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Participantes do Space Studies Program visitam o Cemaden para conhecer as tecnologias aplicadas ao monitoramento
Uma comitiva composta por 24 pessoas - representantes de 17 países e inscritas no curso intensivo do Space Studies Program (Programa de Estudos Espaciais) - visitou, nesta quinta-feira (13), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) - unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – sediado no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP). Os visitantes inscritos no programa intensivo em todas as áreas de conhecimento são cientistas, astronautas, pesquisadores, executivos de empresas e de agências ligadas ao setor espacial.
Dentro do curso intensivo que totaliza 1.000 horas de conteúdo acadêmico, a visita ao Cemaden entrou na programação do curso para conhecer as tecnologias e inovação aplicadas ao monitoramento ambiental. As atividades do programa intensivo são organizadas pela International Space University (ISU), juntamente com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Prefeitura de São José dos Campos.
Programação no Cemaden
A recepção aos visitantes foi realizada pelo pesquisador do Cemaden, Marcelo Zeri, especialista em Agrometeorologia e Secas e pela analista em Ciência e Tecnologia, Selma Santos Chiavelli, da Coordenação de Relações Institucionais, também organizadora da programação da visita ao Cemaden.
A apresentação institucional e informações sobre a área de Tecnologias da Informação aplicadas ao monitoramento foram feitas pelo chefe da Divisão de Desenvolvimento de Produtos Integrados do Cemaden, Eduardo Fávero da Luz.
A tecnologista e pesquisadora da Sala de Situação do Cemaden, Carla Prieto, da área de Geodinâmica, explicou sobre área dos processos e sistemas operacionais de monitoramento e de emissão de alertas de desastres geo-hidrológicos.
O pesquisador Marcelo Zeri apresentou sobre o sistema de monitoramento agrometeorológico e de secas, os sistemas de modelagens e dados científicos, bem como as informações disponibilizadas no site do Cemaden.
Sobre o Space Studies Program (SSP)
Organizado pela ISU ( International Space University ), o Space Studies Program é considerado o maior evento de estudos espaciais do mundo, oferecendo o mais importante e completo programa de treinamento do setor. Realizado todos os anos em um local diferente ao redor do mundo, a 35ª edição do Space Studies Program ocorre primeira vez no Brasil, tendo como sede o município de São José dos Campos (SP).
Durante nove semanas, cerca de 500 inscritos vindos de mais de 50 países - entre cientistas, astronautas, pesquisadores e executivos de empresas e agências ligadas ao setor espacial - deverão circular por São José dos Campos. O evento também tem o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Agência Espacial Brasileira (AEB), do DCTA e da Força Aérea Brasileira (FAB).
Fonte: Ascom/Cemaden
Workshop traz subsídios para desenvolvimento de sistemas de alerta centrados nas pessoas
A necessidade de desenvolver métodos multi e interdisciplinares para a promoção de sistemas de alerta centrados nas pessoas, como forma de aprimorar a prevenção de riscos e desastres no Brasil, foi o tema do workshop "Sistemas de alerta centrados nas pessoas", realizado no dia 30 de junho no Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Promovido pelo pesquisador e sociólogo Victor Marchezini, do Cemaden – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o evento teve formato híbrido (presencial e on-line) e contou com a participação de servidores públicos (as), estudantes de pós-graduação, operadores da Defesa Civil e representantes de ONGs vinculadas ao tema.
O workshop trouxe os principais resultados da pesquisa de pós-doutorado desenvolvida por Marchezini, realizada em parceria com pesquisadores (as) do Cemaden/MCTI e do Natural Hazards Center, da Universidade do Colorado- Boulder. A pesquisa teve o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - Fapesp (processo 2018/06093-4).
Avanços e desafios - Ao apresentar o evento em nome da Direção do Cemaden, a pesquisadora Silvia Saito destacou os avanços obtidos pelo Centro em seus 12 anos de operação, reconhecendo, porém, a necessidade de maior interação com os atores locais. “Hoje, o Cemaden monitora mais de mil municípios de forma ininterrupta, aprimoramos nossa comunicação e contato com as defesas civis e desenvolvemos continuamente a ciência do risco de desastres. Mas diante das vulnerabilidades cada vez mais acentuadas e das ameaças cada vez mais presentes no dia a dia, um sistema de alerta com abordagem inter e multidisciplinar, centrado em pessoas, é imprescindível”, afirmou. “Ouvir esses usuários e incorporar seus conhecimentos é um grande desafio”.
Para Marchezini, é preciso somar esforços para criar possibilidades de aperfeiçoar o sistema por meio de interdisciplinaridades. “Existe uma lacuna de conhecimento nessa área, não só no Brasil, mas no mundo todo”, afirmou. “Há menos de 40 estudos que focam em sistemas de alerta centrados nas pessoas.”
Em sua apresentação, o pesquisador explicou a estrutura de duas diferentes abordagens sobre sistemas de alerta. Na abordagem de fim de linha, as pessoas são envolvidas no final do processo, apenas como receptoras do alerta. Nesse caso, o foco da abordagem está mais na tecnologia e muito pouco nos atores que usufruem dessa tecnologia. Não se sabe se esses receptores irão compreendê-la, ou se vão utilizá-la e de que forma.
Já na abordagem de primeira linha entende-se que, para o aperfeiçoamento do sistema, é necessário ouvir pessoas. “Em 2017, o Cemaden realizou o primeiro seminário nacional de avaliação dos alertas do Centro, com a participação de 20 estados”, lembra Marchezini. “Tivemos também a presença de representantes da Defesa Civil, mas não dos moradores afetados. Em uma nova edição, seria importante chamar as pessoas que estão nas áreas de risco, envolvê-las desde o início, do desenho do que é preciso ter em um alerta, por exemplo.” Ele explicou ainda que a abordagem de primeira linha entende a importância de transformar dados em informação utilizável e considera as vulnerabilidades e capacidades dos diferentes atores, para além do conhecimento científico para a construção de um sistema de alerta.
Após a apresentação, foi realizada a oficina Sistemas de Alerta. A atividade possibilitou levantar subsídios para a continuidade das pesquisas nessa área.
Encerrando o workshop, foi apresentado o Projeto COPE (Capacidades Organizacionais de Preparação para Eventos Extremos), que também tem o apoio da Fapesp e será liderado por Marchezini. O objetivo do Projeto COPE é analisar as capacidades organizacionais de preparação de governos locais e comunidades frente a eventos extremos de tempo e clima para, a partir disso, coproduzir estratégias de fortalecimento da implementação de políticas públicas no tema.
Assista à apresentação do pesquisador Victor Marchezini no workshop
Cemaden Educação lança a campanha AprenderParaPrevenir 2023 em 19 de julho
Por meio do Programa Cemaden Educação, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - fará o lançamento híbrido da 7ª Campanha #AprenderParaPrevenir. O evento acontecerá na quarta-feira, 19 de julho de 2023, às 15:00 horas, no Auditório do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, com transmissão online pelos canais do YouTube do MCTI e do Cemaden Educação.
Com a temática Clima de desastres: tempo de agir!, esta edição da campanha conta com as parcerias dos Ministérios da Educação, Meio Ambiente e Mudança do Clima/Diretoria de Educação Ambiental/ Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, Integração e Desenvolvimento Regional/Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, e Cidades/Caravana das Periferias; e, daCruz Vermelha Brasileira, ; do Movimento Escolas pelo Clima e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas/ Divulgação do Conhecimento, Comunicação de Risco e Educação para a Sustentabilidade.
Histórico da campanha e os objetivos
A Campanha #AprenderParaPrevenir acontece desde 2016, em referência ao Dia Internacional para Redução do Risco de Desastres (13 de outubro). A iniciativabusca mobilizar comunidades na construção de conhecimentos e intervenções de Educação em Redução de Riscos de Desastres.
Criada para abordar a questão climática desafiadora e emergencial com foco na prevenção dos riscos de desastres socioambientais, a campanha registra, desde sua implementação, um histórico de 550 ações de mobilização, realizadas por mais de 360 instituições, em 21 Unidades da Federação. A campanha já premiou 132 escolas, Defesas Civis, universidades e outros coletivos. Entretanto, agora tem o desafio de ampliar o engajamento e a participação da sociedade brasileira para a construção de um País sustentável e resiliente, protegido e preparado para enfrentar os eventos extremos climáticos.
Pela primeira vez, o lançamento da Campanha ocorrerá estrategicamente em Brasília, o que fortalece o protagonismo do MCTI e das parcerias interministeriais, como também a ampliação da ação de mobilização em território nacional.
Links do Programa Cemaden Educação
Site: https://educacao.cemaden.gov.br/campanha/a-campanha/
Instagram: https://www.instagram.com/cemaden.educacao/
Facebook: https://www.facebook.com/cemaden.educacao
Youtube: https://www.youtube.com/c/CemadenEducacao
Fonte: Ascom/Cemaden
Do Cemaden, Marengo é classificado como um dos melhores cientistas ambientais no Brasil e no mundo
A 2ª edição do ranking Research.com divulgou, recentemente, os melhores cientistas da área de Ciências Ambientais, a partir de dados consolidados de uma ampla gama de fontes de dados, incluindo OpenAlex e Referência cruzada. No Brasil, o cientista e climatologista Jose Marengo foi classificado em segundo lugar como um dos Melhores Cientistas de Ciências Ambientais no País, com Índice 90, 34.575 citações e 257 publicações de trabalhos científicos. Marengo atualmente é coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Os dados bibliométricos para avaliação das métricas baseadas em citações foram obtidos até 21 de dezembro 2022. A posição no ranking é baseada em um Índice D do cientista (índice H da disciplina), que leva em conta apenas artigos e citações dados para uma disciplina examinada. Para a disciplina de Ciências Ambientais foram pesquisados 11.258 cientistas. A classificação foi com base em um estudo entre 166.880 pesquisadores, que determinou a partir de uma variedade de fontes de dados bibliométricos.
Em primeiro lugar no Brasil foi classificado o cientista Paulo Artaxo, da Universidade de São Paulo (USP), com 113 de Índice D, 63.790 citações e 693 publicações. Em terceiro está o cientista Carlos A. Nobre, também da USP, ex-diretor e idealizador da criação do Cemaden.
Jose A. Marengo possui graduação em Fisica y Meteorologia - Universidad Nacional Agraria (1981), mestrado em Ingenieria de Recursos de Agua y Tierra - Universidad Nacional Agraria (1987) em Lima, Peru e doutorado em Meteorologia - University of Wisconsin - Madison (1991) em EUA. Fez pós- doutorado na NASA-GISS e Columbia University em Nova York e na Florida State University na Florida (EUA) em modelagem climática. Foi coordenador científico da previsão climática do CPTEC INPE. É membro de vários painéis internacionais das Nações Unidas ( IPCC, WMO) e membro de grupos de trabalho no Brasil e no exterior sobre mudanças de clima e mudanças globais. Consultor na área de estudos ambientais de mudanças globais, impactos, vulnerabilidade e adaptação as mudanças climáticas e parecerista de diversas revistas científicas e de agências financiadoras nacionais e internacionais. É autor de mais de 250 artigos, capítulos de livros, livros, relatórios técnicos e trabalhos de congressos. Atua como coordenador de projetos de pesquisa nacionais e internacionais, e já ocupou cargos administrativos no INPE onde foi Coordenador Geral do Centro de Ciência do Sistema Terrestre CCST de 2011-2014. Atualmente é membro do Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, CLA y RE dos Relatórios do IPCC AR5 GT1 e 2. Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências, da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, e da The World Academy of Sciences (TWAS). Também foi membro do Comitê Assessor de Ciências Ambientais do CNPq, e, atualmente, é editor associado do International Journal of Climatology e da Anis da Academia Brasileira de Ciências.
Mais informações : https://research.com/scientists-rankings/environmental-sciences/br
Fonte: Ascom/Cemaden
Pesquisador do Cemaden lança e-book com práticas de trabalho nas escolas e comunidades para a de prevenção de deslizamentos
Com o objetivo de levar às comunidades e escolas as informações práticas e formas de trabalhar a temática de deslizamentos de solo, foi lançado o e-book “Cadernos de Ciência Cidadã nas Escolas”, resultado do projeto “Prevenção de deslizamentos se aprende na escola: ciência cidadã em redução de riscos de desastres”, coordenado pelo pesquisador e geólogo Márcio Roberto Magalhães de Andrade, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Baseada no desenvolvimento de atividades sobre a temática de deslizamentos de terra, o objetivo principal do projeto foi a construção de uma estratégia de percepção e prevenção de risco com base no ensino de ciências, tecnologia e inovação.
Durante o desenvolvimento do projeto, um sistema de monitoramento para a prevenção ao risco de deslizamento de terra foi desenvolvido conjuntamente com a Escola Estadual Prof. Maria Helena Duarte Caetano, no município de Cubatão, SP, e com a Escola Estadual Dep. Emílio Justo, no município de Santos, SP, contando com participação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) - Campus Baixada Santista e das Defesas Civis Municipais de Cubatão e de Santos. Ambas as escolas participantes do projeto estão inseridas em áreas de risco de deslizamento de terra e possuem - instalados em suas dependências - equipamentos de coleta de dados para monitoramento de situações que acarretem riscos de deslizamentos.
“O e-book foi pensado de forma a trazer possibilidades práticas de desenvolvimento de temas geradores da organização coletiva em escolas, voltadas para a qualidade de vida da comunidade”, afirma o pesquisador do Cemaden, Márcio Andrade e enfatiza: “Nosso foco é a mitigação dos efeitos de chuvas extremas e deslizamentos que ameaçam habitações e a circulação de pessoas nos seus bairros”.
A publicação do e-book foi organizado dentro do projeto “Prevenção de deslizamentos se aprende na escola: ciência cidadã em redução de riscos de desastres”, realizado pelo Cemaden, por meio de recursos provenientes da Chamada MCTIC/CNPq no 05/2019 – Programa Ciência na Escola (Linha 2 – Ações de intervenção em escolas de educação básica com foco em ensino de ciências). O projeto foi desenvolvido em conjunto com a Universidade Federal de São Paulo – Campus Baixada Santista, com as Defesas Civis Municipais de Cubatão e Santos e com a Diretoria de Ensino do Estado de São Paulo, que possibilitou a participação no projeto da Escola Estadual Professora Maria Helena Duarte Caetano, de Cubatão, e da Escola Estadual Deputado Emílio Justo, de Santos.
E-book Cadernos de Ciência Cidadã nas Escolas
Com uma linguagem acessível, ilustrações, fotos e citações poéticas que se relacionam com o ambiente e o clima, o e-book traz informações científicas para o conhecimento do risco, condições específicas que podem configurar uma situação de risco; conhecimento do local e histórico de ocorrências de desastres registrados na região; identificação de vulnerabilidades que possam potencializar riscos; além dos fatores de proteção e capacidades de mobilização comunitária para mitigação de riscos.
O e-book está disponível no site do Cemaden, com acesso pelo link:
Fonte: Ascom/Cemaden
Pesquisadores do Cemaden e do INPE criam índice que mostra a vulnerabilidade ambiental das bacias do Parnaíba e São Francisco
Com uma abordagem inovadora, para realizar a pesquisa concentrada na questão da degradação ambiental dos rios Parnaíba e São Francisco, região Nordeste brasileira, pesquisadores brasileiros criaram o Índice de Vulnerabilidade Socioambiental (SEVI), combinando indicadores ambientais, físicos e socioeconômicos da região. Com a aplicação desse novo índice, possibilitou-se identificar diferentes níveis de vulnerabilidades socioambientais, de acordo com as características de cada região e priorizar ações de recuperação das áreas degradadas.
As duas bacias são consideradas cruciais tanto para a expansão do agronegócio como para a conservação da biodiversidade. A região abrange mais de 780 municípios brasileiros e engloba parte da Caatinga e do Cerrado. Os dois biomas enfrentam o desmatamento e estão ameaçados pelos efeitos das mudanças climáticas.
O Índice de Vulnerabilidade Socioambiental (SEVI) destacou que a capacidade adaptativa é a principal limitação para a redução da vulnerabilidade socioambiental nos rios do Parnaíba, enquanto a exposição e a sensibilidade são os maiores desafios na bacia do São Francisco.
O trabalho científico foi liderado pela cientista Rita Márcia da Silva Pinto Vieira- que atualmente desenvolve atividades de pesquisa no Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Na época, a coordenadora da pesquisa estava no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Pelo Cemaden, o artigo teve a participação da pesquisadora Ana Paula Martins do Amaral Cunha, especialista em seca e extremos agrometeorológicos e coordenadora-substituta da Coordenação de Relações Institucionais do Cemaden. Do INPE, participaram os pesquisadores Javier Tomasella, Alexandre Augusto Barbosa, João Pompeu, Yara Ferreira, Fabrícia Cristina Santos, Lincoln Muniz Alves e Jean Ometto.
Aplicação do Índice de Vulnerabilidade Socioambiental (SEVI)
Com base na metodologia Medalus ( sigla em inglês para Mediterranean Desertification and Land Use, o índice proposto foi adaptado para incluir múltiplos indicadores biológicos, físicos e socioeconômicos. O Medalus foi desenvolvido no final dos anos 1990 para estudar a desertificação em regiões mediterrâneas da Europa decorrente do uso da terra, permitindo fazer um ranqueamento com pesos por indicador. Os valores obtidos na pesquisa pelo índice SEVI foram classificados em: muito alto; alto; moderado; baixo e muito baixo nas vulnerabilidades socioambientais
Foram analisadas, também, a eficiência de políticas governamentais, como a criação de unidades de conservação e o cadastramento rural de propriedades na redução da vulnerabilidade.
Para compor o SEVI, os pesquisadores combinaram indicadores relacionados à adaptação (desenvolvimento humano, infraestrutura e renda); à sensibilidade (número de dias sem chuva, uso e cobertura da terra, temperatura e tipo de solo) e à exposição (densidade populacional, degradação e desertificação do solo).
O trabalho científico concluiu que uma das principais contribuições do estudo foi a identificação de indicadores de vulnerabilidade socioambiental, levando em consideração o clima regional, as queimadas, a degradação/desertificação do solo e as características sociais. Os cientistas brasileiros apontam que essa avaliação subsidia programas, como o Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas (PNA), no fornecimento de informações relacionadas à exposição e sensibilidade dos sistemas naturais, o que é frequentemente desconsiderado na formulação de políticas de mitigação do clima.
Os pesquisadores explicam que os resultados da aplicação do Índice de Vulnerabilidade Socioambiental também podem auxiliar na identificação de áreas caracterizadas por degradação ambiental, facilitando a priorização da distribuição de recursos financeiros para a recuperação dessas áreas.
Estudo aponta que as fragilidades ambientais em níveis alto e muito alto coincidem com os focos de desertificação
A área analisada tem pouco mais de 962 mil quilômetros quadrados (km2), com uma população de cerca de 20 milhões de habitantes, predominantemente em zona urbana. Desse total, 16 milhões vivem na bacia do São Francisco – rio que percorre seis estados entre Minas Gerais e a divisa de Alagoas e Sergipe – e 4 milhões na do Parnaíba.
De acordo com o Sevi, 53% da bacia do São Francisco apresentou indicador de vulnerabilidade "alto" e "muito alto", totalizando uma área de 337.569 km2 com fragilidades socioambientais. Parte dela coincidiu com focos de desertificação oficialmente reconhecidos pelo Ministério do Meio Ambiente. No Parnaíba, essa proporção foi de 37% (121.990 km2). Em relação à capacidade adaptativa, 57% (549.830 km2) da área do estudo ficou no patamar "baixo" e "muito baixo".
A bacia do rio São Francisco apresentou maior área de exposição "alta" e "muita alta" do que a do Parnaíba – 62,8% e 30,7% – e também de sensibilidade. Contribuíram para esses resultados a densidade populacional, a degradação e desertificação dos solos e o número de dias sem chuva, o que influencia diretamente no risco de incêndios florestais durante a estação seca.
O quadro atual deve ser agravado nas próximas décadas em decorrência das mudanças climáticas. Pesquisas anteriores utilizando modelos globais mostraram que a vazão dos dois rios deverá diminuir em 46% e 26%, respectivamente, por causa do aquecimento global. Há ainda uma previsão de aumento da frequência de eventos extremos climáticos, atingindo especialmente a população que vive em situação de pobreza nessas áreas.
Além disso, a taxa de desmatamento no Cerrado em 2022 foi a maior desde 2015, segundo dados do Prodes, programa de monitoramento do Inpe. Foram devastados 10.689 km2 do bioma – há sete anos, a taxa ficou em 11.129 km2. Na Caatinga, o aumento foi de 25% em relação ao ano anterior. Em 2023, os alertas de desmatamento pelo sistema Deter (Inpe) para o Cerrado cresceram 35% nos primeiros cinco meses em relação ao mesmo período de 2022.
“A pesquisa demonstrou que problemas ligados ao desenvolvimento sustentável devem considerar as características específicas de cada região analisada e indicou as deficiências de algumas políticas públicas. Abordamos um problema que afeta muitas áreas agrícolas em vários países, principalmente em desenvolvimento”, explicou a coordenadora da pesquisa, bióloga Rita Márcia Vieira, para o Jornal da Fapesp.
Desafios na publicação pelas mulheres cientistas
Mesmo com a experiência reconhecida na pesquisa científica, desde 2010, sobre degradação e desertificação do solo na região nordeste do Brasil, a bióloga Rita Márcia Vieira – doutora em Ciência do Sistema Terrestre e mestre em Sensoriamento Remoto – ainda encontra dificuldades em publicação de artigos científicos internacionais.
“Deparamos com desafios enfrentados na publicação de artigos científicos internacionais, especialmente quando se trata de pesquisas realizadas por equipes exclusivamente brasileiras e em áreas menos conhecidas, como os biomas Caatinga e Cerrado” afirma Vieira. Ela destaca a persistente dificuldade de ter seu trabalho reconhecido no próprio país, devido ao conservadorismo na questão de gênero pela sociedade científica. “Muitas vezes, mulheres são deixadas de lado e têm suas contribuições subestimadas.”
Seu trabalho notável foi reconhecido em 2014, quando recebeu o prêmio do programa Dryland Champions - concedido pela Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD) - pelo desenvolvimento do Sistema de Alerta Precoce Contra Seca e Desertificação, durante sua tese de doutorado orientada pelos pesquisadores Javier Tomasella e pela atual diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá. A cientista Rita Márcia Vieira concentra-se na questão da degradação ambiental e tem se dedicado ao desenvolvimento de índices de vulnerabilidade, que vão além da análise da degradação ambiental em si. Seu trabalho visa também avaliar o grau de vulnerabilidade das populações que habitam essas regiões
Sobre a pesquisa de degradação ambiental dos rios Parnaíba e São Francisco e a criação do Índice de Vulnerabilidade Socioambiental (Sevi) , a pesquisadora faz as considerações: “Os resultados obtidos são de grande importância para agilizar a tomada de decisões relacionadas à distribuição de recursos financeiros, direcionando-os para áreas que estão verdadeiramente mais vulneráveis, do ponto de vista socioeconômico e ambiental, melhorando, assim, a qualidade de vida das comunidades locais.”, conclui Vieira, enfatizando que a pesquisa contribui para a compreensão das variáveis que aceleram o processo de degradação ambiental e para a avaliação das atuais políticas públicas do país.
Apoio na pesquisa e acesso na íntegra
O artigo científico intitulado “Socio-Environmental Vulnerability to Drought Conditions and Land Degradation: An Assessment in Two Northeastern Brazilian River Basins” (Vulnerabilidade Socioambiental à Seca e à Degradação do Solo: Uma Avaliação em Duas Bacias Hidrográficas do Nordeste Brasileiro) foi publicada revista científica MDPI, no mês passado. A pesquisa teve o apoio da Agência de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP) e do projeto Forests 2020, que é parte do International Academic Partnership Program (IAPP), da Agência Espacial do Reino Unido, e reúne especialistas em monitoramento florestal de vários países.
O artigo pode ser acessado na íntegra pelo link: www.mdpi.com/2071-1050/15/10/8029.
Fonte: Ascom/Cemaden com apoio de informações científicas da Agência FAPESP
Cemaden recebe técnicos e gestores do Parque Tecnológico Itaipu para visita técnica
Representantes do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) realizaram, nesta sexta-feira (23/6), uma visita técnica ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) - unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O objetivo foi a troca de informações sobre as atividades das duas instituições, visando possível apoio e cooperação técnica e científica para as atividades de implantação do Núcleo de Inteligência Territorial, gerenciado pelo Centro de Competência de Inteligência e Gestão Territorial, da Diretoria Técnica do Parque Tecnológico Itaipu.
Os visitantes foram recebidos pela diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá, e pelo pesquisador e meteorologista Giovanni Dolif, também coordenador-geral substituto de Operação e Modelagem do Cemaden. Eles apresentaram as atividades desenvolvidas na área de monitoramento das ameaças em áreas de riscos, em municípios brasileiros suscetíveis à ocorrência de desastres naturais, e também o trabalho de pesquisa e monitoramento de desastres relacionados à seca, que vem sendo realizado desde 2013, com abrangência nacional.
A apresentação da engenheira ambiental Caroline Engel Gabriel, gestora interna do Centro de Competência Inteligência e Gestão Territorial do Parque Tecnológico Itaipu, mostrou o processo de desenvolvimento de soluções na área ambiental, que agregam valor à tomada de decisão. A missão do Centro é garantir o desenvolvimento regional sustentável, através do monitoramento e assessoria ambiental, treinamentos especializados, construção de banco de dados e geoprocessamento. As pesquisas aplicadas são desenvolvidas a partir de eixos temáticos de atuação: Clima, Território, Água, Biodiversidade e Saneamento. “As informações e o conhecimento gerado pelo Centro de Competência são subsídios estratégicos para a elaboração de políticas, direcionamento de novos investimentos, principalmente com foco na segurança hídrica, e tomada de decisão”, explicou a engenheira.
Dentre os estudos e monitoramentos desenvolvidos pela instituição, destacam-se aqueles relacionados ao potencial de microgeração de energia com hidrelétricas; biogás; potencial fotovoltaico; fertilidade de solo; aplicação de fertilizantes; aproveitamento turístico; potencial eólico; biomassa animal; uso e ocupação do solo; terras de vocação e potencial para piscicultura. O Parque Tecnológico Itaipu também tem, entre suas competências, o desenvolvimento de atividades de Ciência e Educação, dirigidas às comunidades do entorno da usina hidrelétrica de Itaipu.
Para o pesquisador Giovanni Dolif, os modelos de previsão mensal e sazonal de chuvas e os dados disponibilizados pelo Cemaden para a elaboração de índices integrados de extremos hidrometeorológicos (falta ou excesso de chuva) podem ser úteis para o desenvolvimento das pesquisas e projetos do Centro de Competência Inteligência e Gestão Territorial do Parque Tecnológico Itaipu (PTI). “Além dessas possibilidades, entendo que outro ponto de convergência seriam os projetos do Cemaden Educação”, disse.
A diretora substituta do Cemaden, Reginal Alvalá, afirmou que existe um termo de cooperação em andamento entre as duas instituições, na área de Hidrologia, ao qual poderão ser agregados outros escopos de interesse do Centro de Competência do PTI. “Os dados gerados pelo Cemaden pertencem ao governo federal e são todos públicos. Uma possível cooperação permitiria, por exemplo o desenvolvimento de pesquisas conjuntas, por meio de formação de recursos humanos em nossos cursos de mestrado e doutorado.”
Após as apresentações, os visitantes conheceram o funcionamento da Sala de Situação do Cemaden.
Fonte: Ascom/Cemaden
Representantes de consórcio de municípios do oeste metropolitano de SP fazem visita técnica ao Cemaden
A visita técnica de quatro representantes do Consórcio Intermunicipal da Região Metropolitana Oeste de São Paulo, na última quinta-feira (22), ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) teve o objetivo específico de levantar informações científicas sobre monitoramento hidrológico, estações hidrometerológicas, informações de satélites e estudos sobre precipitação, entre outros. O objetivo é desenvolver o Projeto de Redução de Riscos de Desastres de Inundações, associados à mudanças climáticas, principalmente, na região dos municípios de Osasco, Carapicuíba, Barueri e São Roque.
O consórcio de municípios (CIOESTE) irá desenvolver esse projeto junto à Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), em contrato com o Euroclima+. Atualmente, o CIOESTE está desenvolvendo o estudo de adaptação às mudanças climáticas para os 12 municípios integrantes do consórcio.
A gerente de Planejamento, Estudos e Pesquisa, da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Prefeitura do Município de Osasco (SP), Beatriz Sanchez Fragata, explicou que o projeto desenvolvido junto à Euroclima+ consistirá na implementação de modelagem hidráulica de 7 km² nas áreas indicadas pelas prefeituras. “Dessa forma, pode-se indicar medidas de adaptação, além de um plano para enfrentamento da seca, principalmente na Bacia do Rio Sorocaba do Médio Tietê”, explica a gerente, informando, também, sobre o desenvolvimento de cartilhas educativas.
As áreas que foram escolhidas para o desenvolvimento do projeto, envolvendo os municípios paulistas de Osasco, Carapicuíba, Barueri e São Roque são o km 21 (na divisa de Osasco com Carapicuíba), no Jardim Mutinga (divisa de Barueri com Osasco) e Jardim Guaçu (em São Roque).
Os representantes do CIOESTE também informaram que a visita ao Cemaden permitirá elaborar políticas, estratégias e instrumentos para o planejamento e operação de abastecimento de águas e dos recursos hídricos, bem como implementar ferramentas e sistemas de apoio para a gestão de recursos hídricos e de crise hídrica.
O comitê dos representantes do consórcio municipal foi recebido pela pesquisadora Ana Paula Cunha - coordenadora substituta das Relações Institucionais do Cemaden – e pelo tecnologista e hidrólogo Leandro Casagrande, especialista em extremos hidrológicos do Cemaden, que também mostrou e apresentou o processo de monitoramento na Sala de Situação do Cemaden. A preparação da visita e programação foi organizada pela analista em Ciência e Tecnologia, Selma Flores, da Coordenação de Relações Institucionais do Cemaden.
Os visitantes do CIOESTE foram representados, além da gerente Beatriz Sanchez Fragata, da Secretaria do Meio Ambiente de Osasco, também por Felipe Carvalho Rocha (Prefeitura de Osasco) e pelos representantes do Instituto DHI – Desenvolvimento Humano Integrado, Francisco de Aragão A. Maciel e Sílvia Leirião.
Fonte: Ascom/Cemaden
Pesquisadores do Cemaden e estudantes de pós-graduação Unesp/Cemaden realizam atividades de extensão em São Sebastião (SP)
Pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - e estudantes do Programa de Pós-graduação em Desastres Naturais - da Universidade Estadual Paulista/Cemaden - estiveram realizando atividades de extensão sobre redução do risco de desastres no Instituto Verdescola, localizado no município de São Sebastião (SP). A convite do próprio instituto, as atividades e oficinas foram desenvolvidas dentro da programação da Semana do Meio Ambiente, promovida pelo Verdescola, na primeira semana de junho.
O Instituto Verdescola é uma instituição não governamental que atua em São Sebastião, Litoral Norte de São Paulo, oferecendo oficinas de educação complementar no contraturno escolar para cerca de 700 crianças e adolescentes por dia. Está localizado na Vila Sahy, um dos locais mais afetados pelo desastre (deslizamentos e inundações) em fevereiro de 2023. Durante o desastre, o instituto funcionou como abrigo e como base local para ações de resposta e atendimento.
As atividades de extensão desenvolvidas no Verdeescola foram coordenadas pela pesquisadora do Cemaden, Luciana Londe, que também é docente do curso de Pós-graduação de Mestrado e Doutorado em Desastres Naturais, do Instituto de Ciências e Tecnologia da Unesp, em parceria com o Cemaden.
Anualmente o Instituto Verdescola realiza a Semana do Meio Ambiente. Neste ano, o evento aconteceu entre os dias 5 e 7 de junho, com atividades como palestras, oficinas, saídas a campo, entre outras ações.
Os alunos de Mestrado e Doutorado, juntamente com a pesquisadora e docente Luciana Londe, ofereceram palestras aos alunos de ensino médio sobre redução de riscos de desastres. Duas atividades foram direcionadas aos alunos de ensino Fundamental I e II: o jogo “Trilha do Risco”, conduzido pelo pesquisador Antônio Guerra, da equipe do Programa Cemaden Educação e a atividade “Sonhando nosso futuro sem desastres”, com uso de maquete e bonequinhos, conduzido pelos alunos e pela docente do Programa de Pós-Graduação.
Participaram das atividades de extensão os alunos do Programa de Pós-graduação em Desastres Naturais da Unesp/Cemaden de Doutorado: Aloísio Lelis de Paula e Janaina de Alencar Mota e Silva, e os de Mestrado: Felipe Augusto dos Santos e Marina Gonçalves de Mattos e Maurício Oliveira dos Santos.
Considerações sobre as atividades de extensão e educativas
“Para a popularização da ciência é muito importante fazermos atividades como essas, as quais nos permitem conversar com as pessoas de fora dos muros das universidades, ouvir suas experiências e construir conhecimento de forma conjunta”, destaca a pesquisadora do Cemaden, Luciana Londe.
A gerente de projetos do Instituto Verdescola, Elisa Rodrigues, mostra os esforços que vêm realizando sobre os trabalhos de conscientização de riscos e prevenção de desastres, entre palestras, oficinas e atividades relacionadas à Educação Ambiental. “Desde a tragédia, temos trabalhado nas oficinas de Meio Ambiente e em temáticas relacionadas a desastres naturais, por decorrência de mudanças climáticas e eventos extremos.”, informa a gerente. “Por meio de pesquisas, identificamos que a Unesp-SJC tem um grupo de pesquisa nesta linha e convidamos os alunos e professores a participar da nossa semana.”
Os estudantes de Mestrado e Doutorado da Unesp/Cemaden também expressaram sobre a importância das atividades desenvolvidas junto às crianças e adolescentes: “Foi emocionante sentir de perto a força da comunidade da Vila Sahy e do Instituto Verdescola, salvando vidas diariamente. Um dia de grande aprendizado para nós estudantes de Desastres Socioambientais, de escuta e memórias tão necessárias para construir medidas de prevenção”, afirma Marina Gonçalves Mattos, aluna de Mestrado.
“Mais um dia incrível e gratificante. Após alguns meses da ocorrência de desastre em São Sebastião, pudemos ver a força da reconstrução e o lindo trabalho do Instituto Verdescola.”, afirma Felipe dos Santos, aluno de Mestrado e complementa: “Nós do Programa de Pós-graduação em Desastres Naturais fomos convidados da semana de Meio Ambiente do Instituto Verdescola e nessa oportunidade pudemos compartilhar com os alunos do ensino médio integrado de meio Ambiente da Escola Técnica Estadual (ETEC) as nossas trajetórias e os temas de nossas pesquisas”.
“Tivemos a oportunidade de participar da Semana do Meio Ambiente do Instituto Verdescola na Vila Sahy, São Sebastião. Há mais de 3 meses da ocorrência do desastre, é incrível ver a força para reconstrução e a capacidade de mobilização da população.”, enfatiza Janaína de Alencar Mota e Silva, aluna de Doutorado.
“Ver essas crianças foi uma esperança de que tudo ainda tem jeito e vai dar certo.”, afirma o aluno de Doutorado, Maurício Oliveira dos Santos.
O Programa de Pós-graduação em Desastres Naturais é estruturado de forma associativa entre a Unesp/ICT e o Cemaden/MCTI, tendo como principal objetivo formar pesquisadores, profissionais e gestores na área de desastres naturais. O curso tem uma concepção interdisciplinar envolvendo, de forma integrada, questões de natureza física, modelagem, infraestrutura, vulnerabilidade social e educacional.
Fonte: Ascom/Cemaden
Representantes do Corpo de Bombeiros de MG visitam o Cemaden para aprimoramento de decisões de comando na área de gestão de risco de desastres
Representantes do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, integrantes do Grupo Temático Operacional de Proteção e Defesa Civil, estiveram em visita técnico-informativa, na última terça-feira (13), na sede do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) - em São José dos Campos (SP), com o objetivo de aprimorar a capacitação em gestão de riscos de desastres.
A visita faz parte da programação do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, que possui diversos Grupos Temáticos Operacional (GTOs), formados por militares do Estado, constituindo fórum tecnicamente qualificado para assessorar a Corporação por demanda ou iniciativa própria, sendo referência para a tomada de decisões do comando.
Programação técnico-científica
A estrutura organizacional do Cemaden, competências e rede observacional, bem como os conceitos de eventos extremos, desastres, riscos, ameaça e vulnerabilidade foram apresentados pelo pesquisador e meteorologista Giovanni Dolif, coordenador-geral substituto de Operação e Modelagem do Cemaden.
O GTO da Proteção e Defesa Civil do Corpo de Bombeiros visitou a Sala de Situação, e conheceu o sistema de monitoramento em tempo real. A apresentação foi feita pelo tecnologista e especialista em Desastres, Tiago Bernardes. Foram mostradas as ferramentas, bem como os processos de monitoramento e emissão de alerta de riscos de desastres geo-hidrológicos.
Conheceram o trabalho do Programa Cemaden Educação, apresentado pela pesquisadora Débora Olivato, que explicou sobre as ações preventivas e o desenvolvimento da percepção do risco para a redução dos riscos de desastres. A pesquisadora enfatizou o trabalho realizado, especialmente, com a comunidade escolar, envolvendo alunos e professores, além da parceria junto às defesas civis, universidades e organizações sociais. Aproveitou para convidar a corporação de MG a participar da 7ª Campanha #AprenderParaPrevenir, no compartilhamento das práticas em defesa civil e prevenção.
Os representantes do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais relataram o interesse em aproximar-se de tais iniciativas, assim como do trabalho com pesquisas. Informaram que em sua Corporação há um curso de nível superior para formação de oficiais, inclusive na área de Gestão de Riscos de Desastres, além de parcerias com universidades.
A comitiva do Grupo Temático Operacional de Proteção e Defesa Civil do Corpo de Bombeiros Militar de MG que visitou o Cemaden estava integrada pelo Major BM Herbert Aquino Marcelino, Tenente BM Carlos Márcio Ferreira Neto, 1º Ten BM Marco Antônio de Oliveira Neto e pela 2ª Ten BM Jaqueline dos Santos.
A organização e elaboração da programação da visita foi realizada pela analista em Ciência e Tecnologia, Selma Flores, da Coordenação de Relações Institucionais do Cemaden.
Fonte: Ascom/Cemaden
Cemaden participa de Fórum da ONU sobre estatísticas relacionadas a desastres
Com o objetivo de discutir a experiência dos países com o uso de estatísticas relacionadas a desastres - na finalidade de monitorar os compromissos nacionais e globais de redução de riscos de desastres – foi realizado o Terceiro Fórum de Especialistas para Produtores e Usuários de Estatísticas Relacionadas a Desastres, em Bangkok (Tailândia), no período de 5 a 7 de junho. O evento teve a participação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que pôde compartilhar as boas práticas, associadas na produção de estatísticas sobre desastres, outro objetivo do fórum.
Direcionado a profissionais da área de gestão de risco de desastres, de estatística, de pesquisa, assim como outros que utilizam dados estatísticos sobre desastres na tomada de decisão, o fórum foi organizado pela ESCAP ( Economic and Social Comission for Asia and the Pacific), com os seguintes colaboradores: UNECE ( United Nations Economic Commission for Europe) , UNDRR ( United Nations Office for Disaster Risk Reduction ), ESCWA ( Economic and Social Commission for Western Asia ), ECLAC ( Economic Commission for Latin America and the Caribbean ), UNSD ( United Nations Statistics Division) e UNECLA ( United Nations Economic Commission for Africa )
Participação do Cemaden no Fórum
Tiago Bernardes, tecnologista do Cemaden, foi um dos painelistas da sessão online “Definição de impactos diretos e indiretos de desastres”, juntamente com Rob Deakin ( Land Information New Zealand) , Macarena Perez (Chile Institute for Disaster Resilience Embedding Risk in Investment Decisions ) e Rahul Sengupta (Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres - UNDRR). A sessão foi coordenada por James Norris, Ordnance Survey , do Reino Unido. A discussão do painel foi orientada por questões relacionadas à definição sobre impactos diretos e indiretos de desastres, ao fortalecimento dos arranjos institucionais e aos desafios para traduzir modelos de impactos em dados estatísticos.
A participação do Cemaden - como uma instituição empenhada na cooperação com outras agências nacionais no levantamento e integração de informações sobre impactos de desastres no Brasil - foi evidenciada na discussão. “Tivemos a oportunidade de destacar as atividades de registro de eventos e iniciativas interinstitucionais.”, afirma o tecnologista e pesquisador Tiago Bernardes, do Cemaden. Citou, como exemplos, o projeto de cooperação entre o Cemaden e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além do grupo de trabalho para integração do REINDESC (Registro de Eventos de Inundação e Deslizamentos do Cemaden) com as bases na plataforma S2ID (Sistema Integrado de Informações sobre Desastres), do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad/ Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional). “Foram discutidas questões sobre o fortalecimento de arranjos institucionais para definição de impactos de desastres e identificação de desafios na tradução de modelos de perdas de desastres em dados estatísticos”, afirma Bernardes, do Cemaden.
Cooperação Cemaden e IBGE
Desde 2013, o Cemaden e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vêm atuando conjuntamente, por meio de acordo de cooperação técnica, priorizando o desenvolvimento de pesquisas aplicadas e a geração de bases de dados e informações associadas à caracterização das populações vulneráveis a desastres deflagrados por deslizamentos e inundações no território brasileiro.
Entre os resultados da parceria destaca-se a publicação da base de dados denominada Base Territorial Estatística de Áreas de Risco (BATER) e o respectivo relatório “População em Áreas de Risco no Brasil”, disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/populacaoareasderisco/#/home
Sobre o REINDESC
O banco de dados denominado REINDESC (Registro de Eventos de Inundação e Deslizamentos do Cemaden) é produzido pelo Cemaden, diante da necessidade de buscar informações e possibilitar a tomada de decisão para o envio de alertas de desastres. No REINDESC, são registradas ocorrências relativas aos processos monitorados pelo Cemaden. Estas informações são utilizadas tanto para verificação de alertas enviados quanto para auxílio à identificação de cenários de risco favoráveis ao envio de alertas futuros.
Fonte: Ascom/Cemaden
Pesquisador do Cemaden assume o cargo de editor em revista internacional sobre Ciência dos Desastres
O pesquisador e físico Leonardo Santos, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – acaba de assumir como editor da publicação internacional Frontiers in Physics.
Recentemente, como editor convidado, Santos organizou a Edição Especial na Seção Social Physics, da Revista Frontiers in Physics, no trabalho intitulado "Integrating Physical and Social Sciences towards the Sustainable Development Goals” (Integrando Ciências Físicas e Sociais em Direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). (https://www.frontiersin.org/research-topics/30895/integrating-physical-and-social-sciences-towards-the-sustainable-development-goals).
Sobre esse tópico de pesquisa, foi citado que a física social nos permite descrever e compreender teoricamente fenômenos sociais coletivos que se originam de interações entre indivíduos, grupos e governos. Explica que a preservação dos recursos naturais para as próximas gerações e a pesquisa do impacto climático estão entre as questões mais críticas para diversas áreas, especialmente a Física Social.
"Social-Physics trata de interfaces entre Ciências Sociais e Física, com grande potencial para a Ciência dos Desastres, inerentemente multi e interdisciplinar, afirma o pesquisador do Cemaden e explica: “Por exemplo, na área de física de sistemas complexos há o conceito de vulnerabilidade topológica. Em um artigo, nessa mesma Edição Especial, desenvolvemos uma interpretação do índice no contexto de desastres”.
A taxa de aceite de artigos nessa Edição Especial foi de aproximadamente 55%, e o tempo entre a submissão e o aceite foi, em média, 70 dias. Foram por volta de 50 autores, incluindo autores do Cemaden.
O trabalho científico da Edição Especial da revista é o resultado da colaboração internacional e contou com coautores da Alemanha e da Índia. Teve o apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)- do Ministério da Educação; do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Fonte: Ascom/Cemaden
Cemaden Educação realiza palestra sobre gestão de riscos de desastres com professores da rede estadual de São Sebastião
A convite da Diretoria de Ensino da Região de Caraguatatuba, da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEDUC-SP), a equipe do Programa Cemaden Educação, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) - unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – realizou palestra dialogada online com a rede estadual de ensino de São Sebastião (SP). Foram abordados os conceitos ligados à gestão de riscos de desastres e atividades educacionais para redução de risco de desastres.
A formação do grupo professores(as)/interlocutores em Educação para Redução do Risco de Desastres de São Sebastião - município que sofreu com os deslizamentos de terras e inundações em fevereiro deste ano - contou também com oficinas e atividades relacionadas à Educação para Redução de Risco de Desastres (ERRD). Participaram, também, professores de outros municípios do Litoral Norte de São Paulo, totalizando cerca de 30 participantes.
O curso contou, também, com a apresentação das atividades em Educação para Redução de Risco de Desastres (ERRD) desenvolvidas na Escola Estadual Josepha de Sant’Anna Neves, de São Sebastião. O prof. Marcos Roberto Queiroz, da Escola Estadual Nair Ferreira Neves, também de São Sebastião, apresentou o projeto Pluvis Pet, para monitoramento de chuva, com utilização de pluviômetro de baixo custo. A oficina de Cartografia Social foi apresentada pelo prof. Jorge Luiz, da Escola Estadual Sanches Gonzalez, da Ilhabela (SP). A equipe do Programa Cemaden Educação compartilhou os dados do Aplicativo “Dados à Prova D’Água. Todas essas atividades estão disponíveis no site do Cemaden Educação: http://cemaden.educacao.gov.br.
O evento ocorreu no último dia 31 de maio, com previsão para serem realizados outros cursos de formações, que contarão com a colaboração de educadores e integrantes da Rede de Educação para Redução de Riscos de Desastres do Litoral Norte de São Paulo.
Fonte: Ascom/Cemaden
Servidor do Cemaden conclui o doutorado no Programa de Pós-graduação em Desastres Naturais da Unesp/Cemaden
O analista em Ciência e Tecnologia, Renato Santos Lacerda, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI)- concluiu o Doutorado Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Desastres Naturais, uma parceria entre o Instituto de Ciência e Tecnologia, da Universidade Estadual Paulista (Unesp)- câmpus de São José dos Campos e o Cemaden/MCTI.
A defesa da tese de doutorado ocorreu na última quinta-feira (1º de junho), no Auditório do Cemaden, apresentando o trabalho científico “Conceitos Elásticos da Ciência dos Desastres Contaminados pelo Dualismo Epistemológico Milenar”, orientado pelo ex-diretor do Cemaden, Oswaldo Luiz Leal de Moraes, atual diretor do Departamento para o Clima e Sustentabilidade, da Secretaria de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI.
O foco do trabalho científico foi o de analisar os conceitos variáveis dos termos utilizados pela Ciência dos Desastres, (como exemplos: “risco, vulnerabilidade, hazard e desastres”) na percepção dual e pensar dicotômico, com base em glossários oficiais mundiais como o da UNDRO (Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Ajuda em Desastres), do UNDHA (Departamento de Assuntos Humanitários das Nações Unidas) e UNISDR (Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de Desastres) entre outros. Lacerda apontou que os conceitos influenciam nas decisões voltadas à ciência e pesquisa, políticas públicas, decretos/leis e locação de recursos.
Renato Santos Lacerda assumiu o cargo de analista em C&T na Coordenação de Relações Institucionais do Cemaden, em setembro de 2014. Graduado em História pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste), tem Mestrado em História pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e agora Doutorado pela Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (Unesp), na primeira turma do curso de pós-graduação Unesp/Cemaden. É o o primeiro servidor do Cemaden a concluir o doutorado nesse programa.
O Programa de Pós-graduação em Desastres Naturais é estruturado de forma associativa entre a Unesp/ICT e o Cemaden/MCTI, tendo como principal objetivo formar pesquisadores, profissionais e gestores na área de desastres naturais. O curso tem uma concepção interdisciplinar envolvendo, de forma integrada, questões de natureza física, modelagem, infraestrutura, vulnerabilidade social e educacional.
Fonte: Ascom/Cemaden
Defesa Civil de Santo André realiza visita técnica ao Cemaden
Com o objetivo de fazer a apresentação institucional do Departamento de Proteção e Defesa Civil do Município de Santo André (SP) e ampliar as parcerias técnico-científicas, a equipe da instituição esteve, no último dia 31 de maio, na sede do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP).
No auditório do Cemaden, a diretora da Defesa Civil de Santo André, Priscila de Oliveira, fez a apresentação institucional aos pesquisadores e tecnologistas do Cemaden, mostrando o panorama sobre o município e a reestruturação da Defesa Civil Municipal, integrada pela Secretaria de Infraestrutura e Serviços Urbanos. A Defesa Civil de Santo André é a segunda mais antiga do Estado de São Paulo, com 47 anos de existência. Abordou sobre os investimentos em equipamentos, sistemas de dados, modelagens e simulações para o monitoramento e prevenção de riscos de desastres. Informou, também, sobre a realização de um novo mapeamento de áreas de risco no município a ser realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicos (IPT).
A diretora da Defesa Civil de Santo André fez um balanço dos trabalhos realizados e dos atendimentos das ocorrências no período das chuvas de verão deste ano, bem como as parcerias e o trabalho de prevenção de riscos realizados nas escolas. “Esta visita técnica tem a finalidade de fortalecer as boas práticas e estreitar a parceria técnica junto ao Cemaden para aprimorar o trabalho de monitoramento e prevenção do risco de desastres”, afirma a diretora, Priscila de Oliveira.
A coordenadora substituta de Relações Institucionais do Cemaden, pesquisadora Ana Paula Cunha, da área de agrometeorologia, apresentou as atividades desenvolvidas pelo Cemaden no monitoramento e na pesquisa sobre desastres.
A importância da organização do Histórico de Dados das Defesas Civis e da atualização contínua dos registros de ocorrências na prevenção de movimentos de massa foram abordadas pelo pesquisador e geólogo do Cemaden, Daniel Metodiev.
O tecnologista em Extremos Hidrológicos, Leandro Casagrande também acompanhou a apresentação da Defesa Civil de Santo André e apresentou os processos de monitoramento e emissão de alertas na Sala de Situação, respondendo e esclarecendo as dúvidas técnicas dos visitantes.
Na parte da tarde, o hidrólogo Casagrande apresentou, no auditório do Cemaden, os princípios dos alertas hidrológicos.
A pesquisadora do Cemaden, da área de gestão de risco e impactos do fogo, Liana Anderson, conversou com os participantes sobre questões técnica-científicas dos desafios e oportunidades para a gestão de risco.
No final, a reunião foi finalizada com a intenção de novas parcerias técnicas científicas, com outras áreas de conhecimento e o intercâmbio de dados dos novos equipamentos.
A organização e elaboração da programação da visita da comitiva do Departamento de Proteção e Defesa Civil de Santo André foram realizadas pela analista em Ciência e Tecnologia, Selma Santos, da Coordenação de Relações Institucionais do Cemaden.
Fonte: Ascom/Cemaden
Cemaden recebe visita de agência internacional para discutir imagem de satélite e pesquisas sobre desastres
Um comitê de pesquisadores do Internacional Charter Space and Major Disasters visitou o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – no último dia 29 de maio, para discutir sobre o uso de imagem de satélite de alta resolução espacial, com a finalidade de ampliar a parceria no estudo e gestão de risco de desastres, como deslizamentos, além de aplicações de modelagem hidrológica para o monitoramento.
A Internacional Charter Space and Major Disasters é um Escritório para Assuntos Espaciais Exteriores UN-Spider Portal, da Organização das Nações Unidas, que engloba a Carta Internacional sobre “Espaço e Grandes Desastres – consórcio de agências espaciais, organizações nacionais e regionais de monitoramento e gerenciamento de desastres – mecanismo criado pela comunidade internacional para facilitar o uso de dados de observação da Terra (EO) e mitigar os riscos de desastres.
Os visitantes da instituição internacional estavam acompanhados pelos pesquisadores Laércio Namikawa e Thales Korting, ambos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), instituição que faz parte da Carta Internacional sobre “Espaço e Grandes Desastres”, além dos pesquisadores Helena Boscolo e Alexandre Homem de Mello (INPE). A comitiva foi recepcionada no Cemaden pelo tecnologista em geodinâmica, Tulius Nery, da Sala de Situação e pelos pesquisadores Leonardo Santos e Lívia Tomas.
Visita na Sala de Situação e trabalhos realizados entre Cemaden e Charter
Após visitarem a Sala de Situação do Cemaden, o grupo discutiu sobre temas de interesse comum, de uso de imagens de satélite de alta resolução espacial para detecção de cicatrizes de escorregamentos a modelagem hidráulica, além das aplicações de Inteligência Artificial em modelagem hidrológica.
“A experiência do grupo do Charter é muito importante para o Cemaden. Já trabalhamos juntos após alguns grandes desastres, ajudando no mapeamento de cicatrizes de escorregamentos, como no caso do evento ocorrido em Recife, no ano de 2022”, afirma o pesquisador do Cemaden, Leonardo Santos.
“As equipes do INPE ( incluindo alunos de pós-graduação em Computação Aplicada e Sensoriamento Remoto) e equipes do Cemaden possuem capacidades complementares na gestão de dados sobre desastres”, ressaltou o pesquisador do INPE, Thales Korting.
Dentre os encaminhamentos da visita está a possibilidade de parcerias em propostas para chamadas de projetos de pesquisa.
O grupo do Charter voltará ao Cemaden para o evento IASI - Workshop sobre Inteligência Artificial em Secas e Inundações, a ser realizado nos dias 04 e 05 de setembro de 2023 - https://sites.google.com/view/iasi2023
Fonte: Ascom/Cemaden
Lideranças religiosas visitam o Cemaden para informações sobre mudanças climáticas e prevenção de desastres
Uma comitiva com 41 lideranças de entidades religiosas de vários estados brasileiros e integrantes da “Iniciativa Inter-Religiosa pelas Florestas Tropicais (IRI-Brasil)” esteve, nesta terça-feira (30), na sede do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) - unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), com o objetivo de receber informações científicas sobre mudanças climáticas, riscos de desastres e ações de prevenção de desastres geo-hidrológicos.
Criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2018, a “Iniciativa Inter-Religiosa pelas Florestas Tropicais (IRI-Brasil) integra vários grupos religiosos de evangélicos, católicos, espíritas, judaicos, budistas e de matriz africana, dentre outros. A IRI-Brasil visa o engajamento em ações de preservação ambiental, mitigação e adaptação às mudanças climáticas. No ano passado, quatro comitivas de lideranças religiosas de vários estados do Brasil estiveram em visita informativa ao Cemaden , entre os meses de maio e agosto de 2022.
Palestras e programação
A comitiva foi recepcionada pela representante da direção do Cemaden, pesquisadora Sílvia Saito, que fez a apresentação institucional, atividades desenvolvidas, vulnerabilidades e monitoramento geo-hidrológico, de secas, reservatórios. Falou sobre áreas de riscos e vulnerabilidades e o monitoramento do Cemaden nos 1.038 municípios mapeados com áreas de risco, em todo o território nacional. “Além do Cemaden e das entidades parceiras, a prevenção e gestão de risco envolvem todos nós”, destaca a pesquisadora.
O coordenador-geral substituto de Operação e Modelagem do Cemaden, pesquisador e meteorologista Giovanni Dolif abordou, em palestra, sobre os desastres geo-hidrológicos, eventos extremos e prevenção e áreas de riscos de desastres. No período da tarde a comitiva visitou a Sala de Situação do Cemaden e recebeu informações do pesquisador Dolif sobre o sistema de monitoramento e emissão de alertas, bem como respondeu as perguntas feitas pelos participantes sobre monitoramento.
As causas dos desastres climáticos foram abordadas pelo coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, climatologista José Marengo, “As mudanças climáticas são processos naturais que já ocorreram no passado. Porém, as atividades humanas estão acelerando os processos dessas mudanças do clima, provocando eventos extremos”, explica Marengo, enfatizando a urgência de ações para a diminuição dos impactos ou mitigação das mudanças climáticas.
Conforme Marengo, entre os efeitos socioeconômicos da mudança climática estão: custos de adaptação pela subida do nível do mar; perda da capacidade de trabalho devido o calor; conflitos bélicos pelos recursos escassos; agravamento do acesso à água em determinadas áreas e deslocamento de populações. Também citou como efeitos da mudança climática a queda na produtividade agrícola; aumento dos preços dos alimentos; aumento da pobreza provocada pelos fenômenos meteorológicos extremos e a propagação de doenças, devido ao aumento de temperatura.
A coordenadora do Programa Cemaden Educação, pesquisadora e antropóloga, Rachel Trajber, falou sobre percepção de riscos, prevenção de desastres e as atividades desenvolvidas pelo Cemaden Educação, no trabalho de parceria com as escolas, Defesas Civis e comunidades nas áreas de risco.
Na parte da tarde, a equipe do Cemaden Educação - integrada pelas pesquisadoras Patrícia Mitsuo, Carolina Esteves, Priscila Françoso, Jeniffer de Souza Faria e o pesquisador Antonio Guerra – coordenou a oficina "Prevenção e enfrentamento de desastres" com os participantes. Utilizando metodologias e técnicas de elaboração de planos de trabalho para a redução de risco de desastres. Dividido em grupos, os participantes elaboraram e desenvolveram propostas de ações estratégicas, direcionadas às áreas de risco em suas localidades, dentro da Campanha “AprenderParaPrevenir”.
IRI no Brasil
A Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais no Brasil (IRI-Brasil) é uma plataforma de apoio às lideranças religiosas para que possam ampliar sua contribuição voltada à preservação do equilíbrio climático, à conservação e ao uso sustentável das florestas, além da proteção dos povos indígenas e das comunidades locais.
O facilitador nacional do IRI-Brasil, Carlos Vicente, coordena o organiza os grupos religiosos para as conversas junto aos cientistas, visando compartilhar conhecimentos e ações para preservação ambiental, mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Ele pontua a importância da visita ao Cemaden e das informações científicas recebidas pelas lideranças religiosas. Primeiro, destaca o reconhecimento do papel das lideranças religiosas de todas as tradições e de todas as espiritualidades, que têm na tradição a formação de valores, na conscientização da população e mobilização para a ação, visando a melhoria de vida de todos. Em segundo, por compartilhar a importância do papel da Ciência, como utilidade pública, buscando gerar proteção e melhoria da vida das pessoas, no caso do Cemaden, na prevenção de riscos de desastres.
“Juntar a importância da instituição e dos cientistas com o diálogo junto às lideranças religiosas pode nos ajudar a acelerar o processo de desenvolvimento sustentável, de proteção da população e de preservação ambiental.”, afirma Carlos Vicente. “O diálogo entre os cientistas e religiosos é absolutamente fundamental, vencendo e afastando a onda de negacionismo científico. Valorizar a Ciência é importante, pois é a base para os trabalhos de desenvolvimento sustentável, conscientização da urgência de ações para a crise climática.”, afirma. Enfatizou que o diálogo entre cientistas e líderes religiosos possibilita, também, o conhecimento do trabalho nas comunidades locais. "A união com as lideranças religiosas permitirá uma atuação junto às comunidades, levando as informações científicas e intermediando o espaço com as instituições governamentais”afirma. Por final, destaca que a visita permite resgatar o senso de orgulho do Brasil, ao ver instituições do porte do Cemaden e do Inpe. “Por sucessivos governos e sucessivos períodos de nossa história, foi se construindo as instituições de altíssimo nível, comprometidas com o interesse público e com o bem estar da população. Resgatar esse sentimento de orgulho é muito importante para que se continue dando apoio às instituições, possibilitando obter mais recursos humanos e de equipamentos pelos investimentos governamentais, para o melhor serviço à sociedade e ao País.”, destacou Carlos Vicente.
Fazem parte do IRI: representantes da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); Confederação Israelita do Brasil (CONIB); Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC); Religiões pela Paz Brasil; Religiões pela Paz América Latina e Caribe; Instituto de Estudos da Religião (ISER); Confederação Israelita do Brasil; Aliança Cristã Evangélica Brasileira; Federação Espírita Brasileira; Perifa Sustentável; Mesquita Brasil; e União Nacional Islâmica.
Neste ano (2023), na primeira visita, a comitiva foi concentrada por entidades evangélicas de várias igrejas e instituições. Vieram representantes de diversas regiões brasileiras: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Maranhão, Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo e São Paulo.
Em julho, está agendada a vinda de comitiva de católicos, prevendo a terceira visita constituída por grupos de lideranças de religiosos espíritas, judaicos, budistas e de matriz africana, entre outros, para receberem as mesmas informações sobre mudanças climáticas e prevenção de desastres.
ONU e as ações para o meio ambiente
O representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente no Brasil, Gustau Máñez, integrante da comitiva do IRI, afirmou ser importante a visita ao Cemaden, oportunidade de aproximar as lideranças religiosas com a realidade dos eventos climatológicos. “ O Brasil é muito religioso. A lideranças religiosas têm uma ampla proximidade com as comunidades, principalmente, as que estão em áreas de risco. Isso permitirá que se articule ações para mitigar os impactos e prevenir os riscos dos desastres, integrando as comunidades aos recursos naturais das florestas, possibilitando tornarem-se resilientes. “, afirma o representante do Programa da ONU para o Meio Ambiente, enfatizando a importância da aproximação entre Ciência e Religião.
Máñez afirma que a união entre a Ciência e a religiosidade permitirá vincular e articular os temas com ações direcionadas à redução dos riscos de desastres ambientais. “Essa união entre cientistas e religiosos permitirá levar o conhecimento científico sobre riscos e vulnerabilidades até as comunidades. Essa integração de dados e informações do Cemaden permitirá uma atuação mais direta na redução de impactos ambientais junto às comunidades.”
Em abril deste ano, o Cemaden recebeu da Coordenação das Florestas e Clima do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) o reconhecimento pela contribuição e apoio pela parceira com o IRI-Brasil . Na mensagem, o agradecimento foi pelos esforços de conscientização da crise do desmatamento de florestas tropicais no Brasil e seus impactos associados aos desastres deflagrados por extremos hidrometeorológicos, direcionados a mais de 100 líderes religiosos que visitaram o Cemaden em 2022.
Fonte: Ascom/Cemaden
Fotos Ascom/Cemaden:
Fotos IRI-Brasil:
Workshop sobre Ciência dos Desastres apresenta a produção científica do Cemaden
“Workshop sobre Ciência dos Desastres- Passado, Presente e Futuro: a contribuição do Cemaden 2023” foi o tema do evento interno presencial, promovido pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - no auditório do Cemaden, que vem ocorrendo desde o dia 17, com o encerramento previsto para hoje à tarde (19).
O objetivo do workshop é apresentar o estado-da-arte nas pesquisas científicas, aplicadas às atividades operacionais e desenvolvidas no Cemaden, assim como os produtos gerados pela Rede de Observações Ambientais, na área de Tecnologia de Informação. Também foram mostradas as atividades de Educação e Percepção de Risco de Desastres.
Em cada trabalho científico apresentado, foram discutidas a situação atual da Ciência de Desastres no Brasil, lacunas de conhecimentos, programas e ações do Cemaden relevantes à emissão de alerta de risco de desastres, aspectos socioeconômicos-ambientais de desastres e desenvolvimentos futuros.
Formato das apresentações e participação externa
O conceito estado-da-arte, empregada nas apresentações do Cemaden, se refere a mostrar as partes mais importantes de todo o trabalho científico, de forma a possibilitar abordagens mais objetivas na aplicação no monitoramento e prevenção de desastres. “O formato das apresentações permite discussões sobre as temáticas, em várias áreas de pesquisa no Cemaden, contribuindo para o compartilhamento dos conhecimentos inter e transdisciplinares, para melhoria de novos postulados e paradigmas das produções científicas”, afirma o climatologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, que promoveu o evento interno. Destaca a importância da participação ativa de pesquisadores, tecnologistas e bolsistas para o compartilhamento e discussões dos trabalhos científicos, bem como a continuidade da promoção de encontros presenciais periódicos.
Além dos pesquisadores do Cemaden, o workshop recebeu convidados nacionais e internacionais, presencial e online. Os convidados integraram duas Mesas-redondas, na programação da tarde do dia 17 e do dia 19, com considerações e análise dos temas como: pesquisas em desastres, Sistemas de Alertas (EWS) para redução do risco de desastres, o papel da Defesa Civil nas ações de gerenciamento de risco de desastres, e impactos das mudanças climáticas no risco de desastres no futuro.
Palestra Magna sobre a aplicação da Ciência e desenvolvimento tecnológico na gestão de risco
A abertura do workshop foi feita pelo coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, José Marengo, que apresentou a pesquisadora mexicana Irasema Alcantara-Ayala -do Grupo Consultivo Científico e Tecnológico Regional (Regional Science and Technological Advisory Group) - do Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR) – para ministrar a Palestra Magna intitulada “Gestión Integral del Riesgo de Desastres en las Américas y el Caribe: reflexiones y retos para una agenda regional fundamentada en la ciencia y el desarrollo tecnológico” (Gestão Integral do Risco de Desastres nas Américas e no Caribe: reflexões e desafios para uma agenda regional baseada no desenvolvimento científico e tecnológico”).
“Os desastres não são naturais”, enfatiza a cientista. Discorre sobre vulnerabilidades e as predisposições das comunidades para serem afetadas pelas ameaças. Entre as predisposições estão: as condições socioeconômicas, políticas, culturais e ambientais. Expôs sete desafios estratégicos importantes para a elaboração e implementação das políticas para a redução dos impactos dos desastres. Entre os desafios, cita: o fomento e ampliação de pesquisas e conhecimentos; a interpretação das informações, dos dados e conhecimentos no processo de comunicação; acesso da utilização de avanços tecnológicos pela pesquisa, para o desenvolvimento de capacidades e formulação de políticas públicas.
“Também é importante adotar perspectivas de risco sistêmico, o que possibilita uma abordagem de conexões e interdependências, com base nas capacidades”, afirma Ayala e acrescenta “ isso ajuda a criar sinergias para planejar estratégias interinstitucionais, inclusive com os setores financeiros.”
Estamos preparados para afrontar o aumento dos desastres decorrentes das mudanças climáticas?
A mesa-redonda “O desafio da ciência dos desastres: Estamos preparados para afrontar o aumento dos desastres decorrentes das mudanças climáticas?” encerrou a programação do workshop, com apresentações dos painelistas Omar Cardona (UNAL-Colômbia), Karine Lopes (Sedec - Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional), Carlos Nobre (Instituto de Estudos Avançados-USP, SPA), Juan Jose Nieto (CIIFEN-RCC WMO) e Claudia Natenzon (SISSA-RCC WMO).
O professor Omar Cardona, da Universidade Nacional da Colômbia, chamou a atenção para a necessidade urgente de se reduzir a vulnerabilidade das populações que vivem em áreas de risco, ao mesmo tempo em que se aumentem os investimentos em infraestrutura. Ele alertou para a perspectiva de elevação dos riscos climáticos e desastres, com a expansão do desenvolvimento econômico e consequente aumento das emissões.
Nesse contexto, o professor apresentou aos presentes o GIRI (Global Infrastructure Resilience Index, na sigla em inglês), considerado um marco conceitual para a modelação do risco e da resiliência. Iniciativa da Coalition for Disaster Resilient Infrastructure (CDRI), o GIRI é a primeira avaliação de risco totalmente probabilística que cobre setores globais de infraestrutura. Espera-se que ele informe o planejamento, a tomada de decisões e o investimento em infraestrutura resiliente a desastres e clima, fornecendo métricas de risco probabilísticas confiáveis e totalmente comparáveis que cobrem todos os países e territórios do mundo.
Karine Lopes, da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec/Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional), traçou um panorama atual da Defesa Civil no país, destacando a evolução e o fortalecimento dessa instituição a partir da criação do Cemaden, em 2011. Parcerias que resultaram no Projeto Elos , por exemplo, projetos em cooperação com o Cemaden Educação foram algumas iniciativas exitosas mencionadas.
O pesquisador Carlos Nobre (IEA-USP) fez uma retrospectiva da história do Cemaden, criado em 2011 após os desastres ocorridos na região serrana do Rio de Janeiro. Ele destacou a queda do número de mortes ocasionadas por desastres, apesar do aumento do número de eventos dessa natureza, em função do monitoramento, previsões e alertas emitidos pelo Cemaden. Entretanto, afirmou Nobre, nos últimos registros de desastres, o número de mortes voltou a aumentar. “O que deixou de funcionar? Será que a população deixou de responder aos alertas da Defesa Civil e do Cemaden”, questionou. Ele também reafirmou a necessidade de, paralelamente ao aprimoramento dos alertas de riscos, criar-se ferramentas e políticas para reduzir a exposição das populações vulneráveis a esses riscos.
O aumento dos desastres associados ao El Niño foi o tema da apresentação do pesquisador Juan José Nieto, do Centro Internacional para a Investigação do Fenômeno El Niño (CIIFEN).
Encerrando a mesa-redonda, a professora Claudia Natenzon, da Universidade de Buenos Aires, apresentou um panorama do SISSA (South America Drought Information System, na sigla em inglês), desenvolvido pelos seis países membros do Centro Regional do Clima para o Sul da América do Sul (RCC-SSA): Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai.
Programação e participantes:
Dia 17 de maio
Moderador: Jose Marengo
Abertura-Gestión Integral del Riesgo de Desastres en las Américas y el Caribe: reflexiones y retos para una agenda regional fundamentada en la ciencia y el desarrollo tecnológico (Palestra Magna). Dra. Irasema Alcantara-Ayala, Regional Science and Technological Advisory Group-UNDRR.
Mesa-redonda : Pesquisa e Ensino sobre a ciência de desastres no Brasil para melhorar a percepção de risco
Moderadora: Ana Paula Cunha
Painelistas :
Silvio Simões (Unesp)-
Enner Alcantara (Curso de Pós-graduação em Ciência dos Desastres- Unesp-Cemaden) - Programa de Pós-Graduação em Desastres Naturais: oportunidades e desafios futuros
Mercedes Bustamante (CAPES)
Discussões
18 de Maio
Moderadora: Ana Paula Cunha
Monitoramento da progressão da seca no Brasil usando dados observacionais e de sensoriamento remoto - pesquisador Marcelo Zeri
Projeto Cigarra: Um sistema nacional de monitoramento ambiental - tecnologista T.I. André Ivo
Projeto Redegeo: Aspectos gerais do Projeto RedeGeo - pesquisador e geólogo Márcio Andrade
Estudos de limiares de chuva com base em ocorrências de deslizamentos das áreas piloto, pesquisador e geólogo - Daniel Metodiev
Resultados de estudos com modelagem geodinâmica de encostas urbanizadas, pesquisador da área geodinâmica - Rodolfo Mendes
Desenvolvimento de método para estimativa de umidade do solo com base em previsão meteorológica -pesquisador Cassiano Bortolozo
Previsão probabilística de vazão para fim de alerta hidrológico, utilizando o Modelo Hidrológico Distribuído (MHD-INPE)- pesquisadora e hidróloga Rochane Caram
Retrospectiva e perspectivas sobre a caracterização da população em áreas de risco de desastres - pesquisadora Sílvia Saito
Estudo de diferentes atores sociais nos processos de comunicação de riscos e desastres- pesquisadora Luciana Londe
O Cemaden Educação se renova: passado, presente e futuro- pesquisadora e antropóloga Rachel Trajber
Evolução nos estudos de Padrões Atmosféricos deflagradores de Desastres Naturais -pesquisador e meteorologista Giovanni Dolif
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Moderadora: S. Saito
Previsão de deslizamentos pelos limiares de chuva intensidade-duração – pesquisador Rodrigo Stabile
Pesquisa aplicada em previsão subsazonal no Cemaden: Passado, Presente e Futuro - pesquisador e meteorologista Christopher Castro
Avaliação do risco de desastres associados a eventos compostos de seca-calor – pesquisadora Ana Paula Cunha
Gestão de Riscos e Impactos Associados a Queimadas e Incêndios Florestais - pesquisadora Liana Anderson
Sistema de Alerta de Previsão Sazonal da Probabilidade de Fogo - pesquisador João Reis
Campanha #AprenderParaPrevenir: práticas educativas em riscos e desastres - pesquisadora Patricía Matsuo
Discussões
19 de Maio
Moderadora : Luciana Londe
IA no Cemaden: passado, presente e futuro - pesquisador e físico Leonardo Santos
Registros de Eventos de Inundação e Deslizamento do Cemaden (REINDESC) – base de dados de auxílio ao sistema de alertas – tecnologista Tiago Bernardes
Development of a web-based Geographic Information System (webGIS) for querying and analyzing Cemaden's early warnings and occurrences data - tecnologista Rafael Luiz
Mapeamento de alta resolução pós-eventos de movimentos de massa - uso de RPAS ( Remotely Piloted Aircraft System )- tecnologista Harideva Egas
Modelagem Espacialmente Distribuída para Identificação de Áreas Suscetíveis à Escorregamentos Translacionais Rasos, pesquisador Marcio Moraes
Caracterização de bacias hidrográficas monitoradas pelo Cemaden, sob cenários de mudanças climáticas – pesquisador Diogo Amore
Flood Risk in São Paulo, Brazil: Integrating Hydrological and Mobility Data in a Comprehensive Mapping Study – pesquisadora Lívia Tomás
Ferramenta Operacional de Previsão de Risco de Deslizamentos de Terra para todo o Brasil a partir da Análises Regionais Dinâmicas- tecnologista Pedro Camarinha
MAP-Fire: Uma plataforma virtual para a gestão do balanço de carbono entre emissões pelo fogo e remoções por floresta secundárias para o Estado do Maranhão- pesquisador Henrique Leão
Padronização de publicações na ciência dos desastres: uma ferramenta essencial para a comunicação efetiva e gestão de riscos – pesquisador Alan Pimentel
Utilizando modelos de aprendizado de máquina por difusão latente para gerar estratégias de comunicação visual na área de desastres – pesquisador Fernando Silva
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Moderador: Christopher Castro
Monitoramento e previsão dos Impactos da Seca nos Recursos Hídricos: Seca Hidrológica, pesquisadora Elisangela Broedel
The natural hazards disaster impact reduction in the Americas and the Caribbean after the 1990s: beyond counting deaths - Viviana Muñoz
Mapeamento de Inundação e Análise de Impacto de Perdas agrícolas em Subsídios à Implementação do Programa Garantia- Safra no Estado do Amazonas- pesquisadora Larissa Antunes
Construção de indicador para avaliação da vulnerabilidade à seca urbana no Brasil - pesquisadora - Lidiane Costa
Mesa-redonda 2: O desafio da ciência dos desastres: Estamos preparados para afrontar o aumento dos desastres decorrentes das mudanças climáticas?
Moderadora: Regina Alvalá
Painelistas:
Carlos Nobre (Instituto de Estudos Avançados-USP, SPA)
Karine Lopes (Sedec -Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional)-
Omar Cardona (UNAL-Colômbia): No solo cero-emisiones, también cero- vulnerabilidad: Imperativo de evaluar riesgo con incertidumbre profunda
Juan Jose Nieto (CIIFEN-RCC WMO)
Claudia Natenzon (SISSA-RCC WMO
Discussões e encerramento
Livro de Resumo das Pesquisas do Cemaden
O evento foi organizado pelos gestores do Cemaden: Osvaldo Moraes, José Marengo, Regina Alvalá e Marcelo Seluchi, com o apoio técnico e administrativo de Josiane Rosa, Fernando Silva e Alan Pimental.
Está sendo elaborado um livro com os resumos das produções científicas do Cemaden/MCTI, apresentadas no evento, que será divulgado, posteriormente.
Fonte: Ascom/Cemaden
Cemaden promove treinamento sobre o uso do Portal Cemaden-GEOGloWS para o monitoramento hidrológico
No próximo dia 12 de junho, das 08 às 12 horas, será realizado o Workshop sobre o Uso do Portal Cemaden-GEOGloWS para o treinamento de navegação nos aplicativos dessa plataforma, bem como nos menus e submenus. O objetivo é repassar as orientações para o acesso e identificação de dados para o monitoramento e previsão de inundações, nas principais bacias hidrológicas brasileiras.
O evento ocorrerá na sede do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP). Também será permitida a participação virtual, acessada pelo link https://byu.zoom.us/j/96808960252.
Direcionado aos especialistas de monitoramento do Cemaden e demais instituições interessadas, o workshop de treinamento está sendo organizado em colaboração entre Cemaden/MCTI, a Alianza Bioversity International - CIAT, Imaflora e Aquaveo LLC, com apoio do Programa SERVIR-Amazônia. Esse programa é uma iniciativa de desenvolvimento conjunto entre a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) e Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
As ferramentas de aplicação usadas pelo GeoGloWS (Global Streamflow Forecast) integram aplicativos que permitem fazer o monitoramento e a previsão de inundações, importantes para prevenção e mitigação dos impactos.
Este workshop também permitirá que os participantes do Cemaden utilizem e mantenham o Portal de forma autônoma. Além disso, com a ajuda dos técnicos participantes, espera-se identificar novos usuários internos e externos dos aplicativos para atribuir-lhes um nome de usuário e senha dentro do Portal.
Ferramenta de previsão de inundações
Desenvolvida pelo Cemaden/MCTI, Programa Servir-Amazonia e Aliança-Bioversity-CIAT, foi lançada,no final do ano passado (2022), a ferramenta Hydroview para previsão de inundações. Essa ferramenta fornecerá dados com antecedência de até 15 dias de inundações críticas nos rios de médio e grande porte, em todas as bacias hidrográficas do território brasileiro. Os dados serão enviados à Sala de Situação (Operação) do Cemaden, para a inclusão no sistema de monitoramento, aprimorando a emissão de alerta de risco hidrológico.
Acordo Cemaden/MCTI
A assinatura da cooperação técnica entre o Cemaden/MCTI, Aliança Bioversity/CIAT e Programa SERVIR-Amazônia ocorreu no dia 22 de novembro de 2021, visando promover estudos de viabilidade de desenvolvimento de serviços de informação para o monitoramento hidrometeorológico, modelagem de inundações e deslizamento de terra no Brasil.
Iniciativa GEOGloWS
O GEOGloWS é uma organização voluntária, criada por acordo informal entre múltiplos parceiros dentro e fora do sistema da ONU (Organização das Nações Unidas). Esse sistema permite engajamento e maior integração com organizações transnacionais na ONU e agências com responsabilidades hídricas, que não serviços de hidrometrização. Exemplos de parceria são com o Cemaden/MCTI no Brasil e a SICA/CRRH na América Central. Com gestão feita por um Comitê Diretivo Internacional, a GEOGloWS foi criada em 2017 pela GEO Water Community para fornecer maior coordenação entre as diversas atividades de água doce dentro do GEO.
Evento : Workshop sobre o Uso do Portal Cemaden-GEOGloWS
Data: 12 de junho de 2023
Hora: 08:00 - 12:00
Local: Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)-Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP)
Modalidade: Hibrida (presencial e transmissão online)
Link de acesso online: https://byu.zoom.us/j/96808960252
Confirmação para participação do workshop e informações– Os interessados devem confirmar a participação no workshop enviando um e-mail para Alejandra Leiva em a.leiva@cgiar.org
Fonte : Ascom/Cemaden
Cientistas do Cemaden organizam workshop sobre sistemas de alerta centrados nas pessoas
Com o objetivo de compartilhar resultados e os métodos com abordagens multi e interdisciplinares para subsidiarem políticas públicas para prevenção de riscos e desastres no Brasil, será realizado o workshop “Sistemas de alerta centrados nas pessoas, no próximo dia 30 de junho, das 14 às 17 horas, no Auditório do Cemaden. O evento será no formato híbrido (presencial e por transmissão online).
Promovido pelo pesquisador e sociólogo Victor Marchezini, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o evento abordará alguns resultados da pesquisa de pós-doutorado desenvolvida pelo sociólogo. A pesquisa teve o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - Fapesp (processo 2018/06093-4), feita em parceria com pesquisadores (as) do Cemaden/MCTI e do Natural Hazards Center, da Universidade do Colorado- Boulder.
“Diante da complexidade e intensificação das vulnerabilidades e dos eventos extremos, é fundamental desenvolver métodos e abordagens multi e interdisciplinares, capazes de dialogar e gerar conhecimento científico para a prevenção de riscos e desastres”, afirma Marchezini.
“Como desenvolver uma metodologia para colocar em prática a recomendação da ONU a respeito da criação de sistemas de alerta centrados nas pessoas ? E que, também, abordem as multiameaças?”
Além da disseminação dos resultados do pós-doutorado, o evento permitirá subsidiar a continuidade da pesquisa do autor neste tema. A participação é voluntária, não-remunerada e os resultados da atividade poderão ser publicados como pesquisa científica, respeitando-se o anonimato dos participantes. “Precisamos promover o debate acerca da importância de sistemas de alerta que coloquem os diferentes grupos sociais como centro do processo de formulação, implementação e aperfeiçoamento dos sistemas de alerta”, argumenta o sociólogo.
Programação - Dia 30 de junho de 2023
A programação completa prevê palestra, oficina e pré-lançamento de um novo projeto.
14h00-14h10: Boas-vindas* (Dra. Regina Célia dos Santos Alvalá - Diretora do Cemaden/MCTI)
14h10 -14h40: Métodos multi e interdisciplinares para promoção de sistemas de alerta centrados nas pessoas* (Victor Marchezini/Cemaden, pós-doutorado no exterior - processo Fapesp 2018/06093-4).
*com transmissão ao vivo pelo Canal do YouTube Série de Debates Cemaden: https://www.youtube.com/watch?v=wWcASJ5rA9M).
14h40-15h00: Perguntas*
15h00 - 15h50: Oficina Sistemas de Alerta (presencial)
15h50 -16h00: Pré-lançamento do Projeto COPE (Capacidades Organizacionais de Preparação para Eventos Extremos) e encerramento
Atividades preparatórias para o evento híbrido e inscrições (oficinas)
O evento será realizado no dia 30 de junho, das 14h às 17h (horário de Brasília), no auditório do Cemaden, em São José dos Campos/SP. Prevê a realização de uma palestra inicial (com transmissão simultânea pelo Canal do YouTube Série de Debates Cemaden) e oficina presencial.
O workshop possui 40 vagas para interessados (as) em participar presencialmente (a participação virtual é ilimitada). A atividade é voltada a servidores públicos (as), estudantes de pós-graduação, operadores da defesa civil, representantes de ONGs e demais interessados (as). Para participação presencial é necessária inscrição prévia, que deverá ser feita pelo link: https://docs.google.com/forms/d/1bFVKszMLGba5mMJBjrAvB266TOQ3bewKXNU_N5L4pn8/edit.
Leitura prévia de publicações
A participação no workshop requer a leitura prévia de duas publicações de acesso aberto, destacadas a seguir.
MARCHEZINI, Victor; LONDE, L. R. . Sistemas de alerta centrados nas pessoas: desafios para os cidadãos, cientistas e gestores públicos. Revista Gestão e Sustentabilidade Ambiental, v. 7, p. 525-558, 2018. Disponível em:
https://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/gestao_ambiental/article/view/6558
MARCHEZINI, Victor; MOURAO, C. ; SCOFIELD, G. ; METODIEV, D. ; FLORES, S. S. L. Sistemas Comunitários de Alerta de Risco de Desastres Associados a Inundações e Deslizamentos: Aspectos Teóricos e Metodológicos. Revista de Estudios Latinoamericanos sobre Reducción del Riesgo de Desastres REDER, v. 4, p. 36, 2020. Disponível em: https://www.revistareder.com/ojs/index.php/reder/article/view/49
Em caso de dúvidas, pode ser encaminhado e-mail para victor.marchezini@cemaden.gov.br
Fonte: Ascom/Cemaden