e riscos de enchentes, rompimento de barragens e transporte de sedimentos, André Paquier trouxe sua experiência em modelagem de ondas de cheias e abriu discussões sobre projetos de pesquisas sobre inundações de várzeas urbanas.
Nas atividades do Projeto Diálogos Setoriais UE-Brasil, está prevista nova visita em 2016 ao Joint Research Centre (JRC), centro de pesquisas localizado na cidade de Ispra, na Itália, pelos pesquisadores do Cemaden: o hidrólogo Conrado de Moraes Rudorff e meteorologista especializado em desastres naturais, Christopher Alexander Cunningham Castro. Em novembro de 2015, dois pesquisadores do Cemaden também estiveram visitando essa instituição: o coordenador-geral de Pesquisas e Desenvolvimento, hidrólogo Eduardo Mario Mendiondo e o agrometerologista Marcelo Zeri.
“O objetivo do Cemaden nas ações do Projeto Diálogos Setoriais UE-Brasil é desenvolver produtos, pesquisas aplicadas e ferramentas operacionais para o aprimoramento das técnicas de monitoramento e emissão de alertas de riscos de desastres naturais.”, afirma o Chefe de Pesquisas e Desenvolvimento do Cemaden, climatologista José Marengo, que também contribui para as atividades de Assessoria Internacional – no âmbito dos intercâmbios com instituições científicas internacionais – com as quais o Cemaden interage.
Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil
Os Diálogos Setoriais são considerados uma nova dinâmica de cooperação entre a União Europeia (UE) e o Brasil. Há cerca de 30 diálogos mapeados entre o Brasil e a UE sobre os mais diversos temas, que se dão com bases em princípios de reciprocidade e complementaridade, visando o intercâmbio de conhecimentos e experiências em áreas de interesse mútuo. Informações detalhadas estão disponibilizadas no link seção Observatório dos Diálogos.
Por meio de intercâmbio de conhecimentos técnicos, o Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais UE-Brasil tem como objetivo contribuir para o aprofundamento da parceria estratégica e das relações bilaterais entre o Brasil e a União Europeia. É coordenado em conjunto pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) – por meio da Direção Nacional do Projeto – e pela Delegação da União Europeia no Brasil (Delbra).
Pesquisadores brasileiros e japoneses discutem novos modelos de monitoramento e transmissão de alertas sobre deslizamentos
Com o objetivo de avaliar o Manual de Monitoramento e Alertas e o novo Protocolo de Transmissão de Alertas, nos próximos dias 23 e 24 de fevereiro, será realizada a 8ª Reunião Técnica sobre Previsão e Alerta de Desastres de Sedimentos, no Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, no Auditório do Parque Tecnológico, em São José dos Campos (SP).
Os documentos elaborados sobre monitoramento e alertas são o resultado dos trabalhos de pesquisa em campo, reuniões técnicas, discussões e intercâmbio de experiências entre pesquisadores brasileiros e japoneses, junto aos especialistas de Defesas Civis Municipais, dentro do Projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada em Desastres Naturais (Gides).
O Projeto Gides faz parte do Termo de Cooperação entre Brasil e Japão, firmado em julho de 2013. Todas as metodologias e procedimentos discutidos têm como bases a experiência japonesa aplicada nos municípios de Nova Friburgo e Petrópolis (RJ) e de Blumenau (SC), cidades pilotos integrantes do projeto. O objetivo é sistematizar e aprimorar as emissões de alertas de risco de deslizamentos, com um planejamento de regras e ações junto às comunidades vulneráveis a riscos de desastres naturais, e, posteriormente, serem aplicadas nas áreas de risco dos municípios monitorados, em todo o território nacional.
A abertura do evento, às 8h30, no próximo dia 23, será feita pelo diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes e a previsão do encerramento dos trabalhos no dia 24 às 12 horas. Na programação da 8ª Reunião Técnica do Gides, além das apresentações dos pesquisadores e dos tecnologistas (operadores) da Sala de Operação do Cemaden/MCTI, estarão abordando os temas os especialistas do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), do Ministério da Integração e representantes das Defesas Civis Estaduais e Municipais, da região serrana do Rio de Janeiro e de Santa Catarina.
Acordo entre Brasil e Japão e intercâmbios científicos
O intercâmbio entre Brasil e Japão faz parte do Projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos em Desastres Naturais. O projeto visa melhorar a capacidade brasileira de avaliar e reduzir riscos, aperfeiçoando o monitoramento, além de conduzir e organizar a pesquisa e desenvolvimento (P&D) sobre desastres naturais.
O Termo de Cooperação entre os dois países foi firmado em 2013, envolvendo as Agências Brasileira de Cooperação (ABC) e a de Cooperação Internacional do Japão (Jica), os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (por meio do Cemaden), das Cidades, da Integração Nacional e das Minas e Energia do Brasil, para o fortalecimento da capacidade brasileira na gestão de riscos de desastres naturais.
Cemaden é homenageado pela Defesa Civil do Estado de SP
Pelo terceiro ano consecutivo, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – recebeu a Medalha de Defesa Civil, da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de São Paulo, do Gabinete da Casa Militar, homenagem destinada às pessoas físicas e jurídicas que comprovadamente colaboraram de forma expressiva com as ações de Defesa Civil.
Neste ano, durante o aniversário de 40 anos da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil de São Paulo, o homenageado foi o coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento, Eduardo Mário Mendiondo, que vem desenvolvendo – junto à equipe de pesquisadores do Cemaden e em parceria com instituições de pesquisas nacionais e internacionais – pesquisas voltadas para o monitoramento e prevenção de desastres naturais, principalmente na área de enchentes, enxurradas, cheias nas áreas urbanas vulneráveis a esses desastres naturais e monitoramento de bacias hidrográficas.
Em 2014, a homenageada foi a pesquisadora e coordenadora de Relações Institucionais do Cemaden, Regina Alvalá, que há anos vem desenvolvendo trabalhos e pesquisas na área de desastres naturais e faz parte do grupo de servidores envolvidos na criação do Centro.
No ano passado (2015), a homenagem foi para o Cel. João Batista Monteiro Júnior e para Demerval Gonçalves, ambos vinculados ao Cemaden com atuação voltada para as ações de instalação e desenvolvimento do gerenciamento de dados dos pluviômetros automáticos, nos municípios classificados como prioritários para o monitoramento das áreas de riscos de desastres naturais.
A condecoração- representada por medalha e diploma – entregue aos homenageados pelos serviços prestados à comunidade nas atividades de Defesa Civil – foi instituída pelo Decreto Estadual n° 26.856, de 6 de março de 1.987, no Estado de São Paulo.
O Cemaden, criado em julho de 2011 pelo Decreto Presidencial nº 7.513, conta com um quadro de recursos humanos técnico-científicos especializados e interdisciplinares. A equipe trabalha de forma inovadora, com foco no desenvolvimento do sistema organizado e aprimorado de monitoramento, alerta, prevenção e redução dos impactos ambientais, sociais e econômicos decorrentes de eventos extremos que deflagram desastres naturais. Operando 24 horas por dia, sem interrupção, a instituição monitora, em todo o território nacional, as áreas de risco de 957 municípios classificados como vulneráveis a desastres naturais. Entre outras competências, envia os alertas de desastres ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), do Ministério da Integração Nacional (MI), auxiliando o Sistema Nacional de Defesa Civil.
Cemaden instala sensores geotécnicos para monitoramento de morro em Nova Friburgo
Nova Friburgo é o segundo município da região serrana do Rio de Janeiro a receber a instalação de sensores geotécnicos para monitoramento e prevenção de deslizamentos em morro. O equipamento que detecta a movimentação de terra dos morros, denominado Estação Total Robotizada (ETR) está sendo instalado, nesta semana, na Escola Municipal Lafayette Bravo Filho, localizada em frente às encostas e áreas vulneráveis a deslizamentos, no Bairro Conselheiro Paulino. Ao redor dessas encostas, também estão sendo instalados 100 prismas, os quais refletem o sinal de infravermelho emitido pela ETR, indicando qualquer tipo de movimentação de terra, em milímetros.
Os sensores geotécnicos fazem parte do Projeto de Monitoramento de Morros para Prevenção de Riscos de Deslizamentos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, para acompanhar com maior precisão a movimentação de terra em morros e encostas nas áreas de riscos de deslizamentos. Trata-se de equipamentos de alta tecnologia, instalados nas áreas vulneráveis a deslizamentos em nove municípios em várias regiões do País.
Já foram instalados os equipamentos em Mauá e Santos (SP), Blumenau(SC) e Petrópolis (RJ). Além de Nova Friburgo, os próximos municípios a receberem os sensores geotécnicos na região serrana do Rio de Janeiro são Teresópolis e Angra dos Reis. Nos meses de março e abril, estão previstas as instalações nos municípios de Salvador (BA) e Recife (PE).
Em Nova Friburgo, o projeto será apresentado nesta sexta-feira (29) pelo geólogo e pesquisador do Cemaden, Márcio Andrade, juntamente com o secretário da Defesa Civil Municipal, Ten. Cel. João Paulo Mori.
Projeto de Monitoramento dos Morros para Prevenção de Deslizamentos
A Estação Total Robotizada (ETR) é um sensor geotécnico que emite sinal infravermelho, o qual é refletido nos 100 prismas ( ou espelhos) instalados nos morros e encostas do município. Esses sinais emitidos permitem captar até pequenas movimentações de terra dos morros, abrangendo uma área circundada de encostas em 360 graus, cobrindo até 2,5 km de extensão.
Os dados coletados pelos equipamentos serão enviados, via internet, ao Cemaden, possibilitando acompanhar e monitorar qualquer risco de deslizamentos das encostas. A partir de pesquisas em andamento, as informações e dados obtidos darão subsídios para emissão de alertas prévios de movimentos de massa com maior confiabilidade.
Os moradores das áreas de riscos de deslizamentos de Nova Friburgo já estão sendo informados e esclarecidos que as instalações desses equipamentos próximos às moradias não causam quaisquer interferências em outros equipamentos e nem impactos às áreas onde serão instalados.
O município de Nova Friburgo, que tem parceria com o Cemaden, conta com 23 pluviômetros automáticos instalados em locais próximos a áreas de risco de desastres, além de 22 pluviômetros semiautomáticos, do Projeto Pluviômetros nas Comunidades. Os pluviômetros têm a função de medir, em milímetros, a quantidade de chuva precipitada, durante um determinado tempo e local, para monitoramento do município.
Dentro do Projeto de Monitoramento de Morros para prevenção de riscos de deslizamentos, além da instalação da ETR e prismas em cada um dos nove municípios, está prevista, na segunda etapa do projeto, a instalação de mais um conjunto de equipamentos de monitoramento, composto por 15 plataformas de coleta de dados. Cada plataforma é integrada por um pluviômetro e seis sensores de umidade do solo, para coletar dados sobre quantidade de chuvas acumuladas e de água no solo, complementando as informações sobre possíveis riscos de deslizamentos.