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Cemaden entrega premiação da campanha AprenderParaPrevenir ao município de Quatro Barras (PR)
A Defesa Civil e a Escola Municipal João Curupaná da Silva, do município de Quatro Barras (PR), receberam, nesta terça (16), dois pluviômetros semiautomáticos e o kit educativo, pela premiação por sorteio da Campanha AprenderParaPrevenir da edição de 2019, promovido pelo Programa Cemaden Educação, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Em 2019, o tema da 4ª edição da campanha foi “Reduzindo o risco de desastres: ações educativas em tempos de mudanças climáticas”, com a participação de Escolas, Defesas Civis e Universidades.
A Defesa Civil de Quatro Barras (PR) e a Escola Municipal João Curupaná da Silva (cerca de 415 alunos) desenvolveram o projeto “Ensinar para proteger 2019”, com o objetivo de conscientizar as crianças e garantir a segurança dos alunos, dentro do meio onde vivem. A ideia, também, era de tornar os alunos multiplicadores, propagando a conscientização para seus familiares e vizinhos.
A doação dos pluviômetros semiautomáticos ocorreu com a presença das pesquisadoras Patrícia Matsuo e Carolina Esteves, da equipe do Programa Cemaden Educação. O pesquisador Demerval Gonçalves, da área de Engenharia do Cemaden, repassou as orientações de instalação, uso e manutenção do equipamento de monitoramento de chuvas.
A diretora da escola, profª Cristina Godoy, na época da campanha era supervisora pedagógica, afirmou que o projeto foi desenvolvido aos alunos das turmas do 4º e 5º anos, com idade entre 09 e 11 anos. “A campanha foi um sucesso e as ações de proteção - como conscientização de desastres e evasão no momento de risco - foram importantes, beneficiando, indiretamente, pais e familiares, além de toda a comunidade escolar”, afirma a diretora. Informou que a instalação do pluviômetro semiautomático na escola permitirá a continuidade às ações e trabalhos educativos voltados ao monitoramento de chuvas e redução do risco de desastres.
O representante da Defesa Civil, Danilo Calixto, destacou que o projeto desenvolvido no município foi considerado um dos melhores no Estado do Paraná. “Foram tratadas questões sobre desastres ambientais como incêndios, enchentes e deslizamentos na área rural. Além disso, foram feitas abordagens relativas à proteção contra animais peçonhentos, simulação de incêndio e evasão, entre outras.”, afirma Calixto, que informou que o pluviômetro semiautomático será instalado na área de risco no bairro Ribeirão do Tigre, onde ocorreu enchente entre os dias 29 de novembro e 12 de dezembro de 2022. Segundo a Defesa Civil do município, o Projeto Ensinar para Proteger, em 2019, envolveu cerca de duas mil pessoas. Afirmou que, em 2024, vão retomar as ações educacionais nas escolas, relativas ao meio ambiente.
No final, os representantes da Defesa Civil e da escola do município paranaense de Quatro Barras visitaram a Sala de Situação do Cemaden. Conheceram o processo do sistema de monitoramento, apresentado pela tecnologista Carla Prieto, da área de geodinâmica de desastres naturais.
A programação da entrega da premiação da campanha e da visita à Sala de Situação foi organizada pela analista em Ciência e Tecnologia, Selma Flores, da Coordenação de Relações Institucionais do Cemaden.
Fonte: Ascom/Cemaden
Cemaden e instituições parceiras organizam evento para discutir vulnerabilidade e resiliência às secas
Nos dias 11 e 12 de maio (quinta e sexta-feira), na sede do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – será realizada a oficina de trabalho “Informações para reduzir a vulnerabilidade e aumentar a resiliência às secas no setor hidrolétrico brasileiro”. (Foto crédito: jornal Estadão)
O evento ocorrerá no formato híbrido (presencial e virtual) e está sendo organizado pelo Cemaden/MCTI, pelo Projeto Sistema de Informações de Seca para o Sul da América do Sul (SISSA), pelo Centro Regional de Clima (CRC) e pela Organização Meteorológica Mundial da Meteorologia (OMM). A oficina contará com parceiros do setor hidroenergético, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e especialistas que trabalham com o tema da seca.
Entre as discussões entre as instituições parceiras, previstas no evento, estão a identificação dos impactos das secas nas principais atividades hidroenergéticas. Também serão levantadas as causas ambientais, tecnológicas, sociais, culturais e econômicas desses impactos.
Todas as informações coletadas visam definir as ações viáveis em cada contexto para reduzir os impactos da seca, com a meta de elaborar um plano de trabalho conjunto para organizar informações sobre seca.
Programação
O workshop será aberto no dia 11 de maio, das 14h30 às 16h30 (horário de Brasília), com a recepção dos participantes e visita à Sala de Situação do Cemaden, no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP).
No dia 12, os trabalhos e debates ocorrerão das 08h30 às 16 horas (horário de Brasília), iniciado pela apresentação do SISSA sobre o tema, objetivos e forma de trabalho. Nesse dia, os participantes farão uma breve apresentação da instituição e da área geográfica de atuação. Também discutirão o papel da meteorologia e hidrologia nas instituições e a atuação relacionada às secas e ao setor elétrico. Serão abordadas as fontes de informações sobre secas, metodologias e divulgação dos produtos/informações para os impactos da seca.
Participam do workshop as instituições parceiras: ONS, CEMIG, Salto Grande, Cemaden e as instituições colaboradas: INMET, ANA, CPTEC-Inpe e Unicamp.
Sistema de Informação de Secas para o Sul da América do Sul (SISSA)
O Cemaden faz parte do grupo de instituições que representam o Brasil na composição dos seis países que integram o Centro Regional do Clima para o Sul da América do Sul, entidade que produz e dissemina informações climáticas, fornecendo subsídios aos tomadores de decisões em setores da sociedade sensíveis à variabilidade e mudanças climáticas.
Dentro da agência sul-americana, o Cemaden integra o Sistema de Informações sobre Secas para o Sul da América do Sul (SISSA), instituição virtual que disponibiliza dados, informações e conhecimento sobre secas para mitigar ou reduzir os impactos desse fenômeno climático. O SISSA é um desenvolvimento conjunto dos serviços meteorológicos, hidrológicos e outras instituições da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.
O sistema de informações do SISSA está estruturado em torno de três eixos principais: implementar ferramentas para monitorar o início, a severidade e a duração de uma seca; antecipar o tipo e a magnitude dos impactos em diferentes setores; e promover coordenação e planejamento entre instituições e setores afetados, antes que um evento seco seja instalado.
O SISSA é uma instituição virtual que atua no âmbito do Centro Regional do Clima para o Sul da América do Sul (CRC-SAS). Mais informações: https://sissa.crc-sas.org/que-es-sissa/
Fonte: Ascom/Cemaden
Estudantes de Geociências da Unicamp visitam o Cemaden
Estudantes do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) visitaram o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – na última sexta-feira (dia 5), com o objetivo de conhecer os trabalhos de pesquisa, inovação e monitoramento na área de desastres geo-hidrológicos, áreas de riscos e vulnerabilidades.
A comitiva integrada por sete estudantes (pós-graduação: cinco de Mestrado, uma de Doutorado e uma de graduação em Iniciação Científica) estavam acompanhados dos professores Jefferson Picanço e Ana Elisa Silva de Abreu, da disciplina Gestão de Risco de Desastres Naturais.
Vulnerabilidades e percepção de riscos de desastres
Dentro da programação, a pesquisadora do Cemaden, Luciana Londe, da área de projetos de interfaces entre desastres naturais, vulnerabilidade socioambiental e saúde pública. A pesquisadora fez a apresentação institucional do Cemaden, focando as linhas de pesquisa. Os alunos também tiveram oportunidade de relatar quais eram suas áreas de interesse em pesquisa. Entre as diversidades dos temas de interesse, estão desde novas tecnologias para instrumentação do monitoramento na área de desastres, passando por alternativas sustentáveis na mineração, até impactos sobre a biodiversidade nos desastres com barragens.
A pesquisadora Sílvia Saito - da área de projetos de monitoramento e mobilização social para a percepção de riscos de desastres naturais - apresentou o tema Gestão de Riscos de Desastres, enfatizando não tratar-se de Gestão de Desastres, com base na atuação para a prevenção e não somente após a ocorrência do desastre. Enfatizou, ainda, os avanços na legislação sobre a Gestão de Riscos de Desastres e a importância do trabalho integrado nas diferentes esferas de governo, municipal, estadual e federal.
Monitoramento, Rede Observacional e Projeto Cigarra
A visita à Sala de Situação mostrou de modo detalhado as ferramentas utilizadas no monitoramento e como se dá a elaboração do alerta, tendo a apresentação sido feita pelo tecnologista e pesquisador, Pedro Camarinha, da área de geodinâmica de desastres.
Por último, foi feita a apresentação dos equipamentos da Rede Observacional do Cemaden pelo tecnologista, chefe-substituto da Divisão de Desenvolvimento de Produtos Integrados, Rogério Ishibashi que também apresentou o Projeto Cigarra: Ecossistema inovador para monitoramento. Esse projeto tem a proposta de desenvolver equipamentos de mais baixo custo, elaborar protocolos e sistemas abertos. O objetivo é disseminar as ferramentas para monitoramento por parte de defesas civis, universidades e outros possíveis interessados, com a possibilidade de integração à rede do Cemaden.
A visita teve a organização e apoio na elaboração da programação pela analista em Ciência &Tecnologia, Selma Flores, da Coordenação de Relações Institucionais do Cemaden.
Fonte: Ascom/Cemaden
Ministra do MCTI visita o Cemaden e reforça parceria com BNDES para aprimorar monitoramento e prevenção de desastres
A ministra Luciana Santos, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) visitou as instalações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do MCTI- localizado no Parque Tecnológico em São José dos Campos (SP), na manhã da última sexta-feira (dia 5). A ministra foi recebida pela diretora substituta, Regina Alvalá e gestores do Centro.
Durante a visita, a ministra anunciou que, para ampliar os investimentos em inovação e aprimorar os sistemas de monitoramento e prevenção de desastres geo-hidrológicos e socioambientais, o MCTI deve firmar parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). O foco principal é desenvolver equipamentos de baixo custo e fácil manutenção para monitoramento de variáveis ambientais, com prioridade aos equipamentos para monitoramento de chuvas.
Apresentação das atividades desenvolvidas pelo Cemaden e assinatura de protocolo de intenções entre o Centro e o Inpe
Na Sala de Situação, onde são monitorados 1.038 munícipios com histórico de ocorrências pretéritas de desastres e para os quais foram mapeadas as áreas de risco geo-hidrológicos, a ministra conheceu mais detalhadamente como é feito o monitoramento ininterrupto e e algumas pesquisas desenvolvidas pelo Cemaden. A diretora substituta, Regina Alvalá, contextualizou a criação do Centro e conduziu a agenda da visita, que contemplou breves apresentações feitas por tecnologistas, pesquisadores e bolsistas e abordaram diversos temas associados à gestão de riscos e de desastres.
O coordenador-geral Marcelo Seluchi apresentou as atividades desenvolvidas no âmbito da Coordenação de Operações e Modelagem, , destacando as etapas e atividades associadas ao monitoramento e emissão de alertas de riscos de desastres geo-hidrometeorológicos (deslizamentos de terra, enxurradas, inundações, enchentes), seguido do tecnologista Pedro Camarinha, que sumarizou como é feita a previsão diária de risco geológico para todas as mesoregiões do território brasileiro. As linhas de pesquisas, integradas com as atividades de operação, foram sucintamente apresentadas pelo coordenador-geral de Operações e Desenvolvimento Jose Marengo. Na sequência, foram apresentados resultados associados à caracterização das populações vulneráveis em áreas de risco, pela pesquisadora Mariane Assis; as pesquisas e atividades de monitoramento de impactos de secas, pela pesquisadora Ana Paula Cunha; o programa Cemaden Educação, pela coordenadora Rachel Trajber e ecossistemas inovadores para monitoramento ambiental, pelo tecnologista André Ivo. Após as apresentações das atividades conduzidas no Cemaden, com a presença da ministra do MCTI, Luciana Santos, a diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá e o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Clezio Marcos De Nardim, assinaram um protocolo de intenções entre o Centro e o Inpe, com o objetivo principal de conjugar esforços em trocar experiências nas áreas de interesse comum entre ambas as instituições.
Investimentos em tecnologia e inovação para o monitoramento
Ao final da programação, a ministra do MCTI destacou a relevância da participação de 50% de mulheres na força de trabalho do Cemaden, o que singulariza estímulo a jovens cientistas. Afirmou, também, que as apresentações focando o monitoramento, as pesquisas e o programa em educação e prevenção de risco de desastres trouxeram-lhe lembranças do período em que foi prefeita de Olinda (PE), na década de 2000. Ressaltou o envolvimento com a população em áreas de riscos, as vulnerabilidades da região metropolitana de Recife e os esforços dispendidos na época para a prevenção e diminuição dos impactos dos desastres decorrentes de deslizamentos e inundações.
“Na época, montamos a Defesa Civil Municipal, fizemos mobilização nas escolas. Não existia, ainda, o Cemaden.”, afirmou a ministra. “O trabalho torna-se mais intenso com as mudanças climáticas e o adensamento geográfico em áreas de risco. Por isso, vamos colocar a tecnologia e inovação a serviço para prevenir e salvar o maior número de vidas”.
A ministra informou sobre reunião recente ocorrida entre o o BNDES e o MCTI, ocasião em que foram discutidos investimentos para inovação e ampliação da rede de monitoramento de desastres, em especial considerando a modernização do monitoramento de chuvas com pluviômetros de baixo custo. Também destacou a importância da informação e da educação para a percepção de riscos pela população. Por fim, a ministra ressaltou que “investindo na inovação para que os equipamentos, como, por exemplo, os pluviômetros, sendo mais leves, de custo mais baixo e com maior facilidade na manutenção, poderão ter um uso mais didático, para que a população possa se apropriar das informações providas por tais equipamentos para a prevenção de riscos”.
Fonte: Ascom/Cemaden
Cemaden recebe visita de alunos no projeto piloto implantado para recepção de escolas
“Uma expedição pelo mundo dos riscos de desastres” foi o modelo implantado para recepção de alunos de escolas do ensino fundamental e médio, pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)- durante a visita de escola estadual de São José dos Campos, no último dia 27 de abril.
Cerca de 40 alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Integral Nelson do Nascimento Monteiro, acompanhados de quatro professores, foram recepcionados pela coordenadora do Programa Cemaden Educação, pesquisadora Rachel Trajber, e pela pesquisadora Débora Olivato, que fizeram uma breve apresentação sobre o Cemaden, o Cemaden Educação e dos tipos de Plataformas de Coletas de Dados (PCDs). O pesquisador do Cemaden, Demerval Gonçalves, falou sobre o sistema de geoprocessamento e da rede observacional do Cemaden, no monitoramento de riscos de desastres geo-hidrológicos. Os alunos conheceram esses equipamentos expostos na área externa do Cemaden.
Em seguida, os alunos e professores visitaram a Sala de Situação do Cemaden, recepcionados pela hidróloga Cláudia Linhares e pelo meteorologista Saulo Costa, que mostraram como se processa o monitoramento e a emissão de alertas de riscos de desastres, como deslizamentos, inundações, enxurradas.
Oficina de História Oral e participação da escola em Projeto PIBIC
Os alunos e professores de algumas turmas da escola EEEMI Nelson do Nascimento Monteiro fazem parte do projeto de pesquisa de Rafael Pereira, da equipe do Programa Cemaden Educação e pesquisador-bolsista do PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica). Seu trabalho é sobre Monitoramento e Redução do Risco de Desastres (RRD), com orientação da pesquisadora do Cemaden Educação, Débora Olivato.
Na programação de visita, na parte da tarde, os alunos participaram da atividade História Oral, onde o pesquisador do Cemaden, Fernando Silva, fez o relato que vivenciou no momento do evento de inundação e deslizamento, ocorrido no feriado de Carnaval, em fevereiro deste ano, no Litoral Norte de São Paulo. Também foi entrevistada a pesquisadora Patrícia Matsuo, que trabalhou na tese de doutorado no tema e atividades do Cemaden Educação para a redução do risco de desastres. As entrevistas foram conduzidas pelos pesquisadores do Cemaden Educação, Carolina Esteves e Rafael Pereira.
A visita e programação foram organizadas pela Analista de Ciência & Tecnologia, Selma Flores, juntamente com a equipe do Cemaden Educação (pesquisadores Patrícia Matsuo, Carolina Esteves e Antônio Guerra).
Projeto piloto de agenda de visitação de escolas no Cemaden
O Cemaden Educação atua desde 2014 com um conceito inovador de ciência cidadã, pesquisa-ação, comunicação e difusão científica, com base na educação ambiental crítica e participativa. A ideia é construir sociedades sustentáveis e resilientes. Desde o ano de 2019, o projeto tornou-se Programa Cemaden Educação : rede de escolas e comunidades na prevenção de risco de desastres (Portaria nº 144/2019/Sei-Cemaden-02/12/2019), com o objetivo de contribuir para a geração de uma cultura de percepção de riscos de desastres.
Nesse contexto, a realização de visitas técnicas ou acadêmicas à sede do Cemaden, em São José dos Campos (SP), se mostra como uma importante ferramenta de interação com a sociedade. Assim, o Programa Cemaden Educação e a Coordenação de Relações Institucionais (Corin) estão implementando uma visitação programada, voltada para escolas que atuam em ERRD (formal e não-formal).
O projeto de Visitação Agendada de Escolas a ser implantado, denominado “Uma expedição pelo mundo dos riscos de desastres” apresenta um formato de programação desenvolvidas em cinco partes, que pode ser adaptada conforme os objetivos de visita das escolas. Estão na programação, rodas de conversa, apresentação da instituição e do Cemaden Educação, dos equipamentos da rede observacional, da Sala de Situação e oficinas oferecidas pelo Programa Cemaden Educação ( Jogos, História Oral entre outros).
As escolas interessadas em agendar visitas no Cemaden devem encaminhar solicitação para o e-mail da Coordenação de Relações Institucionais : cri@cemaden.gov.br.
Fonte: Ascom/Cemaden
Visão de futuro e inovação foi o tema da palestra promovido pelo NIT do Cemaden
"Estratégia, Inovação e Empreendedorismo" foi o tema da palestra apresentada e discutida junto aos servidores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) – pelo professor, pesquisador e consultor nas áreas de inovação e empreendedorismo, Marcelo Nakagawa.
O evento foi organizado pelo Comitê do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT-Cemaden) e transmitido pela Sala Virtual do Cemaden, no último dia 25 de abril.
Com experiência de mais de 30 anos como executivo e acadêmico nos temas empreendedorismo, inovação, venture capital, corporate venturing e desenvolvimento de empresas e startups, o palestrante inicia a apresentação destacando que os assuntos perenes das organizações é que vão definir as estratégias. Aponta que o verdadeiro desafio é com as pessoas: “No empreendedorismo e inovação, as pessoas devem sentir-se valorizadas, proativas e positivas, de bem com a vida e que tenham um propósito”, afirma o especialista e destaca “O profissional de hoje deve sentir que seu trabalho autotranscende, causando impacto positivo por aquilo que faz.”
Repassou experiências e práticas das últimas décadas, que tiveram intensas mudanças, transformações e revoluções. Apontou que as organizações matam a percepção de propósito, ou seja, do trabalho com mais significado, quando desconectam as pessoas de seus valores. “No momento em que o profissional sente que não tem valor no que faz, a sensação de propósito vai diminuindo, afirma Nakagawa. “A percepção de propósito tem que ser no dia a dia. Caso contrário, as organizações se tornam ‘coisas’ com pessoas vazias, do ponto de vista de propósito.” Define que a inovação deve ser trabalhada a partir dos resultados. “Inovação que não se mede, não se gerencia”.
Abordando sobre a visão de futuro, na parte de desenvolvimento de líderes e empreendedores, inovadores da transformação digital, Marcelo Nakagawa enfatiza: “Quando falamos em criar culturas de empreendedores e inovadores, volta-se para o nível individual e o desafio: a capacidade da pessoa aprender a aprender”.
NIT Cemaden
O Núcleo de Inovação Tecnológica do Cemaden foi criado em Portaria n° 4028/2016/SEI-MCTIC, de 27 de setembro de 2016, com o Regimento aprovado em 16 de abril de 2018. Os membros do comitê do NIT do Cemaden têm promovido vários encontros e palestras com especialistas da área de Ciência, Inovação e tecnologia, direcionadas aos servidores da instituição.
Entre os objetivos e competências do NIT/Cemaden estão a elaboração da política de inovação da instituição, além de promover e fortalecer a interação entre a capacidade científica e tecnológica do Centro, com as atividades de pesquisa, transferência de tecnologia e inovação em prol das necessidades da sociedade.
Fonte: Ascom/Cemaden
Aquecimento e ações humanas ocasionam secas repentinas e agravam as já existentes
Pesquisa aponta que a seca repentina, ou seja, aquelas que se desenvolvem de forma extraordinariamente rápida, está associada a maiores déficits de evapotranspiração e precipitação, causadas por mudanças climáticas antropogênicas. Denominada seca-relâmpago (flash-droughts, em inglês) o fenômeno deve se expandir, no futuro, para todas as áreas terrestres. Os cientistas fazem o alerta: pela sua velocidade, o fenômeno dificulta a previsão e, consequentemente, a preparação para enfrentar esse tipo de eventos extremos.
O estudo foi divulgado na publicação internacional Science, com o título (“Uma transição global para secas-relâmpago sob as mudanças climáticas”, em tradução livre) liderado por Xing Yuan, da Nanjing University of Information Science and Technology, na China, em coautoria com outros cinco pesquisadores. Analisando o perfil de evolução de secas entre 1951 e 2014, os cientistas identificaram o aumento das secas-relâmpago em 74% das chamadas “regiões SREX”, adotando a divisão por áreas definida pelo Relatório Especial do IPCC (Painel Intergovernamental para Mudanças do Clima) sobre Eventos Extremos.
Secas convencionais e secas-relâmpago
O cientista climático Christopher Cunningham, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) – do grupo de estudos sobre “Mudanças Climáticas Globais” da Rede Clima ( integrado pelo Cemaden e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais- Inpe/MCTI), explica sobre os tipos de secas existentes. As chamadas secas meteorológicas (ou estiagens) são longos períodos marcados por pouca ou nenhuma ocorrência de chuvas, quando o solo perde mais água do que se consegue repor. “Quando esse tipo de seca se estende, ocorrem as chamadas secas hidrológicas, caracterizadas por um grave desequilíbrio que afeta níveis de rios e reservatórios.”, afirma Cunningham.
Os estudos apontam que as secas são períodos de déficit hídrico persistente, que podem causar impactos devastadores nas economias e ambientes regionais, bem como na saúde humana. As secas se originam principalmente da variabilidade climática interna em grande escala, na qual as teleconexões oceano-atmosfera associadas a fenômenos como El Niño–Oscilação Sul, Variabilidade Decadal do Pacífico e Variabilidade Multidecadal do Atlântico desempenham papéis críticos na formação e persistência da seca ao longo do tempo interanual a decadal escalas.
Desafio para a prevenção e adaptação climática
O conceito de secas repentinas foi proposto no início do século 21, mas não recebeu grande atenção até a ocorrência da seca severa nos Estados Unidos no verão de 2012. Essa seca foi considerada uma das mais severas nos Estados Unidos desde o Dust Bowl de 1930 e causou mais de US$ 30 bilhões em perdas econômicas.
Além dos fenômenos meteorológicos (que impactam nas dinâmicas entre os oceanos, maiores fontes de umidade para todo o planeta) e a atmostera, as mudanças climáticas são influências definitivas para a formação e desenvolvimento de secas, aponta o estudo publicado na Science. As chamadas “forçantes antropogênicas”, ou seja, causadas por ação humana, contribuem para a desestabilização do sistema climático e fazem com que secas de todo o tipo se tornem mais frequentes, intensas e fatais, como vêm alertando os cientistas. Exemplos recentes são as secas severas que atingiram a Europa e a China, evidenciando os prejuízos sociais e econômicos do fenômeno.
A velocidade e a intensidade da perda de umidade do solo diferenciam uma seca “clássica” de uma repentina (ou relâmpago). No caso das secas convencionais, esse conjunto de fenômenos e interações se desenvolvem em intervalos “longos”, como períodos entre estações, anuais ou mesmo maiores, como décadas. Mas estudos recentes têm mostrado que, nos chamados intervalos “subsazonais” (períodos menores, dentro de uma mesma estação), também há desenvolvimento de secas: elas podem se iniciar e evoluir para secas severas em poucas semanas.
No caso das secas repentinas, como se desenvolvem mais rapidamente com temperaturas mais altas, os ecossistemas podem não ter tempo suficiente para se adaptar ao início súbito de grandes déficits hídricos e extremos de calor, resultando em uma rápida redução na produtividade do ecossistema.
Cunningham, pesquisador do Cemaden, estuda os fenômenos que se desenvolvem em intervalos subsazonais. Destaca que essa área ainda é pouco explorada. “O estudo é importante por trazer visibilidade a essa fatia do clima que começou a ser estudada apenas muito recentemente, compreendendo fenômenos que se desenvolvem em intervalos acima de 10 dias e abaixo de uma estação, ou seja, abaixo de dois ou três meses”, explica. “Há uma necessidade de chamarmos atenção para os fenômenos que ocorrem em escala subsazonal, que têm impactos muito grandes na sociedade. Atualmente, há dificuldade de previsão, que será cada vez mais necessária para ações de adaptação”, afirma.
Emissões de gases e projeções sobre os riscos do aumento das secas repentinas
Como a ocorrência concomitante de ondas de calor e secas está aumentando globalmente, de acordo com o sexto Relatório de Avaliação do IPCC, a transição antrópica aprimorada para secas repentinas sugere a necessidade de entender as interações entre secas repentinas e ondas de calor, local e remotamente, sob as mudanças climáticas.
A pesquisa projetou, ainda, o desenvolvimento dessa tendência no futuro, considerando diferentes cenários de emissões e concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. A conclusão é que a tendência ao aumento de secas-relâmpago se expandirá para a maioria das áreas do globo e se agravará em cenários de alta nas emissões. Segundo os estudos, os resultados sugerem que a transição para secas-relâmpago é mais estável e rápida em um futuro mais quente. O cenário de mais emissões levaria a um risco maior de secas-relâmpago, com início mais rápido. Isso coloca um desafio substancial para a adaptação climática, ressaltando a necessidade de mais estudos para refinar os modelos climáticos adotados nas projeções.
A publicação do artigo “A global transition to flash droughts under climate change” pode ser acessado pelo link:
https://www.science.org/doi/10.1126/science.abn6301
Fonte: Ascom/Cemaden com Observatório do Clima
Ministra do MCTI visitará o Cemaden, nesta sexta-feira (05)
A Ministra de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, fará visita ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), nesta sexta-feira (05 de maio), às 9 horas da manhã.
Na visita, a ministra do MCTI conhecerá as instalações da sede do Cemaden, localizada no Parque Tecnológico em São José dos Campos (SP) e o trabalho desenvolvido no monitoramento e nas pesquisas de desastres geo-hidrológicos, seca e programas de redução de risco de desastres.
Aviso de Pauta
Evento: Visita da Ministra Luciana Santos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
Local : Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP)
Dia : 05 de maio de 2023 (sexta-feira)
Horário: 09 horas até 11 horas
Endereço do Cemaden: Estrada Doutor Altino Bondesan, 500 - Distrito de Eugênio de Melo, São José dos Campos/SP (Parque Tecnológico de São José dos Campos)
Fonte: Ascom/Cemaden
Dados pesquisados no Twitter podem complementar os sistemas de gerenciamento de inundações
Por meio de métodos estatísticos e computacionais, foi demonstrada a relevância do conteúdo da rede social Twitter, em conjunto com outros sensores, para a detecção de alagamentos. As análises estatísticas foram realizadas utilizando um banco de dados com informações sobre o número de blocos de tráfego devido a inundações, as medidas baseadas em precipitação - obtidas por pluviômetro e radar meteorológico - e o número de tweets contendo palavras-chave relacionadas à chuva.
Intitulado "Physical- and Social-Based Rain Gauges—A Case Study on Urban Flood Detection” (Pluviômetros de Base Física e Social — Um Estudo de Caso sobre Detecção de Inundações Urbanas) o artigo foi publicado recentemente na edição especial “Flood Hazard and Risk in Urban Areas”, da Revista Geosciences.
O estudo de autoria do pesquisador Vitor Yuichi Hossaki, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), teve a orientação do pesquisador Leonardo Bacelar Lima Santos, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O artigo tem como coautora a pesquisadora do Cemaden, Luciana Londe, além de pesquisadores de variadas áreas, provenientes de diversas universidades brasileiras. (Foto: Pesquisadores em trabalho de campo na região central da capital de São Paulo).
A pesquisa fez a detecção de alagamentos na região central da capital de São Paulo, focando a parte inferior da bacia hidrográfica do rio Tamanduateí. As maiores correlações de dados foram encontradas entre o número de tweets relacionados à chuva e as medidas do pluviômetro. Para os pesquisadores, esse resultado evidencia o potencial dos dados sociais na previsão de fenômenos meteorológicos. Destacam que o número de tweets também está correlacionado com as medidas de radar e o número de eventos de inundação.
"Este estudo apresenta uma abordagem inovadora que combina a análise de dados de sensores físicos e de redes sociais para detectar alagamentos urbanos, com forte embasamento estatístico", ressalta o pesquisador Hossaki, que é bolsista do Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) pelo Cemaden.
"Após essa fase de validação científica, vamos iniciar um processo de testes operacionais, contando com colegas da Sala de Situação do Cemaden", destaca Santos.
Também participaram do estudo professores e pesquisadores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), do curso de Comunicação Social da Faculdade Anhanguera de São José dos Campos, do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquisa Filho (Unesp), e um egresso do doutorado em Ciência da Computação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Inteligência Artificial (IA)
Para o pesquisador do Cemaden, físico Leonardo Bacelar Santos, a crescente popularidade da Inteligência Artificial (IA), Ciência de Dados e outras tecnologias computacionais têm despertado o interesse das pessoas nas mais diversas áreas. Desde 2016, pesquisadores do Cemaden desenvolvem aplicações de IA para lidar com os desafios dos impactos causados pelos desastres.
“A aplicação desses métodos pode trazer insights cruciais para o desenvolvimento de métodos de detecção, previsão, monitoramento e mitigação de eventos extremos e seus impactos.”, destaca o pesquisador.
O artigo” "Physical- and Social-Based Rain Gauges—A Case Study on Urban Flood Detection”, em formato open access na edição especial "Flood Hazard and Risk in Urban Areas", da revista Geosciences está disponível nesse link: https://www.mdpi.com/2076-3263/13/4/111
Fonte: Ascom/Cemaden
Reunião do BNDES no Cemaden visa investimentos na área de monitoramento e mitigação de desastres socioambientais
Com o objetivo de apresentar as propostas de apoio financeiro para projetos de pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e inovação, voltados à área de monitoramento e redução do risco de desastres socioambientais, a equipe do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - empresa pública federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) - esteve, nesta quinta-feira (12), no Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A reunião foi iniciada pelo chefe do Departamento de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior (AI) do BNDES, Maurício dos Santos Neves, que apresentou as propostas e diretrizes de financiamentos não-reembolsáveis do Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico (Funtec), nos focos temáticos de 2023, relacionados às tecnologias de monitoramento, prevenção e redução de riscos de desastres. Também mostrou como o Cemaden pode ser o principal parceiro técnico, definindo os projetos de tecnologias prioritárias, voltados às principais demandas e usuários dessas tecnologias, como prefeituras, governos estaduais e defesas civis e sociedade em geral. Informou como os projetos de fomento ao ecossistema podem ser desenvolvidos em parcerias com os Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) e empresas de stand-ups no desenvolvimento de aplicativos e ferramentas tecnológicas.
Apoio financeiro
Sobre as alavancas de recursos e fontes, o BNDES pode fazer parceria com o MCTI e/ou Finep (Fundo de Inovação e Pesquisa). O orçamento estimado para a área de redução desastres e mitigação dos impactos das mudanças climáticas está estimado até R$ 50 milhões de recursos não-reembolsáveis, sendo o valor mínimo de R$ 10 milhões, dentro do Funtec do BNDES. Dependendo dos projetos definidos, o contrato do BNDES pode ter o Cemaden como executor e parte terceirizado (ou com outra ICT). Outro formato é o BNDES com universidades, tendo o Cemaden intermediário e validadores do uso da tecnologia.
“O BNDES considera importante o investimento na inovação com foco na melhoria de vida da população, no momento em que o mundo está sendo afetado pelas mudanças climáticas”, afirma Maurício dos Santos Neves, chefe do Departamento de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES. “A mitigação dos impactos das mudanças climáticas e a prevenção de riscos de desastres estão no foco das prioridades de apoio financeiro. Nessa linha, o Cemaden pode receber o apoio de recursos para o desenvolvimento e ações tecnológicas, definindo as demandas das tecnologias prioritárias para aprimorar o sistema de monitoramento e de prevenção de desastres”, destaca o chefe de departamento do BNDES.
Projetos e demandas do Cemaden
O diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes, apresentou de forma pontual as atividades e missão da instituição, focando a Rede Observacional, com os mais de quatro mil equipamentos de monitoramento instalados em todo o território nacional. Mostrou o objetivo, características e custo operacional de manutenção dessa rede, que nos últimos anos, vem abrangendo quase a totalidade do orçamento anual do Cemaden.
Em seguida, gestores e pesquisadores de diversas áreas do Cemaden apresentaram os gargalos, desafios e concepção de novos sensores relacionados ao monitoramento hidrológico, geodinâmico e meteorológico. Foram, também, apresentados assuntos relacionados às plataformas, vulnerabilidades sociais, além do conhecimento, percepção de risco e educação para o desastre. “O Cemaden foi criado em 2011. Como unidade de pesquisa do MCTI, atua com a Ciência de ponta voltada à população mais vulnerável aos desastres socioambientais.”, afirma o diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes. “Diferente das instituições meteorológicas, o Cemaden trabalha no monitoramento e emissão de alerta com uma visão holística, que engloba ameaça, vulnerabilidade e exposição.”, destaca o diretor.
Propostas e visão do membro do Conselho do BNDES
O cientista e idealizador da criação do Cemaden, Carlos Nobre, atual membro do Conselho do BNDES, enfatizou que o Centro foi criado com a capacidade de previsão de impactos e da vulnerabilidade da população aos riscos de desastres. “Foi um grande avanço a criação do Cemaden, com o perfil que envolve o monitoramento do risco climático, a vulnerabilidade e a exposição ao risco de desastres”, afirma Nobre. Como membro do Conselho do BNDES, ele destacou a importância do investimento : primeiro, nas micro e pequenas empresas brasileiras (start-ups), como incentivo para nacionalização dos produtos e ferramentas; segundo, na utilização de novos equipamentos e aplicativos de monitoramento (como exemplo, citou os drones com sensores infravermelho, já utilizados nos Estados Unidos, projetados para perceber os riscos e medir parâmetros). Em terceiro, destacou a importância da criação de um sistema nacional de monitoramento ambiental, com capacidade de integração de todos os sistemas e processamento de dados. “O Cemaden pode fluir, processar e distribuir dados a todos os usuários, dentro do sistema de monitoramento ambiental nacional. E o BNDES pode dar apoio nesse sistema integrado.”, afirma o conselheiro do BNDES.
Próximas etapas
No final da reunião, foram realizadas discussões sobre os projetos, encaminhamentos e o agendamento para um próximo encontro virtual, com o objetivo de definir os projetos prioritários do Cemaden.
Pelo BNDES, também participaram da reunião: gerente Fabrício Brollo Dunham, do Departamento 1 de Inovação e Estratégia Industrial da AI; gerente Rodrigo Cunha e administrador Adolfo Saubermann, do Departamento 2 de Inovação e Estratégia Industrial da AI; e o engenheiro Márcio Nobre Migon, da AI.
Estiveram presentes na reunião o chefe de Gabinete do MCTI, Rubens Diniz Tavares e o consultor jurídico Carlos Longato.
Fonte: Ascom/Cemaden
Cemaden é reconhecido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
O diretor Osvaldo Moraes, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) — unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) — recebeu o agradecimento de Charles Ian McNeill, coordenador sênior das Florestas e Clima do United Nations Environment Programme (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA) pela colaboração do Centro ao IRI Brasil (Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais no Brasil) nos esforços de conscientização da crise do desmatamento de florestas tropicais no Brasil.
MacNeill destacou que a parceria do Cemaden com o IRI Brasil permitiu a conscientização de mais de 100 líderes religiosos sobre desastres naturais, mudanças climáticas, a crise do desmatamento e a necessidade urgente de proteger a Amazônia. Lembrou que, atualmente, apenas cinco países no mundo contêm, aproximadamente, 70% das florestas tropicais restantes no mundo: Brasil, Colômbia, República Democrática do Congo, Indonésia e Peru.
O coordenador sênior do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente informou que esse reconhecimento pela contribuição e apoio do Cemaden está sendo divulgado a todos os parceiros globais da Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais.
Visita ao Cemaden de quatro comitivas de lideranças religiosas
Entre os meses de maio a agosto de 2022, quatro comitivas de lideranças religiosas do IRI Brasil (representantes de estados de todas as regiões brasileiras) realizaram visita informativa no Cemaden, com abordagens sobre mudanças climáticas, riscos e prevenção de desastres naturais.
Um dos objetivos estratégicos da visita foi propiciar que os líderes pudessem se municiar de conhecimentos e informações técnicas relevantes sobre mudanças climáticas; sobre desastres, suas causas, consequências, impactos nas diferentes regiões do Brasil e as interações entre o Cemaden e as defesas civis. Os visitantes também conheceram as ações/atividades/programas voltados para a redução das vulnerabilidades, proteção e prevenção de riscos e de desastres, de modo que possam se sentir mais preparados e encorajados para atuar no debate público e conscientizar as comunidades aonde atuam.
A Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais no Brasil (IRI-Brasil) é uma plataforma de apoio às lideranças religiosas para que possam ampliar sua contribuição voltada à preservação do equilíbrio climático, à conservação e ao uso sustentável das florestas, além da proteção dos povos indígenas e das comunidades locais.
Fazem parte da iniciativa: representantes da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); Confederação Israelita do Brasil (CONIB); Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC); Religiões pela Paz Brasil; Religiões pela Paz América Latina e Caribe; Instituto de Estudos da Religião (ISER); Confederação Israelita do Brasil; Aliança Cristã Evangélica Brasileira; Federação Espírita Brasileira; Perifa Sustentável; Mesquita Brasil; e União Nacional Islâmica.
A última visita técnica no Cemaden, realizada pela comitiva do IRI Brasil, ocorreu em agosto de 2022. Como em todas as programações realizadas junto aos outros grupos de líderes religiosos visitantes, os gestores e pesquisadores deram palestras abordando a missão do Cemaden, sobre o sistema de monitoramento e alertas, mudanças climáticas, desastres relacionados a clima, sobre o Programa Cemaden Educação. Além disso, visitaram a Sala de Situação do Centro, onde conheceram os processos de monitoramento, vulnerabilidades, áreas de risco, rede observacional entre outros.
Fonte: Ascom/Cemaden
Cemaden e Cruz Vermelha assinam acordo de cooperação para promover ações educativas sobre prevenção a risco de desastres
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e a Cruz Vermelha Brasileira (CBV) assinaram um acordo de cooperação para promover ações educativas junto a populações expostas a riscos. A assinatura do acordo ocorreu na última sexta-feira (31), na sede do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), em Brasília (DF). O ato foi assinado pelo diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes, e pelo presidente da CVB, Julio Cals de Alencar, com a participação do secretário de Políticas e Programas Estratégicos substituto do MCTI, Fábio Larotonda (Foto Pedro Pinheiro/Ascom MCTI).
As duas instituições já dispõem de iniciativas educativas. A Cruz Vermelha Brasileira já participou da Campanha “AprenderParaPrevenir” do Programa Cemaden Educação, direcionado às escolas públicas, principalmente, localizadas nas áreas de risco de desastres geo-hidrológicos. Com a cooperação, que prevê o compartilhamento de informações, a ideia é aprimorar a articulação e potencializar os esforços para orientar as populações expostas ao risco. Isso porque uma das componentes do sistema de monitoramento e alerta é o conhecimento do risco, ou seja, qual o grau de percepção que as pessoas presentes em áreas vulneráveis possuem sobre o risco ao qual estão expostas.
“A atividade educativa de preparação do indivíduo para reagir no momento do desastre é tão essencial quanto o alerta”, explica o diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes. “Ter a Cruz Vermelha como parceira ampliará o trabalho de comunicação, conhecimento e percepção de risco às comunidades vulneráveis ao risco.”
O presidente da CVB, Julio Cals de Alencar, lembrou que situações de desastre precisam de respostas rápidas. “Sabendo o que cada um vai fazer poderemos estar preparados muito antes para essa resposta, diminuindo o sofrimento humano”, disse.
Com o acordo, a Cruz Vermelha agregará a perspectiva humanitária e reforçar as ações de comunicação ao trabalho técnico-científico já efetuado pelo Cemaden. “O que podemos fazer antes[de um desastre], na capacitação técnica, na troca de experiências e de informações técnicas, implementando novas tecnologias. É um acordo pioneiro no nosso país. É uma junção de forças em prol do nosso povo”, afirmou Alencar. “Nossos voluntários podem trabalhar tanto na prevenção, indo nas casas, e no pós, atuando em zonas quentes e salvando vidas”, complementou Alencar.
Acordo entre Cemaden e a Cruz Vermelha Brasileira
A Cruz Vermelha Brasileira já participou da Campanha “AprenderParaPrevenir” do Programa Cemaden Educação, direcionado às escolas públicas, principalmente, localizadas nas áreas de risco de desastres geo-hidrológicos. Com a cooperação, que prevê o compartilhamento de informações, a ideia é aprimorar a articulação e potencializar os esforços para orientar as populações expostas ao risco. Isso porque uma das componentes do sistema de monitoramento e alerta é o conhecimento do risco, ou seja, qual o grau de percepção que as pessoas presentes em áreas vulneráveis possuem sobre o risco ao qual estão expostas.
O diretor do Cemaden explica que, “a atividade educativa de preparação do indivíduo para reagir no momento do desastre é tão essencial quanto o alerta”. A comunicação, acrescenta, deve ir “além da comunicação entre instituições”, abrangendo também o “como comunicar pessoas que estão na eminência de um desastre",
Conforme o acordo, a principal contribuição da Cruz Vermelha é agregar a perspectiva humanitária e reforçar as ações de comunicação ao trabalho técnico-científico já efetuado pelo Cemaden. O plano de trabalho estabelece metas, atividades e indicadores, prevê a realização de cursos voltados à prevenção de riscos de desastres e a divulgação de ações relacionadas à prevenção de risco de desastres.
“Além dos alertas, o Cemaden faz a ciência que está por trás da prevenção dos desastres”, afirmou o secretário de Políticas e Programas Estratégicos substituto do MCTI, Fábio Larotonda.
O Acordo de Parceria para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação entre o Cemaden e a Cruz Vermelha Brasileira terá relação mais direta com o Programa Cemaden Educação e com projetos que envolvam ações de ciência cidadã, tais como campanhas que busquem mobilizar pessoas, instituições e comunidades, por meio da inscrição de projetos e inscrição de projetos e iniciativas de Redução de Riscos e Desastres, e/ou a produção de material educativo e criativo, veiculado nas redes sociais, com a entrega de prêmios e o registro e o registro dessas práticas em site do próprio programa, com a participação ativa na divulgação e produção de conteúdos, também por parte da Cruz Vermelha Brasileira.
O acordo não prevê a transferência de recursos financeiros entre o Cemaden e a Cruz Vermelha Brasileira, sendo cada uma delas responsável pelo ônus das atividades de capacitação, preparação de sistemas de compartilhamento de dados e informações para a divulgação.
Sobre o Cemaden
Unidade de pesquisa vinculada ao MCTI, o Cemaden realiza em âmbito nacional, no regime de trabalho de 24 horas por dia, nos sete dias da semana, o monitoramento contínuo de condições hidrometeorológicas e climáticas adversas, capazes de deflagrar desastres naturais. Para a emissão de alertas relativos aos potenciais desastres identificados, o órgão considera também, em sua análise, as condições de vulnerabilidade das populações moradoras em áreas de risco mapeadas.
Sobre a Cruz Vermelha Brasileira
Principal instituição de ajuda humanitária do mundo, a Cruz Vermelha Brasileira está presente em 21 estados e conta com apoio de voluntários e mobilização da sociedade civil. É uma entidade de socorro voluntário, de utilidade internacional, declarada de caráter nacional em 1912. Tem como missão atender as adversidades ambientais e diversidades sociais em todas as regiões do país, visando tornar as comunidades resilientes, por meio de ações de prevenção de desastres e redução de riscos ambientais e urbanos, contando com capilaridade em sua estrutura nas unidades federativas, que pode potencializar a atuação no âmbito da Educação para a Redução de Risco de Desastres (ERRD) junto às comunidades em áreas de risco. A instituição tem atuado em projetos de conscientização da população sobre diversas demandas, como prevenção da dengue, redução de riscos por contaminação por água. No plano internacional, a Cruz Vermelha possui trabalho conjunto com o grupo de gestão de riscos da Organização Mundial Meteorológica.
Fonte: Ascom/Cemaden junto com Ascom/MCTI e Agência Brasil
Cemaden e Unesp abrem inscrições para o Workshop IASI - Inteligência Artificial em Secas e Inundações
No intuito de colaborar com o conhecimento sobre os métodos e ferramentas existentes, aplicados à Inteligência Artificial para o monitoramento ou previsão de secas e inundações, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) - unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) - em colaboração com o Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), realizará, nos dias 04 e 05 de setembro de 2023, o Workshop Inteligência Artificial em Secas e Inundações.
O evento será realizado no Auditório do Cemaden - Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, sediado no Parque Tecnológico de São José dos Campos/SP.
O workshop tem como público-alvo pesquisadores, professores universitários, profissionais de empresas privadas e estudantes que atuam ou tenham interesse na temática do evento.
Nos dois dias do evento, os participantes terão a oportunidade de esboçar um panorama das iniciativas nacionais na área, compartilhar dados, métodos e experiências, além de implementar um networking entre pesquisadores, educadores e empresas. Serão realizadas palestras, minicursos e apresentações de trabalhos científicos no formato de pôster.
Mais informações estão disponibilizadas no site do evento:
https://sites.google.com/view/iasi2023
Evento: “Workshop IASI - Inteligência Artificial em Secas e Inundações”
Data: 04 e 05 de setembro de 2023
Horário: das 8h às 18h
Local: Auditório do Cemaden - Parque Tecnológico de São José dos Campos - Avenida Doutor Altino Bondensan, 500, distrito de Eugênio de Melo.
Formato: Presencial
Cronograma
Submissão de trabalhos até o dia 19/05/2023
Notificação de aceite: 02/06/2023
Inscrições até o dia 28/07/2023
Comitê Organizador
Cemaden- Leonardo Santos, Ana Paula Cunha, Marcelo Zeri
Unesp : Rogério Negri
Fonte: Ascom/Cemaden
Cemaden participou do Science Days com oficinas e jogos relacionados à prevenção de riscos de desastres
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informações (MCTI) - participou do evento Science Days, promovido pelo Instituto Alpha Lumen, oferecendo aos alunos de escolas públicas as oficinas e jogos que tratam da Educação em Redução de Riscos e Desastres (ERRD).
Neste ano, a 5ª edição do Science Days foi realizado no Centro de Formação do Educador (CEFE), no Parque da Cidade, em São José dos Campos (SP), nos dias 16 e 17 de março.
Nesta edição, nos três jogos Na Trilha do Risco , Minitrunfo e Quem oferecidos pelos pesquisadores (as), tecnologistas e analistas em Ciência e Tecnologia do Cemaden, contou com a participação de 84 alunos, além de professores, do ensino médio, de escolas públicas de São José dos Campos,Taubaté e região paulista do Vale do Paraíba. Foram formados oito alunos do Instituto Alpha Lumen como multiplicadores da metodologia para a redução de risco de desastres.
O jogo “Na Trilha do Risco”, desenvolvido pelo Programa Cemaden Educação, contou com a participação dos(as) pesquisadores(as) Débora Olivato, Carolina Esteves, Antônio Guerra e Priscilla Françoso, além da analista em C&T Selma Flores.
Os jogos Minitrunfo e Quem fazem parte do projeto da Sílvia Saito, desenvolvendo tecnologias educacionais inovadoras para abordagem da redução de risco de desastres socioambientais. O projeto piloto dessa atividade foi implementado, em 2022, junto aos alunos do 8º ano da Escola Estadual Hamilton Bontorin de Souza, em São José dos Campos. Participaram desses jogos as tecnologistas e pesquisadoras da Sala de Situação, Carla Prieto, Caroline Mourão e Graziela Scofield.
“A participação de pesquisadores do Cemaden e do Programa Cemaden Educação no evento foi muito importante para levar aos alunos, de forma lúdica, o lado da Ciência e da Educação para a compreensão dos riscos de desastres socioambientais.”, afirma a pesquisadora do Programa Cemaden Educação, Carolina Esteves. Acompanhando os alunos nas oficinas e jogos, a pesquisadora informou sobre o entusiasmo e interesse por parte dos jovens e dos professores.
Fonte: Ascom/Cemaden
Pesquisador do Cemaden oferece minicurso sobre "Física para Sustentabilidade e Redução de Riscos de Desastres"
Destinado a alunos de graduação, pós-graduação, professores e pesquisadores, o minicurso sobre “Física para Sustentabilidade e Redução de Riscos de Desastres” será oferecido pelo físico Leonardo B.L. Santos, pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
O minicurso será 100% remoto e ocorrerá no nos dias 27 de maio e 03 de junho de 2023, no horário das 9 às 12 horas. É promovido pela Sociedade Brasileira de Física (SBF) e será realizado uma semana após o encontro “Autumn Meeting of the Brazilian Physical Society (EOSBF-2023)”.
"Serão apresentados conceitos básicos da área ambiental, ressaltando as bases físicas, as demandas e oportunidades para aplicações nessas áreas de técnicas da física multidisciplinar, como modelagem por equações diferenciais, autômatos celulares e redes complexas", destaca Santos.
Temáticas abordadas e inscrições
A ementa do minicurso envolve um glossário sobre termos clássicos da área de mudanças climáticas e desastres, como ameaça, susceptibilidade, vulnerabilidade, risco, resiliência, além de analogias com sistemas físicos, como pêndulos e sistemas massa-mola. Serão discutidas a desnaturalização dos desastres e a importância de abordagens multi, inter e transdisciplinares.
No evento, Santos apresentará o trabalho "Physically inspired AI for monitoring floods and droughts", em colaboração e coautoria de diversos pesquisadores(as) do Cemaden.
Inscrições no minicurso podem ser feitas pelo link: http://www1.fisica.org.br/~cursos/index.php/minicurso-5
Fonte :Ascom/Cemaden
Estudo analisa a governança de incêndios florestais em região transfronteiriça da Amazônia
Um estudo científico, elaborado pelo Projeto MAP-Fire - envolvendo pesquisadores brasileiros, bolivianos e peruanos - destaca que as vulnerabilidades organizacionais, socioculturais e políticas são as principais barreiras para uma boa governança contra incêndios florestais na região transfronteiriça MAP, que integra os estados/departamentos de Madre de Dios (Peru), Acre (Brasil) e Pando (Bolívia). Destacou-se que os incêndios florestais podem ser caracterizados como desastres socioambientais transfronteiriços, ocasionando impactos negativos para a população e biodiversidade de diversos países.
Durante os anos de 2020 e 2021, os pesquisadores consultaram 111 atores locais (gestores públicos, pesquisadores, representantes de ONGs, entre outros) por meio de um questionário eletrônico, o que tornou possível o mapeamento das capacidades e vulnerabilidades da governança na região.
Os participantes da pesquisa identificaram as vulnerabilidades e capacidades em oito dimensões: econômica, educacional, ambiental, organizacional, política, legal, sociocultural e tecnológica. Na metodologia, também foram considerados os quatro eixos principais de governança de risco: o conhecimento do risco, o monitoramento, a educação e comunicação, além da prevenção e resposta a desastres.
O artigo denominado “Wildfire governance in a tri-national frontier of southwestern Amazonia: Capacities and vulnerabilities” ("Governança de incêndios florestais em uma fronteira trinacional do sudoeste da Amazônia: capacidades e vulnerabilidades") foi publicado no início de janeiro de 2023, no periódico científico International Journal of Disaster Risk Reduction (IJDRR), da Editora Elsevier. Liderado pela pesquisadora Gleiciane Pismel, atualmente mestranda na Universidade Federal Fluminense, o estudo tem como coautores o sociólogo Victor Marchezini e a coordenadora do Projeto MAP-FIRE, Liana Anderson, ambos pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Também participaram do artigo científico, a pesquisadora boliviana Galia Selaya, a ecóloga e pesquisadora Yara A. de Paula- graduada na Universidade Federal do Acre (UFAC) e o pesquisador Eddy Mendoza, também gestor ambiental no Peru.
Recordes de queimadas e incêndios florestais na área fronteiriça da Amazônia
Entre os anos de 2003 e 2019 houve um aumento significativo dos incêndios na região: cerca de 3,832 milhões de hectares foram queimados, e aproximadamente 22% dessa área correspondiam a florestas.
A região teve recordes de queimadas e incêndios florestais nos anos de 2005, 2010 e 2015 quando também enfrentou secas severas. “Diante de um desastre transfronteiriço, a governança deve se articular também de forma transfronteiriça”, comenta a autora principal da pesquisa, a socióloga Gleiciane Pismel.
Principais resultados
As principais barreiras para uma boa governança contra incêndios florestais são as vulnerabilidades organizacional e política, indicadas por mais de 60% dos(as) participantes na pesquisa. Dentre essas barreiras, se incluem o número insuficiente de servidores(as) e pessoal, recursos financeiros limitados, desregulamentação da legislação ambiental e influência política no funcionamento das organizações públicas e privadas.
Diante da fragilidade das organizações, são afetados todos os quatro eixos da governança de incêndios (conhecimento do risco, monitoramento, educação e comunicação, prevenção e respostas a desastres).
Os pesquisadores apontam, por exemplo, que há muitas ferramentas de monitoramento da atividade do fogo nos três países, mas não são conhecidas pela sociedade e mesmo por alguns profissionais da área. Adiciona-se, em muitos casos, a falta de pessoal qualificado para o manuseio das ferramentas de monitoramento.
No eixo de prevenção e resposta a desastres, a aplicação de multas foi apontada como principal medida preventiva contra os incêndios. Entretanto, a falta de recursos humanos inviabiliza uma boa cobertura de fiscalizações. Mesmo quando as autuações são feitas, observa-se um número muito baixo de processos julgados.
O estudo mostra, como principal capacidade, as redes de cooperação informais identificadas na região MAP, que têm sido essenciais para o funcionamento da governança de incêndios florestais. Formadas por articulações espontâneas entre setor público, terceiro setor e universidades, têm ocorrido ajuda mútua na fronteira em situações de extremos climáticos.
Liana Anderson, coordenadora do Projeto MAP-Fire, destaca que diversos produtos de monitoramento de risco de desastre foram desenvolvidos, assim como materiais educativos e de comunicação, que estão disponíveis em português e espanhol. “É necessário investir na prevenção de risco de desastres, em especial na construção de capacidades entre as gerações de cientistas, gestores, representantes de ONGs, de associações e de comunidades em geral”, recomenda a cientista.
Disseminação científica internacional
No último dia 21 de março, a pesquisadora do Cemaden, Liana Anderson, também coordenadora do Projeto MAP-Fire, compartilhou os resultados deste artigo científico durante workshop entre o Cemaden e o Natural Hazards Center , da Universidade do Colorado-Boulder (Estados Unidos). A série de três workshops faz parte das atividades do pós-doutorado de Victor Marchezini, desenvolvido no Natural Hazards Center e com o suporte da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo ( Fapesp ).
Marchezini destaca que o pós-doutorado tem como foco a elaboração de métodos multi e interdisciplinares para promoção de sistemas de alerta centrados nas pessoas. “A experiência que tivemos com o projeto MAP-Fire foi também importante para pensar nos desafios relacionados a equipes multi, inter e transdisciplinares, e como podemos criar métodos para aperfeiçoar esse tipo de pesquisa colaborativa”.
Recomendações e acesso ao artigo científico
Os pesquisadores ressaltam que o fortalecimento das organizações é um pilar central para melhorar a governança de incêndios florestais na região MAP e, assim, obter a redução dessas ameaças. Recomendam que o caminho a ser percorrido envolve investimentos mais adequados à realidade socioambiental de cada país e adequação das políticas nacionais às realidades locais.
Consideram essencial ações para aumentar, manter e qualificar o capital humano das organizações responsáveis pelo monitoramento, gestão e combate dos incêndios florestais; promover uma melhor integração entre organizações, universidades, movimentos sociais e associações; além de criar condições para que pequenos, médios e grandes produtores acessem alternativas ao uso do fogo.
Nas recomendações finais, enfatizam a importância de formulação de políticas públicas e leis que levem em consideração a realidade local. Destacam que para isso, requer um desenvolvimento de políticas flexíveis e práticas, com a distribuição adequada de responsabilidades e recursos entre os níveis nacional, regional e municipal.
O projeto MAP-Fire foi financiado pelo Inter-American Institute for Global Change Research (IAI). Para saber mais sobre o projeto MAP-Fire Platform - Plataforma de Monitoramento de Incêndios e Gestão de Riscos e Impactos para a região MAP acesse: https://www.liana-anderson.org/products.html
Veja o artigo completo em: https://doi.org/10.1016/j.ijdrr.2023.103529
Tutorial para acessar a plataforma de monitoramento de gestão de risco e impactos de queimadas e incêndios florestais: https://www.treeslab.org/products.html
Acesso à plataforma de monitoramento de gestão de risco e impactos de queimadas e incêndios florestais: http://terrama.cemaden.gov.br/griif/mapfire/monitor/
Acesso ao glossário de termos técnicos para gestão de risco e impactos de queimadas e incêndios florestais: https://www.liana-anderson.org/uploads/3/1/0/6/31065047/t%C3%A9rminos_incendiosforestales.pdf
Acesse os materiais educativos e de comunicação de risco do projeto: https://www.liana-anderson.org/educational-material.html
Fonte: Ascom/Cemaden
Apresentação do estudo de caso do projeto MAP-Fire, feita pela pesquisadora Liana Anderson (Cemaden), durante o segundo workshop entre o Natural Hazards Center/Universidade do Colorad-Boulder (Estados Unidos) e o Cemaden, como parte das atividades de pós-doutorado de Victor Marchezini (Data: 21/03/2023)
Cemaden realiza o I Encontro de Alunos de Pós-Graduação em Riscos e Desastres
O I Encontro de Alunos de Pós-Graduação em Riscos de Desastres foi realizado na sede do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - em São José dos Campos (SP)- no início deste mês de março (dias 8 e 9), com o objetivo de troca de conhecimentos técnico-científicos, por meio de palestras e apresentações dos alunos de Mestrado e Doutorado.
O evento foi organizado pelas pesquisadoras do Cemaden, Luciana Londe e Ana Paula Cunha, que participam também do Programa de Pós-Graduação, realizado em parceria entre Cemaden/MCTI e a Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Na mesa de abertura, representando a Unesp estiveram presentes a discente Janaína Alencar Mota e Silva e a docente Tatiana Sussel. Ao longo do encontro, vários alunos apresentaram os trabalhos que vêm desenvolvendo em temáticas relacionadas a eventos geodinâmicos, eventos hidrológicos, secas, incêndios florestais e vulnerabilidade a desastres.
“Criamos este espaço de discussão pensando em alunos que estavam isolados por causa da pandemia.”, afirma a pesquisadora do Cemaden, Luciana Londe e complementa: “Neste ano, contamos apenas com alunos do Programa da Unesp/Cemaden, mas a intenção é que, nos próximos encontros, possamos receber alunos de outras instituições, interessados em trocar experiências sobre trabalhos relacionados a riscos e desastres.”, informa a pesquisadora.
O evento também contou com as palestras das pesquisadoras do Cemaden: Sílvia Saito, que abordou sobre a Defesa Civil Brasileira; Viviana Aguilar Muñoz, que falou sobre bases de dados de desastres e Rachel Trajber, que discorreu sobre o Programa Cemaden Educação.
Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer a Sala de Situação e conversar com a equipe de tecnologistas e analistas em Ciência e Tecnologia do Cemaden.
O encerramento do evento foi feito pela diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá, que finalizou convidando os alunos a organizarem os próximos encontros.
Fonte: Ascom/Cemaden
Mudanças climáticas e eventos climáticos extremos foram abordados em palestra pelo climatologista do Cemaden
No dia 16 de março, em celebração ao Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) – promoveu a palestra intitulada “Variabilidade Climática, Mudanças Climáticas, Emergência Climáticas e Desastres Naturais”, no auditório da instituição, com transmissão online pelo YouTube do Cemaden.
O palestrante foi o climatologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden/MCTI, que fez abordagem sobre os riscos climáticos, vulnerabilidades, eventos extremos e seus impactos socioambientais e econômicos.
Foram abordados os estudos recentes, produzidos pela comunidade científica nacional e internacional, resumidos no Sexto Informe de Avaliação do Painel Intergovernamental para a Mudança de Clima (IPCC AR6), publicados em 2021 e 2022, que apontam, cientificamente, o aumento da temperatura média da Terra nos últimos anos. “A ciência do clima é cada vez mais capaz de mostrar que muitos dos eventos climáticos extremos, que estamos enfrentando, se tornaram mais prováveis e mais intensos devido às mudanças climáticas induzidas pelo homem. Vimos isso repetidamente em 2022 e 2023, com impactos significativos e trágicos”, explica o climatologista José Marengo.
Desastres no Brasil
Em relação aos desastres no Brasil, extremos de chuva deflagraram enxurradas, deslizamentos de terra e inundações que, somente em 2022, mataram mais de 500 pessoas. Até março de 2023, foram registrados desastres em cidades do Litoral Norte de São Paulo, e em Franco da Rocha (SP), São Gonçalo (RJ) e Manaus (AM), todos eles deflagrados por chuvas intensas, que estão cada vez mais frequentes e violentas. “Porém, a chuva não mata as pessoas. O risco climático não é necessariamente causado apenas pelas variações ou mudanças do clima, mas pode estar associado a outros aspectos, como urbanização mal planejada, que aumenta a vulnerabilidade e exposição da população morando em áreas de risco, muitas vezes ‘legalmente’ ”, afirma Marengo.
Explicou que no Brasil, 85% da população vive nas cidades. “Então, se não encontrarmos soluções viáveis e sustentáveis sobre como transformar as cidades brasileiras em áreas sustentáveis socialmente, economicamente, logisticamente, a médio e longo prazo, teremos grande dificuldades no futuro com as mudanças climáticas”, afirma o climatologista.
Efeitos socioeconômicos das mudanças climáticas
Na palestra, foram apresentados os diversos efeitos na sociedade, tanto na área econômica, de saúde, de água potável, deslocamento de populações, capacidade de trabalho, nível do mar entre outros.
“Torna-se cada vez mais premente que intensifiquemos as ações voltadas ao aprimoramento de sistemas de alerta antecipado para construir resiliência aos riscos climáticos atuais e futuros em comunidades vulneráveis” destaca o climatologista José Marengo, abordando no final, os grandes desafios para a divulgação sobre as mudanças climáticas.
Instituição do Dia Nacional da Conscientização de Mudanças Climáticas
Desde 2011, celebramos em 16 de março, no Brasil, o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas. A data comemorativa foi instituída por meio da Lei Federal N o 12.533, de 2 dezembro de 2011. A legislação assegura o cumprimento do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS 13), que se refere à tomada de medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.
Para rever na íntegra a palestra do climatologista José Marengo, está disponibilizado no YouTube do Cemaden pelo link:
https://www.youtube.com/watch?v=2VgGx1SeH8c
Fonte: Ascom/Cemaden
Cemaden dará palestra no Dia Nacional da Conscientização sobre Mudanças Climáticas, nesta quinta-feira (16)
Como parte celebração do Dia Nacional da Conscientização sobre Mudanças Climáticas, dentro da programação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do MCTI- está promovendo a palestra sobre mudanças climáticas e desastres naturais, amanhã, 16 de março, às 10 horas, no Auditório do Cemaden.
A palestra será dada pelo climatologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, no Auditório da instituição, localizada no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP).
Eventos climáticos extremos : chuvas intensas e secas severas
Os eventos climáticos extremos e os impactos das mudanças climáticas – como megaseca, chuvas extremas, ondas de calor terrestres e marítimas, além do derretimento glacial - estão afetando todo o planeta.
Estudos apontam que as chuvas extremas recordes aumentaram em todo mundo na última década, algumas provavelmente são consequência das mudanças climáticas. Porém, as vulnerabilidades a desastres naturais - como inundações e deslizamentos – aumentaram devido ao aglomerado da população em áreas suscetíveis a inundações, além do uso insustentável da terra em áreas urbanas e rurais.
Conforme o Relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) de 2021, na região da América Latina e Caribe, os impactos das mudanças climáticas repercutem nos ecossistemas, na segurança alimentar e hídrica, na saúde das pessoas e no combate à pobreza.
As taxas de desmatamento foram as mais altas desde 2009, não apenas prejudicando o meio ambiente, mas também minando os esforços de mitigação das mudanças climáticas. As geleiras andinas perderam mais de 30% de sua superfície em menos de 50 anos.
“O aquecimento do planeta aumentou a intensidade das chuvas. Eventos de chuva tão raros como esses, se tivessem ocorrido em um clima 1,2º C mais frio, provavelmente poderiam ser um quinto menos intensos.”, destaca o climatologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden.
“Os eventos extremos estão aumentando em frequência e severidade. Associados ao aquecimento global, às mudanças climáticas e à alta vulnerabilidade e exposição, esses eventos extremos afetam, mundialmente, milhões de pessoas todos os anos”, enfatiza Marengo.
Além do monitoramento e alerta de risco de desastres geo-hidrológicos, o Cemaden vem contribuindo com a Ciência de Desastres, atuando não apenas na informação e conhecimento de ameaças da natureza, mas indicando como as pessoas devem se organizar para minimizar os impactos. Para isso, a ciência pode contribuir para subsidiar ações, desde a mitigação do desastre até a recuperação, envolvendo diversas áreas do conhecimento científico.
“As pesquisas estão ajudando os tomadores de decisão para enfrentar os eventos climáticos extremos, os quais podem levar a desastres naturais.”, afirma o climatologista, que também pesquisa as secas regionais e a análise de ações de mitigação e de adaptação. “As medidas e estratégias para as secas devem ser fortalecidas em nível nacional e internacional”, ressalta Marengo.
Fonte: Ascom/Cemaden
Estudos alertam sobre a necessidade de incluir serviços e assistência de saúde e social aos idosos e comunidades, na fase de reconstrução e recuperação em desastres
Estudos de pesquisadores brasileiros, recentemente publicado na Revista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apontam a subnotificação de óbitos autoprovocados e de adoecimento por transtornos mentais e comportamentais, relacionados aos desastres socioambientais. Mostram que são ainda escassos, no Brasil, os estudos sobre processos de reconstrução e recuperação em desastres, sobretudo aqueles direcionados a reconhecer as especificidades dos diferentes grupos sociais atingidos, como o de pessoas idosas.
“A reconstrução se refere aos elementos materiais, enquanto a recuperação engloba não só os danos materiais, como também os danos imateriais sofridos, para além do momento da emergência”, explica Victor Marchezini, pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) - um dos coautores do artigo científico “Cronicidade dos processos de reconstrução e recuperação em desastres: as histórias que nem todos avós poderão contar ”. A pesquisa teve como primeira autora Aline Viana, docente do Departamento de Gerontologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e coautoria de Alice Gambardella, socióloga e docente na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
O artigo científico focou as especificidades das pessoas idosas nos processos de reconstrução e recuperação nos desastres. Foram analisados três aspectos: a) os sentidos de afetação vivenciados pelas pessoas idosas no contexto de emergência e desastre; b) práticas insuficientes dos(as) gestores(as) e das políticas públicas diante dessas afetações e c) possíveis estratégias para aperfeiçoamento e/ou implementação de políticas públicas de reconstrução e recuperação em desastres, sobretudo a partir do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Pessoas idosas pobres afetadas pelos desastres
O estudo deu-se a partir da realização de pesquisa bibliográfica, pesquisa documental sobre políticas públicas de proteção e defesa civil, e pesquisas de campo, de base qualitativa, nos desastres de São Luiz do Paraitinga-SP (2010), Nova Friburgo-RJ (2011), Teresópolis-RJ (2011), Blumenau-SC (2008 e 2011) e Ilhota-SC (2008 e 2011).
Nos cinco municípios selecionados para o estudo há concentração de pessoas idosas superior à média nacional (10,62%). Porém, a proporção de pobres nestes municípios, uma camada a mais de interseccionalidade, desafia as pessoas idosas pobres a se recuperarem dos desastres com recursos próprios ou de sua rede informal. “Embora as transferências de recursos entre os entes federativos sejam importantes para o contexto de desastres, precisamos ir além dessa abordagem, visto a cronicidade dos desastres vivenciados e das recorrentes perdas nesses municípios”, explica a pesquisadora Alice Gambardella.
Os municípios estudados fazem parte da lista dos 821 municípios prioritários para a gestão de riscos no país, no entanto, mesmo com a associação de diversas fontes de informação, há falta de dados para diferentes tipos de afetação do grupo mais longevo.
Subnotificação de dados
Os estudos mostram que, se por um lado há falta de dado oficial, pelo outro há questionamento sobre a aproximação destes com o número real. Como registrado pela pesquisadora Aline Viana, nas imersões em campo em Teresópolis/RJ, nos anos de 2013, 2014 e 2015, o relato das pessoas idosas que sobreviveram foi crítico em relação à subestimação da mortalidade, do cômputo de desaparecidos(as) e registro de adoecimento da população local frente ao desastre.
“O mesmo foi visto em Ilhota/SC, Blumenau/SC, Nova Friburgo/RJ e Teresópolis/RJ (retornando em 2018), com relação aos dados de saúde mental. Os(as) entrevistados(as) alertavam para a existência de subnotificação de óbitos autoprovocados e de adoecimento por transtornos mentais e comportamentais relacionados aos desastres, mesmo vivenciando em suas práticas profissionais o aumento desses casos”, relata a pesquisadora Aline Viana.
Serviços de Saúde
Como reforçam os pesquisadores, a disposição e oferta de serviços no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e Sistema Único de Saúde (SUS) é insuficiente para traçar um panorama de resposta a desastres. Por outro lado, esses serviços dispõem de forte potencial, sobretudo, pela relação com a comunidade pela atuação no campo e conhecimento das famílias mais vulneráveis, de sua condição social e de saúde. Essas informações podem ser inclusas e sobrepostas às áreas de risco e suscetíveis a ocorrência de desastres.
Nesse sentido, os pesquisadores alertam que é urgente incluir capacitações dirigidas para promoção da autossegurança das famílias, sobretudo dos profissionais que atuam nos municípios, junto à população, a fim de fortalecer a gestão intersetorial de riscos e de desastres.
“Realizar estudos aprofundados e interdisciplinares sobre a afetação e recuperação nos desastres, auxilia para formação de uma visão mais ampliada da atuação intersetorial e interinstitucional, de modo a criar espaços de participação para que a população atingida em desastres possa opinar sobre seu próprio processo de recuperação, por meio de políticas públicas de recuperação no curto, médio e longo prazo”, explica Marchezini.
“No dia 25 de janeiro de 2023, a catástrofe associada ao rompimento da barragem em Brumadinho, Minas Gerais, completou quatro anos. É preciso relembrar que os desastres não são naturais e dar visibilidade aos processos de recuperação ou abandono em desastres”, recomenda Marchezini, que publicou um livro eletrônico gratuito sobre processos de recuperação em desastres.
O artigo científico na íntegra está disponibilizado no link abaixo:
Acesso gratuito aos E-books:
1. E-book gratuito "Desastre e o caos velado: o enfrentamento individual, interpessoal e coletivo de idosos e familiares"
Autora: Aline Silveira Viana
https://play.google.com/books/reader?id=gQw3EAAAQBAJ&pg=GBS.PA1&hl=en
2. E-book gratuito "Processos de recuperação em desastres: discursos e práticas"
Autor: Victor Marchezini
https://play.google.com/books/reader?id=Wy_DIgAAAEAJ&pg=GBS.PA0
Fonte: Ascom/Cemaden