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Pesquisa do Cemaden sobre o tema Desastres e Antropologia é divulgada em publicação internacional
Abordando a temática “antropologia dos riscos e desastres”, pesquisador do Cemaden divulgou resultados de estudo que integrou o dossiê especial da Sociedade para Antropologia Aplicada. O dossiê contou com contribuições de pesquisadores de diferentes partes do mundo, incluindo estudos focando experiências em prevenção e mitigação de riscos e o processo de reconstrução e recuperação frente aos desastres que ocorreram em diversos países.
Pesquisa focando a análise sobre alguns aspectos de governança ao longo do processo de resposta, reconstrução e recuperação frente ao desastre de São Luiz do Paraitinga (SP) – município brasileiro atingido por inundações em janeiro de 2010 – foi tema da contribuição do pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, sociólogo Victor Marchezini, cujo artigo intitulado “Biopolitics of disaster: power, discourses and practices” foi publicado recentemente na Revista Human Organization, da Sociedade para a Antropologia Aplicada (Society for Applied Anthropology).
O volume especial sobre “antropologia dos riscos e desastres” foi também divulgado na PreventionWeb, uma plataforma virtual à serviço do Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR) e disponibilizada à comunidade que atua na redução do risco de desastres.
O volume especial – que reuniu uma coleção de documentos, levantamento de dados e informações detalhadas sobre desastres –inclui abordagens adotadas em diferentes contextos culturais associados ao pós-impacto de ameaças naturais – como do tufão Morakot em Taiwan no ano de 2009, do tornado de 2011 em Joplin (EUA), assim como das inundações de 2010 em São Luiz do Paraitinga (Brasil), entre outros. Pesquisadores de diferentes países analisaram como os governos e as sociedades adotaram estratégias para prevenir e mitigar os riscos, quais as vulnerabilidades vivenciadas e os modos como respondem e lidam com o processo de reconstrução e recuperação frente a desastres.
“É preciso reconhecer que desastres apresentam impactos de curto, médio e longo prazo, os quais demandam o desenvolvimento de estratégias de recuperação para os diferentes setores da economia. Faz-se necessário ainda reduzir os danos socioeconômicos e psicossociais vivenciados, promover a geração de trabalho e renda, além de avaliar as lições aprendidas, com o objetivo de reduzir os riscos de um novo desastre”, destaca o pesquisador e sociólogo do Cemaden.
Na abordagem adotada, Marchezini fez uma reflexão sobre o planejamento das ações de reconstrução, sugerindo a aplicação de consulta aos atingidos, por meio de audiências públicas deliberativas. Nesse contexto, destacou a demanda por levantamento de informações sobre as necessidades de reconstrução e recuperação dos sobreviventes, além da incorporação do princípio da transparência no decorrer do processo de recuperação, o que possibilitaria, também, o acompanhamento do cronograma das ações e da prestação de contas dos investimentos realizados. A participação dos afetados e sobreviventes na formulação de planos de reconstrução é essencial para que os mesmos possam ser sujeitos de seu próprio processo de recuperação. A reconstrução não deve contemplar somente as infraestruturas, mas deve incluir também as dimensões sociais e culturais, de modo que as pessoas afetadas não sejam abandonadas nos desastres.
Maiores informações sobre as publicações especificas abordando questões referentes à antropologia e desastres estão disponibilizadas nos links:
Society for Applied Anthropology: http://sfaajournals.net/
Revista Human Organization: http://sfaajournals.net/toc/humo/74/4
PreventionWeb (UNISDR)
http://www.preventionweb.net/publications/view/47092?&a=email&utm_source=pw_email
Cemaden participa do Encontro Global das Academias de Ciências para discutir redução de riscos de desastres naturais
Convidado pelo Conselho de Ciências do Japão e indicado pela Academia Brasileira de Ciências, o pesquisador e climatologista, José Marengo, do Cemaden/MCTI, participou do Encontro Global das Academias de Ciências 2016, no Japão, que debateu as quatro prioridades do Protocolo de Sendai para a redução de riscos de desastres e a construção de cidades resilientes. O documento final do Encontro (englobando vários temas científicos) será entregue pelas academias científicas aos líderes mundiais, no mês de maio, no Japão, durante a reunião dos países do G-8.
Apresentando as experiências do Brasil sobre a gestão de risco de desastres naturais, o pesquisador e climatologista José Marengo – Chefe da Divisão de Pesquisas e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – participou em Tóquio (Japão), entre os dias 17 e 19 de fevereiro, do Encontro Global das Academias de Ciências 2016.
Marengo participou do Grupo de Trabalho sobre Risco de Desastres, apresentando as experiências do Cemaden nas áreas de monitoramento, alertas e pesquisas sobre gestão de risco de desastres no Brasil. Foram discutidas as quatro prioridades definidas pelo Protocolo de Sendai para 2015-2020, abordando a situação atual e as metas para a redução do risco de desastres naturais e para a construção de sociedades resilientes.
Encontro Global das Academias de Ciências em 2016
Organizado pelo Conselho de Ciências do Japão, sigla em inglês- SCJ (Science Council of Japan), o evento deste ano teve a participação das academias de ciências de sete países: Brasil, Índia, China, Estados Unidos, Indonésia, Coreia, África do Sul e Turquia, além de representantes de vários setores da ciência e tecnologia do Japão.
Além do pesquisador José Marengo, Robert Lent, membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), também participou do referido Encontro Global das Academias de Ciências 2016.
Em 2016, os temas abordados foram: “Ciência do cérebro e saúde mental”; “Redução do risco de desastres naturais para o desenvolvimento sustentável” e “Desenvolvimento científico para todos – nutrindo bons cientistas para o futuro”. É a segunda vez que o Japão sedia o evento, que reúne cientistas e especialistas do mundo inteiro no Encontro Global das Academias de Ciências. Esse evento já foi realizado no Japão em 2008.
“Esta foi uma oportunidade de colaborar e interagir com especialistas em vários temas, entre eles o de desastres naturais.”, afirma José Marengo. Como resultado do encontro, elaborou-se uma declaração conjunta, a ser assinada pelos presidentes das academias de ciências que participaram do evento.
Os representantes das academias foram convocados para finalizarem, nos dias 19 e 22 de fevereiro, o texto a ser entregue aos representantes de seus países.
O documento que será firmado, em conjunto, pelas academias científicas, será entregue aos líderes mundiais, durante a reunião dos países do G8, que ocorrerá no Japão, em maio deste ano. A sigla G-8 corresponde ao grupo dos 8 países mais industrializados e influentes do mundo. Fazem parte: os Estados Unidos, Japão, Alemanha, Canadá, França, Itália, Reino Unido e Rússia.
Desde 2005, as academias de ciências do G8 e de outros países se reúnem, anualmente, para discutir desafios globais e propor recomendações políticas aos líderes de suas nações.
Protocolo de Sendai 2015-2020
Aprovada na Terceira Conferência Mundial sobre a Redução do Risco de Desastres, realizado em março de 2015, em Sendai, Japão, os países firmaram o Protocolo de Sendai, para ações no período de 2015 a 2020, definindo as quatro prioridades de ação focada nos âmbitos intra – e intersetorial, promovida pelos países em níveis local, nacional, regional e global. Foram definidas as seguintes prioridades de ações :
Prioridade 1: Compreensão sobre a redução de risco de desastres
Prioridade 2: Fortalecimento da governança e gerenciamento do risco de desastres
Prioridade 3: Investir na redução de risco de desastres visando sociedades mais resilientes aos desastres
Prioridade 4: Melhoria na preparação com vistas à respostas mais efetivas para reconstrução, recuperação (Build Back Better) e reabilitação de áreas afetadas por desastres
Cemaden é homenageado pela Defesa Civil do Estado de SP
Pelo terceiro ano consecutivo, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – recebeu a Medalha de Defesa Civil, da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de São Paulo, do Gabinete da Casa Militar, homenagem destinada às pessoas físicas e jurídicas que comprovadamente colaboraram de forma expressiva com as ações de Defesa Civil.
Neste ano, durante o aniversário de 40 anos da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil de São Paulo, o homenageado foi o coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento, Eduardo Mário Mendiondo, que vem desenvolvendo – junto à equipe de pesquisadores do Cemaden e em parceria com instituições de pesquisas nacionais e internacionais – pesquisas voltadas para o monitoramento e prevenção de desastres naturais, principalmente na área de enchentes, enxurradas, cheias nas áreas urbanas vulneráveis a esses desastres naturais e monitoramento de bacias hidrográficas.
Em 2014, a homenageada foi a pesquisadora e coordenadora de Relações Institucionais do Cemaden, Regina Alvalá, que há anos vem desenvolvendo trabalhos e pesquisas na área de desastres naturais e faz parte do grupo de servidores envolvidos na criação do Centro.
No ano passado (2015), a homenagem foi para o Cel. João Batista Monteiro Júnior e para Demerval Gonçalves, ambos vinculados ao Cemaden com atuação voltada para as ações de instalação e desenvolvimento do gerenciamento de dados dos pluviômetros automáticos, nos municípios classificados como prioritários para o monitoramento das áreas de riscos de desastres naturais.
A condecoração- representada por medalha e diploma – entregue aos homenageados pelos serviços prestados à comunidade nas atividades de Defesa Civil – foi instituída pelo Decreto Estadual n° 26.856, de 6 de março de 1.987, no Estado de São Paulo.
O Cemaden, criado em julho de 2011 pelo Decreto Presidencial nº 7.513, conta com um quadro de recursos humanos técnico-científicos especializados e interdisciplinares, que atuam num Centro inovador com foco no desenvolvimento do sistema organizado e aprimorado de monitoramento, alerta, prevenção e redução dos impactos ambientais, sociais e econômicos decorrentes de eventos extremos que deflagram desastres naturais. Operando 24 horas por dia, sem interrupção, a instituição monitora, em todo o território nacional, as áreas de risco de 957 municípios classificados como vulneráveis a desastres naturais. Entre outras competências, envia os alertas de desastres ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), do Ministério da Integração Nacional (MI), auxiliando o Sistema Nacional de Defesa Civil.
Homenageados pela Defesa Civil do Estado de SP: Regina Alvalá, Cel. João Batista Monteiro Júnior, Demerval Gonçalves e Mario Mendiondo,(2014,2015 e 2016, respectivamente) representando o Cemaden.
Cemaden instala equipamentos para monitoramento de deslizamentos em Angra dos Reis (RJ)
Angra dos Reis é o próximo município da região serrana do estado do Rio de Janeiro a receber os sensores geotécnicos – denominados de ETR – Estação Total Robotizada – que serão instalados, na próxima semana, pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Os sensores geotécnicos fazem parte do projeto de Monitoramento de Morros para Prevenção de Riscos de Deslizamentos do Cemaden/MCTI para acompanhar, com maior precisão, a movimentação de terra em morros e encostas nas áreas de riscos de deslizamentos. São equipamentos de alta tecnologia que estão sendo instalados nas áreas vulneráveis a deslizamentos de nove municípios, em várias regiões do País.
Já foram instaladas as Estações Totais Robotizadas(ETR) nos municípios de Mauá e Santos, no estado de São Paulo, e Blumenau, em Santa Catarina. Nos municípios serranos de Petrópolis e Nova Friburgo, está finalizando a instalação do equipamento. Os próximos municípios a receberem os sensores geotécnicos são Teresópolis, também na região serrana do Rio de Janeiro, Salvador, Bahia e Recife, Pernambuco.
Além do equipamento que registra qualquer movimentação de terra das encostas, também são instalados 100 prismas nos morros e encostas nas áreas vulneráveis a deslizamentos.
O pesquisador e geólogo do Cemaden, Márcio Andrade visitará as áreas vulneráveis próximas ao centro da cidade, definindo, juntamente a Defesa Civil de Angra dos Reis, os locais onde serão instalados os prismas.
Após a instalação dos sensores geotécnicos, há um tempo para a configuração e ajustes técnicos dos equipamentos para que ocorra a transmissão de dados ao Cemaden de São José dos Campos (SP).
Projeto de Monitoramento dos Morros para Prevenção de Deslizamentos
A Estação Total Robotizada (ETR) é um sensor geotécnico que emite sinal infravermelho, o qual é refletido nos 100 prismas ( ou espelhos) instalados nos morros e encostas do município. Esses sinais emitidos permitem captar até pequenas movimentações de terra dos morros, abrangendo uma área circundada de encostas em 360 graus, cobrindo até 2,5 km de extensão.
Os dados coletados pelos equipamentos serão enviados, via internet, ao Cemaden, possibilitando acompanhar e monitorar qualquer risco de deslizamentos das encostas. A partir das pesquisas, as informações e dados obtidos darão subsídios para aprimorar a emissão de alertas prévios de movimentos de massa com maior confiabilidade.
Os moradores das áreas de riscos de deslizamentos de Angra dos Reis estão sendo informados e esclarecidos sobre as instalações desses aparelhos próximos às moradias. Esses equipamentos não causam quaisquer interferências em outros equipamentos e nem impactos às áreas onde serão instalados.
O município de Angra dos Reis já tem parceria com o Cemaden, com 30 pluviômetros automáticos instalados em locais próximos a áreas de risco de desastres, além de 16 pluviômetros semiautomáticos, do Projeto Pluviômetros nas Comunidades. Os pluviômetros têm a função de medir, em milímetros, a quantidade de chuva precipitada, durante um determinado tempo e local, para monitoramento do município.
Dentro do projeto de Monitoramento de Morros para Prevenção de Riscos de Deslizamentos, na primeira etapa, cada um dos nove municípios, que faz parte do projeto, receberá uma Estação Total Robotizada, acompanhada de 100 prismas. Na segunda etapa do projeto, serão instalados mais um conjunto de equipamentos de monitoramento, composto por 15 plataformas de coleta de dados. Cada plataforma é integrada por um pluviômetro e seis sensores de umidade do solo, que coletam dados sobre quantidade de chuvas acumuladas e de água no solo, complementando as informações sobre possíveis riscos de deslizamentos.
Pesquisa do Cemaden sobre o tema Desastres e Antropologia é divulgada em publicação internacional
Abordando a temática “antropologia dos riscos e desastres”, pesquisador do Cemaden divulgou resultados de estudo que integrou o dossiê especial da Sociedade para Antropologia Aplicada. O dossiê contou com contribuições de pesquisadores de diferentes partes do mundo, incluindo estudos focando experiências em prevenção e mitigação de riscos e o processo de reconstrução e recuperação frente aos desastres que ocorreram em diversos países.
Pesquisa focando a análise sobre alguns aspectos de governança ao longo do processo de resposta, reconstrução e recuperação frente ao desastre de São Luiz do Paraitinga (SP) – município brasileiro atingido por inundações em janeiro de 2010 – foi tema da contribuição do pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, sociólogo Victor Marchezini, cujo artigo intitulado “Biopolitics of disaster: power, discourses and practices” foi publicado recentemente na Revista Human Organization, da Sociedade para a Antropologia Aplicada (Society for Applied Anthropology).
O volume especial sobre “antropologia dos riscos e desastres” foi também divulgado na PreventionWeb, uma plataforma virtual à serviço do Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR) e disponibilizada à comunidade que atua na redução do risco de desastres.
O volume especial – que reuniu uma coleção de documentos, levantamento de dados e informações detalhadas sobre desastres –inclui abordagens adotadas em diferentes contextos culturais associados ao pós-impacto de ameaças naturais – como do tufão Morakot em Taiwan no ano de 2009, do tornado de 2011 em Joplin (EUA), assim como das inundações de 2010 em São Luiz do Paraitinga (Brasil), entre outros. Pesquisadores de diferentes países analisaram como os governos e as sociedades adotaram estratégias para prevenir e mitigar os riscos, quais as vulnerabilidades vivenciadas e os modos como respondem e lidam com o processo de reconstrução e recuperação frente a desastres.
“É preciso reconhecer que desastres apresentam impactos de curto, médio e longo prazo, os quais demandam o desenvolvimento de estratégias de recuperação para os diferentes setores da economia. Faz-se necessário ainda reduzir os danos socioeconômicos e psicossociais vivenciados, promover a geração de trabalho e renda, além de avaliar as lições aprendidas, com o objetivo de reduzir os riscos de um novo desastre”, destaca o pesquisador e sociólogo do Cemaden.
Na abordagem adotada, Marchezini fez uma reflexão sobre o planejamento das ações de reconstrução, sugerindo a aplicação de consulta aos atingidos, por meio de audiências públicas deliberativas. Nesse contexto, destacou a demanda por levantamento de informações sobre as necessidades de reconstrução e recuperação dos sobreviventes, além da incorporação do princípio da transparência no decorrer do processo de recuperação, o que possibilitaria, também, o acompanhamento do cronograma das ações e da prestação de contas dos investimentos realizados. A participação dos afetados e sobreviventes na formulação de planos de reconstrução é essencial para que os mesmos possam ser sujeitos de seu próprio processo de recuperação. A reconstrução não deve contemplar somente as infraestruturas, mas deve incluir também as dimensões sociais e culturais, de modo que as pessoas afetadas não sejam abandonadas nos desastres.
Maiores informações sobre as publicações especificas abordando questões referentes à antropologia e desastres estão disponibilizadas nos links:
Society for Applied Anthropology: http://sfaajournals.net/
Revista Human Organization: http://sfaajournals.net/toc/humo/74/4
PreventionWeb (UNISDR)
http://www.preventionweb.net/publications/view/47092?&a=email&utm_source=pw_email
Cemaden participa do Encontro Global das Academias de Ciências para discutir redução de riscos de desastres naturais
Convidado pelo Conselho de Ciências do Japão e indicado pela Academia Brasileira de Ciências, o pesquisador e climatologista, José Marengo, do Cemaden/MCTI, participou do Encontro Global das Academias de Ciências 2016, no Japão, que debateu as quatro prioridades do Protocolo de Sendai para a redução de riscos de desastres e a construção de cidades resilientes. O documento final do Encontro (englobando vários temas científicos) será entregue pelas academias científicas aos líderes mundiais, no mês de maio, no Japão, durante a reunião dos países do G-8.
Apresentando as experiências do Brasil sobre a gestão de risco de desastres naturais, o pesquisador e climatologista José Marengo – Chefe da Divisão de Pesquisas e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – participou em Tóquio (Japão), entre os dias 17 e 19 de fevereiro, do Encontro Global das Academias de Ciências 2016.
Marengo participou do Grupo de Trabalho sobre Risco de Desastres, apresentando as experiências do Cemaden nas áreas de monitoramento, alertas e pesquisas sobre gestão de risco de desastres no Brasil. Foram discutidas as quatro prioridades definidas pelo Protocolo de Sendai para 2015-2020, abordando a situação atual e as metas para a redução do risco de desastres naturais e para a construção de sociedades resilientes.
Encontro Global das Academias de Ciências em 2016
Organizado pelo Conselho de Ciências do Japão, sigla em inglês- SCJ (Science Council of Japan), o evento deste ano teve a participação das academias de ciências de sete países: Brasil, Índia, China, Estados Unidos, Indonésia, Coreia, África do Sul e Turquia, além de representantes de vários setores da ciência e tecnologia do Japão.
Além do pesquisador José Marengo, Robert Lent, membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), também participou do referido Encontro Global das Academias de Ciências 2016.
Em 2016, os temas abordados foram: “Ciência do cérebro e saúde mental”; “Redução do risco de desastres naturais para o desenvolvimento sustentável” e “Desenvolvimento científico para todos – nutrindo bons cientistas para o futuro”. É a segunda vez que o Japão sedia o evento, que reúne cientistas e especialistas do mundo inteiro no Encontro Global das Academias de Ciências. Esse evento já foi realizado no Japão em 2008.
“Esta foi uma oportunidade de colaborar e interagir com especialistas em vários temas, entre eles o de desastres naturais.”, afirma José Marengo. Como resultado do encontro, elaborou-se uma declaração conjunta, a ser assinada pelos presidentes das academias de ciências que participaram do evento.
Os representantes das academias foram convocados para finalizarem, nos dias 19 e 22 de fevereiro, o texto a ser entregue aos representantes de seus países.
O documento que será firmado, em conjunto, pelas academias científicas, será entregue aos líderes mundiais, durante a reunião dos países do G8, que ocorrerá no Japão, em maio deste ano. A sigla G-8 corresponde ao grupo dos 8 países mais industrializados e influentes do mundo. Fazem parte: os Estados Unidos, Japão, Alemanha, Canadá, França, Itália, Reino Unido e Rússia.
Desde 2005, as academias de ciências do G8 e de outros países se reúnem, anualmente, para discutir desafios globais e propor recomendações políticas aos líderes de suas nações.
Protocolo de Sendai 2015-2020
Aprovada na Terceira Conferência Mundial sobre a Redução do Risco de Desastres, realizado em março de 2015, em Sendai, Japão, os países firmaram o Protocolo de Sendai, para ações no período de 2015 a 2020, definindo as quatro prioridades de ação focada nos âmbitos intra – e intersetorial, promovida pelos países em níveis local, nacional, regional e global. Foram definidas as seguintes prioridades de ações :
Prioridade 1: Compreensão sobre a redução de risco de desastres
Prioridade 2: Fortalecimento da governança e gerenciamento do risco de desastres
Prioridade 3: Investir na redução de risco de desastres visando sociedades mais resilientes aos desastres
Prioridade 4: Melhoria na preparação com vistas à respostas mais efetivas para reconstrução, recuperação (Build Back Better) e reabilitação de áreas afetadas por desastres.
Série de Debates promove discussões científicas sobre monitoramento e redução de risco de desastres
Os debates abordam temas interdisciplinares, associados às áreas de geologia, hidrologia, meteorologia, desastres naturais, e outras áreas afins, como, por exemplo, educação e sociologia, os quais focam a prevenção dos riscos de desastres naturais. Nessas discussões, também são convidados pesquisadores de outras instituições científicas e de universidades, tanto nacionais como internacionais, além de representantes dos três níveis de governo. O objetivo é fortalecer a interface entre ciência e formulação de políticas públicas.
Os temas abordados incluem a gestão de riscos ambientais e de desastres naturais, monitoramento das áreas de riscos, tecnologias e inovações para prevenção de desastres, educação para redução do risco de desastres, incêndios florestais e opções de mitigação, vulnerabilidade a desastres, impactos socioeconômicos de desastres, entre outros.
O primeiro tema discutido, na série de 2016, foi “Análise da participação social no contexto da gestão de riscos ambientais”. Débora Olivato, pesquisadora do Cemaden, abordou a dimensão da participação da população no processo de gerenciamento de riscos ambientais e a percepção dos moradores sobre elementos de vulnerabilidade e perigo. Os dados, informações e conhecimentos levantados na bacia hidrográfica do rio Indaiá – Ubatuba, São Paulo, podem subsidiar diretrizes e ações do poder público na prevenção de riscos ambientais da localidade.
Nas áreas de modelagem e sistemas de monitoramento, também em janeiro de 2016, os pesquisadores Flávio Horita e Werner Leyh, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, da Universidade de São Paulo (USP), abordaram os Sistemas de Informação, os desafios de monitoramento de riscos de desastres e a necessidade de integração de dados e serviços de parceiros.
A Programação Completa da Série Debates do 1º Semestre de 2016 incluem os seguintes temas:
15/01 – “Análise da participação social no contexto da gestão de riscos ambientais na bacia hidrográfica do rio Indaiá, Ubatuba-SP”
20/01 – “Uma abordagem para qualificar e apoiar o processo de decisão na gestão de desastres”
02/02 – “Monitoramento de riscos atuais e futuros: aprendizados e potencialidades da parceria Brasil – JRC/União Europeia”
18/02 – “Tecnologias e inovações para prevenção de desastres”
09/03 – “Impactos de desastres socioambientais em saúde pública: estudos dos casos dos Estados de Santa Catarina em 2008 e Pernambuco em 2010”
20/04 – “Cenários de risco de desastres na Região Nordeste (Parte I)”
03/05 – “Cenários de risco de desastres na Região Nordeste (Parte II)”
29/06 – Simulado operacional de monitoramento e emissão de alertas
Maiores informações sobre as palestras da Série Debates do Cemaden podem ser encaminhadas para o e-mail: assessoriadeimprensa@cemaden.gov.br
Cemaden desenvolve intercâmbio científico sobre desastres naturais no Projeto Diálogos Setoriais Brasil-UE
Com o objetivo de realizar o intercâmbio internacional de informações para o desenvolvimento de pesquisas estratégicas, as quais contribuam para minimizar os impactos dos desastres naturais, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação- vem dando prosseguimento ao cronograma do Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil, na ação “Colaboração em Desastres Naturais Brasil-Europa”, com atividades previstas até junho de 2016.
Neste mês de fevereiro, pesquisadores, tecnologistas/operadores da Sala de Situação e analistas do Cemaden estiveram reunidos para discutir as estratégias do intercâmbio técnico-científico, de forma a ampliar as pesquisas envolvendo as áreas interdisciplinares de meteorologia, geologia, hidrologia e desastres naturais.
Entre as atividades previstas, receberam a visita do pesquisador André Paquier, Chefe de Unidade de Pesquisa do IRSTEA (National Research Institute of Science and Technology), sediado em Lyon, França. O pesquisador também é o especialista europeu convidado da ação RISC0002 dos Diálogos Setoriais, União Europeia-Brasil. Durante dois dias, na segunda semana de fevereiro, o pesquisador proferiu palestra aos pesquisadores e tecnologistas do Cemaden, em São José dos Campos(SP), transmitido por videoconferência ao Cemaden de Cachoeira Paulista.
Especialista em hidráulica fluvial, com ênfase em vulnerabilidade e riscos de enchentes, rompimento de barragens e transporte de sedimentos, André Paquier trouxe sua experiência em modelagem de ondas de cheias e abriu discussões sobre projetos de pesquisas sobre inundações de várzeas urbanas.
Nas atividades do Projeto Diálogos Setoriais UE-Brasil, está prevista nova visita em 2016 ao Joint Research Centre (JRC), centro de pesquisas localizado na cidade de Ispra, na Itália, pelos pesquisadores do Cemaden: o hidrólogo Conrado de Moraes Rudorff e meteorologista especializado em desastres naturais, Christopher Alexander Cunningham Castro. Em novembro de 2015, dois pesquisadores do Cemaden também estiveram visitando essa instituição: o coordenador-geral de Pesquisas e Desenvolvimento, hidrólogo Eduardo Mario Mendiondo e o agrometerologista Marcelo Zeri.
“O objetivo do Cemaden nas ações do Projeto Diálogos Setoriais UE-Brasil é desenvolver produtos, pesquisas aplicadas e ferramentas operacionais para o aprimoramento das técnicas de monitoramento e emissão de alertas de riscos de desastres naturais.”, afirma o Chefe de Pesquisas e Desenvolvimento do Cemaden, climatologista José Marengo, que também contribui para as atividades de Assessoria Internacional – no âmbito dos intercâmbios com instituições científicas internacionais – com as quais o Cemaden interage.
Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil
Os Diálogos Setoriais são considerados uma nova dinâmica de cooperação entre a União Europeia (UE) e o Brasil. Há cerca de 30 diálogos mapeados entre o Brasil e a UE sobre os mais diversos temas, que se dão com bases em princípios de reciprocidade e complementaridade, visando o intercâmbio de conhecimentos e experiências em áreas de interesse mútuo. Informações detalhadas estão disponibilizadas no link seção Observatório dos Diálogos.
Por meio de intercâmbio de conhecimentos técnicos, o Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais UE-Brasil tem como objetivo contribuir para o aprofundamento da parceria estratégica e das relações bilaterais entre o Brasil e a União Europeia. É coordenado em conjunto pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) – por meio da Direção Nacional do Projeto – e pela Delegação da União Europeia no Brasil (Delbra).
Pesquisadores brasileiros e japoneses discutem novos modelos de monitoramento e transmissão de alertas sobre deslizamentos
Com o objetivo de avaliar o Manual de Monitoramento e Alertas e o novo Protocolo de Transmissão de Alertas, nos próximos dias 23 e 24 de fevereiro, será realizada a 8ª Reunião Técnica sobre Previsão e Alerta de Desastres de Sedimentos, no Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, no Auditório do Parque Tecnológico, em São José dos Campos (SP).
Os documentos elaborados sobre monitoramento e alertas são o resultado dos trabalhos de pesquisa em campo, reuniões técnicas, discussões e intercâmbio de experiências entre pesquisadores brasileiros e japoneses, junto aos especialistas de Defesas Civis Municipais, dentro do Projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada em Desastres Naturais (Gides).
O Projeto Gides faz parte do Termo de Cooperação entre Brasil e Japão, firmado em julho de 2013. Todas as metodologias e procedimentos discutidos têm como bases a experiência japonesa aplicada nos municípios de Nova Friburgo e Petrópolis (RJ) e de Blumenau (SC), cidades pilotos integrantes do projeto. O objetivo é sistematizar e aprimorar as emissões de alertas de risco de deslizamentos, com um planejamento de regras e ações junto às comunidades vulneráveis a riscos de desastres naturais, e, posteriormente, serem aplicadas nas áreas de risco dos municípios monitorados, em todo o território nacional.
A abertura do evento, às 8h30, no próximo dia 23, será feita pelo diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes e a previsão do encerramento dos trabalhos no dia 24 às 12 horas. Na programação da 8ª Reunião Técnica do Gides, além das apresentações dos pesquisadores e dos tecnologistas (operadores) da Sala de Operação do Cemaden/MCTI, estarão abordando os temas os especialistas do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), do Ministério da Integração e representantes das Defesas Civis Estaduais e Municipais, da região serrana do Rio de Janeiro e de Santa Catarina.
Acordo entre Brasil e Japão e intercâmbios científicos
O intercâmbio entre Brasil e Japão faz parte do Projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos em Desastres Naturais. O projeto visa melhorar a capacidade brasileira de avaliar e reduzir riscos, aperfeiçoando o monitoramento, além de conduzir e organizar a pesquisa e desenvolvimento (P&D) sobre desastres naturais.
O Termo de Cooperação entre os dois países foi firmado em 2013, envolvendo as Agências Brasileira de Cooperação (ABC) e a de Cooperação Internacional do Japão (Jica), os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (por meio do Cemaden), das Cidades, da Integração Nacional e das Minas e Energia do Brasil, para o fortalecimento da capacidade brasileira na gestão de riscos de desastres naturais.
Cemaden é homenageado pela Defesa Civil do Estado de SP
Pelo terceiro ano consecutivo, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – recebeu a Medalha de Defesa Civil, da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de São Paulo, do Gabinete da Casa Militar, homenagem destinada às pessoas físicas e jurídicas que comprovadamente colaboraram de forma expressiva com as ações de Defesa Civil.
Neste ano, durante o aniversário de 40 anos da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil de São Paulo, o homenageado foi o coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento, Eduardo Mário Mendiondo, que vem desenvolvendo – junto à equipe de pesquisadores do Cemaden e em parceria com instituições de pesquisas nacionais e internacionais – pesquisas voltadas para o monitoramento e prevenção de desastres naturais, principalmente na área de enchentes, enxurradas, cheias nas áreas urbanas vulneráveis a esses desastres naturais e monitoramento de bacias hidrográficas.
Em 2014, a homenageada foi a pesquisadora e coordenadora de Relações Institucionais do Cemaden, Regina Alvalá, que há anos vem desenvolvendo trabalhos e pesquisas na área de desastres naturais e faz parte do grupo de servidores envolvidos na criação do Centro.
No ano passado (2015), a homenagem foi para o Cel. João Batista Monteiro Júnior e para Demerval Gonçalves, ambos vinculados ao Cemaden com atuação voltada para as ações de instalação e desenvolvimento do gerenciamento de dados dos pluviômetros automáticos, nos municípios classificados como prioritários para o monitoramento das áreas de riscos de desastres naturais.
A condecoração- representada por medalha e diploma – entregue aos homenageados pelos serviços prestados à comunidade nas atividades de Defesa Civil – foi instituída pelo Decreto Estadual n° 26.856, de 6 de março de 1.987, no Estado de São Paulo.
O Cemaden, criado em julho de 2011 pelo Decreto Presidencial nº 7.513, conta com um quadro de recursos humanos técnico-científicos especializados e interdisciplinares. A equipe trabalha de forma inovadora, com foco no desenvolvimento do sistema organizado e aprimorado de monitoramento, alerta, prevenção e redução dos impactos ambientais, sociais e econômicos decorrentes de eventos extremos que deflagram desastres naturais. Operando 24 horas por dia, sem interrupção, a instituição monitora, em todo o território nacional, as áreas de risco de 957 municípios classificados como vulneráveis a desastres naturais. Entre outras competências, envia os alertas de desastres ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), do Ministério da Integração Nacional (MI), auxiliando o Sistema Nacional de Defesa Civil.
Cemaden instala sensores geotécnicos para monitoramento de morro em Nova Friburgo
Nova Friburgo é o segundo município da região serrana do Rio de Janeiro a receber a instalação de sensores geotécnicos para monitoramento e prevenção de deslizamentos em morro. O equipamento que detecta a movimentação de terra dos morros, denominado Estação Total Robotizada (ETR) está sendo instalado, nesta semana, na Escola Municipal Lafayette Bravo Filho, localizada em frente às encostas e áreas vulneráveis a deslizamentos, no Bairro Conselheiro Paulino. Ao redor dessas encostas, também estão sendo instalados 100 prismas, os quais refletem o sinal de infravermelho emitido pela ETR, indicando qualquer tipo de movimentação de terra, em milímetros.
Os sensores geotécnicos fazem parte do Projeto de Monitoramento de Morros para Prevenção de Riscos de Deslizamentos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, para acompanhar com maior precisão a movimentação de terra em morros e encostas nas áreas de riscos de deslizamentos. Trata-se de equipamentos de alta tecnologia, instalados nas áreas vulneráveis a deslizamentos em nove municípios em várias regiões do País.
Já foram instalados os equipamentos em Mauá e Santos (SP), Blumenau(SC) e Petrópolis (RJ). Além de Nova Friburgo, os próximos municípios a receberem os sensores geotécnicos na região serrana do Rio de Janeiro são Teresópolis e Angra dos Reis. Nos meses de março e abril, estão previstas as instalações nos municípios de Salvador (BA) e Recife (PE).
Em Nova Friburgo, o projeto será apresentado nesta sexta-feira (29) pelo geólogo e pesquisador do Cemaden, Márcio Andrade, juntamente com o secretário da Defesa Civil Municipal, Ten. Cel. João Paulo Mori.
Projeto de Monitoramento dos Morros para Prevenção de Deslizamentos
A Estação Total Robotizada (ETR) é um sensor geotécnico que emite sinal infravermelho, o qual é refletido nos 100 prismas ( ou espelhos) instalados nos morros e encostas do município. Esses sinais emitidos permitem captar até pequenas movimentações de terra dos morros, abrangendo uma área circundada de encostas em 360 graus, cobrindo até 2,5 km de extensão.
Os dados coletados pelos equipamentos serão enviados, via internet, ao Cemaden, possibilitando acompanhar e monitorar qualquer risco de deslizamentos das encostas. A partir de pesquisas em andamento, as informações e dados obtidos darão subsídios para emissão de alertas prévios de movimentos de massa com maior confiabilidade.
Os moradores das áreas de riscos de deslizamentos de Nova Friburgo já estão sendo informados e esclarecidos que as instalações desses equipamentos próximos às moradias não causam quaisquer interferências em outros equipamentos e nem impactos às áreas onde serão instalados.
O município de Nova Friburgo, que tem parceria com o Cemaden, conta com 23 pluviômetros automáticos instalados em locais próximos a áreas de risco de desastres, além de 22 pluviômetros semiautomáticos, do Projeto Pluviômetros nas Comunidades. Os pluviômetros têm a função de medir, em milímetros, a quantidade de chuva precipitada, durante um determinado tempo e local, para monitoramento do município.
Dentro do Projeto de Monitoramento de Morros para prevenção de riscos de deslizamentos, além da instalação da ETR e prismas em cada um dos nove municípios, está prevista, na segunda etapa do projeto, a instalação de mais um conjunto de equipamentos de monitoramento, composto por 15 plataformas de coleta de dados. Cada plataforma é integrada por um pluviômetro e seis sensores de umidade do solo, para coletar dados sobre quantidade de chuvas acumuladas e de água no solo, complementando as informações sobre possíveis riscos de deslizamentos.
Pesquisadores e representante do governo do Japão visitam o Cemaden
Uma comitiva japonesa composta por pesquisadores de institutos da área de Meterologia, de cooperação científica e por representante do governo do Japão, esteve, na manhã desta terça-feira (12), no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), visitando o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O objetivo foi o de conhecer o desenvolvimento das atividades de monitoramento geo-hidrometeorógico e discutir as possibilidades de acordos de cooperação técnica-científica entre o Brasil e Japão.
O diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes, o coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento, Mario Mendiondo e o chefe da Divisão de Operação e Modelagem, Carlos Frederico Ângelis fizeram a apresentação dos trabalhos desenvolvidos na instituição, bem como a missão do Cemaden na área de monitoramento e alerta, dentro do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, que envolve diversos ministérios do governo brasileiro.
A comitiva japonesa expôs o interesse em desenvolver a cooperação técnico-científica com o Cemaden, inclusive com parcerias para a capacitação e intercâmbio de informações e desenvolvimento de pesquisas e tecnologias. Outro ponto discutido foi o de intercâmbio de dados e informações meteorológicas entre os dois países, com a finalidade de aprimorar os trabalhos de monitoramento e alerta de desastres naturais. Propôs a elaboração de uma agenda de reuniões para definirem os pontos de interesses de intercâmbio entre as instituições.
“Considero extremamente importantes essas discussões e aberturas de novos acordos e intercâmbios técnico-científicos, principalmente com os países como o Japão, que tem uma experiência e modelos tecnológicos para a redução dos riscos de desastres naturais.”, enfatiza do diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes. “Essas cooperações técnicas são significativas para os esforços e trabalhos direcionados à diminuição dos impactos sociais e econômicos provocados pelos eventos climáticos extremos.”, finaliza o diretor.
A comitiva japonesa que se reuniu com a direção e coordenadores do Cemaden era composta pelo chefe da Divisão de Projetos no Exterior, do Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo, Kosuke Fujita; pelo pesquisador da Agência Meteorológica do Japão, Naoki Tsukamoto; pelo diretor do Departamento de Pesquisa, Ryo Masutomo e pelo pesquisador Hideshige IIda, ambos do Instituto de Pesquisas da “Japan Transport Cooperation Association (JTCA).
Petrópolis recebe equipamentos para monitoramento das áreas de riscos de deslizamentos
Nesta semana, a partir do dia 07 de dezembro até final de fevereiro de 2016, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Nacionais (Cemaden) – do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – dará continuidade ao cronograma de instalação dos sensores geotécnicos em mais quatro municípios, desta vez da região serrana do Estado do Rio de Janeiro, começando pelo município de Petrópolis.
Os sensores geotécnicos fazem parte do Projeto de Monitoramento de Morros para Prevenção de Riscos de Deslizamentos do Cemaden/MCTI para acompanhar com maior precisão a movimentação de terra em morros e encostas nas áreas de riscos de deslizamentos. Trata-se de equipamentos de alta tecnologia – denominado Estação Total Robotizada (ETR)- instalados nas áreas vulneráveis a deslizamentos em nove municípios em várias regiões do País.
Os próximos municípios a receberem os equipamentos na região serrana do Rio de Janeiro, além de Petrópolis, são Nova Friburgo, Teresópolis e Angra dos Reis.
No período entre março e abril do próximo ano, estão previstas as instalações para os municípios de Salvador (Bahia) e Recife (Pernambuco). As cidades paulistas de Mauá e de Santos, além de Blumenau, no estado de Santa Catarina já contam com os equipamentos.
Em Petrópolis, os pesquisadores do Cemaden, juntamente com a Defesa Civil Municipal, estão visitando os locais e comunidades das áreas de risco. Na segunda semana de dezembro, está previsto o início dos trabalhos de instalações da ETR e prismas. No próximo dia 15 de dezembro, será feita a apresentação pública do Projeto de Monitoramento de Morros para Prevenção de Deslizamentos pelo Cemaden, em parceria com a Defesa Civil e Prefeitura Municipal de Petrópolis.
Projeto de Monitoramento dos Morros para Prevenção de Deslizamentos
A Estação Total Robotizada (ETR) é um sensor geotécnico que emite sinal infravermelho, o qual é refletido nos 100 prismas ( ou espelhos) instalados nos morros e encostas do município. Esses sinais emitidos permitem captar até pequenas movimentações de terra dos morros, abrangendo uma área circundada de encostas em 360 graus, cobrindo até 2,5 km de extensão.
Os dados coletados pelos equipamentos serão enviados, via internet, ao Cemaden, possibilitando acompanhar e monitorar qualquer risco de deslizamentos das encostas. A partir de pesquisas em andamento, as informações e dados obtidos darão subsídios para emissão de alertas prévios de movimentos de massa com maior confiabilidade.
Os moradores das áreas de riscos de deslizamentos de Petrópolis já estão sendo informados e esclarecidos sobre as instalações desses equipamentos próximos às moradias e não causam quaisquer interferências em outros equipamentos e nem impactos às áreas onde serão instalados.
O município de Petrópolis, que tem parceria com o Cemaden, conta com 26 pluviômetros automáticos instalados em locais próximos a áreas de risco de desastres, além de 35 pluviômetros semiautomáticos, do Projeto Pluviômetros nas Comunidades. Estes têm a função de medir, em milímetros, a quantidade de chuva precipitada, durante um determinado tempo e local, para monitoramento do município.
No âmbito do Projeto de Monitoramento de Morros para prevenção de riscos de deslizamentos, cada um dos nove municípios além da ETR e prismas, serão instalados mais um conjunto de equipamentos de monitoramento, composto por 15 plataformas de coleta de dados. Cada plataforma é integrada por um pluviômetro e seis sensores de umidade do solo, para coletar dados sobre quantidade de chuvas acumuladas e de água no solo, complementando as informações sobre possíveis riscos de deslizamentos.
Aplicativo para coleta de dados agrícolas no semiárido brasileiro será apresentado pelo Cemaden em Minas Gerais
Utilizando um celular com aplicativo específico (AgriSupport), pequenos produtores de agricultura familiar poderão enviar ao Cemaden informações e dados sobre cultivares e manejo agrícola para subsidiar o Sistema de Previsão de Risco de Colapso de Safras na Agricultura Familiar do Semiárido do Brasil.
Montes Claros, localizado ao norte de Minas Gerais, foi o município escolhido para dar início a implantação do aplicativo AgriSupport, projeto do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O aplicativo – disponibilizado para aparelhos celulares – possibilita o registro fotográfico georreferenciado da área plantada e coleta de informações sobre o plantio, feito pelos pequenos produtores da agricultura familiar do semiárido brasileiro, com apoio dos extensionistas rurais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural ( Emater).
O motivo da escolha do município está relacionado ao período de plantio na região, finalizado no mês de dezembro. Dessa forma, será possível coletar informações para acompanhamento, desde o início, do desenvolvimento das culturas.
Nos dados sobre o plantio, constarão informações atualizadas e precisas sobre o cultivar e manejo, como, por exemplo, das espécies e variedades cultivadas, datas de plantio e, principalmente, da distribuição espacial das culturas agrícolas no semiárido.
Em razão da participação ativa dos agricultores na coleta e envio de dados e informações – utilizando novas tecnologias e intercâmbio de informações científicas – o aplicativo possibilitará a criação de base de dados e informações no contexto de “Ciência Cidadã”. Essas informações permitirão subsidiar projetos científicos de interesse social, entre eles o do Sistema de Previsão de Risco de Colapso de Safras na Agricultura Familiar do Semiárido do Brasil, em desenvolvimento no Cemaden.
A apresentação do aplicativo e o trabalho de campo – utilizando os celulares e a coleta de dados – ocorrerão no próximo dia 20 de janeiro, na sede do Núcleo de Ciências Agrárias, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Montes Claros (MG). O Workshop “Risco de Colapso de Safra/Projeto AgriSupport” contará com a participação dos agricultores, extensionistas rurais, pesquisadores e instituições ligadas à agricultura e ao semiárido.
O encontro está sendo organizado pelo Cemaden em parceria com a Emater de Minas Gerais, que dará todo o apoio técnico junto aos agricultores.
Monitoramento da seca e impactos
O aplicativo AgriSupport faz parte do projeto desenvolvido em parceria entre o Cemaden, o International Institute for Applied Systems Analysis (IIASA) e o o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Minas Gerais possui 39 municípios nas áreas rurais do semiárido brasileiro, localizadas nas regiões norte do estado e no Vale do Jequitinhonha. Nessas áreas, também estão em processo de instalação, pelo Cemaden, dos equipamentos de monitoramento agrometeorológico e de umidade, denominadas Plataforma de Coleta de Dados (PCDAgro e PCDAqua).
Além de Minas Gerais, estão sendo instaladas PCDs nos estados da Bahia, Ceará, Pernambuco, Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe. Esses equipamentos enviarão dados ao Cemaden, informando sobre as condições agrometeorológicas e de umidade, o que permitirá ampliar as informações e dados para o monitoramento do semiárido brasileiro.
Nos municípios que integram o semiárido dos nove estados brasileiros – onde estão sendo instaladas as PCDs – os agricultores familiares poderão utilizar o aplicativo AgriSupport para complementar o banco de dados necessários à alimentação do Sistema de Previsão de Risco de Colapso de Safras na Agricultura Familiar do Semiárido do Brasil, em desenvolvimento no Cemaden.
Em dezembro do ano passado, o aplicativo foi apresentado aos pesquisadores do Instituto Agronômico de Pernambuco e da Universidade Federal de Pernambuco. Na reunião, foi realizada uma “oficina” para apresentação e instalação do aplicativo nos celulares dos agricultores do município Abreu e Lima (PE), testado durante o trabalho de campo na área rural.
Desde setembro de 2015, mensalmente, o Cemaden vem disponibilizando online os Relatórios da Situação da Seca e Impactos, apresentando dados sobre o monitoramento das condições hidrometeorológicas e de previsão climática sazonal.
Cemaden desenvolve intercâmbio técnico com União Europeia na área de desastres naturais
Com o objetivo de intercâmbio de informações para o desenvolvimento de pesquisas estratégicas que minimizem os impactos dos desastres naturais, pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), estão visitando, nesta semana, a sede do Joint Research Centre (JRC), centro de pesquisas localizado na cidade de Ispra, na Itália.
Essa visita do Cemaden faz parte do Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil, dentro da atividade “Colaboração em Desastres Naturais Brasil – Europa”, primeira missão prevista no Manual de Execução do Projeto RISC 0002.
Como serviço científico interno da Comissão Europeia, o Centro Comum de Pesquisa (JRC) tem por missão prestar apoio científico e técnico, com foco nos desafios sociais e promove a inovação, através da criação de novos métodos, instrumentos e normas, além do compartilhamento de conhecimentos com os Estados Membros da UE, a comunidade científica e os parceiros internacionais. As principais áreas de colaboração entre as instituições científicas incluem pesquisas sobre solo, água, alterações climáticas, desmatamentos, redução dos riscos de catástrofes e bioeconomia.
Na missão do intercâmbio do Cemaden, estão visitando diversos institutos científicos do JRC – inclusive o departamento de monitoramento- o coordenador-geral de Pesquisas, hidrólogo Mario Mendiondo e o pesquisador em agrometeorologia, Marcelo Zeri.
Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil
Os Diálogos Setoriais são considerados uma nova dinâmica de cooperação entre a União Europeia (UE) e o Brasil. Há cerca de 30 diálogos mapeados entre o Brasil e a UE sobre os mais diversos temas, que se dão com base em princípios de reciprocidade e complementaridade, visando o intercâmbio de conhecimentos e experiências em áreas de interesse mútuo. Informações detalhadas na seção Observatório dos Diálogos.
Por meio de intercâmbio de conhecimentos técnicos, o Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais UE-Brasil tem como objetivo contribuir para o aprofundamento da parceria estratégica e das relações bilaterais entre o Brasil e a União Europeia. É coordenado em conjunto pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) – por meio da Direção Nacional do Projeto – e pela Delegação da União Europeia no Brasil (Delbra).
Pesquisadores brasileiros e britânicos definem projeto de intercâmbio de pesquisas sobre clima e desastres naturais
Cerca de 30 pesquisadores brasileiros do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto Nacional de Pesquisas do Amazônia (Inpa) – instituições ligadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – estiveram reunidos com pesquisadores britânicos do Serviço Meteorológico do Reino Unido (U.K. Met Office) e da Gerência do Fundo Newton no Brasil, discutindo, durante três dias, sobre a agenda científica e aspectos de intercâmbio entre o MCTI e a U.K. Met Office.
A reunião ocorreu em São José dos Campos (SP), no Auditório do Inpe, durante os dias 28, 29 e 30 de outubro, com a participação dos diretores do Cemaden- Osvaldo Moraes, do Inpe- Leonel Perondi e do Inpa – Luiz Renato de França.
Foram definidos os produtos e pesquisas sobre os temas Modelagem do Ciclo de Carbono, Modelagem Climática e Redução do Risco de Desastres Naturais e as parcerias entre as instituições do Brasil e Reino Unido.
No último dia da reunião, foi criado um Comitê Gestor do Projeto Científico entre Brasil e Reino Unido, com a participação dos diretores do Cemaden, Inpe e Inpa e dos diretores da Met Office, Stephen Belcher e Chantelle Burton.
Um acordo de cooperação técnica será feito entre as instituições brasileiras e britânicas, formalizando o financiamento do projeto. Do lado brasileiro, foram definidas, como contribuições, a disponibilização dos dados científicos, o uso do supercomputador e os trabalhos dos pesquisadores dedicados ao projeto científico.
“As pesquisas interdisciplinares e o intercâmbio científico internacional ampliam as possibilidades de soluções aos desafios que temos sobre as mudanças climáticas, entre elas a mitigação e redução dos riscos de desastres naturais e a redução dos gases estufa ligados ao aquecimento global.”, enfatiza o diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes.
O lançamento oficial do projeto de intercâmbio de pesquisa está previsto para ser feito no mês de abril de 2016, em Manaus (Amazonas).
Também participaram das discussões sobre o intercâmbio internacional científico, as entidades brasileiras Fapesp, Fapeam, CNPq, Capes e Confap.
2015 é um ano crucial para o nosso futuro
As mudanças climáticas constituem uma séria ameaça aos esforços para o desenvolvimento sustentável e para a redução da pobreza. A continuidade da trajetória atual de aquecimento deixará um legado ao planeta, de irreversível transformação, com temperaturas excedendo amplamente os 2ºC e potenciais impactos devastadores. Se atuarmos rápida e corajosamente, podemos começar imediatamente a descarbonizar a economia global e limitar as mudanças climáticas.
Para isso, porém, as lideranças políticas de todos os países devem agir, resolutamente este ano, para garantir um melhor futuro para as gerações vindouras e para todas as demais espécies.
E por essas razões é que nós, da Earth League (Liga da Terra)–uma rede internacional de cientistas de mudanças globais–estamos lançando hoje a “Declaração da Terra”, um conjunto de oito ações essenciais as discussões da Cúpula do Clima (COP21), em Paris, no mês de dezembro. São elas:
1. Limitar o aquecimento global abaixo de 2ºC, sendo este o limite máximo de aquecimento para evitar o risco de mudanças climáticas perigosas.
2. O máximo que a humanidade pode emitir no balanço global de carbono—isto é, o limite de emissões futuras de dióxido de carbono—deve ficar abaixo de 1 trilhão de toneladas (1000 Gt CO2) para termos uma chance razoável de ficarmos abaixo da linha de 2º C.
3. Ações de descarbonização profunda, de início imediato, para que atinjamos uma sociedade de “zero-carbono” em meados do século, ou um pouco depois, é condição chave para prosperidade futura.
4. Todos os países devem desenvolver planos de descarbonização de suas economias. Os países ricos e as indústrias modernas podem e devem assumir a responsabilidade de descarbonizar bem antes de meados do século.
5. Devemos desencadear uma onda de inovação climática para o bem global e permitir o acesso universal às soluções de tecnologia já existentes.
6. As mudanças climáticas já estão acontecendo. Nós precisamos aumentar, de forma maciça, o apoio público para as estratégias de adaptação e medidas de redução de perdas e danos nos países em desenvolvimento.
7. Devemos proteger sumidouros de carbono e ecossistemas vitais, nossos melhores amigos na luta contra as mudanças climáticas.
8. Os governos precisam dar apoio suplementar aos países em desenvolvimento para que possam lidar com as mudanças climáticas, em um nível pelo menos comparável àqueles da assistência global ao desenvolvimento.
O Brasil tem se destacado, mundialmente, na redução de 36% das emissões nos últimos anos, cortando suas emissões brutas de 2,36 Gton CO2 equivalente em 2005 para 1,52 Gton CO2 equivalente em 2012, de acordo com as estimativas do MCTI. Isso ocorreu, principalmente, pela redução de cerca de 80% dos desmatamentos da Amazônia e, em menor grau, pela redução também no bioma cerrado.
O Plano de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) sinaliza caminhos para a sustentabilidade da agricultura brasileira, na direção de redução das emissões, diminuição da pressão sobre ecossistemas e, ao mesmo tempo, aumento de produtividade, equação esta que fecha com a intensa utilização de conhecimento, tecnologias e inovação no campo e que pode levar ao desmatamento (quase) zero.
No setor de energia, a descarbonização passa pelo aumento da eficiência energética e da utilização maciça de energias renováveis — notadamente energias eólica e solar — na matriz elétrica brasileira. China e Índia têm planos de acrescentar enormemente estas formas de energia renovável, nos próximos 10 anos, e o Brasil deve seguir o exemplo.
O Brasil — potência ambiental — deve apoiar e defender, na COP21, um acordo ambicioso, equitativo e cientificamente embasado, limitando o aquecimento a 2ºC.
Carlos A Nobre
Climatologista, com doutorado pelo MIT, é Diretor do CEMADEN-MCTI e membro da Earth Legue
Análise de vulnerabilidade para o monitoramento e alertas de desastres
Uma proposta metodológica de análise de vulnerabilidade da população no contexto de monitoramento e alertas de desastres naturais, utilizando os dados demográficos da população das áreas vulneráveis associados às informações sobre a infraestrutura, foi apresentada pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), durante a reunião realizada pelo Ministério do Meio Ambiente e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para tratar sobre “Indicadores de Vulnerabilidade da População à Mudança do Clima em Abordagem Territorial”, ocorrida em Brasília, nos dias 25 e 26 de março.
A metodologia, desenvolvida pelo Cemaden em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), associa dados censitários às áreas de risco de movimento de massa e inundação monitoradas, para produzir uma base de dados a qual permita caracterizar a população em áreas de risco a partir dos dados do Censo Demográfico 2010.
Com o cruzamento de variáveis e definição de indicadores de vulnerabilidade, o método busca identificar áreas de especial atenção, em função da combinação entre a capacidade de resposta e a exposição da população nas áreas de risco, diante da severidade dos processos geodinâmicos.
Considerando que as populações estejam expostas em diferentes graus de vulnerabilidade, torna-se relevante o conhecimento sobre a população potencial a ser atingida em caso de desastres naturais, em especial para subsidiar o apoio a todas as etapas de gestão de risco e resposta a desastres naturais (prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação).
Todas as discussões científicas abordadas durante o seminário, entre as instituições públicas e de pesquisa, buscam reduzir a vulnerabilidade das populações e serão os subsídios para a elaboração do Plano Nacional de Adaptação.
Cooperação multilateral do BRICS inclui prevenção, monitoramento e alertas de desastres naturais
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) foi o órgão responsável dentro do ministério para desenvolver os acordos e mecanismos de ciência, tecnologia e inovação para a cooperação multilateral entre o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (países que integram o BRICS) em torno do tema relacionado a desastres naturais. Entre os instrumentos estratégicos propostos, estão a criação de uma plataforma on-line para compartilhamento de informações sobre alterações climáticas, prevenção e mitigação de desastres naturais, o intercâmbio de programas, além de bolsas para pesquisadores e estudantes.
No acordo de cooperação entre os países do BRICS, firmado no último dia 18 de março, os termos aprovados entre os países estão inclusos em dois documentos: a Declaração de Brasília e o Memorando de Entendimento sobre a Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação. No acordo, o Brasil ficou responsável em coordenar o Plano de Trabalho, entre 2015-2018, na área de “prevenção e mitigação de desastres naturais”, uma das cinco áreas prioritárias do acordo de cooperação multi-países.
O Cemaden/MCTI, desde a sua implantação, em 2011, vem trabalhando nas estratégias de monitoramento, na modelagem e plataformas para alertas e prevenção de riscos de desastres naturais. Também desenvolve pesquisas para a prevenção e mitigação, ou seja, adota medidas para aprimorar os alertas com maior antecedência, de forma a evitar e a reduzir as causas ou consequências dos desastres nas áreas de risco, em todo o território nacional.
Adotando planos regionais e projetos-pilotos nas cidades resilientes, o Cemaden tem metas de ampliar as ações de monitoramento e prevenções nos municípios considerados vulneráveis a risco de desastres, inclusive envolvendo a comunidade local. A resiliência, além do enfrentamento com o impacto sofrido, inclui o aprendizado com a situação de crise passada, a integração de sua elaboração, seja pessoal, familiar ou social, bem como o retorno desse aprendizado à comunidade.
A cooperação internacional com bases na Conferência de Sendai, no Japão, realizado também em março, definiu o quadro pós-2015 para redução do risco de desastres no mundo, incluindo metas a serem cumpridas até 2030, com orientações sobre cooperação internacional, investimentos e parcerias público-privadas, de forma a aprimorar a prevenção e redução do risco desses desastres.
Convenção das Nações Unidas faz projeção para o Combate à Desertificação
As projeções sobre as mudanças climáticas no Brasil sugerem que haverá aumento da secura na Região Nordeste, com reduções de chuva, aumento da temperatura, déficits de água e secas mais longas, aumentando a aridez, prevalecendo a seca mais acentuada na segunda metade do século 21. Essa análise foi apresentada pelo climatologista e pesquisador titular, José A. Marengo, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), durante a 3ª Conferência Científica da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação nos Países Afetados por Seca Grave e/ou Desertificação (UNCCD- sigla em inglês), ocorrida entre os dias 9 e 12 de março, em Cancun, no México.
No trabalho apresentado pelo pesquisador do Cemaden, foram traçados cenários com o uso de índice de aridez e o efeito da mudança climática sobre o balanço hídrico e a disponibilidade de água. Um aumento e intensificação das secas foi projetada para grande parte da América do Sul, incluindo o atual semiárido da Região Nordeste brasileira, devido à precipitação reduzida e/ou aumento da evapotranspiração, o que compromete a disponibilidade de água para irrigação agrícola.
A projeção apresenta um cenário de aumento da aridez, no período dos anos 2071-2100, com bases no aumento da extensão da região semiárida, combinado com a degradação da terra, o que aumenta o risco de desertificação. “Sobre o aumento de risco de seca/aridez e a vulnerabilidade das pessoas da região semiárida, é necessário considerar medidas de gestão de risco, as quais possam servir de base para a implementação de medidas de adaptação.”, afirma o cientista José A. Marengo.
Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação
Durante o evento, foi realizada a Sessão Extraordinária da Comissão de UNCCD de Ciência e Tecnologia, onde os cientistas emitiram um relatório alertando sobre danos irreversíveis à terra. Concluem que há a tendência de enormes faixas de terras do planeta ficarem com o solo estéril, resultante da soma de efeitos combinados da pobreza, da degradação de terra e das mudanças climáticas.
Junto a outros 192 países, o Brasil é signatário da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas – UNCCD, reconhecida como o instrumento fundamental para erradicar a pobreza e promover o desenvolvimento sustentável nas áreas rurais das terras secas, que incluem regiões do semiárido brasileiro.
A desertificação é definida como um processo de degradação ambiental causada pelo manejo inadequado dos recursos naturais nos espaços áridos, semiáridos e subúmidos secos, que compromete os sistemas produtivos das áreas susceptíveis, os serviços ambientais e a conservação da biodiversidade. No Brasil são 1.480 municípios susceptíveis a esse processo que pode ser causado pelo homem ou pela própria natureza e agravados pelas questões climáticas.
O Cemaden atua no monitoramento do semiárido do nordeste brasileiro, com o Projeto Sistema de Previsão de Risco de Colapso de Safras no Semiárido, instalando plataformas de coleta de dados agrometeorológicos e de umidade do solo, para acompanhamento de safras de culturas de subsistência na região semiáriada brasileira.